20.9.02



O ADEUS DE UM PIVÔ MODELO-ANTIGO


Fim de festa: Ewing encerra sua carreira

Com 17 anos de basquete na bagagem, Patrick Ewing anunciou ontem que está se aposentando. Com ele, vai saindo de quadra, de fininho, toda uma escola de pivôs. Wilt Chamberlain, Kareem Abdul-Jabbar, Bill Russell e vários outros passavam longe da imagem de gorila que dita a moda nos garrafões hoje em dia. Assim como Ewing, muitos eram desajeitados, mas nem por isso menos geniais. Ganhavam respeito não pela força e sim pela técnica. Sabiam jogar.

Com a aposentadoria daquele que provavelmente foi o maior jogador dos Knicks em todos os tempos, sobraram poucos. Hakeem Olajuwon, Dikembe Mutombo e Vlade Divac, já velhinhos, ficam sendo os últimos exemplares dignos da espécie. O resto vale mais pela massa de músculos. Vide Shaquille O'Neal, que se tornou o maior nome da NBA sem ao menos saber como se faz um arremesso. Basta observá-lo na linha de lance-livre: o sujeito segura a bola com as pontas dos dedos. Ganhou fama e respeito porque soube, como poucos, usar o físico para se transformar numa máquina de fazer pontos. Os seguidores deste estilo, sem metade da eficiência de Shaq, só contribuem para propagar o basquetebol-força: Alonzo Mourning, Antonio Davis, Jermaine O'Neal, Erving Johnson e uma pá de outros brucutus.

Ewing e a escola de gigantes mondrongos deixarão saudade.

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