31.10.02



A SURPRESA VERMELHA E O VEXAME CHINÊS




Os Bulls de Williams venceram

Muita água rolou no segundo dia da temporada. A zebra da noite de quarta-feira foi a vitória do Chicago Bulls em Boston, por 99-96. Com 21 pontos, Jalen Rose comandou a equipe e agradeceu a ajuda preciosa de Trenton Hassell, que anotou 14 e foi decisivo no último período. O calouro Jay Williams, com 13 pontos, não comprometeu. Paul Pierce fez 28 para os Celtics, mas Antoine Walker e Vin Baker renderam abaixo do esperado.

Decepcionante mesmo, quase patética, foi a estréia do chinês Yao Ming, do Houston Rockets, em Indianapolis. Primeira escolha no draft universitário, o pivô jogou 12 minutos e só foi notado porque fez três faltas. Não fez nenhum ponto e ainda desperdiçou duas bolas. Diante disso, os 39 pontos do armador Steve Francis foram inúteis e o Indiana Pacers venceu por 91-82. Jermaine O'Neal marcou 24 para o time da casa.

Ao contrário de Ming, dois calouros começaram de forma promissora. O brasileiro Nene Hilario terminou com 10 pontos e 11 rebotes na batalha contra Kevin Garnett e o Minnesota Timberwolves. Apesar de ter oferecido resistência, o Denver Nuggets, jogando fora de casa, acabou perdendo por 83-77. Em Memphis, os Grizzlies também sentiram o gosto da derrota (119-108 para o Dallas), mas a torcida se encheu de esperança com os 29 pontos do novato Gordan Giricek.

No embate mais aguardado, o Atlanta Hawks comemorou os 34 pontos do novo contratado Glenn Robinson, mas o New Jersey Nets apostou no basquete solidário para vencer por 105-94. Em meio a um invejável equilíbrio coletivo, Jason Kidd foi o destaque com 16 pontos e 12 assistências.

No mais, duas lições podem ser extraídas da rodada:

1) Se quiser chegar aos playoffs, o Washington Wizards não pode insistir por muito tempo na estratégia de manter Michael Jordan como reserva de luxo. Contra o Toronto Raptors, ele marcou 8 pontos e não pôde evitar a derrota pelo constrangedor placar de 74-68.

2) Sem Shaquille O'Neal, o Los Angeles Lakers vira uma cópia sem graça do time que vinha encantando os torcedores. Com o pivô machucado, a equipe tombou duas vezes em dois dias (87-82 para o San Antonio, em casa na estréia, e 102-90, ontem, em Portland). Kobe Bryant é craque, mas não faz mágica.

30.10.02



PREFÁCIO PARA UMA NOITE DAQUELAS




Kidd e Robinson: melhor confronto de hoje

O Sacramento Kings de Chris Webber e Vlade Divac não joga hoje. De folga, o grupo tem bons motivos para recostar no sofá e ligar a TV. Todos os outros times da liga estarão em quadra esta noite, e alguns confrontos prometem fisgar a atenção até do espectador mais distraído.

No mais esperado deles, o New Jersey Nets, atual campeão do Leste, recebe o Atlanta Hawks, reponsável pela contratação de maior impacto na pré-temporada. O ala Glenn Robinson, ex-Milwaukee Bucks, estréia calibrando o entrosamento com Shareef Abdur-Rahim. A largada para um ano promissor, no entanto, pode ser frustrante. Na outra metade da quadra estará um senhor time de basquete, ainda mais perigoso em sua versão 2003. Jason Kidd, Kerry Kittles, Kenyon Martin, Richard Jefferson e Dikembe Mutombo formam uma esquadra capaz de assustar até o inabalável Los Angeles de Shaquille O'Neal.

Michael Jordan e os Wizards estarão no Canadá para enfrentar o Toronto Raptors de Vince Carter. Boa oportunidade de saber se o Washington soube usar os amistosos para lubrificar suas engrenagens. De qualquer forma, Jordan, Carter, Jerry Stackhouse e Larry Hughes em quadra são garantia de bom espetáculo.

