28.12.04



um jogo para perder
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))) Stoudemire e os Suns visitam o
San Antonio de Duncan hoje à noite



Sentado no topo da NBA, o Phoenix Suns não perde há 11 partidas. A última derrota foi há 25 dias, em casa, contra o Minnesota Timberwolves, numa rara demonstração de empenho de Latrell Sprewell. Antes disso, vieram outros nove triunfos, o que deixa a equipe de Mike D'Antoni com o impressionante recorde de 19 noites felizes nas últimas 21 rodadas.

Como a derrota virou artigo raro no Arizona, os especialistas se apressaram em tirar a bola de cristal da gaveta. No site oficial da NBA, a enquete da semana pergunta ao leitor como será a campanha dos Suns ao fim da temporada. Por enquanto, o povo crê em algo entre 60 e 64 vitórias (39% dos votantes). Outros 28% vão além e acham que o time quebra a barreira das 65.

De uma forma ou de outra, criou-se um otimismo pleno em relação a Nash, Marion, Stoudemire, Richardson & Cia. Na viagem aos Estados Unidos, em novembro, pude ver o primeiro compromisso do time fora da casa, na Filadélfia. O rolo compressor que esmagou os Sixers me deixou impressionado. Foi bonito de assistir, mas naquela época eu imaginava que tinha sido apenas sorte de principiante.

Hoje não acho mais.

Com a ajuda valiosa de Nash, o Phoenix enfim adquiriu a consistência que perseguia há muito tempo. Aliou um basquete extremamente ofensivo a uma garra incomum para brigar dentro do garrafão. Se não houver nenhum percalço no caminho (contusões, por exemplo), esse grupo vai longe.

Vai longe, mas também vai tropeçar. Como não dá para fazer campanha invicta, a seqüência de 11 vitórias será interrompida qualquer dia desses.

Aliás, por que não hoje?

A visita a San Antonio, logo mais, é a chance perfeita para perder um jogo, tirar o peso das costas e seguir na caminhada. Tombar no Texas não é vergonha nenhuma (se o embate for disputado, fica até bonito no currículo).

Nós não veremos nada na TV, claro. Uma pena. A imprensa americana já está vendendo a partida como o confronto definitivo entre ciência e criatividade.

Não sei se é bem isso.

Até concordo com a parte da criatividade e sei que os Spurs executam seu esquema à beira da perfeição. Só temo que a comparação reforce a tese de que Tim Duncan e seus colegas jogam feio. Não é verdade. O time é veloz, domina os fundamentos e assina belos contra-ataques. Ou alguém aí acha que Manu Ginobili é um brucutu?

Em todo caso, feio ou bonito, o San Antonio será uma pedreira no caminho dos Suns. Se o Phoenix perder, pode até se sentir aliviado. Agora, se ganhar, quem é que vai segurar essa gente?

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Definitivamente, os tempos são outros para o Chicago Bulls. A Folha de S.Paulo conta hoje, numa nota do Painel FC, o deslize de Chester Brewer, que nos últimos oito anos encarnou o mascote da equipe e divertiu a torcida nos intervalos das partidas. Na tentativa de arrumar uma renda extra, ele foi preso vendendo maconha nos arredores do United Center.

Estava sem a fantasia de touro.


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Outra história saborosa da Folha está na coluna do Melchiades Filho, envolvendo Mike Dunleavy e Magic Johnson. Para quem não conseguir ver o jornal hoje, o texto estará no site amanhã.

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foto . nbae

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