30.5.04
sem descanso
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))) Kevin Garnett mal sentou no banco
Foi o tempo de passar a toalha no rosto e beber um gole de energético. Ontem, dois minutos de descanso foram suficientes para Kevin Garnett, que se tornou um rato de quadra na final da conferência Oeste. Sem refresco, o técnico Flip Saunders não hesitou em explorar seu MVP, que fez de tudo para bater o Los Angeles e evitar a eliminação do Minnesota: marcou 30 pontos, apanhou 19 rebotes, deu quatro assistências, enterrou de costas, atuou em todas as posições e ainda segurou Shaquille O’Neal na defesa.
É pouco?
Contra os Lakers, é.
Todo o esforço teria sido em vão se não fosse a performance explosiva de Latrell Sprewell, que finalmente acordou e contribuiu com 28 pontos, cinco passes, quatro rebotes e duas roubadas. Igualmente fundamentais foram os reservas Wally Szczerbiak e Fred Hoiberg, que somaram 25 pontos, e o titular Trenton Hassell, que conseguiu fazer algum estrago nas pretensões ofensivas de Kobe Bryant.
Após tanto suor derramado, a impressão que fica é clara: derrotar Kobe, Shaq & Cia é sempre uma missão heróica. Mesmo que o melhor jogador da temporada tenha uma atuação monstruosa, os Wolves precisam do segundo escalão na ponta dos cascos. Principalmente agora que a dor nas costas tem baleado o bravo Sam Cassell. Sem o armador, bater um rival desse quilate só é possível com a superação ampla e irrestrita do elenco. Foi o que faltou nos jogos 3 e 4. E sobrou ontem.
“Perdemos porque eles conseguiram jogar um basquete quase perfeito”, avaliou o técnico Phil Jackson, cheio de autoridade para traçar o diagnóstico.
Esse “quase” fica por conta de um tropeço do colega Flip Saunders, que errou feio ao incluir Michael Olowokandi no time titular. É impressionante como esse rapaz consegue produzir jogadas bisonhas. Quando o time mais precisa, ele dá um passe na mão do adversário, permite uma roubada boba ou erra uma enterrada livre de marcação.
Lá está o Minnesota pagando caro por não ter um pivô decente numa série em que o garrafão oposto é protegido por Shaquille O’Neal. Sei que Ervin Johnson não é nenhuma Brastemp e Oliver Miller está algumas toneladas acima do peso, mas apostar em Olowokandi chega a ser constrangedor.
Não me digam, por favor, que ele foi o responsável por manter O’Neal com apenas 17 pontos. O que aconteceu, na verdade, foi uma previsível falta de ânimo, não apenas de Shaq, mas de todos os seus companheiros. No segundo tempo, não se viu sombra da energia mostrada nos últimos jogos.
Ainda assim, o Los Angeles engrossou a partida em determinados momentos. Derek Fisher até voltou a fazer cestas espíritas (incluindo a última, que cortou a vantagem para dois pontos), mas isso não foi o bastante para garantir a vitória. Em todo o caso, me parece que a turma de Phil Jackson ainda tem o fator emocional sob controle. A derrota de ontem foi um percalço natural. Amanhã, na Califórnia, a adrenalina volta a correr no sangue em ritmo acelerado.
Será um grande jogo 6, mordido a cada lance. Kobe e Shaq vão pisar em quadra com a faca entre os dentes, determinados a carimbar o passaporte para mais uma final de NBA. Do outro lado, não dá para prever se Cassell vai reaparecer, ou se Sprewell repetirá a atuação de ontem. Só sei de uma coisa: o lugar de Kevin Garnett no banco de reservas continuará vazio do início ao fim.
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Na sexta-feira, Austin Croshere foi o bônus ofensivo que os Pacers tanto procuravam na série contra o Detroit. Ponto para o jovem técnico Rick Carlisle. Logo mais, em Indianápolis, saberemos se a raposa Larry Brown preparou alguma armadilha para o arremessador-surpresa. A cada dia, a final do Leste se parece mais com um jogo de xadrez, decidido na frieza das pranchetas.
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foto . cnn/sports illustrated
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