27.11.04



recados do novo iverson
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))) O armador tem motivos para festa


Faltavam menos de 20 segundos para Allen Iverson interromper uma série de 30 jogos com pelo menos uma roubada de bola. Contra o Washington, já estávamos na prorrogação, placar empatado, e ele não havia feito jus à fama de ladrão. Àquela altura, dava preferência a outros ofícios: o de artilheiro, com 26 pontos, e o de garçom, com 13 assistências. Tudo isso sem um desperdício sequer.

Pobre do desatento Jarvis Hayes, que tentava colocar a bola em jogo para o último ataque dos Wizards. Antes que Gilbert Arenas recebesse o passe, Iverson surgiu do nada para roubar, infiltrar, bandejar e decidir a partida, no segundo final. Está aí uma tarefa que o pequeno e controverso armador tem desempenhado com maestria neste início de temporada. Decide jogos com a confiança de um MVP.

Os companheiros têm colaborado e, por isso, o Philadelphia 76ers vai cumprindo papel razoável na tabela. É o líder da divisão do Atlântico, com seis vitórias e seis derrotas. Sabemos que, no Leste, rondar os 50% de aproveitamento significa grandes chances de emplacar uma vaga nos playoffs. O time da Pensilvânia tem talento para ultrapassar essa média, desde que o craque da companhia continue crescendo neste ritmo.

Até agora, tudo corre em céu de brigadeiro. Iverson é o terceiro cestinha do campeonato, com 26.5 pontos por noite. De quebra, é o sétimo da liga em assistências e o nono em roubadas. Já decidiu duas partidas com arremessos no último segundo, e era justamente isso que faltava. O baixinho nunca foi de embolsar os jogos, de acertar chutes nos momentos decisivos. Talvez por isso (e pelo comportamento um tanto egoísta em quadra) não seja valorizado como outros atletas de nível semelhante.

Com a saída de Eric Snow, que foi escorar LeBron James em Cleveland, Iverson ganhou novas funções. Viu-se forçado a crescer como jogador. Tem correspondido com folgas. Ponto para o técnico Jim O'Brien, ponto para os Sixers, ponto para o basquete.

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Começamos o ano protestando contra o fato de a TV brasileira não dar muita bola para a NBA. É verdade, mas não podemos reclamar da sorte. Pelo menos às sextas-feiras, temos visto partidas eletrizantes. Na semana passada, estava lá, ao vivo, na nossa televisão, a pancadaria desenfreada entre Detroit e Indiana. Ontem, vimos um belo jogo entre Pistons e Heat, com direito a um desfecho fantástico pelas mãos de Rip Hamilton. Que continue assim.

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foto . nbae

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