14.9.03
2010: UMA ODISSÉIA NA EUROPA
Em 7 anos, Nowitzki pode jogar literalmente em casa
Imaginem a cena. Aos 26 anos, no auge da forma, LeBron James toma um avião com seus companheiros de time e, durante sete horas, os Cavaliers cruzam o Atlântico rumo à Espanha. Na noite seguinte, Cleveland e Barcelona se enfrentam diante de uma platéia ensandecida que lota o ginásio do clube catalão. Fim de partida, e os americanos viajam de volta já pensando no próximo compromisso, contra o poderoso Denver de Nenê e Carmelo Anthony. Tudo isso válido pela NBA.
Difícil acreditar? Por via das dúvidas, convém ir se acostumando com a idéia.
O manda-chuva David Stern já cogitou a hipótese, vários jogadores têm opinado sobre o assunto e uma legião de dirigentes vem estudando todos os detalhes: até o fim da década, se tudo der certo, a liga profissional dos Estados Unidos vai expandir seus horizontes para o outro lado do oceano.
Stern ainda não sabe de que forma isso vai ser feito, mas julga que este é um caminho inevitável. A possibilidade mais forte seria convidar duas equipes européias para integrar a NBA a partir de 2010, o que pode criar cenas insólitas como esta aí de cima. A idéia parece um tanto irreal por conta das viagens exaustivas, mesmo se o calendário permitir que cada time americano vá à Europa apenas uma vez por temporada e faça lá uma seqüência de jogos.
“O maior problema seria esta cota extra de viagens”, confirma o pivô Marcus Camby. “As pessoas não têm idéia de como isso é cansativo. Os deslocamentos dentro do nosso país já são duros o bastante.”
O plano B seria instituir uma nova liga só com times europeus. Para isso, novas equipes seriam criadas ou as atuais seriam aproveitadas? Ainda não dá para responder a essa pergunta. Ninguém sabe se clubes tradicionais como Barcelona e Treviso se submeteriam a um selo genuinamente yankee. Em todo caso, algumas cidades já estão sendo estudadas como possíveis alvos. Barcelona, Milão, Paris, Londres, Atenas e Berlim saíram na frente.
Além da escolha das sedes e da logística das viagens, a decisão ainda depende de uma infinidade de outros fatores, como as condições técnicas dos ginásios, o potencial interesse do público e as barreiras do idioma.
Até lá, muita água vai rolar debaixo da ponte.
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PORTEIRA ABERTA - Não custa lembrar que, no ano que vem, o Charlotte Bobcats entra em cena, elevando para 30 o número de franquias da liga. A entrada dos europeus reabriria a velha polêmica do inchaço. Será bom ou mau negócio?
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POSSE - A avalanche de estrangeiros na NBA, por sinal, está causando um tumulto que nós já conhecemos bem no âmbito do futebol internacional. Os times pagam salários astronômicos a seus atletas e são obrigados a liberá-los para defender suas seleções em torneios mundo afora. Mark Cuban, por exemplo, ficou feliz da vida ao saber que Canadá e Alemanha não se classificaram para as Olimpíadas de Atenas. Assim, o dirigente vê menos risco de contusão para Steve Nash e Dirk Nowitzki. Reclamar, tudo bem. O que não pode é começar a proibir, como tentam fazer os gigantes do futebol na Europa.
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E AGORA ? - Após dizer um milhão de vezes que desejava ficar em Atlanta, Jason Terry assinou um pré-contrato com o Utah Jazz. A diretoria dos Hawks tem uma semana para cobrir a oferta. “Diante da estrutura do elenco e das incertezas sobre a possível venda da franquia, estou pronto para mudar de ares”, explicou o armador. “O Utah fez uma proposta extremamente difícil de ser coberta.” Será mesmo? Durante todo o verão, a cartolagem de Atlanta garantiu que nenhuma quantia seria o bastante para tirar Terry da equipe. Resta esperar para ver.
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ULTIMATO - Cansado da via-crúcis a que tem se submetido nos últimos anos, Grant Hill decidiu que esta é sua última tentativa de voltar as quadras. Se não der certo, e mais uma cirurgia for necessária, o craque do Orlando Magic vai encerrar a carreira. Até agora, foram quatro operações no tornozelo esquerdo, que lhe permitiram apenas 46 jogos nas últimas três temporadas. A recuperação segue em marcha lenta e a previsão de retorno para fevereiro não deve ser cumprida. Jogador, comissão técnica e médicos concordam que é melhor esperar até 2004-2005.
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FUTURO - O mesmo prazo vale para Jay Williams, que se recupera de um grave acidente de moto. Nas próximas semanas, o armador do Chicago Bulls deve falar com a imprensa numa entrevista coletiva. É uma pena que um jovem promissor tenha colocado a carreira em risco por causa de um acesso de imprudência. Vale lembrar que Williams estava sem capacete e não tinha licença para dirigir motos. Além disso, o contrato padrão de atletas da NBA proíbe o uso deste tipo de veículo, justamente pelo alto risco de acidentes.
:::::::: :::::::: Z O N A . M O R T A :::::::: ::::::::
Ainda suspenso pelo Boston, Vin Baker admitiu o alcoolismo publicamente. O jogador embarcou num tratamento sério, está sem beber há seis meses e pretende voltar às quadras em breve. “A suspensão me deu a chance de uma nova vida”, garante. Força para ele.
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Pouca gente sabe, mas Voshon Lenard teve média de 14 pontos por partida na última temporada. É mais um bom reforço para o Denver Nuggets.
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Indiana e Seattle estudam seriamente a troca de Ron Artest por Brent Barry.
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Nick Van Exel em Nova York? Está aí uma química que pode dar certo. O espírito guerreiro do armador casaria bem com a torcida apaixonada dos Knicks. As negociações seguem a pleno vapor.
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(Foto – NBAE/Ronald Martinez)
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