17.2.04



meio caminho andado
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))) Stojakovic e Miller reinam na NBA


Polêmicas à parte, o All-Star Game ficou no passado. Com 11 partidas, a rodada de hoje marca o fim do período de experiências e o início da corrida aos playoffs. O que vale a partir de agora é somar vitórias, ganhar posições, subir degraus na tabela. Antes disso, contudo, não custa dar uma rápida olhada no retrovisor para conferir o que de melhor e pior aconteceu na primeira metade da temporada. Enquanto os craques se aquecem para a retomada, o Rebote distribui seus prêmios.

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MELHOR TIME * Sacramento Kings
Chris Webber ainda não pisou na quadra e o Sacramento é o líder da NBA. Que tal? Mais uma vez, o time superou o descrédito da torcida anti-Queens e bateu pé para confirmar sua condição de favorito ao título. A temporada começou cheia de confete e serpentina caindo sobre Lakers, Spurs, Mavs e Wolves. Em silêncio, os Kings fizeram de Peja Stojakovic um astro à altura de Webber. Com a missão de substituir o craque da companhia, o sérvio entrou no salão reservado à elite e trancou a porta por dentro. Desde já, fica coroado como craque legítimo. O esquema azeitado carrega a etiqueta de Rick Adelman, técnico freqüentemente menosprezado em favor de colegas mais espalhafatosos e menos eficazes. Quando Webber voltar (dentro de algumas semanas), sabe-se lá o que vai acontecer. Enquanto não volta, o Sacramento mantém sua bandeira fincada no topo da liga.

EVOLUÇÃO (TIME) * Memphis Grizzlies
Aqui esbarramos numa difícil escolha entre Grizzlies e Nuggets. Os dois saíram de um ano marcado pelo fracasso e surgiram como forças emergentes numa conferência marcada pela solidez. A opção, portanto, recai sobre a análise da tabela: não sei se alguém já percebeu, mas o Memphis é o sexto melhor do Oeste, abraçado com o Houston Rockets (7º) e ameaçando o Los Angeles Lakers (5º). Em primeiro plano, méritos para Hubie Brown, técnico experiente que sabe lidar com a garotada. Pau Gasol é outro que se move no escuro, sem estardalhaço. Assim vai carregando o time no rumo do mata-mata.

DECEPÇÃO (TIME) * Phoenix Suns
Orlando e Chicago andam de mãos dadas neste quesito, mas não há como não eleger a nobre esquadra do Arizona. Primeiro, porque não há explicação lógica para a queda-livre. O elenco se manteve intacto em relação ao do ano passado, que foi aos playoffs e incomodou o campeão San Antonio. Para 2003-2004, teríamos um Amare Stoudemire mais experiente e um Joe Johnson prometendo explodir. Deu tudo errado. As derrotas se acumularam e a diretoria iniciou um desmanche, mandando Stephon Marbury e Penny Hardaway para Nova York. O resultado fica estampado na classificação, com a lanterna do Oeste.

MELHOR JOGADOR * Kevin Garnett
Tem sido um monstro. Levou o Minnesota ao primeiro escalão do Oeste, superando medalhões como Lakers, Spurs e Mavs. Pela primeira vez cercado de talento, Garnett jamais relaxou. Ao contrário, subiu um degrau em relação ao ano passado, quando já merecia ter recebido o prêmio de MVP. As médias de 24.8 pontos, 14 rebotes e 2.3 tocos são as mais altas de toda a sua carreira, sem contar as mais de cinco assistências por noite. Os números ilustram a excelente fase de um atleta versátil, com domínio completo dos fundamentos do basquete. Não tem Duncan, McGrady, Kobe ou Kidd. Este ano, é KG na cabeça.

