12.3.04



entrevista: vlade divac & brad miller
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Na primeira metade da temporada, a ausência do astro Chris Webber forçou o técnico Rick Adelman a acomodar dois pivôs no garrafão do Sacramento Kings. O primeiro, Vlade Divac, carregava nas costas 15 anos de experiência. O segundo, Brad Miller, enfrentava o desafio de deixar o fraco Leste rumo ao poderoso Oeste. Entrosados embaixo do aro, os dois acertaram os ponteiros e ajudaram a levar os Kings ao topo da NBA. Com a volta de Webber, caíram os minutos em quadra, mas a produção continua em alto nível. Em entrevista ao escritório da NBA para a América Latina, Divac e Miller falam sobre a expectativa dos playoffs, a globalização do basquete e os projetos fora da quadra.

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))) BRAD MILLER

No ano passado, você jogava pelo Indiana Pacers. Agora, está fazendo um trabalho formidável em Sacramento, e por isso chegou ao All-Star Game. O que mudou nesta viagem do Leste para o Oeste?
É bem diferente dos tempos de Indiana. No Leste o contato é maior, os jogadores se empurram mais embaixo do aro. Na conferência Oeste, o jogo é um pouco mais aberto.

Depois de 62 partidas, os Kings estão no topo da NBA. Qual é a importância de ficar em primeiro e garantir o mando de quadra ao longo dos playoffs?
É importantíssimo, especialmente pela torcida que temos em Sacramento. A verdade é que nem posso imaginar como será a Arco Arena no mata-mata. Os fãs nos apóiam muito e tenho certeza de que vibrarão muito mais na próxima fase.

Kings e Pacers lideram suas conferências hoje. Como seria enfrentar sua ex-equipe na final?
Ainda falta muito para as finais. Primeiro temos de jogar os playoffs. Em todo caso, se isso acontecer, eu não tomaria como algo pessoal.

Em outras temporadas, o time sentiu falta de um pivô dominante. Com você e Divac, o problema parece solucionado. O que fez para se adaptar ao esquema e dar a solidez necessária na parte defensiva?
Nada especial. Só tento fazer o que a equipe precisa para ganhar. Pelo meu estilo de jogo, tento me concentrar em aspectos como a defesa, os rebotes e o bom aproveitamento de arremessos.

Antes de assinar contrato com o Charlotte Hornets, em 1999, você passou uma temporada na Itália. Como foi esta experiência no basquete internacional?
Foi muito bom. Aprendi muitas coisas, mas agora não penso em voltar. Gosto mais de jogar na NBA. Esta é a melhor liga do mundo, e farei o impossível para jogar muitos anos aqui. Hoje temos atletas de todo o mundo na liga e isso se dá porque o basquete é praticado nos quatro cantos do mundo.

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))) VLADE DIVAC

Com o fim da carreira se aproximando, muitos atletas optam por voltar às origens e procuram os clubes que os revelaram. Isso aconteceu, por exemplo, com o lituano Arvydas Sabonis. Voltar à Iugoslávia é uma possibilidade para você?
Não sei, é muito difícil. Seria encantador voltar ao meu país e me aposentar jogando pelo meu clube, mas não sei. Acho que será muito difícil fazer isso. O que farei, com certeza, é disputar uma partida de despedida com o pessoal de lá.

Você anunciou que não vai participar das Olimpíadas. Trata-se de uma despedida definitiva ou as portas da seleção estarão abertas depois de Atenas?
É definitivo. Já dei o melhor de mim para a seleção. Agora é hora de os mais jovens jogarem.

Fora da quadra, você optou pelo mercado de restaurantes. O que o levou a esta escolha?
De fato, é um mercado complicado, mas fica mais fácil quando tem gente trabalhando para você. É assim no meu caso. Minha esposa é quem fica encarregada dos negócios. Eu só vou lá para comer, e não me encarrego da administração.

Então Divac é um autêntico capitalista.
Sim, totalmente. Minha esposa é quem cuida do restaurante.

Você tem feito atividades na TV e no teatro. Vai seguir esta carreira quando parar de jogar?
Acho que não. Na verdade, não me vejo fazendo isso no futuro. Quando você é um jogador de basquete profissional da NBA, as pessoas te chamam para fazer participações em projetos. Faço porque me divirto, mas não me vejo fazendo isso depois de me aposentar.

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fotos . nbae

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