28.4.04



o ócio nocivo
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))) Artest ganhou troféu. Popovich discorda


Os playoffs da NBA advertem: sombra e água fresca em excesso fazem mal aos miolos. O descanso forçado pela varrida imposta aos adversários anda mexendo com os ânimos de Spurs e Pacers. Pelo menos é o que temos visto no imbróglio envolvendo o treinador do San Antonio e um dos principais jogadores do Indiana. Na falta de algo mais útil para fazer, eles decidiram trocar farpas via imprensa.

Em vez de gastar o tempo de ócio indo ao cinema com a patroa, o técnico Gregg Popovich foi a uma emissora de rádio e desandou a falar abobrinhas sobre Ron Artest. Reuniu uma série de argumentos duvidosos para dizer que o prêmio de melhor jogador defensivo do ano foi injusto. Tudo em defesa de seu pupilo Bruce Bowen, claro.

Ora, sr. Popovich, vá rabiscar uma prancheta.

Parece-me óbvio que Bowen é um estupendo jogador de defesa. Tanto é que costuma carregar o honroso apelido de Kobe-stopper, fruto de gloriosas atuações contra os Lakers de Bryant. Sabe-se também que o veterano treinador merece todo o crédito à beira das quatro linhas. No ano passado, foi eleito técnico do ano. Isso não lhe dá o direito, contudo, de espinafrar a justíssima nomeação de Artest.

A alegação é de que o ala dos Pacers foi amplamente beneficiado pela campanha de marketing do técnico Rick Carlisle. De fato, Carlisle telefonou para jornalistas com poder de voto e caprichou no lobby por Artest. De quebra, ainda encomendou a seus assistentes um estudo estatístico para ilustrar o poder defensivo de seu atleta. Os números foram usados pela NBA na apresentação oficial do prêmio.

“Tudo conversa fiada”, desdenhou Popovich. “São dados sem substância, produzidos pelo Indiana e bancados pela mídia e pela a NBA. Estou chocado.”

Exagero. A campanha aberta de Carlisle é antiética, mas não foi isso que elegeu Artest. O título veio por causa da temporada fantástica que ele atravessou. Ponto final. Além disso, a votação da liga ainda tinha outros dois candidatos antes de chegar a Bruce Bowen: Ben Wallace e Theo Ratliff. Ou seja, o técnico dos Spurs não tem motivos para reclamar.

Mas reclamou. E acordou a fera.

Em seu canto, o endiabrado Artest tinha a resposta na ponta da língua. Sem pensar duas vezes, desafiou Bowen para um duelo individual: “Se ele me derrotar numa partida um contra um, passo-lhe o troféu”.

Descontada a dose de ironia, até que seria interessante ver um embate entre os dois. É o tipo de desafio que mexe com os fãs. Vale como sugestão para revigorar as insossas noites de sábado no fim de semana do All-Star Game. O confronto direto, no entanto, pode vir bem antes disso.

Nas finais da NBA, quem sabe.

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Então vamos ao mata-mata, ainda que em pílulas.

@ Mais um belo jogo entre Nuggets e Wolves, ontem à noite. Sem Carmelo nos momentos decisivos, o Denver até se esforçou, mas o que vimos nos últimos segundos foi um time atabalhoado no ataque. Na última posse, ficou nítida a limitação de Andre Miller, que não soube o que fazer com a bola. Aquela torcida não merecia voltar para casa derrotada. É impressionante como vibra o Pepsi Center. Pena que agora o ginásio só deve abrir os portões novamente na próxima temporada.

@ Em New Orleans, méritos para Baron Davis. Mesmo machucado, ele colocou os Hornets nas costas e empatou a série contra o Heat. Sinto cheiro de jogo 7 no ar.

@ A adrenalina dos playoffs voltou a pulsar na veia de Karl Malone. Logo mais, o Staples Center estará lotado para ver o Los Angeles eliminar o Houston.


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foto . nbae

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