18.2.04



entrevista: rasheed wallace
______________________________


))) "Metade me odiava"


Medir palavras não é exatamente a especialidade de Rasheed Wallace. Boca suja por natureza, ele até pegou leve ao ser apresentado à imprensa como reforço do Atlanta Hawks. A conversa se deu ontem, após o último treino para a partida de logo mais, em New Jersey, a primeira do ala-marginal com o novo time. Sobre a relação com os fãs em Portland, ele não se esquivou em momento algum: “Metade me amava e metade me odiava”, reconheceu Ciente de que o novo time pode ser um projeto a curto prazo, Wallace espera que os tempos de tapas e beijos tenham ficado para trás.

______________________________

Está gostando da vida em Atlanta?
Sinto-me muito bem de estar aqui. Gosto da cidade, sempre gostava quando vinha aqui. Minha família já veio, o que torna as coisas muito mais fáceis. Estamos sendo muito bem tratados e espero que continue assim. A única coisa que me interessa agora é o jogo de quarta-feira contra o New Jersey.

O que tem a dizer sobre transferência?
Para minha esposa, foi mais difícil do que para mim. Em todo caso, sabíamos que isso aconteceria em algum momento. Faz parte do negócio. Agora, tenho a oportunidade de começar novamente, procurando coisas boas e seguindo adiante.

Dá para encarar o novo time como um projeto de longo prazo?
No momento, só o que me interessa é entrar na quadra. Ainda faltam 29 partidas e espero que possamos vencer pelo menos metade delas, ou mais. Esta é a nossa meta.

Em termos de contrato, está pensando sobre o vai acontecer no futuro?
Bem, isto é algo para ser conversado ao fim desta temporada, e assim o faremos. Sinto-me emocionado atuando nesta equipe, mas respeito o meu futuro. O assunto será discutido com Terry Stotts e com a diretoria, assim que o campeonato terminar.

Enquanto a decisão não chega, tem falado com o técnico Terry Stotts?
Sim, temos conversado sobre o que ele espera de mim. Destacamos vários aspectos no meu estilo de jogo: defesa, liderança, rebotes e a ajuda aos rapazes no esquema ofensivo. O que ele quer de mim é simplesmente meu estilo natural.

Analisando o elenco dos Hawks, de que forma você poderá ajudar?
A equipe já tem J.T. (Jason Terry), Jack (Stephen Jackson) e agora Joe Przybilla. Quero apenas acrescentar mais força, defesa e rebotes, assim as coisas funcionarão bem.

Que sentimento fica ao deixar o Portland Trail Blazers?
Sair de lá foi um alívio. Eu me sentia em casa, mas aquela situação estava chateando muito minha mulher e meus filhos. Comigo não tinha problemas, eu não me importava, mas para minha mulher. Era difícil para ela escutar coisas negativas sobre o marido a todo momento. As crianças também enfrentaram esse tipo de problema. Agora, chegamos a um estágio melhor de nossas vidas.

Como era sua relação com a torcida dos Blazers?
Era simples: metade me adorava e metade me odiava. Em todo caso, não vou fazer dessa transferência um assunto pessoal contra os fãs ou as pessoas que moram em Portland. Curti muito esse período e continuarei tendo minha casa na cidade. Não tenho nada de ruim para dizer.

Após tantos anos, você consegue explicar porque aquele time nunca conseguiu engrenar?
Essa é uma resposta que desconheço. Pode ter sido uma série de coisas, algumas pessoais, outras coletivas.

Que imagem você deixa em Portland?
Isso não me interessa muito. Sou um sujeito simples e, como eu disse, alguns vão me adorar e outros vão me odiar. Nada disso me incomoda.

Para você, foi ruim se mudar para a costa Leste?
Não, estou perto de casa. Perto da Filadélfia, perto da minha mãe, que está na Carolina do Norte. Tenho família na Florida, então não vai demorar muito para poder visitá-la. É bem diferente de Portland, aqui estou perto de tudo.

______________________________

foto . nbae

Nenhum comentário: