31.10.04



cartas na mesa (parte 2)
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))) Wolves e Lakers: mais um ano
de tempo quente no velho Oeste



Muita coisa mudou, mas um aspecto continua intacto: o Oeste ainda é a terra sem lei do basquete americano. Mais uma vez a disputa promete ser intensa da primeira à última rodada. Shaquille O'Neal trocou de lado, mas T-Mac e K-Mart chegaram para reforçar as fileiras. Dada a largada, convém não apartar as brigas.

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))) PACÍFICO


))) Webber, Bibby e os Kings têm caminho livre


1. Sacramento Kings
O vigor do banco de reservas foi por água abaixo e, de bom, só sobrou o endiabrado Bobby Jackson. Mas o quinteto titular continua sendo um dos mais alinhados da NBA. Para vencer uma divisão do Pacífico órfã de Shaquille O’Neal, bastam duas coisas: evitar contusões graves e manter a motivação de Peja Stojakovic, que chegou a pedir para ser trocado. Avançar nos playoffs é outro papo, mas na temporada regular vai ser difícil segurar os Kings.

2. Los Angeles Lakers
Sem Shaq, fica faltando um reboteiro. Mas quem pode reclamar do talento espalhado por este elenco? Odom, Butler, Divac, Grant, Rush e George podem formar um esquadrão de cobertura respeitável para Kobe Bryant, que agora não enfrenta mais fogo amigo: está livre para ser o astro absoluto da franquia, como sempre quis. Para azeitar a nova turma, também não faltará competência, com a contratação do técnico Rudy Tomjanovich.

3. Phoenix Suns
A campanha vergonhosa no ano passado foi inexplicável. Havia talento de sobra (Marion, Stoudemire, Marbury) e deu tudo errado. É hora de uma nova tentativa, desta vez sob o comando de um velho conhecido: o cerebral Steve Nash. Além disso, caso alguém não tenha percebido, está justamente no Phoenix um dos melhores bancos da liga, com destaque para Joe Johnson, Leandrinho e Zarko Cabarkapa.

4. Golden State Warriors
Saiu Nick Van Exel, entrou Derek Fisher. Até aí tudo bem. Mas quem substitui Erick Dampier? Ninguém. E assim o Golden State desce a ladeira, dando trabalho ao novo treinador, Mike Montgomery.

5. Los Angeles Clippers
A equipe se desmontou na esperança de pescar Kobe Bryant. Não deu certo e o que sobrou foi um elenco frágil, acostumado a apanhar sem reagir. A grande novidade é o arremessador Kerry Kittles. Ou seja, não se pode esperar muita coisa.

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))) SUDOESTE


))) Duncan quer se recuperar do fiasco na Grécia


1. San Antonio Spurs
Na divisão mais disputada de toda a NBA, o San Antonio Spurs continua dando as cartas. Como sempre, a diretoria mexeu pouco (e bem) durante as férias. Foi buscar em Brent Barry um jogador experiente, atlético e dono de um gatilho raro no basquete atual. De resto, continuam por lá Duncan, Parker, Ginobili... o que dizer desta turma? Se nenhum Derek Fisher alucinado aparecer pelo caminho, troféu neles.

2. Houston Rockets
T-Mac está na área e Yao Ming tem motivos para sorrir. A dupla faz do Houston candidato automático à briga no Oeste, apesar da falta de coesão no elenco. Para a posição 1, Charlie Ward é uma opção meio batida. Na ala, Jim Jackson e Juwan Howard não seguram a onda. A solução? Bola para o cestinha, bola para o chinês.

3. Memphis Grizzlies
No ano passado, Grizzlies e Mavs travaram uma batalha árdua até a última rodada. Na classificação para o mata-mata, deu Dallas. O mesmo deve se repetir este ano na briga por posições na divisão Sudoeste, mas desta vez tem tudo para dar Memphis. James Posey está mais maduro, Pau Gasol teve uma Olimpíada fantástica e o banco tem ótimas peças (Wells, Swift, Cardinal, Battier). Sob o jugo de Hubie Brown, os garotos do Tennessee virão tinindo.

