16.5.04
a dois passos do paraíso
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))) Com a bênção de Duncan, Bryant parte
para conquistar seu quarto título da NBA
Foi exatamente num 15 de maio, no mesmo Staples Center. Em 2003, o San Antonio Spurs fez história ao interromper a dinastia do Los Angeles Lakers com um triunfo maiúsculo por 110-82, que eliminou o rival e abriu caminho para o título. Um ano redondo se passou e muita água correu embaixo da ponte. Ontem, a turma da Califórnia se esbaldou com o banquete frio da vingança.
Kobe, Shaq, Payton e Malone estão nas finais do Oeste. Alguém se candidata a freá-los?
É bem verdade que o caminho tem sido tortuoso. O otimismo dourado que impregnou o mundo do basquete na pré-temporada foi se desbotando aos poucos no curso do campeonato. Mesmo com a classificação ao mata-mata e a passagem pelo Houston Rockets, os desconfiados de plantão ainda sacavam da manga argumentos respeitáveis, principalmente após as duas derrotas no Texas: o time não tem banco, os titulares estão velhos, o craque da companhia está enrolado com a Justiça.
Tudo isso parecia fazer sentido. Agora não faz mais. Quem acompanha o basquete há algum tempo já deve ter aprendido: a simples união dos nomes Lakers e playoffs cria uma química capaz de ocultar os defeitos mais bizarros num passe de mágica. Com o peso da camisa e o valor de quem a enverga, surgem episódios épicos como o chute espírita de Derek Fisher no jogo 5. Mais que no duelo final de ontem, foi no milagre de quinta-feira que se rascunhou a eliminação dos atuais campeões.
Depois daquilo, qualquer caminho diferente de um 4-2 seria, no mínimo, injustiça histórica.
Como sempre, os astros estavam lá para ver. Jack Nicholson à frente, o ginásio recebeu Tom Hanks, Edward Norton, Snoop Dog e um punhado de outras celebridades. A arte verdadeira, contudo, estava lá embaixo, na quadra, delegada à dupla que mudou o rumo desta franquia.
Bryant guardou 12 de seus 26 pontos para o quarto período, com destaque para uma enterrada fenomenal sem tomar conhecimento da defesa adversária. O’Neal, por sua vez, encerrou a noite com 17 pontos, 19 rebotes e cinco tocos. “Estamos numa missão”, anunciou o pivô.
Cá entre nós, ninguém há de duvidar.
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Com Tim Duncan no retrovisor, faltam dois passos para o troféu. É provável que o mais difícil seja o próximo. Não importa quem passará: Wolves e Kings têm talento de sobra para ingressar num duelo cheio de alternativas, digno de uma final do Oeste.
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Não escondo de ninguém: desde o início da segunda fase, eu achava que o San Antonio seria bicampeão. Rendo-me, portanto, à força dos Lakers, mas também às fraquezas dos Spurs. Tony Parker, que brilhou nas duas primeiras partidas, voltou a se apagar, confirmando a fama de vaga-lume. Hedo Turkoglu, o único titular-reserva da NBA, mostrou que não consegue manter o nível numa equipe competitiva. O velho Robert Horry, com a mira absolutamente torta, já pode se aposentar. E Devin Brown, por mais que contribua, não tem cacife para acumular tantos minutos em quadra. Bem, vamos ficar por aqui, senão daqui a pouco vão dizer que Alex Garcia fez falta a esse elenco.
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foto . cnn/sports illustrated
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