12.11.04
entrevista . anderson varejão
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))) "Não posso viver do prestígio de LeBron"
O Phoenix Suns poderia ser hoje o único time invicto da NBA, mas foi justamente contra os jovens do Arizona que o veterano Zydrunas Ilgauskas resolveu acertar o melhor arremesso de sua carreira. Foi uma raríssima bola de três (a quarta convertida em sete anos de NBA) que levou o Cleveland Cavaliers para a prorrogação e impulsionou a equipe de LeBron James rumo à vitória. Num jogo cheio de atrações, Anderson Varejão nem chegou a entrar em quadra.
Não importa.
Com um elenco ainda em formação, o calouro brasileiro terá chances de sobra para mostrar serviço. O técnico Paul Silas já deixou claro: “Ele me impressionou na pré-temporada e nas partidas em que teve oportunidade de jogar. Definitivamente ganhará mais minutos”.
Após começar o campeonato com três derrotas, o Cleveland já venceu duas e agora engrena numa boa seqüência: Wizards e Warriors em casa, seguidos de dois confrontos com os Bobcats. Quase uma mamata, boa chance para Anderson aparecer. Enquanto os minutos prometidos não vêm, o ala dos Cavs conversou com o escritório da NBA para a América Latina sobre a vida nova nos Estados Unidos.
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Como vai a rotina em Cleveland?
Até o momento, minha nova vida vai muito bem. Tudo está muito tranqüilo. A verdade é que Cleveland é uma cidade onde você não tem muito que fazer, mas ainda assim tenho me adaptado muito bem. Conheci brasileiros que me ajudam em algumas coisas e, mesmo estando sozinho, não posso me queixar.
Você costuma sair muito para se divertir?
Não saio muito. Gosto de ir a uma churrascaria onde conheci muitos brasileiros, e lá encontro alguns amigos, só isso.
Do que sente saudades dos tempos de Barcelona?
De tudo. Barcelona é uma cidade única, com muitas opções de lazer: praia, restaurantes e muitos lugares para conhecer.
Mantém contato com os ex-companheiros do Barcelona e com os jogadores de futebol, como Ronaldinho Gaúcho?
Quando os horários coincidem, sim. Normalmente pela internet ou por telefone. Sempre tratamos de estar em contato.
Em relação aos Cavaliers, como é sua relação com o técnico Paul Silas?
Muito boa. Não nos falamos muito porque ele é reservado, mas nos entendemos e sei que espera muito de mim.
E com os companheiros de time?
Esta é uma equipe jovem e isso facilita as coisas. Pouco a pouco, aprendo mais o inglês. Acredito que com o passar dos meses tudo será mais fácil e, ao fim da temporada, estarei falando o idioma perfeitamente.
O que significa jogar ao lado de LeBron James?
É importante. Aonde quer que vamos, sua presença chama atenção. Somos seus companheiros e devo aproveitar as oportunidades ao máximo. Ao mesmo tempo, não posso viver do prestígio de LeBron. Quero fazer o meu nome na equipe e na liga.
Tem falado com os brasileiros “veteranos” da NBA?
Sim, claro. Falo muito com o Nenê, com o Leandrinho, com o Alex e, claro, com o Rafael Araújo, o outro calouro, que está em Toronto. Temos uma ótima relação.
Você pensa em aproveitar a experiência da NBA na seleção brasileira?
Claro que sim. Nossa seleção tem muito futuro. É um grupo jovem e tem demonstrado boas possibilidades. Não chegamos à Olimpíada, mas todos sabem que temos muito talento. Acho que estaremos na China em 2008. A Argentina é um bom exemplo. Mostrou que é possível vencer. Eles passaram muito tempo jogando juntos, os atletas se conhecem. É algo que pode funcionar no Brasil.
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Por falar em entrevistas, o site da ESPN publicou ontem uma bem interessante com o encrenqueiro do momento. Marc Stein ouviu todas as explicações de Ron Artest, que declarou amor ao Indiana Pacers, descartou a aposentadoria precoce e não desmentiu os problemas de relacionamento com Jermaine O’Neal. No fim das contas, os argumentos são vagos e confusos, como convém a um atleta polêmico que está aí para complicar. Para quem encara leitura na língua nativa do homem, vale uma visita ao link.
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foto . nbae
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