4. Dallas Mavericks
Tudo bem que há talento por lá, mas ninguém é capaz de preencher o vácuo deixado por Steve Nash. Por melhor que sejam Devin Harris, Marquis Daniels e Jason Terry, será difícil ajustar a armação no mesmo nível. Em compensação, Erick Dampier chega para resolver o problema crônico da falta de pivô, o que exige mudança no esquema de jogo. Para que o ano corra bem, o Dallas terá de compensar dentro do garrafão a perda de qualidade fora dele.

5. New Orleans Hornets
Sem Jamal Mashburn e com Baron Davis insatisfeito, não dá para confiar muito no New Orleans. Ainda mais com o azar de ser transferido para o Oeste, justamente nesta divisão encardida. Tem material humano para uma campanha digna, mas não adianta iludir ninguém.

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))) NOROESTE


))) No auge da carreira, KG tem fome de títulos


1. Minnesota Timberwolves
A espinha dorsal continua intacta e não há nada que impeça os Wolves de repetir a bela campanha do último campeonato. Nem há muito o que dizer: Garnett está no auge e seus asseclas continuam em forma. A novidade é que, na corrida pelo topo do Oeste, Shaq não é mais um obstáculo.

2. Utah Jazz
Quem tem Jerry Sloan à frente do banco ganha automaticamente o direito de sonhar alto. Ainda mais quando a diretoria consegue reunir gente boa para brincar dentro da quadra. É o caso do renovado Jazz, com a força de Carlos Boozer e Mehmet Okur embaixo da cesta, a garra de Carlos Arroyo na armação e a vontade de Matt Harpring, que tenta recuperar a forma. Sem falar no melhor de todos eles, o polivalente Andrei Kirilenko, que tem tudo para se inscrever no salão nobre da liga.

3. Denver Nuggets
Será que eles deveriam estar à frente do Utah nesta lista? Talvez. Mas continuo achando que, num time onde estão Marcus Camby, Kenyon Martin e Nenê, alguém está sobrando. Seria mais inteligente trocar um deles por um bom armador da posição 2 ou um reserva decente para Carmelo Anthony. Mesmo um tanto torto, o Denver deve fazer bonito na conferência.

4. Portland Trail Blazers
No papel, até que o time não é ruim. Na prática, só sobra o talentoso Zach Randolph. De resto, são quatro veteranos (Abdur-Rahim, Stoudamire, Van Exel e Ratliff) que estão mais pra lá do que pra cá. Vai ser mais um ano de fartas ocorrências policiais e más notícias esportivas.

5. Seattle Supersonics
Enquanto Ray Allen e Rashard Lewis fazem o trabalho sujo de evitar o vexame, os jovens continuam buscando um lugar ao sol. Enquanto Ridnour, Collison, Murray e Radmanovic não desabrocharem de vez, o Seattle não vai a lugar nenhum, a não ser que se aventure numa negociação ousada para atrair um All-Star que faça companhia a Ray Allen.

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A CONFERÊNCIA OESTE

1. San Antonio (S)
2. Minnesota (N)
3. Sacramento (P)
4. Houston
5. LA Lakers
6. Memphis
7. Dallas
8. Phoenix

MVP ))) Kobe Bryant (LAL)

Calouro ))) Shaun Livingston (LAC)

Evolução ))) Mehmet Okur (UTA)

Defensor ))) Andrei Kirilenko (UTA)

Reserva ))) Nenê (DEN)

Técnico ))) Jerry Sloan (UTA)

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Por agora, é isso. Embarco logo mais e, assim que puder, dou notícias de Nova York. Até lá.