A terça-feira gorda marca ainda a estréia oficial do brasileiro Nene Hilario, que vai a Minnesota encarar os Timberwolves e deve desfrutar de alguns minutos de trombadas com Kevin Garnett. O chinês Yao Ming, outra atração da noite, defende o Houston Rockets em Indianapolis, contra os Pacers. E o New Orleans Hornets tenta, diante do Utah Jazz, quitar uma dívida com sua nova torcida, que ganhou de presente um time de basquete e ainda não pôde se divertir com ele. Na pré-temporada, a equipe perdeu os três jogos disputados em casa. Dizem que é praga dos órfãos de Charlotte.


O DONO DO TERREIRO




McGrady (centro) é rei no time de Miller e Hill


O Orlando Magic estreou ontem, em casa, batendo o Philadelphia 76ers por 95-88. Duas coisas ficaram provadas nesta partida.

A primeira é que, mesmo saudável, Grant Hill perdeu o bonde e está fadado a ser coadjuvante. E nem foi culpa dele. O problema é que seu companheiro Tracy McGrady está alguns degraus acima. Ontem, confirmou a fama de melhor ala da NBA, com 31 pontos. O roteiro já está escrito, é assim que vai ser na maioria das vezes: Hill fornecendo um suporte valioso (ontem fez 18 pontos) e McGrady comandando o espetáculo.

O segundo fato notável é o buraco que se abriu na defesa dos Sixers com a ausência de Dikembe Mutombo. Trocado na pré-temporada por Keith Van Horn (que até jogou bem, marcando19 pontos), o pivô vai fazer falta. A mudança ficou clara logo na partida de estréia: o Orlando passeou como quis e raramente foi incomodado no garrafão adversário.

29.10.02



BOLA PRO ALTO




Kidd, Kobe, McGrady, Duncan e Shaq: na temporada
2002-2003, que começa hoje à noite, o show é deles




Os fãs de basquete não têm do que reclamar. Nesta pré-temporada, o que não faltou foi notícia. Tome fôlego:

Os Hornets foram para New Orleans; Andre Miller foi para o LA Clippers; Glenn Robinson foi para o Atlanta; Jerry Stackhouse foi para o Washington; Dikembe Mutombo foi para o New Jersey; Antonio McDyess foi para o New York e já se machucou; Michael Jordan decidiu jogar mais um ano; Shaquille O'Neal, contundido, ainda nem pisou em quadra; Alonzo Mourning teve novos problemas na medula; Grant Hill voltou plenamente saudável; os americanos acolheram o chinês Yao Ming, o argentino Emanuel Ginobili e o brasileiro Nene Hilario; Jefferson Sobral nem esquentou o lugar e foi dispensado pelos Lakers; Allen Iverson baixou na delegacia de novo; Latrell Sprewell quebrou a mão ao socar uma parede durante uma briga; Patrick Ewing e Hakeem Olajuwon se aposentaram; Magic Johnson e os Globetrotters entraram para o Hall da Fama.

A partir de hoje, tudo isso fica para trás. Seis times entram em quadra para dar início à temporada 2002-2003.

E quem encerra a noite é o atual tricampeão da liga, o Los Angeles Lakers, recebendo o San Antonio Spurs para um arranca-rabo de gigantes. Ainda sem Shaq mas com Kobe Bryant em plena forma, a equipe do colecionador de troféus Phil Jackson conseguiu manter a base na corrida pelo quarto título consecutivo. Sempre confiando nas torres David Robinson e Tim Duncan, os Spurs têm ainda no argentino Ginobili um sopro de esperança para carimbar a faixa do adversário.

O melhor time da última temporada regular também vai estar em ação hoje. O Sacramento Kings faz as honras da Califórnia para o Cleveland Cavaliers. Chris Webber e Peja Stojakovic estão garantidos no time da casa, mas o excelente armador Mike Bibby só deve estrear em dezembro. Os Cavs não têm mais o habilidoso Andre Miller; para seu lugar veio Darius Miles, carregando um enorme fardo de responsabilidade.

