30.10.04
cartas na mesa (parte 1)
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))) Pistons e Pacers: o desafio de
chegar outra vez à final do Leste
Os preparativos da viagem consumiram cada segundo desta semana, mas a bola de cristal não agüentou ficar presa na gaveta. Começo de temporada sem previsões não tem a menor graça, então vamos a elas. Hoje, vocês ficam com o renovado Leste. Amanhã é a vez do acirrado Oeste. E assim seguimos, de palpite em palpite.
Divirtam-se, discordem, manifestem-se.
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))) CENTRAL
))) Sheed tentará o bicampeonato com o Detroit
1. Detroit Pistons
O que há de novo? Nada. E não pode haver notícia melhor para o atual campeão, que adiciona mais um ano de calos a um elenco já calejado. Antonio McDyess vai dar as caras, mas sinceramente não acredito que cause algum impacto. Vai disputar com Darko Milicic os minutos herdados com a saída de Mehmet Okur. Além disso, vale prestar atenção no argentino Carlos Delfino, que promete aprontar.
2. Indiana Pacers
Stephen Jackson é a chave. O armador chega a Indianapolis para preencher a única lacuna deixada pelo time na última temporada: a falta de uma opção ofensiva nos arremessos de fora. Todo mundo sabe que Reggie Miller já dobrou a esquina, então Jackson ganha importância absoluta no esquema de Rick Carlisle. O resto fica tranqüilamente na conta de Jermaine O’Neal e Ron Artest.
3. Cleveland Cavaliers
Sai Carlos Boozer, entra Drew Gooden. A perda de qualidade é gritante. Ainda assim, os Cavs não devem passar vergonha. LeBron James estará mais maduro e terá em Eric Snow um armador de verdade para criar jogadas. Vale destacar ainda o batalhador Jeff McInnis, o habilidoso calouro Luke Jackson e (por que não?) nosso Anderson Varejão.
4. Milwaukee Bucks
A questão aqui é bem clara: com TJ Ford em forma, os Bucks devem chegar longe, provavelmente à frente do Cleveland. Sem TJ Ford, os Bucks não vão a lugar nenhum, provavelmente atrás do Chicago. As atuações de Michael Redd e Desmond Mason só se sustentam com um armador veloz para criar oportunidades. Resta ao técnico Terry Porter torcer pela saúde do seu garoto.
5. Chicago Bulls
Lembram que, quando Jordan e Pippen saíram, a cartolada prometeu reconstruir a dinastia? A torcida continua esperando e, salvo milagres, terá mais um ano de decepção. Os jovens parecem ser bons, mas não dá para apostar num time entulhado de novatos, sem um atleta de peso sequer. Uma pena.
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))) ATLÂNTICO
))) Steph e Crawford vão dividir minutos em NY
1. New York Knicks
Um Stephon Marbury motivado, um Allan Houston saudável e um Jamal Crawford com a mão calibrada. Se conseguir essa química na armação, o técnico Lenny Wilkens tem tudo para atravessar a temporada feliz da vida. Bastaria uma colaboração razoável de alas como Tim Thomas e Jerome Williams para os Knicks assumirem o topo da divisão. Agora que o rival Miami Heat foi deslocado para outras paragens, a concorrência diminuiu e o caminho ficou mais fácil.
2. Philadelphia 76ers
Entusiasta de uma boa retranca, Jim O’Brien sabe que um ferrolho de respeito é capaz de fazer um time voar longe no Leste. Com isso em mente, o técnico dos Sixers chegou a fazer uma viagem intercontinental para seduzir Allen Iverson, o craque da companhia, antes da Olimpíada. Foi na Turquia que a dupla se encontrou e conversou para começar o ano em paz. Se o astro não implicar com o treinador (como fez com os dois últimos), é meio caminho andado. De resto, recai a expectativa sobre as performances de Samuel Dalembert, Willie Green, John Salmons e do calouro Andre Iguodala. São cinco incógnitas que podem fazer a diferença.