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30.10.04



cartas na mesa (parte 1)
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))) Pistons e Pacers: o desafio de
chegar outra vez à final do Leste



Os preparativos da viagem consumiram cada segundo desta semana, mas a bola de cristal não agüentou ficar presa na gaveta. Começo de temporada sem previsões não tem a menor graça, então vamos a elas. Hoje, vocês ficam com o renovado Leste. Amanhã é a vez do acirrado Oeste. E assim seguimos, de palpite em palpite.

Divirtam-se, discordem, manifestem-se.

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))) CENTRAL


))) Sheed tentará o bicampeonato com o Detroit


1. Detroit Pistons
O que há de novo? Nada. E não pode haver notícia melhor para o atual campeão, que adiciona mais um ano de calos a um elenco já calejado. Antonio McDyess vai dar as caras, mas sinceramente não acredito que cause algum impacto. Vai disputar com Darko Milicic os minutos herdados com a saída de Mehmet Okur. Além disso, vale prestar atenção no argentino Carlos Delfino, que promete aprontar.

2. Indiana Pacers
Stephen Jackson é a chave. O armador chega a Indianapolis para preencher a única lacuna deixada pelo time na última temporada: a falta de uma opção ofensiva nos arremessos de fora. Todo mundo sabe que Reggie Miller já dobrou a esquina, então Jackson ganha importância absoluta no esquema de Rick Carlisle. O resto fica tranqüilamente na conta de Jermaine O’Neal e Ron Artest.

3. Cleveland Cavaliers
Sai Carlos Boozer, entra Drew Gooden. A perda de qualidade é gritante. Ainda assim, os Cavs não devem passar vergonha. LeBron James estará mais maduro e terá em Eric Snow um armador de verdade para criar jogadas. Vale destacar ainda o batalhador Jeff McInnis, o habilidoso calouro Luke Jackson e (por que não?) nosso Anderson Varejão.

4. Milwaukee Bucks
A questão aqui é bem clara: com TJ Ford em forma, os Bucks devem chegar longe, provavelmente à frente do Cleveland. Sem TJ Ford, os Bucks não vão a lugar nenhum, provavelmente atrás do Chicago. As atuações de Michael Redd e Desmond Mason só se sustentam com um armador veloz para criar oportunidades. Resta ao técnico Terry Porter torcer pela saúde do seu garoto.

5. Chicago Bulls
Lembram que, quando Jordan e Pippen saíram, a cartolada prometeu reconstruir a dinastia? A torcida continua esperando e, salvo milagres, terá mais um ano de decepção. Os jovens parecem ser bons, mas não dá para apostar num time entulhado de novatos, sem um atleta de peso sequer. Uma pena.

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))) ATLÂNTICO


))) Steph e Crawford vão dividir minutos em NY


1. New York Knicks
Um Stephon Marbury motivado, um Allan Houston saudável e um Jamal Crawford com a mão calibrada. Se conseguir essa química na armação, o técnico Lenny Wilkens tem tudo para atravessar a temporada feliz da vida. Bastaria uma colaboração razoável de alas como Tim Thomas e Jerome Williams para os Knicks assumirem o topo da divisão. Agora que o rival Miami Heat foi deslocado para outras paragens, a concorrência diminuiu e o caminho ficou mais fácil.

2. Philadelphia 76ers
Entusiasta de uma boa retranca, Jim O’Brien sabe que um ferrolho de respeito é capaz de fazer um time voar longe no Leste. Com isso em mente, o técnico dos Sixers chegou a fazer uma viagem intercontinental para seduzir Allen Iverson, o craque da companhia, antes da Olimpíada. Foi na Turquia que a dupla se encontrou e conversou para começar o ano em paz. Se o astro não implicar com o treinador (como fez com os dois últimos), é meio caminho andado. De resto, recai a expectativa sobre as performances de Samuel Dalembert, Willie Green, John Salmons e do calouro Andre Iguodala. São cinco incógnitas que podem fazer a diferença.