EVOLUÇÃO (JOGADOR) * Donyell Marshall
Sei que a primeira metade do campeonato tem um trio explosivo em Zach Randolph, Andrei Kirilenko e Michael Redd. Sei que deve gravitar em torno deles a disputa pelo prêmio de maior evolução em relação a 2002-2003. Em todo caso, isso não chega a ser surpresa: a mudança de comportamento já era esperada. Por isso meu voto recai sobre o veterano Marshall, que trocou Chicago por Toronto e, aos 31 anos, descobriu a alegria de jogar. Com os Raptors, o ala atingiu médias de 18 pontos, 11 rebotes, 2.3 tocos e 51% de aproveitamento nos arremessos, seus melhores números em uma década de NBA.

DECEPÇÃO (JOGADOR) * Caron Butler
Atrapalhados por contusões, Scottie Pippen e Michael Olowokandi têm fracassado de forma vergonhosa. As estatísticas revelam um declínio constrangedor e credenciam a dupla ao troféu abacaxi. Ainda assim, ninguém consegue barrar Caron Butler. O ala do Miami Heat caiu num poço sem fundo. Justamente agora que o time parece engrenar, graças aos reforços de Lamar Odom e Dwyane Wade, o jovem promissor viu seu rendimento despencar. A média de pontos caiu de 15.4 para 7.6. Despencaram também rebotes, assistências, roubadas e eficiência nos tiros de quadra. Talvez seja a mudança para a ala-de-força. Talvez seja saudade de Pat Riley. De qualquer forma, é uma pena.

MELHOR CALOURO * LeBron James
Esqueçam o oba-oba, companheiros. O fenômeno de Akron só precisou de meia temporada para provar que não é apenas um produto de marketing. Para os fãs do basquete, pouco importam os milhões da Nike, da Sprite ou das Casas Bahia. O que vale é o nascimento de um novo craque, algo que parece inevitável. Com visão de jogo, ímpeto ofensivo e vocação nata para o espetáculo, LeBron só precisa de uma coisa para ingressar na elite da NBA: tempo.

REVELAÇÃO (CALOURO) * Udonis Haslem
O garoto caiu do céu para o Miami. Entrou pela janela e tornou-se peça importante no esquema de Stan Van Gundy. Sete pontos e seis rebotes por noite são uma ajuda e tanto para um calouro que sequer passou pelo draft. O rendimento caiu um pouco nos últimos dois meses, mas ainda assim Haslem é um presente valioso para o renovado time da Flórida.

DECEPÇÃO (CALOURO) * Darko Milicic
O sujeito foi o segundo escolhido no draft e só jogou 16 vezes, com médias de 3.4 minutos e um mísero ponto por partida. Entendo que o técnico Larry Brown queira poupá-lo. Mas que este é o mico do ano, não resta a menor dúvida.

MELHOR DEFENSOR * Ben Wallace
Ron Artest atravessa seu melhor momento e conjuga ótima defesa com agressividade no ataque, mas não dá para ignorar a presença de Wallace embaixo da cesta. O pivô está entre os melhores da liga em rebotes (13.2) e tocos (2.9). De quebra, ainda é o oitavo em roubadas (1.82), mesmo sendo um grandalhão de 2.06m. Ou seja, nem um pitbull espumando no garrafão causaria tanto estrago.

MELHOR TÉCNICO * Jerry Sloan
Em seus ombros está a explicação para a surpreendente campanha do Utah Jazz, que sobrevive no velho Oeste mesmo sem Karl Malone e John Stockton. Nesta liga em que os técnicos trocam de lugar como se estivessem no futebol brasileiro, é preciso ser um gênio fora da quadra para manter o emprego à frente de um elenco completamente renovado e sem estrelas. Palmas para o professor.

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A SELEÇÃO:

C – BEN WALLACE
PF – KEVIN GARNETT
SF – PEJA STOJAKOVIC
SG – ALLEN IVERSON
PG – BARON DAVIS


Yao Ming
Tim Duncan
Jermaine O’Neal
Tracy McGrady
Jason Kidd

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foto . nbae

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