24.8.03
CHANCE DE OURO
Iverson sobra dentro dos shorts, mas
pratica um basquete na medida exata
Cá entre nós, não há tanto o que falar sobre o Pré-Olímpico. Os americanos seguem passeando sem muito esforço e os brasileiros mostram um basquete mais sólido, apesar das panes esporádicas. Três jogadores, no entanto, parecem dispostos a mostrar algo além de um serviço burocrático: dois da seleção deles (Allen Iverson e Vince Carter) e um da nossa (Anderson Varejão).
Iverson quer provar a validade de sua convocação, contestada por causa da fama de bad boy. Quem acompanha a NBA sabe que o baixinho invocado do Philadelphia vinha pleiteando uma vaga no Dream Team há vários meses. Nas quadras de Porto Rico, ele não tem poupado esforços para justificar o chamado.
Livre do inferno astral das contusões, Carter ainda não reencontrou sua melhor fase no Toronto Raptors. Enfrentando seleções fracas, ele pode readquirir a forma e, de quebra, exibir seu amplo repertório de enterradas. Tem sido assim nessas primeiras partidas.
Anderson, por sua vez, agarra com unhas e dentes a oportunidade de mostrar aos gringos que pode figurar no próximo draft. Muita gente apostava que ele jogaria nos Estados Unidos já na temporada 2003-2004. Não deu. As fracas atuações nas finais do campeonato europeu deixaram os olheiros com um pé atrás. Agora surgiu uma nova chance de mostrar serviço. Varejão na pensou duas vezes: caprichou no penteado e no basquete.
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TROFÉU ABACAXI - Na contramão dos destaques, cada time tem seu eleito no quesito fracasso: Kidd lá, Nenê cá. O armador do New Jersey Nets aparece com um ou dois passes brilhantes por partida, daqueles que valem o ingresso, mas sua consistência ainda não deu as caras no torneio. O mesmo acontece com o nosso bom Hilário, que foi feliz na estréia e depois passou a desfilar atuações discretas. Até agora, o grandalhão não decolou.
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NOME CERTO - Hilário, aliás, é coisa do passado. O site oficial da NBA já registra o pivô brasileiro apenas como Nenê (com direito ao acento circunflexo). Em toda a liga, é o único atleta sem sobrenome. Não deixa de ser uma vitória pessoal.
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AUDIÊNCIA ZERO - Voltando ao Pré-Olímpico: se o grande objetivo era mostrar ao torcedor que o prestígio da seleção americana continua de pé, a missão não tem funcionado como previsto. Não pela qualidade das partidas, mas pela quantidade de espectadores. Nos EUA, o torneio só está sendo transmitido em pay-per-view. Culpa de Hector Figueroa, executivo da companhia porto-riquenha HF Sports. Foi ele que pagou US$ 2 milhões à FIBA pelos direitos de transmissão e recusou uma proposta da ESPN.
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AGORA VAI - Demorou, mas engrenou. A troca de Nick Van Exel por Antawn Jamison despertou o espírito negociador em Mark Cuban. O Dallas Mavericks já assinou com o armador Travis Best (preenchendo um buraco que se abriu na armação) e pretende se livrar de Chris Mills assim que possível. O ala veio como contrapeso na transação com o Golden State e vai continuar sendo moeda de troca. A idéia de Cuban é reforçar o garrafão.
:::::::: :::::::: Z O N A . M O R T A :::::::: ::::::::
O Sacramento Kings é o 12º time na carreira de Tony Massenburg. O ala, que tem justamente 12 anos de NBA, igualou o recorde de Chucky Brown, até então o maior nômade da história da liga.
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Os asilos da Flórida já começam a temer a concorrência. Tim Hardaway, de 36 anos, e Steve Smith, de 34, podem voltar a vestir a camisa do Miami Heat. Do jeito que a coisa vai, daqui a pouco o próprio Pat Riley vai entrar em quadra.
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US$ 90 milhões com a Nike, US$ 5 milhões com a Upper Deck, US$ 12 milhões com a Coca-Cola. LeBron James ainda nem estreou como profissional e já garantiu com folgas sua independência financeira.
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Foi constrangedor ver um reserva de Ilhas Virgens, de câmera em punho, filmando o jogo contra os Estados Unidos. Dá para entender a admiração, mas tietagem tem limite.
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(Foto – Andrew D. Bernestein/NBAE)
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