O grande jogo desta terça-feira, no entanto, deve ser logo o primeiro. Às 20h30, na Flórida, Philadelphia 76ers e Orlando Magic abrem os trabalhos com um duelo sem desfalques. Todas as estrelas estão tinindo. Os visitantes vão testar Keith Van Horn, o novo parceiro do endiabrado Allen Iverson. Do outro lado, de uniformes brancos, vai estar a dupla que detém o maior poder de fogo da conferência Leste: Tracy McGrady e Grant Hill.

São três embates para começar o campeonato a mil por hora. E olha que ainda faltam Jordan, Garnett, Nowitzki, Carter, Kidd, Payton, Ming, Nene...

28.10.02



CADEADO NO GARRAFÃO




Não é fácil encarar Robinson e Wallace

Anote aí a escalação do Detroit Pistons: Zeljko Rebraca, Michael Curry, Ben Wallace, Richard Hamilton e Chauncey Billups. Diante desse punhado de nomes sem brilho, qualquer profeta amador colocaria a equipe bem longe dos playoffs.

Pois saibam que esse timinho razoável foi o único que atravessou invicto os oito jogos da pré-temporada. Meteu no bolso, entre outros, o Dallas de Dirk Nowitzki, o Toronto de Vince Carter e o Washington de Michael Jordan.

O segredo é o mesmo de qualquer grupo limitado que obtém sucesso: defesa. Na oito partidas, só os Mavericks marcaram mais de 80 pontos. O resto não conseguiu abrir o ferrolho montado pelos Pistons no garrafão. Com os grandalhões Rebraca, Curry e Wallace, é impossível esperar basquetebol-arte. A solução é apostar na força e torcer por lampejos de criatividade vindos de Hamilton e Billups. O banco também ajuda, com os veteranos Cliff Robinson e Corliss Williamson.

A estréia para valer está marcada para quarta-feira, em Detroit, contra o combalido New York Knicks. Na sexta, é a vez do também fraco Memphis Grizzlies. São duas chances de pegar moral antes da turnê de cinco jogos fora de casa que vem a seguir. A viagem começa em Los Angeles, contra os Clippers, e continua em Phoenix. Só no dia 6 de novembro vem o primeiro desafio de fato, contra o Utah Jazz de Malone e Stockton.

Até lá já saberemos se as oito vitórias da pré-temporada foram um grande golpe de sorte ou o cartão de visitas de um concorrente enjoado na conferência Leste.

25.10.02



DEVAGAR NA ESTRÉIA




Yao Ming atuou mal contra Robinson

Eis que, finalmente, o chinês estreou. Depois de algumas semanas repletas de entraves burocráticos, visto no passaporte, documentos trocados entre confederações, aconteceu anteontem o fato mais esperado desta pré-temporada: o gigante Yao Ming entrou em quadra pelo Houston Rockets.

Primeira escolha no draft e aposta pesada da NBA para ganhar prestígio no Oriente, o pivô enfrentou David Robinson e os Spurs em San Antonio. Entrou quando faltavam 10 minutos para o fim do segundo período. E não jogou nada.

Ming terminou com seis pontos, sendo quatro deles em lances-livres. Acertou apenas um de cinco arremessos tentados. Mesmo com toda aquela altura, só pegou quatro rebotes. Pouco para uma estréia tão aguardada. No fim das contas, Tim Duncan mostrou como se faz: anotou 27 pontos e o San Antonio venceu por 80-79.

Ontem, Ming fez sua segunda partida (a última dos Rockets na pré-temporada), desta vez em casa, contra o Philadelphia 76ers. Com 13 pontos e cinco rebotes, teve atuação melhor, mas não impediu nova derrota, por 93-89. Vamos ver a partir de quarta-feira que vem, contra o Indiana Pacers, quando a briga passa a ser de verdade.

23.10.02



TUDO ERRADO DO OUTRO LADO DA PONTE




Childs e bola: gêmeos

Chris Childs começou sua carreira em New Jersey, mas foi defendendo o New York Knicks, durante quatro anos, que ele apareceu para o público. Na maior parte do tempo, foi reserva de Charlie Ward, o que, diga-se de passagem, não é motivo de orgulho para ninguém. Ainda assim, jogava seu basquetinho, de bem com a vida.

Pois o inferno astral acaba de bater à porta.

