8.6.03



A GANGORRA DOS PLAYOFFS




Momento crítico para Duncan:
a mão treme nos lances-livres




Grandes diferenças de pontos surgem e somem num piscar de olhos. Belas atuações no primeiro tempo se transformam em fiasco no segundo. Passes perfeitos numa partida dão lugar a erros bisonhos na noite seguinte. Atuações apagadas são logo compensadas com performances espetaculares. Este curioso efeito-gangorra tem sido a tônica desde o início dos playoffs. Nenhuma equipe conseguiu atravessar este caminho esburacado sem escapar dos altos e baixos. As finais ilustram claramente essa tendência. Quando a bola sobe, não há meio termo. Oito ou oitenta.

Tudo o que o New Jersey fez de errado no jogo 1 se transferiu, como num passe de mágica, para o San Antonio no jogo 2. A imprensa, de certa forma, cumpre seu papel e embarca na radiografia do momento. Primeiro desanca os Nets e, em seguida, faz o mesmo com os Spurs. O pobre leitor fica sem saber quem é bom e quem é ruim. A verdade é uma só: os dois times são ótimos, mas ambos têm uma enorme dificuldade para esconder suas falhas durante uma seqüência de partidas. E assim a gangorra sobe, desce, sobe, desce...

Já está mais que na hora de vermos um grande embate, com os dois lados jogando bem do início ao fim, criando um resultado calcado na força de quem ganha e não na incompetência de quem perde.

A cartilha é simples. Ao San Antonio, cabe caprichar mais nos passes e nos lances-livres. Ao New Jersey, cabe encontrar um jeito de marcar Tim Duncan e criar opções ofensivas para concluir os lances iniciados por Jason Kidd. Quando tudo isso acontecer ao mesmo tempo, vai valer a pena gastar três horas afundado num sofá diante da TV.

Num exercício da autocrítica, Duncan assumiu a culpa pela derrota no jogo 2. Fez muito bem. Afinal, o MVP cobrou dez lances-livres e converteu apenas três, errando bolas importantes em momentos decisivos. Kidd já havia tomado a mesma atitude no jogo 1, também com razão, porque afundou os Nets com uma atuação apagada. Cabe a nós torcer por uma noite em que os dois craques mostrem a plenitude do seu basquete. Logo mais, quem sabe.

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Carmelo Anthony, que será o terceiro escolhido no draft de 26 de junho, saiu-se com esta pérola no sábado: “Acho que eu deveria ser o primeiro, mas essas coisas acontecem”. Menos, garoto, menos.

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(Foto – CBS Sportsline)

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