18.4.04



sala de troféus
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))) Kevin Garnett reinou absoluto


A NBA abriu a porta dos playoffs sem muita surpresa. Nos quatro primeiros jogos, nenhuma zebra. De relevante, só a dificuldade do Los Angeles para bater o Houston. Para garantir a vitória, foi necessária uma daquelas enterradas monstruosas de Shaquille O’Neal. Jogo feio, muito feio. Tomara que a série melhore daqui para frente. Em San Antonio, Pau Gasol decepcionou e Tim Duncan mostrou como se agiganta no mata-mata. Em Indianápolis, Artest e O’Neal dominaram os Celtics. Em New Jersey, Kidd e Martin fizeram o mesmo contra os Knicks.

Diante dessa largada em marcha lenta, o Rebote aproveita para distribuir seus troféus. Antes que a liga divulgue os homenageados da temporada, vamos fazer nossa seleção por aqui. Discordem à vontade.

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MVP ))) KEVIN GARNETT

Seria o cúmulo da injustiça não dar ao ala dos Wolves o título de melhor jogador do campeonato. Além de acumular os melhores números de sua carreira, Garnett conseguiu levar o Minnesota ao topo do Oeste, desbancando papões como Lakers, Spurs, Kings e Mavs. A tábua de estatísticas é assustadora: 24.2 pontos, 13.9 rebotes, 5 assistências, 2.2 tocos, segundo cestinha da liga, maior reboteiro com folgas, recordista absoluto de double-doubles, líder disparado no ranking de eficiência. Se alguém aí achar um defeito, por favor avise.

NA COLA: Tim Duncan (sempre estupendo), Kobe Bryant (pelo que fez na segunda metade) e Jermaine O’Neal (ano que vem, quem sabe).

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MELHOR DEFENSOR ))) RON ARTEST

A turma que joga na posição 3 certamente tem pesadelos antes de enfrentar o Indiana Pacers. Além de ter uma habilidade ofensiva pra lá de razoável, Artest é um cão de guarda que inferniza a vida do adversário sem um instante de trégua. A conclusão cabe a qualquer leigo com o mínimo de bom senso, mas o técnico Rick Carlisle queria um parecer mais apurado. E encomendou aos auxiliares uma análise minuciosa, em vídeo, com 8 mil gravações de Artest tentando parar rivais individualmente. O resultado foi espantoso: quando marcadas pelo ala dos Pacers, as vítimas mantêm média de apenas 9.4 arremessos por jogo. Chega a dar medo.

NA COLA: Ben Wallace (outro que assusta), Kevin Garnett (que virou um demônio nos rebotes) e Andrei Kirilenko (grande revelação na defesa).

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MELHOR RESERVA ))) MANU GINOBILI

Talvez nem seja justo incluir o armador argentino nesta categoria. O fato de ter iniciado apenas 38 jogos não tira dele os méritos de um titular. Quando sai do banco, Manu invariavelmente muda a cara da partida. E esta mudança pode ser tanto na posição de Hedo Turkoglu como na de Tony Parker, dependendo do ritmo em quadra. Sorte do técnico Gregg Popovich, que pode se dar ao luxo de ter um ás desses na manga.

NA COLA: Antawn Jamison (reserva apenas por falta de espaço), Al Harrington (perfeito quando Artest se machucou) e Desmond Mason (14 pontos por noite em Milwaukee).

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MAIOR EVOLUÇÃO ))) ZACH RANDOLPH

Esta é uma escolha difícil, pela vasta concorrência. Fico com Randolph pelo impacto dos números. O rapaz saltou de 8.4 para 20.1 pontos por jogo, os rebotes também explodiram (4.5 para 10.5) e a NBA ganhou mais um medalhão na ala de força. Pena que ele não tenha conseguido alcançar os playoffs.

NA COLA: Carlos Boozer (em situação muito semelhante), Jamal Magloire (que virou All-Star), James Posey (encontrou o doce lar em Memphis) e Marcus Camby (alguém ainda acreditava nele?).

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MELHOR CALOURO ))) LEBRON JAMES

Lá vou eu me expor às pedradas novamente. Antes de começar, digo logo que LeBron e Carmelo Anthony atravessaram a temporada em níveis muito parecidos. A dupla foi excepcionalmente bem. Então por que dar o troféu ao garoto de Cleveland? Em resumo, três motivos. 1) Ele não teve o estágio universitário do concorrente, o que torna o aprendizado na NBA um pouco mais difícil. 2) Carmelo foi cercado com uma dose relevante de talento, facilitando a adaptação. LeBron estava solitário, jogado às traças. 3) Além da pressão de reerguer uma franquia (problema idêntico para os dois), o armador dos Cavs também precisou enfrentar o peso da mídia, que o bajulou sem parar e criou uma expectativa exagerada. Ainda assim, tirou o assédio de letra.

NA COLA: Carmelo (claro), Dwyane Wade, Chris Bosh e a surpreendente dupla de Dallas, Josh Howard e Marquis Daniels.

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MELHOR TÉCNICO ))) HUBIE BROWN

Se Jerry Sloan tivesse levado o Utah Jazz à segunda fase, levaria também meu voto aqui. Como ficou para ver o mata-mata na TV, não vai se aborrecer com a homenagem que faço ao treinador do Memphis. A comparação futebolística com o São Caetano é quase inevitável. Um time sem grande estrelas, bem azeitado, competitivo, com boa movimentação e estilo vistoso. Lá estão os Grizzlies na quinta posição do Oeste, quem diria? Méritos para o veterano Brown, que voltou a se desafiar após os 70 anos e mostrou que é possível injetar ânimo num grupo jovem.

NA COLA: Jerry Sloan (genial), Rick Carlisle (tem tudo para ser um dos bambas da prancheta no futuro próximo) e Jeff Bzdelik (que fez milagre em Denver).

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))) PRIMEIRO TIME:

C – Jermaine O’Neal
PF – Tim Duncan
SF – Kevin Garnett
SG – Peja Stojakovic
PG - Kobe Bryant


Estranho isso, não? Kobe na posição 1? Paciência, não dá para tirar Stojakovic desta equipe. Jermaine de pivô? Tudo bem, ele sabe jogar ali.

))) SEGUNDO TIME:

C – Shaquille O’Neal
PF – Ben Wallace
SF – Andrei Kirilenko
SG – Tracy McGrady
PG – Jason Kidd


Alguém se atreve a cruzar este garrafão? Pena não haver mais vagas para Yao Ming, Sam Cassell, Baron Davis, LeBron James, Carmelo Anthony, Dirk Nowitzki, Steve Francis, Ron Artest, Lamar Odom, Kenyon Martin, Stephon Marbury, Mike Bibby, Michael Redd, Vince Carter, Ray Allen e um punhado de outros. Fica para a próxima.

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foto . nbae

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