3. New Jersey Nets
A queda de nível no elenco foi brutal com as saídas de Kenyon Martin e Kerry Kittles. Quem ficou acabou desmotivado, mas os Nets ainda contam com o melhor armador da liga e com um ótimo finalizador. O sucesso vai depender da parceria entre Jason Kidd e Richard Jefferson, mas será difícil chegar muito longe com coadjuvantes tão limitados. Repousa certa curiosidade sobre a volta de Alonzo Mourning, mas o pivô não deve repetir o vigor do passado.

4. Boston Celtics
Gary Payton chegou, mas e daí? Alguém acredita que ele vai fazer a diferença? Posso até queimar a língua, mas o fardo vai continuar pesado nos ombros do pobre Paul Pierce. A esperança é que Doc Rivers rabisque alguma novidade na prancheta e faça render os promissores Jiri Welsch e Marcus Banks.

5. Toronto Raptors
Se tudo correr como previsto, Rafael Baby Araújo terá um ano de intenso purgatório. Por mais que Chris Bosh evolua e Rafer Alston dê novo gás à armação, este ainda é o time de Vince Carter. E o sujeito mais acrobático da NBA anda insatisfeito. Chegou a pedir publicamente para ser negociado, não conseguiu e terá de sofrer mais um ano no Canadá.

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))) SUDESTE


))) O'Neal quer fazer mágica à frente do Miami


1. Miami Heat
Nada de Detroit, Indiana, Philadelphia ou New York por perto. Além de ter feito a maior contratação das férias, o Miami ainda deu sorte na nova geografia do basquete americano. Pegou uma divisão que não chega a assustar, a não ser pela presença imprevisível do vizinho Orlando Magic. Shaquille O’Neal, Dwyane Wade e Eddie Jones caminham para formar um trio indigesto, mas nenhum dos três pode se contundir durante o ano. Se acontecer algum acidente, surge o risco de descer a ladeira.

2. Orlando Magic
Sem Tracy McGrady, a equipe vai apostar num esquema ofensivo mais solidário. Tudo começa no astro Steve Francis, mas não pára por aí. O técnico Johnny Davis não vai dispensar o gatilho de Cuttino Mobley, a juventude de Dwight Howard e a experiência de Grant Hill. Este último, por sinal, conta com a torcida sincera desta página para dar a volta por cima.

3. Washington Wizards
Gilbert Arenas e Antawn Jamison estão juntos outra vez, reeditando uma dupla de sucesso efêmero no Golden State Warriors. Melhor para o Washington, que adiciona talento no ataque e volta a rezar pela explosão do jovem Kwame Brown. Será que agora o pupilo de Jordan desencanta?

4. Atlanta Hawks
Só mesmo a entrada dos Bobcats no circuito para aliviar a barra dos cartolas da Geórgia. Mesmo com as inclusões de Antoine Walker e Al Harrington, os Hawks não inspiram confiança. Os dois terão de se desdobrar se quiserem levar a equipe a algum lugar.

5. Charlotte Bobcats
Experiência, experiência, experiência. É isso que a nova franquia vai perseguir durante o campeonato. O elenco pobre não permite sonhar com nada muito diferente da lanterna. Em todo caso, será interessante acompanhar a performance do novato Emeka Okafor e do “veterano” Gerald Wallace.

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A CONFERÊNCIA LESTE

1. Detroit (C)
2. Miami (S)
3. New York (A)
4. Indiana
5. Orlando
6. Philadelphia
7. New Jersey
8. Washington

MVP ))) Jermaine O’Neal (IND)

Calouro ))) Dwight Howard (ORL)

Evolução ))) Stephen Jackson (IND)

Defensor ))) Ron Artest (IND)

Reserva ))) Jamal Crawford (NYK)

Técnico ))) Larry Brown (DET)

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fotos . nbae

27.10.04



a vez dos armadores
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))) Kidd e Snow, dois atletas
com novos desafios este ano



Não dava mesmo para escapar dos grandalhões. Numa pré-temporada em que Shaquille O’Neal, Kenyon Martin, Carols Boozer, Mehmet Okur, Erick Dampier, Brian Grant e Vlade Divac trocam de uniforme, o noticiário recai naturalmente sobre a turma que fica mais perto do aro. Um olhar mais atento, contudo, recomenda atenção especial ao lado mais atarracado dos esquemas táticos. Com os elencos renovados, diversos armadores que atuam na posição 1 ganharam novo status, numa mudança coletiva como há muito não se via na NBA.

