21.5.04



chutes contra o vento
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))) Ben Wallace, o trivial: imbatível na defesa


))) Ben Wallace, o anormal: abusado no ataque


Já que a crônica de hoje começa diferente, com duas fotos, talvez não seja má idéia curtir um pouco mais de imagem antes de entrar no texto. Com o funil dos playoffs reduzindo a disputa a quatro equipes, muita água rolou desde o fim da temporada regular. Em um mês, os fotógrafos da NBA registraram uma profusão de belas cenas. Chega a ser uma injustiça não apreciá-las. Antes das incautas previsões sobre as finais de conferência, divirtam-se com alguns dos flashes mais espetaculares do mata-mata.

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O desespero de Webber

A patolada de Martin

O olhar firme de Kidd

A luta de KG e Christie

A visão de Fisher

O surfe de Butler

Finley redentor

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Agora, vamos ao que interessa: os chutes. Antes de mais nada, adianto que estou absolutamente disposto a jogar na latrina qualquer resquício de reputação. Sei que vou de encontro à correnteza, com o risco de ser arrastado rio abaixo. É grande a chance de a bola de cristal me apontar previsões furadas, que sempre geram reações debochadas. Seria mais prudente seguir os votos de algum medalhão da imprensa americana, ou até das sábias sugestões caseiras, aqui nas caixas de comentários. Paciência. Talvez eu tenha acordado com o espírito do contra. Vamos aos palpites, antes que eu me arrependa.

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))) POR QUE OS PISTONS BATEM OS PACERS?

Aquela coisa estranha chamada defesa deve dar a tônica desta série. Os dois melhores defensores da liga (Ben Wallace e Ron Artest) estarão em quadra, mas no conjunto o Detroit leva vantagem quando o assunto é trancar o garrafão e dificultar o arremesso alheio. Prova disso foi a performance de ontem, que manteve Jason Kidd virgem em pontos.

Na verdade, ambos os times tropeçaram um bocado nas semifinais de conferência. Alternaram altos e baixos, mas saíram com o nível de energia reforçado.

O Indiana sofreu além da conta para despachar o Miami, revelando-se uma equipe mais vulnerável do que se pensava. Jermaine O’Neal está às voltas com compressas no olho esquerdo. Não treinou ontem e pode ser obrigado a jogar com uma proteção no rosto. Jonathan Bender, Fred Jones e Jeff Foster andam passeando pela enfermaria e preocupam o técnico Rick Carlisle.

O Detroit mostrou que pode contar com seus defensores também no ataque. Ontem, Wallace anotou 18 pontos e nem parecia aquele troglodita que costuma maltratar a bola laranja. Se continuar assim, tem grandes chances de surpreender o rival e promover um retorno triunfal às finais da NBA.

Vá lá: Pistons 4-2.

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))) POR QUE OS WOLVES BATEM OS LAKERS?

Não sei, mas tenho um palpite. Com a sensação do dever cumprido e livre de qualquer pressão, o Minnesota entra na série como franco atirador. Ao que tudo indica, vai jogar relaxado. Só assim pode superar o Los Angeles, que atravessa grande fase pelas mãos de Kobe Bryant. Todo mundo vai apostar no quarteto fantástico da Califórnia e, de fato, são eles os favoritos. Vejamos os confrontos.

Kobe terá pela frente o enjoado Trenton Hassell, mas isso não parece ser um grande entrave para quem acaba de atropelar Bruce Bowen sem muito esforço. Shaquille O’Neal deve se esbaldar em cima de Ervin Johnson ou Michael Olowokandi.

Latrell Sprewell ganha papel fundamental na série, com a missão de explorar Devean George (ou Rick Fox), ponto mais fraco do time titular adversário. Embalado, Kevin Garnett vai chamar Karl Malone para dançar, dentro e fora do garrafão. É provável que dê uma canseira no veterano e tenha mais liberdade do que teve contra Chris Webber.

O fiel da balança, portanto, pode estar no equilibrado duelo entre Gary Payton e Sam Cassell. Os dois tiveram bons e maus momentos nos playoffs. Agora, não há mais espaço para erros.

Se houver jogo 7, ninguém segura os Lakers. Aposto num 4-2 Wolves. E aguardo as pedradas, claro.

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fotos . nbae

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