10.8.03
DINHEIRO NA MÃO É VENDAVAL
Kenyon Martin não abre mão de seus valiosos dólares
O amigo consegue imaginar a suave quantia de 66 milhões de dólares pingando em sua conta bancária ao longo dos próximos seis anos? Com a ajuda da calculadora, fica um pouco mais fácil. Para se ter uma idéia, é dinheiro suficiente para comprar, a cada ano, 22 coberturas na Av. Vieira Souto, um dos pontos mais caros do Rio de Janeiro, em frente à praia de Ipanema. Se apartamentos não o atraem, que tal gastar a fortuna com 140 carros populares por mês? Ou 4 mil computadores por semana? Ou quem sabe 15 mil Big Macs por dia?
Agora imagine se essa bolada trouxesse a reboque a oportunidade de jogar basquete ao lado de Jason Kidd e Alonzo Mourning, com chances reais de conquistar o título da NBA. Que tal?
Pois saiba que o doutor Kenyon Martin acha tudo isso muito pouco.
A um ano do fim de seu contrato com o New Jersey, o ala desistiu de renovar com o time porque não está disposto a fechar por menos de US$ 87 milhões. Como os Nets só admitem desembolsar US$ 66 milhões, Martin pediu para ser negociado. Quanta inteligência.
Que o rapaz é um astro em ascensão, ninguém duvida. Em sua terceira temporada, ele já acumula dois títulos do Leste, e seus músculos respondem por boa parte deste mérito. A força física e a habilidade embaixo da cesta o credenciam a bater na porta da elite da posição. O que não dá para entender é a decisão de pular do barco justamente agora que o elenco se fortaleceu, que o garrafão ganhou mais poder, que a síndrome do vice pode dar lugar à glória do anel de campeão.
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Por conta dessa ligeira ganância monetária, Martin pode acabar no Portland Trail Blazers, que vive imerso em pólvora devido às brigas constantes no grupo. A troca mandaria ainda Dikembe Mutombo para o time de Maurice Cheeks, enquanto o New Jersey receberia Rasheed Wallace e Ruben Patterson.
Bom negócio para o Portland, que enfim se livraria de Wallace; para Mutombo, que evitaria o marasmo da reserva de Mourning; para Patterson, que pode se tornar um dos melhores reservas da liga; até para os Nets, que não teriam do que reclamar com um quarteto do naipe de Kidd-Jefferson-Rasheed-Alonzo. Só quem sai no prejuízo é o próprio Martin, que poderá comprar algumas coberturas a mais na Vieira Souto, mas vai ficando cada vez mais distante do cobiçado título.
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Lamar Odom faz check-in hoje no aeroporto de Miami e pega um avião de volta a Los Angeles para ter uma conversa com Elgin Baylor, cartola dos Clippers. O objetivo é convencê-lo a não cobrir a proposta feita pelo Heat.
O habilidoso ala tem repetido nas últimas semanas que “é hora de ir para outro lugar”. O destino é mesmo o Miami de Pat Riley, que ainda não oficializou a proposta pelo jogador, mas está disposto a pagar US$ 60 milhões por seis anos. Como Odom não chega a ser um Kenyon Martin, a quantia está para lá de boa.
O Los Angeles tem se mostrado um invejável pilar de resistência neste verão americano. Já conseguiu segurar Elton Brand (assediado pelo próprio Heat) e Corey Maggette (que quase foi para Utah). Mesmo que Odom vá embora, o saldo ainda será positivo.
Em Miami, a contratação é encarada como a última esperança para evitar uma campanha vergonhosa. Sem Alonzo Mourning e com um banco que beira o ridículo, Riley precisa de reforços com urgência. A chegada dos razoáveis John Wallace e Loren Woods não anima nem o torcedor mais otimista.
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Em sessão que durou apenas sete minutos e decepcionou centenas de repórteres e fotógrafos, Kobe Bryant bateu ponto no tribunal de Eagle (Colorado) na última quarta-feira e teve seu depoimento preliminar marcado para o dia 9 de outubro. Algumas horas antes de o jogador chegar à corte, a imprensa americana divulgou a informação (com fontes não reveladas) de que Kobe teria bloqueado a porta quando a vítima do suposto estupro tentou sair do quarto de hotel onde ambos estavam em 30 de junho.
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Quando Bryant der seu depoimento no início de outubro, a pré-temporada da NBA estará em seu quinto dia, e os Lakers já terão feito duas partidas (ambas contra o Golden State). Alguns amistosos já despertam grande expectativa. LeBron James estréia numa terça-feira (dia 7), quando seu Cleveland enfrenta o Detroit de Darko Milicic. No mesmo dia, Leandrinho e o Phoenix recebem o New Jersey de Kidd e Mourning. Na quarta, o campeão San Antonio pega o Memphis e, na quinta, tem Leandrinho contra Nenê em Denver.
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O Utah Jazz ainda briga por Jason Terry e Stephen Jackson. É pouco, muito pouco, para quem tinha Malone e Stockton.
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Terry Porter assume o posto de técnico do Milwaukee com uma missão espinhosa pela frente: fazer o time vencer sem Glenn Robinson, Ray Allen, Sam Cassell, Gary Payton...
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No ginásio universitário da zona oeste de Manhattan, a seleção americana começa hoje os treinamentos para o Pré-Olímpico de Porto Rico, marcado para o fim do mês. Só lembrando o plantel: Tim Duncan, Karl Malone, Jermaine O’Neal, Elton Brand, Richard Jefferson, Nick Collison, Vince Carter, Tracy McGrady, Allen Iverson, Ray Allen, Mike Bibby e Jason Kidd. A estréia desta turma, adivinhem, é contra o Brasil, no dia 20.
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O site NBA.com está promovendo uma eleição para escolher a melhor foto da última temporada. Cá entre nós, as concorrentes não chegam a empolgar. Por isso remexi os arquivos com imagens que guardei ao longo do campeonato e resolvi fazer meu Top-10 paralelo. Aí vai:
10. A enterrada do ano, por Amare Stoudemire.
9. Othella Harrington perde a cabeça.
8. Dirk Nowitzki se engancha em Tim Duncan.
7. Não há bola perdida para Kevin Garnett.
6. Allen Iverson celebra uma vitória no playoff.
5. A concentração inabalável de Troy Hudson.
4. O passe mágico de Kobe Bryant.
3. Desmond Mason voa alto.
2. T-Mac brinca de levitação.
1. Jason Richardson anda no ar.
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(Foto de abertura - Noren Trotman/NBAE)
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