Ao passar os olhos sobre as 30 equipes, o Rebote pescou cinco duplas de baixinhos que precisam subir degraus se quiserem chegar a algum lugar.

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))) KIDD, IVERSON e as múltiplas funções



Em New Jersey, deu até vontade de ir embora. Quando soube que a diretoria abriu a porta dos fundos para K-Mart e Kerry Kittles, o astro Jason Kidd deixou a garganta falar mais alto que o cérebro e pediu publicamente para ser negociado. Não conseguiu, claro. Não é todo mundo que tem bala na agulha para incluir o melhor armador do planeta em suas fileiras. Poeira baixa, lá está o craque diante de um baita desafio: além das assistências para Richard Jefferson, ele vai ser exigido como pontuador. Precisa crescer suas médias se não quiser ver os Nets no fundo do poço.

Na Filadélfia, o quadro é o oposto. Allen Iverson sempre se preocupou em receber a bola e fazê-la chegar à cesta. O resto era o resto. O problema é que agora o escudeiro Eric Snow se foi e deixou vaga a função de armar as jogadas para os 76ers. Lá vai Iverson para a posição 1, abrindo espaço no elenco para o promissor Willie Green. Nada de chutar sem freio. A cada ataque, o tatuado encrenqueiro terá a incumbência de fazer o jogo fluir. Missão espinhosa para um fominha nato.

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))) NASH, FRANCIS e o estrelato solitário



Os últimos anos foram de sombra parcial para Steve Nash. Mesmo com um dos domínios de bola mais eletrizantes da liga, não foi fácil para o canadense brilhar tendo ao seu redor gente do quilate de Finley, Nowitzki, Jamison e Walker. No Arizona, tudo vai ser diferente. De volta ao Phoenix Suns, Nash continuará cercado de talento, mas será o astro da companhia. Talvez seja isso que falte para fincar de vez a bandeira na elite do basquete americano.

O mesmo acontece com Steve Francis. Em Houston, ele precisava dividir as jogadas com Yao Ming, o gigante chinês que ganha terreno a cada noite e impede que o esquema fique centrado num armador. Com a migração para Orlando, Francis encara o desafio de substituir Tracy McGrady e, finalmente, ganha a oportunidade de carregar um time nas costas para justificar o apelido Franchise.

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))) PAYTON, MARBURY e a ressurreição



Para quem andava meio morto, é um prato cheio. Após fracassar no Los Angeles Lakers, Gary Payton conta com Paul Pierce, Ricky Davis e um punhado de jovens para mostrar que ainda está vivo. As turbulências na ida para Boston aumentam ainda mais a responsabilidade do veterano em relação à torcida dos Celtics, que anda meio sem paciência com um time empenhado em negar as glórias do passado.

Stephon Marbury não está tão morto assim, mas tem muito a provar neste ano. Será o primeiro campeonato inteiro com o New York Knicks, time dos sonhos de infância. Com Allan Houston em forma e Jamal Crawford no banco, a equipe tem tudo para chegar novamente aos playoffs e brigar de verdade, em vez de ser varrida na primeira fase.

