9.6.04
milagre em hollywood
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))) Kobe cravou um tiro cinematográfico
Dois segundos e três pontos separavam o Los Angeles Lakers de um fosso sem volta nas finais da NBA. Para enquadrar o curso da história, bastou um leve passo para trás e um tiro certeiro. De longe, pareceu fácil. Depois daquilo, placar empatado, a prorrogação seria mera formalidade.
Quem estava com os olhos grudados na TV deve ter encarado a cena como um dos momentos mágicos do basquete. Na verdade, foi muito mais que isso.
Cada jogada deste calibre significa um pedaço a mais numa estrada que vem sendo cuidadosamente construída há oito anos. Cada chute genial como o de ontem é um tijolo a menos no muro que separa Kobe Bryant de Michael Jordan.
Sim, é para lá que ele caminha.
Veja bem, eu escrevi “caminha”. Para chegar ao destino e se igualar ao mestre, faltam quilômetros e mais quilômetros. Faltam muitos lances como o de ontem. Faltam pelo menos mais três títulos. O embalo para o quarto caneco, no entanto, não falta mais.
O fenômeno de ontem se equipara, no quesito entusiasmo, ao jogo 5 contra o San Antonio Spurs, quando Derek Fisher eliminou qualquer resquício de lógica para cravar um arremesso espírita. Dali em diante, o Los Angeles parecia ligado na tomada.
Contra os Pistons, rascunha-se um desafio mais indigesto. Com a série empatada, as próximas três escalas serão em Detroit, e vale lembrar que o aguerrido time do Leste já conseguiu roubar o mando de quadra. Será campeão se vencer três vezes seguidas em seus domínios.
Alguém crê nesta hipótese?
Talvez nem Joe Dumars.
A turma de Phil Jackson persegue pelo menos um triunfo fora de casa para levar a série de volta ao Staples Center. Furar a defesa adversária é osso duro de roer. Para arrancar um resultado positivo em terreno inimigo, será preciso derrubar os Wallaces, frear Rip e Billups, conter a garra de Prince, embaralhar o esquema de Larry Brown.
Infelizmente para os Lakers, os Pistons têm tudo isso. Infelizmente para os Pistons, os Lakers têm Kobe Bryant. E às vezes é o que basta para decidir uma partida. Foi assim ontem, quando o craque anotou 33 pontos, incluindo o tiro histórico da linha de três que mandou o jogo para a prorrogação.
“Foi provavelmente o maior arremesso da minha carreira”, sentenciou Kobe, emendando a previsão para o desenlace da guerra: “É briga de cachorro grande. Ninguém disse que ia ser fácil”.
Se fosse fácil, não teria graça.
Perguntem a Jordan.
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Na hora do chute fatídico, não era Prince quem marcava Bryant. Era Rip Hamilton, nitidamente mais fraco como marcador. A troca de posições foi o auge de um colapso no sistema defensivo do Detroit, que deixou a equipe frágil nos últimos minutos do jogo.
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Com três pontos à frente, a tática me parecia um tanto óbvia: esperar o relógio correr um pouco e, antes que algum adversário se posicionasse para o tiro de longa distância, fazer uma falta em Shaquille O’Neal ou Luke Walton. Ainda que os dois lances-livres fossem convertidos, a vantagem estaria mantida. Aparentemente avesso ao hack-a-Shaq ou ao hack-a-Luke, Larry Brown pagou para ver.
Viu um feito histórico de Kobe.
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GALERIA DE FOTOS
O torpedo – visão 1
O torpedo – visão 2
A explosão
A vibração
A seqüência
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foto de abertura . cnn/sports illustrated
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