19.3.04



muralha azul
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))) Perguntem a Jefferson o que ele
achou de ter Wallace pela frente



Noite de quinta-feira na Continental Airlines Arena. Quando faltavam 13 segundos para a sirene final, o New Jersey Nets se apressou em fazer uma falta e mandar o adversário para a linha de lances-livres. Ainda deu tempo de subir ao ataque pela última vez e, no ato derradeiro da partida, cumprir uma missão curiosa: quebrar a barreira dos 70 pontos. O tapinha de Aaron Williams caiu e deu tudo certo, a não ser por um singelo motivo.

Àquela altura, jogo encerrado, o placar do Detroit Pistons era de 89.

A ansiedade para ultrapassar as sete dezenas mesmo diante de uma derrota vergonhosa em casa tem uma explicação um tanto esquisita. Nas últimas cinco partidas, o Detroit havia conseguido manter os rivais abaixo dos 70, recorde absoluto na história da NBA. Esperto, o New Jersey apelou para um recurso batido e evitou tal humilhação. Ótimo, mas de que adianta?

“Talvez quebrar nossa seqüência tenha sido mais importante para eles do que vencer o jogo. Tudo bem, deixe que eles se preocupem com isso. Nós simplesmente conseguimos o que queríamos”, provocou o atacado Rasheed Wallace, principal responsável pela boa fase dos Pistons.

Com a sexta vitória seguida, o Detoit garantiu matematicamente a classificação para os playoffs. Motivos para sorrir não faltam. Com uma endiabrada dupla de Wallaces (Sheed e Ben) embaixo do aro, criou-se uma muralha quase intransponível.

Antes de a bola subir, ainda no vestiário, o técnico Larry Brown escreveu a receita na lousa branca: “Façam deles um time de arremessos, não um time de bandejas”. Assim foi feito. Com o garrafão trancado, o New Jersey não funcionou. Durante os dois primeiros quartos, o Detroit não permitiu uma cesta sequer em contra-ataques.

Por mais que melhore sua campanha, o Detroit não vai conseguir passar o New Jersey na tabela. As equipes estão em divisões diferentes, e os Nets só poderiam ser batidos pelos Hornets, que continuam bem atrás. Ainda assim, terminar com mais vitórias vale a pena a partir da segunda fase do mata-mata, quando a campanha passa a decidir o mando de quadra, independentemente de divisões.

Por essas e outras, estão colhidos os frutos do cartola Joe Dumars, que não pensou duas vezes em buscar Rasheed num momento em que ele parecia ser um peso morto para a liga. Golpe de mestre, que certamente vai render dividendos no futuro próximo.

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foto . cnn/sports illustrated

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