2.5.04



a hora do filé mignon
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))) Shaq e Duncan ensaiam o show


Bem, os meninos se foram. Para o restante dos playoffs, sobraram os adultos. No Leste, o panorama segue incompleto até que Heat e Hornets decidam quem avança numa série marcada pelo equilíbrio. Sem pressa, começamos pelo Oeste a análise das semifinais de conferência. É ali que mora o perigo, em dois embates imprevisíveis. Pelo menos na teoria, são as duas melhores séries do mata-mata, incluindo tudo o que vier depois. Lustrada a bola de cristal, vamos ao imprudente exercício de futurologia.

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))) POR QUE OS WOLVES BATEM OS KINGS?

Não sei. Está aí o confronto mais agradável e mais nebuloso dos playoffs. Em primeiro lugar, torcemos para ESPN e Rede TV espalharem as partidas em suas grades. O ideal seria não perder nenhum capítulo. Na temporada regular, estas equipes criaram episódios épicos quando se cruzaram. O estilo de jogo das duas e os craques que se acomodam nos elencos são a garantia de qualidade total em quadra.

No fiel da balança, fico com o Minnesota.

Superado o fantasma da eliminação na rodada inicial, Kevin Garnett avança com alguns quilos a menos nas costas. E a carga que sobrou pode ser dividida com Sam Cassell, Latrell Sprewell e um punhado de outros coadjuvantes. Passar pelo Denver não foi tão fácil como se esperava, mas precisamos considerar o fator psicológico sobre uma franquia que carregava sete anos de fracasso. Méritos para o técnico Flip Saunders, para os atletas, mas principalmente para o cartola Kevin McHale, que encaixou as peças certas na engrenagem.

Do outro lado, o Sacramento vem de uma série convincente contra o Dallas, e deve engrossar para cima dos Wolves. Para chegar aonde está, também precisou abstrair as ironias dos adversários e da crítica. Agora parece menos tenso. Roubar uma vitória em Minneapolis nas duas primeiras partidas parece essencial para os Kings. E, cá entre nós, parece bastante provável que isso aconteça. O confronto deve ter vitórias e derrotas dentro e fora de casa. No frigir dos ovos, 4-2 Wolves.

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))) POR QUE OS SPURS BATEM OS LAKERS?

Pela força dos reservas. É o único fator visível de desequilíbrio. Entre os titulares, as forças se equivalem. Tim Duncan está acima de todos, mas o Los Angeles tem mais jogadores decisivos. No geral, dá empate. A diferença está no banco, de onde o San Antonio tira, entre outros, o encapetado Manu Ginobili, capaz de virar uma partida do avesso num piscar de olhos.

Vai ser lindo ver o duelo entre Kobe Bryant e Bruce Bowen; os encontrões de Duncan e Karl Malone no garrafão; o desafio entre Gary Payton e Tony Parker; o tiros do veterano Robert Horry contra seu ex-time. Afora as brigas individuais, creio que a série pode se decidir pelo fator tempo. Duncan constrói seu domínio desde o primeiro período, e a chave dos Spurs é abrir uma vantagem que garanta um fim de partida sem sustos. Os Lakers, por sua vez, vão fazer tudo para manter o placar apertado até o fim e, então, dar a bola nas mãos de Kobe. Em toda a liga, ninguém tem mais poder de decisão que ele.

As cartas estão na mesa para o grande tira-teima. Em quatro dos últimos cinco anos, estes times se cruzaram nos playoffs. Deu Los Angeles em 2001 e 2002, deu San Antonio em 1999 e 2003. É hora do desempate, quem sabe com um 4-2 Spurs.

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foto . nbae

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