3. New Jersey Nets
A queda de nível no elenco foi brutal com as saídas de Kenyon Martin e Kerry Kittles. Quem ficou acabou desmotivado, mas os Nets ainda contam com o melhor armador da liga e com um ótimo finalizador. O sucesso vai depender da parceria entre Jason Kidd e Richard Jefferson, mas será difícil chegar muito longe com coadjuvantes tão limitados. Repousa certa curiosidade sobre a volta de Alonzo Mourning, mas o pivô não deve repetir o vigor do passado.
4. Boston Celtics
Gary Payton chegou, mas e daí? Alguém acredita que ele vai fazer a diferença? Posso até queimar a língua, mas o fardo vai continuar pesado nos ombros do pobre Paul Pierce. A esperança é que Doc Rivers rabisque alguma novidade na prancheta e faça render os promissores Jiri Welsch e Marcus Banks.
5. Toronto Raptors
Se tudo correr como previsto, Rafael Baby Araújo terá um ano de intenso purgatório. Por mais que Chris Bosh evolua e Rafer Alston dê novo gás à armação, este ainda é o time de Vince Carter. E o sujeito mais acrobático da NBA anda insatisfeito. Chegou a pedir publicamente para ser negociado, não conseguiu e terá de sofrer mais um ano no Canadá.
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))) SUDESTE
))) O'Neal quer fazer mágica à frente do Miami
1. Miami Heat
Nada de Detroit, Indiana, Philadelphia ou New York por perto. Além de ter feito a maior contratação das férias, o Miami ainda deu sorte na nova geografia do basquete americano. Pegou uma divisão que não chega a assustar, a não ser pela presença imprevisível do vizinho Orlando Magic. Shaquille O’Neal, Dwyane Wade e Eddie Jones caminham para formar um trio indigesto, mas nenhum dos três pode se contundir durante o ano. Se acontecer algum acidente, surge o risco de descer a ladeira.
2. Orlando Magic
Sem Tracy McGrady, a equipe vai apostar num esquema ofensivo mais solidário. Tudo começa no astro Steve Francis, mas não pára por aí. O técnico Johnny Davis não vai dispensar o gatilho de Cuttino Mobley, a juventude de Dwight Howard e a experiência de Grant Hill. Este último, por sinal, conta com a torcida sincera desta página para dar a volta por cima.
3. Washington Wizards
Gilbert Arenas e Antawn Jamison estão juntos outra vez, reeditando uma dupla de sucesso efêmero no Golden State Warriors. Melhor para o Washington, que adiciona talento no ataque e volta a rezar pela explosão do jovem Kwame Brown. Será que agora o pupilo de Jordan desencanta?
4. Atlanta Hawks
Só mesmo a entrada dos Bobcats no circuito para aliviar a barra dos cartolas da Geórgia. Mesmo com as inclusões de Antoine Walker e Al Harrington, os Hawks não inspiram confiança. Os dois terão de se desdobrar se quiserem levar a equipe a algum lugar.
5. Charlotte Bobcats
Experiência, experiência, experiência. É isso que a nova franquia vai perseguir durante o campeonato. O elenco pobre não permite sonhar com nada muito diferente da lanterna. Em todo caso, será interessante acompanhar a performance do novato Emeka Okafor e do “veterano” Gerald Wallace.
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A CONFERÊNCIA LESTE
1. Detroit (C)
2. Miami (S)
3. New York (A)
4. Indiana
5. Orlando
6. Philadelphia
7. New Jersey
8. Washington
MVP ))) Jermaine O’Neal (IND)
Calouro ))) Dwight Howard (ORL)
Evolução ))) Stephen Jackson (IND)
Defensor ))) Ron Artest (IND)
Reserva ))) Jamal Crawford (NYK)
Técnico ))) Larry Brown (DET)
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fotos . nbae
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