20.9.02
VISÃO MÁGICA FORA DAS QUADRAS
Johnson ontem e hoje: o brilhantismo segue intacto
Anualmente, a NBA escolhe um punhado de profissionais para integrar o Hall da Fama. Entre técnicos e jogadores, alguns são bons atletas, outros são realmente lendas das quadras. Este ano, foram selecionados, entre outros, o croata Drazen Petrovic (morto num acidente de carro em 1993) e o treinador do Philadelphia 76ers, Larry Brown. Foram ofuscados, coitados, porque todos os holofotes apontaram para um só homem: Earving "Magic" Johnson.
Está aí um sujeito que merece estar no Hall. Em 13 anos de carreira, ganhou cinco títulos e foi o responsável por algumas das jogadas mais espetaculares já executadas em uma quadra de basquete. No Los Angeles Lakers, ajudou a cunhar a expressão showtime, que hoje é apenas uma lembrança distante. Carregando o vírus HIV no sangue há quase duas décadas, Magic continua um cavalo, incansável, jogando partidas beneficentes mundo afora.
Mas isso todo mundo já sabe. O que muita gente pode não ter visto é a entrevista coletiva concedida por ele esta semana. Lucidez em estado puro. A visão de jogo continua intacta, revelando um entendimento cristalino do esporte. Para quem quiser gastar o inglês lendo a íntegra, é só clicar aqui. Eu, neste canto, vou destacar apenas um pequeno trecho, no qual Magic aborda, sem ufanismo, o fracasso da seleção americana no campeonato Mundial. Diz ele, com a autoridade de quem tem rodado o planeta nos últimos anos:
"As outras seleções se aproximaram um pouco de nós, mas não a ponto de nos bater nas Olimpíadas, se escalarmos os jogadores que devem ser escalados. Nossos dez principais atletas não estavam no Mundial. Tínhamos muitos marcadores de pontos, mas não tínhamos bons arremessadores."
Melhor análise, impossível. Os EUA amargaram um vexame dentro de casa porque escalaram um arremedo de time, repleto de musculosos que não sabem direito o que fazer com a bola. Por mais que o nível dos adversários tenha melhorado (e realmente melhorou), não há Iugoslávia ou Argentina que possa ao menos sonhar com uma vitória frente a uma equipe formada por Shaquille O'Neal, Tim Duncan, Kevin Garnett, Chris Webber, Karl Malone, Kobe Bryant, Ray Allen, Vince Carter, Michael Jordan, Allen Iverson, Jason Kidd, Gary Payton, John Stockton...
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