7.12.04



pelas beiradas
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))) Simmons é um o fator de
desequilíbrio para os Clippers



O tempo fechou quando Elton Brand cerrou o punho e largou um soco no calouro Emeka Okafor. Era o último quarto da partida entre Los Angeles Clippers e Charlotte Bobcats, que seguia equilibrada, disputada lance a lance. Último quarto, aliás, uma vírgula: a brincadeira estava apenas começando e a batalha ainda se arrastaria por duas prorrogações.

Com Brand expulso, o L.A. penou para arrancar uma vitória suada, mas pelo menos saiu de quadra aliviado. Foi a quarta vez que o time da Califórnia avançou para períodos extras. Nas outras três, havia perdido para Golden State, Houston e Minnesota. Ontem, contra a franquia estreante da liga, embolsou o triunfo e manteve o honroso sétimo lugar na tabela da conferência Oeste.

Alguém aí falou em playoffs?

Bem, atrás dos Clippers ainda temos Lakers, Nuggets, Blazers, Jazz e Grizzlies, todos candidatos a uma vaga no mata-mata, na corrida que promete ser uma das mais disputadas dos últimos anos.

Enquanto os concorrentes deixam, o primo pobre de Los Angeles vai fazendo seu papel de forma exemplar. Tem vencido as partidas fáceis e perdido as difíceis. Para quem se acostumou a ser saco de pancadas na NBA, já está bom demais.

Não custa voltar alguns meses no tempo para lembrar que, na ânsia de abrigar Kobe Bryant em suas fileiras, a diretoria fez uma faxina no elenco. Perdeu gente boa e apostou no razoável Kerry Kittles como reforço. Pois Kittles, vejam só, machucou o joelho direito e sequer está jogando. O mesmo aconteceu com o calouro Shaun Livingston, que se contundiu durante um treino e também caiu na enfermaria.

Junte-se a isso o fato de que Elton Brand começou o ano pegando leve. Bem, talvez Okafor não concorde com isso depois do murro que levou ontem, mas o ala reduziu suas médias de pontos e rebotes.

Ora, como explicar, então, o sucesso dos Clippers neste início de campeonato? O segredo está num quarteto de atletas em franca ascendência.

O primeiro é Corey Maggette, que mantém o bom nível do ano passado e não foge da responsabilidade para decidir partidas. Ontem, contra os Bobcats, ele anotou 33 pontos e 11 rebotes. Tem sido assim sempre que a equipe precisa, e assim deve continuar se houver pretensões reais de classificação. Os outros três destaques formam o grupo de apoio para Maggette e Brand: o pivô Chris Wilcox, o armador Marko Jaric e o ala Bobby Simmons subiram degraus significativos na carreira e passaram a contribuir mais com a equipe.

Simmons, no entanto, parece ser o grande fator de desequilíbrio. Garantido no quinteto titular e ciente da confiança que desperta no técnico Mike Dunleavy, o ala passou a atuar 38 minutos por noite. Sua média de pontos cresceu de 7.8 no ano passado para 16.4 este ano. Evolução semelhante tem sido notada nos rebotes, nas assistências, nas roubadas e, principalmente, no aproveitamento de arremessos. O sujeito acertava 39% de seus chutes a agora subiu o número para 56%.

Se a maré de vitórias vai quebrar na praia em breve, não dá para prever. Em todo caso, convém ao Los Angeles aproveitar enquanto não acorda do sonho. Se conseguir estender a boa fase até metade da temporada, crescem as chances reais de se intrometer no clube fechado dos playoffs no Oeste.

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foto . nbae

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