Childs voltou aos Nets este ano para ser reserva de Jason Kidd (uma nítida evolução), mas em um só dia viu o mundo ruir. Na madrugada de terça para quarta-feira, ele foi se divertir na casa noturna do músico de hip-hop Sean "P. Diddy" Combs, em Manhattan (para quem não sabe, N. York e N. Jersey são mais ou menos como Rio e Niterói, separadas por uma ponte). Na saída, um sujeito armado com uma pistola roubou todas as suas jóias. Prejuízo de US$ 30 mil.

Na manhã de quarta, após ter dormido o que lhe restou da noite, o jogador recebeu a cereja do bolo estragado: foi suspenso pela diretoria dos Nets, por "incapacidade de entrar em forma". A punição vale por tempo indeterminado. Provavelmente até Childs resolver perder peso em vez de ficar se esbaldando em boate de rapper.

22.10.02



RETORNO HUMILDE




Jordan visitou Nene ontem

Nene Hilario certamente vibrou antes do jogo desta segunda-feira. No meio da tarde, o brasileiro ficou sabendo que Michael Jordan decidira antecipar sua volta e estaria em quadra à noite, justamente no confronto entre Washington Wizards e Denver Nuggets.

Assim como Nene, Jordan começou a partida no banco de reservas. Bola quicando, os dois entraram, jogaram e marcaram oito pontos cada. De semelhanças, já basta.

Os companheiros de Jordan foram bem mais eficientes que os de Nene. Larry Hughes anotou 21 pontos, enquanto Jerry Stackhouse, Christian Laettner e o calouro Jared Jeffries ficaram cada um com 12. Mesmo fora de casa, os Wizards chegaram à quinta vitória na pré-temporada (96-73). No Denver, que continua patinando em derrotas, só Juwan Howard mostrou serviço, com 17 pontos.

O fato é que, depois de uma estréia empolgante contra o Dallas Mavericks de Dirk Nowitzki, Nene passou a ter atuações muito discretas. Nem a ausência de Marcus Camby lhe rendeu uma vaga no time titular.

Jordan, por sua vez, recomeçou manso, humilde, na reserva. Aos poucos vai se enquadrar na equipe, que este ano já consegue enxergar com nitidez um horizonte bem conhecido por seu melhor jogador: os playoffs.

17.10.02



ALERTA LIGADO EM UTAH




Malone e Stockton: o que fazer sem eles?


O veterano ala Karl Malone admitiu pela primeira vez que esta pode ser sua última temporada na NBA. O anúncio está na edição de hoje (quinta-feira) do jornal americano USA Today. A reação óbvia é a tristeza do público, que durante 18 anos testemunhou um caso típico de amor escancarado à camisa. O pior é que Malone deve levar com ele para a aposentadoria o armador John Stockton, parceiro em uma das duplas mais afinadas da história do basquete. Seria o prefácio de um drama anunciado.

Sem Stockton e Malone, o Jazz tende a seguir o destino do Chicago Bulls, com quem disputou recentemente duas finais espetaculares. Quando perderam, de uma só vez, Michael Jordan, Scottie Pippen e Dennis Rodman, os Bulls despencaram para o rodapé da tabela e viraram time pequeno. Estão lá até hoje. É quase inevitável que a tragédia se repita em Utah, se não houver movimentação rápida dos dirigentes.

Não cola o argumento de que a ausência da dupla vai abrir um vácuo na folha de pagamento do clube, o que possibilitaria a contratação de pelo menos um substituto de peso. Em Chicago também se falou nisso, mas o que se viu foi um amontoado de reforços medianos num time sem um craque sequer.

Ainda que as aposentadorias não estejam confirmadas, é bom que os cartolas começem desde já a pensar em opções para quando o dia chegar. Os fãs de basquete não merecem ver dois finalistas recentes amargando o fracasso ao lado dos pequenos.

16.10.02



OS RAPAZES DA CAPITAL




Sabe quem é aquele ali com o colete nº 23?

Numa poltrona confortável dentro do gabinete, Michael Jordan já pode esboçar um sorriso. Em apenas três jogos, o Washington Wizards mostrou que, até agora, é o melhor time da pré-temporada. E olha que o presidente ainda nem vestiu o uniforme. Pegando leve nos treinamentos, Jordan só vai estrear no dia 30, em Toronto, quando o negócio passa a ser para valer. Enquanto isso não acontece, os coadjuvantes estão tratando de mostrar que podem formar a cozinha perfeita para levar o mestre de volta aos playoffs.

