4.3.04
desfecho sintomático
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))) Mashburn vs Brunson: um duelo injusto
Faltavam apenas nove segundos para o fim da prorrogação quando Jamal Crawford acertou um belo arremesso de longa distância e se inflou de otimismo. Com 34 pontos, o esforçado armador preparava o espírito para encarar um segundo período extra. Seria um baita lucro. Afinal, o Chicago Bulls estava longe de casa, mais precisamente em New Orleans, e só o fato de arrastar os Hornets a tal ponto já valia como uma vitória.
Para facilitar ainda mais a vida de Crawford, o time da casa abriu mão do direito de pedir tempo. Saiu do fundo da quadra e trabalhou a bola na ala esquerda. Jamal Mashburn foi acionado na linha de três quando o tempo já escorria pelo relógio. Com 2.03m, o ala tinha pela frente o limitado Rick Brunson, de 1.92m. Não foi muito difícil equilibrar o corpo, fazer a finta para a direita e acertar o tiro, com a sirene ao fundo, de trilha sonora.
Cá estamos diante de dois pontos:
1) Mashburn é uma espécie de cereja num bolo bem formado. Algo como um Chris Webber de New Orleans. Perdeu grande parte da temporada se recuperando de uma contusão, voltou há pouco e começa a se encaixar num time que já vinha bem. Assim como o colega de Sacramento, é um craque. Decide jogos. Tem crachá permanente para circular no salão nobre da NBA.
2) Brunson é uma espécie de ovelha negra numa família de ovelhas cinzas. Pouca gente se salva naquele elenco, mas nem os Bulls merecem ter um sujeito desses em quadra, especialmente nos momentos decisivos de uma prorrogação. Para quem não se lembra, o rapaz teve passagem medíocre pelo United Center há dois anos. Transferiu-se para o Toronto Raptors, onde conseguiu se afundar ainda mais. Em dezembro, o Chicago foi buscá-lo de volta, abrindo mão de Roger Mason Jr, que pelo menos é jovem e ainda pode aprender alguma coisa.
Mesmo com direito a um período extra, o jogo de ontem teve um desfecho digno das trajetórias de duas equipes que seguem caminhos opostos. Com vaga praticamente garantida nos playoffs, os Hornets de Mashburn brigam pela quarta posição do Leste. Os Bulls de Brunson, coitados, se estapeiam com o Orlando para ver quem fica com a lanterna da NBA.
A uma hora dessas, Jamal Crawford deve estar se perguntando por que a diretoria não cumpre logo a promessa de mandá-lo para outra vizinhança.
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Hoje à noite, o encrenqueiro Rasheed Wallace volta a Portland, agora envergando a camisa 30 do Detroit Pistons. Com transmissão em rede nacional para os Estados Unidos, a partida tem sido promovida de forma intensa desde o início da semana. A promessa é de arquibancadas lotadas e quadra em ebulição, principalmente após o trauma de ontem, quando outro ex-Blazers voltou ao ginásio. Sob vaias sonoras a cada vez que tocava na bola, Bonzi Wells não se fez de rogado: marcou 28 pontos e comandou uma vitória contundente do Memphis Grizzlies.
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fotos . nbae
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