20.12.04
oportunismo acrobático
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))) Que tal uma ponte aérea entre Kidd e Carter?
Em mais um capítulo da série “Já Vai Tarde”, o Toronto Raptors finalmente conseguiu se livrar de Vince Carter. Foi provavelmente a novela mais arrastada desde que Latrell Sprewell deixou o New York Knicks. De fato, isso tinha que acontecer mais cedo ou mais tarde. Diante do inevitável, o presidente do New Jersey Nets, Rod Thorn, aproveitou para fazer seu primeiro movimento inteligente após uma série de burradas.
De uma só cajadada, também despachou seu peso morto (Alonzo Mourning), deu uma satisfação à torcida órfã de Kenyon Martin e, o mais importante, fez um afago no insatisfeito Jason Kidd.
Do jeito que andava se comportado no Canadá, Carter virou uma espécie de tumor para os Raptors. Jogando de má vontade, viu seu rendimento cair, tumultuou o clima no elenco e reclamou dos companheiros. Abraçou firme a franquia e começou a afundar com ela. A diretoria precisava se desligar do craque e sabia que, para isso, havia o risco de obter migalhas em troca.
Sim, migalhas. Não dá para classificar de outro jeito o pacote que chegou a Toronto, com Mourning, Aaron e Eric Williams e duas escolhas no draft. Todos eles podem ser úteis, mas nenhum tem envergadura para lamber a sola de Vince Carter.
Alonzo, por sinal, sequer deve vestir o uniforme da equipe canadense. Enrolado com os exames médicos, ele vai ser dispensado e terá o caminho aberto para voltar o Miami Heat, onde assumiria a modesta missão de esquentar o banco para Shaquille O’Neal.
O fato é que Jason Kidd respira aliviado. Desde a saída de Martin e Kerry Kittles, o armador implorou para ser trocado. Como não conseguiu, tratou de se recuperar da lesão e voltou às quadras. Agora ganha um companheiro de alto nível para dividir as responsabilidades. Se houver um mínimo de química, os Nets terão um dos melhores contra-ataques da história da NBA. Imaginem Kidd, Carter e Jefferson correndo em quadra aberta. Imperdível.
Deste canto, realmente acredito que Vince pode voltar a ser o herói acrobático que conquistou o Canadá. Dificilmente alguém que joga ao lado de Kidd piora sua performance. O armador sabe como ninguém a hora certa de passar a bola.
A mudança será boa por vários aspectos e só não credencia o New Jersey a brigar por títulos porque abriu um deserto embaixo da cesta. Em todo o elenco, sobraram Jason Collins, Nenad Krstic, Brian Scalabrine… e só. Chega a ser assustador.
Se quiser chegar a algum lugar, o trio Kidd-Carter-Jefferson vai ter que jogar por cinco.
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Para quem não viu, vale lembrar: deu Suns no aguardado confronto de líderes na sexta-feira. Na casa do Seattle Sonics, o Phoenix fez bonito e parece ter engrenado na estrada esburacada que leva à elite do Oeste.
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foto . cnn/sports illustrated
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