Na primeira partida, uma vitória de 99-84 sobre o Philadelphia 76ers, o pivô Kwame Brown marcou 20 pontos e ofuscou a atuação de Allen Iverson, que voltava de contusão. O calouro Juan Dixon anotou 14 pontos, seguido pelos novos contratados Larry Hughes (13) e Jerry Stackhouse (12).

Quatro dias depois, os 76ers tentaram a revanche em casa. Mas Brown esteve ainda melhor, com 22 pontos, e o Washington venceu por 102-97 na prorrogação. Dixon e Hughes também melhoraram, com 17 pontos cada.

O terceiro jogo foi ainda mais animador. Terça-feira, contra o Denver Nuggets de Nene Hilario, Stackhouse brilhou com 29 pontos na vitória por 87-82. Dois reservas mostraram serviço: Tyronn Lue e Etan Thomas terminaram com 11 pontos cada.

Antes da volta de Jordan, os Wizards ainda terão pela frente New Orleans (duas vezes), Denver, Detroit e Boston. São mais cinco boas oportunidades para azeitar o conjunto antes da estréia do homem que pode fazer a diferença.

12.10.02





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11.10.02



LARGADA PROMISSORA




Nene Hilario não tremeu diante de Nowitzki

As previsões para a estréia de Nene Hilario no Denver Nuggets, ontem à noite, não eram nada animadoras. O jogo era fora de casa, contra o fortíssimo Dallas Mavericks. Para piorar, apesar da ausência do pivô titular Marcus Camby, o técnico Jeff Bzdelik manteve o brasileiro no banco e decidiu escalar o fraco Ryan Bowen. Ou seja, a noite tinha tudo para dar errado. Mas deu certo.

Com o número 31 na camisa, Nene entrou no decorrer da partida e não se intimidou. Sem amarelar diante do alemão Dirk Nowitzki, teve uma atuação excelente. Liderou o time com 14 pontos e ainda foi o melhor nos rebotes (nove) e nas roubadas de bola (três). Como nem tudo é perfeito, acabou eliminado com seis faltas e não conseguiu evitar a derrota do Denver por 91-83.

O resultado, entretanto, é o de menos. O que interessa é que o brasileiro se encheu de confiança e mostrou força logo no primeiro desafio. O próximo será ainda mais indigesto: no sábado, a equipe vai a Los Angeles enfrentar os tricampeões Lakers. Como Camby vai fazer uma cirurgia no quadril, a boa atuação na estréia deve render a Nene uma vaga de titular e, por conseqüência, um bom tempo de confronto direto com Shaquille O'Neal. De quebra, ele vai enfrentar o conterrâneo Jefferson Sobral, que vem tendo atuações discretas nos amistosos.

A rodada de quinta-feira teve outros atrativos. O Chicago Bulls estreou fazendo o que mais sabe: perdeu para o Boston por 115-104, com o afamado calouro Jay Williams rendendo abaixo do esperado (11 pontos). Paul Pierce foi o cestinha dos Celtics com 28.

Allen Iverson voltou inspirado da contusão e anotou 25 pontos, mas o Philadelphia 76ers não resistiu aos Wizards de Kwame Brown, que marcou 20 na vitória por 99-84. Michael Jordan está fora da pré-temporada, mas o Washington teve as estréias de Jerry Stackhouse (12 pontos) e Larry Hughes (13).

O calouro Danny Johnson contribuiu com 16 pontos para a vitória do New York Knicks (97-93) sobre o San Antonio, que ainda não contou com o argentino Emanuel Ginobili, contundido.

9.10.02



A NOITE DO CALOURO EM MEMPHIS




Gooden brilhou; Shareef fez o de sempre

Com um punhado de resultados previsíveis e uma ou duas surpresas, começaram na segunda-feira os amistosos da pré-temporada. No primeiro dia, um jogo solitário: o Utah Jazz foi a Seattle e venceu por 89-82. A notícia da noite foi a contusão de Rashard Lewis, que acabou de renovar com os Sonics. O jovem promissor deslocou o ombro no segundo quarto e não sabe quando volta.