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))) WADE, SNOW e a arte de virar escada



A saída de T-Mac do Orlando Magic abriu na Flórida um futuro promissor para o jovem Dwyane Wade, que caminharia a passos largos para ser o rei do estado em muito breve. O obstáculo tamanho GG, no entanto, pousou bem no seu time, o Miami Heat, e Wade voltou ao posto de coadjuvante. Com Shaquille O’Neal em quadra, o habilidoso armador assume uma tarefa dupla: pontuar em alto nível e preparar terreno para o superpivô. Se a química der certo, a NBA pode ganhar uma dupla fenomenal.

Alguns degraus abaixo, Eric Snow também vai se transformar em escada. De certa forma, o discreto carregador de piano já exercia esse papel ao lado de Allen Iverson. O astro dos Sixers, no entanto, nunca foi de esperar bolinha pronta na mão. Vamos ver como será agora, em Cleveland, com o emergente LeBron James, que ainda precisa de ajuda para se tornar um verdadeiro All-Star.

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))) FORD, ARROYO e a liderança precoce



Comandar um grupo jovem é coisa pra veterano, certo? Não em Milwaukee, onde o ensaboado TJ Ford, de apenas 21 anos, promete agarrar os Bucks a unha. Em volta dele, o técnico Terry Porter acomodou atletas promissores como Michael Redd e Desmond Mason. Com um esquema bem azeitado, talvez dê para fazer bonito.

No Utah Jazz, caiu nas mãos do pequeno Carlos Arroyo, não muito mais experiente, o fardo de liderar o novo comboio formado por Boozer, Okur, Harpring e Kirilenko. Para encarar a responsabilidade, Arroyo terá de repetir o espírito de liderança mostrado na Olimpíada de Atenas, quando conquistou o mundo à frente da seleção de Porto Rico.

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fotos. nbae

26.10.04



feliz ano novo
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))) Shaq é o símbolo das mudanças na liga


Time novo, seis divisões, Shaq na Flórida e Yao tabelando com T-Mac. A uma semana do tapinha inicial, a NBA se aquece para apresentar ao torcedor um modelo 2004-2005 turbinado e esculpido num verão em que os cartolas trocaram as praias pelo ar-condicionado dos escritórios. O resultado é uma nova geografia que começa nas mudanças territoriais e se estende a trocas de uniforme capazes de redesenhar a correlação de forças na elite da liga.

Sendo assim, cá está o Rebote acordando de sua folga, que também não foi essa moleza toda. Neste período de recesso, muita coisa foi pensada, estudada e avaliada. Algumas surpresas podem aparecer por aqui durante o campeonato, mas agora vale concentrar o foco em apenas uma:

A viagem ao olho do furacão.

Durante uma semana, a partir de segunda-feira, esta página monta acampamento em Nova York. Os textos serão escritos de lá, para dar a noção exata do clima quente que se anuncia no início da temporada. O roteiro prevê escalas em cidades vizinhas e, se tudo correr como previsto, teremos a cobertura ampla de três partidas ao vivo.

Para começar enfiando o pé na porta, no dia 3, o Rebote vai invadir a Continental Airlines Arena, em East Rutherford. Numa noite de gala, o ginásio do New Jersey Nets será o palco da estréia de Shaquille O’Neal com a camisa 32 do Miami Heat. O prédio vai tremer e nós vamos estar lá dentro.

A parada seguinte será na Filadélfia, quando os 76ers de Allen Iverson abrem as portas do Wachovia Center para o Phoenix Suns de Steve Nash e Leandrinho.

A pequena turnê se encerra com chave de ouro em pleno Madison Square Garden, no dia 6, quando Stephon Marbury e o New York Knicks recebem o Boston Celtics de Gary Payton e Paul Pierce.

Mais que a oportunidade de acompanhar os jogos in loco, a viagem serve para revelar a expectativa diante de uma temporada imprevisível, cheia de caras novas e elencos refeitos.

Até o fim desta semana, nosso papo continua aqui, em solo brasileiro e ritmo diário. Tudo pronto para mais um ano de basquete.

Até amanhã.

Abraços a todos,

Rodrigo Alves

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foto . nbae