Na terça-feira, o caldeirão ferveu.
Vinte times em quadra e dois fatos que merecem comentário.

1) Em Memphis, o time da casa perdeu o jogo e ganhou uma esperança. Na derrota de 106-98 para o Houston Rockets (ainda sem o chinês Yao Ming), o calouro Drew Gooden comeu a bola, marcando 26 pontos para os Grizzlies em seu primeiro jogo como profissional. Pelo fator surpresa, foi o grande destaque da noite. O azar do garoto é que, do outro lado da quadra, Steve Francis esteve endiabrado e fez 30 pontos.

2) Os Hawks, candidatos a sensação da temporada, começaram ferozes. Receberam o Orlando Magic de Hill, McGrady, Kemp e cia. Não tomaram conhecimento e saíram com uma vitória maiúscula por 102-75. Shareef Abdur-Rahim e Jason Terry comandaram a festa, combinando 35 pontos. Glenn Robinson (o principal motivo do favoritismo em Atlanta) anotou apenas quatro, acertando dois dos 11 arremessos tentados. Imagina quando o sujeito embalar.

De resto, um punhado de estréias pálidas. Vin Baker, acima do peso, vestiu a camisa do Boston Celtics pela primeira vez na vitória sobre o New York (100-91), fora de casa. Marcou apenas 11 pontos. Antonio McDyess, dos Knicks, foi um pouco melhor, com 17. Toni Kukoc, com cinco míseros pontinhos, não conseguiu evitar a derrota do Milwaukee Bucks em Minnesota (88-82).

Apesar de não empolgar com seus 10 pontos, Richard Hamilton, agora com o Detroit Pistons, viu seu time vencer os Raptors em Toronto (80-70). O badalado calouro Mike Dunleavy Jr começou sua carreira com apenas cinco pontos, mas seu Golden State Warriors foi a Seattle e venceu (84-75). Os Sonics, que já registram duas derrotas, desta vez não contaram com Gary Payton.

1.10.02



UM TIME A SER BATIDO NO LESTE




Kittles, Martin, Kidd, Mutombo e Jefferson...

No ano passado, ninguém esperava muito do New Jersey Nets. Mesmo no fim da temporada regular, quando o time reinava no topo da conferência Leste, a desconfiança era a tônica das previsões para os playoffs. Foi assim, comendo pelas beiradas, que Jason Kidd e seus comparsas chegaram à final da NBA. Levaram uma surra do Lakers, é verdade, mas isso é outra história.

O fato é que os dirigentes passaram as férias quebrando a cabeça em busca da fórmula para repetir o sucesso este ano. Ao menos na teoria, conseguiram. A versão 2003 dos Nets é uma evolução cristalina da anterior.

O pulo do gato foi a contratação de Dikembe Mutombo, que chega para resolver a única deficiência grave da equipe: o sistema defensivo. Ninguém mais indicado para fechar os buracos de uma defesa pela qual Shaquille O'Neal e Kobe Bryant passearam sem cerimônia durante quatro jogos.

O preço de Mutombo não foi tão salgado. Foram embora o razoável pivô Todd MacCulloch e o excelente ala Keith Van Horn. Este último pode ser uma perda sentida, dependendo das atuações de Richard Jefferson, que ganha a posição (e uma boa dose de responsabilidade) em seu segundo ano como profissional.

Tirando esta dúvida, tudo é festa em New Jersey. Jefferson terá ao seu lado Kenyon Martin, um ala cada vez melhor e mais explosivo. Kerry Kittles tem uma mira privilegiada e vai dividir a armação com o genial Jason Kidd, simplesmente o melhor do mundo em sua posição. Isso sem falar nos novos reservas Rodney Rogers e Chris Childs, garantia de qualidade no banco.

A não ser que uma catástrofe venha em forma de contusões, os Nets têm tudo para cruzar os playoffs novamente até a final. Com uma diferença: se Shaq estiver do outro lado, terá em Mutombo um rival de peso, que pode fazer a diferença.