30.11.02
:::: BLOCO DE NOTAS ::::
Todo sábado, um passeio rápido pela liga
Mutombo decepciona e Martin surpreende
INVESTIMENTO INÚTIL - Após um começo de temporada um tanto decepcionante, os torcedores do New Jersey Nets se perguntam: o que está havendo com Dikembe Mutombo? O principal reforço do time ainda não mostrou a que veio. Pior, vem dando seqüência a um processo de declínio que começou ano passado, ainda no Philadelphia 76ers. As médias de pontos, rebotes e tocos por partida incluem o afamado pivô no escalão intermediário da liga, abaixo de veteranos decadentes como David Robinson, do San Antonio Spurs. Enquanto isso, o New Jersey, cotado para liderar o Leste com folga, segue constrangido na sexta posição, com 10 vitórias e seis derrotas.
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PRATA DA CASA - Já que Mutombo não acerta, Kenyon Martin passou a dar as cartas no garrafão dos Nets. Com Richard Jefferson no time titular, ele foi obrigado a pular da ala-de-ligação para a ala-de-força, onde jogam grandalhões invocados como Chris Webber e Kevin Garnett. Prevendo confrontos mais difíceis, Martin tratou de cuidar do físico, aproveitando a pré-temporada para caprichar na musculação. Ganhou massa muscular e agora vive a melhor fase de sua carreira.
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AGORA VAI? - Michael Jordan anunciou esta semana que vai pendurar o tênis ao fim do campeonato. A promessa já está virando um clichê surrado, mas parece que desta vez é para valer. O melhor jogador da história parece ter ouvido o recado das quadras, que discretamente sugerem sua aposentadoria. Disposto a gastar até a última gota de talento, Jordan não quer mais saber de se poupar. Para o jogo de sábado, contra o Philadelphia 76ers, abandonou a condição de reserva de luxo e se auto-escalou com o titular pela primeira vez na temporada.
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BRUXA SOLTA - Realmente, a maré não anda boa para o Los Angeles Clippers. A contratação do talentoso Andre Miller poderia colocar a equipe na briga por uma vaga nos playoffs, mas a maldição das contusões está estragando os planos. Lamar Odom, estrela da companhia, ainda nem estreou. Elton Brand e o próprio Miller ficaram ausentes nos primeiros jogos. Agora é a vez de Corey Maggette, que deve entrar na faca nos próximos dias. Uma atroscopia no joelho direito vai deixá-lo quase dois meses no estaleiro.
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TROCA À VISTA - Segunda-feira vai ser um dia de mudanças em Nova York. Essa é a data limite para os Knicks usarem uma espécie de indenização no valor de US$ 4,5 milhões, fruto da contusão de Antonio McDyess, que foi trocado com o Denver Nuggets mas se machucou e está fora da temporada. No complicado jogo dos bastidores da NBA, o dinheiro tornaria mais fácil uma negociação sem ferir o teto salarial da equipe. A intenção é contratar um reforço e mandar Latrell Sprewell para bem longe. O problema é que a fama de bad boy do ala tem dificultado a caça aos pretendentes. Resta esperar para ver.
29.11.02
ESTRAGANDO A FESTA
Com 28pts, O'Neal despachou o Dallas
Um confiante Dallas Mavericks visitou a cidade de Indianapolis na noite de quinta-feira disposto a registrar em seu nome o melhor começo de temporada de todos os tempos na NBA. Escorado numa invencibilidade de 14 jogos, o recorde dependia de apenas mais uma vitória. O problema foi a má-vontade dos Pacers.
Os nomes de Dirk Nowitzki, Michael Finley e Steve Nash já estavam rascunhados no caderninho da história da liga, mas foram devidamente apagados pela turma liderada por Jermaine O'Neal e seus 28 pontos. Além dele, mais cinco jogadores marcaram em dígitos duplos, e o Indiana venceu por 110-98. Típica atuação estraga-prazer.
O time de O'Neal não chega a ser brilhante, mas tem sido arrasador neste início de campeonato. Devido a uma contusão, Reggie Miller só pôde estrear na semana passada. Até então, quem deu conta do recado foi um punhado de jogadores medianos como Ron Artest, Brad Miller, Jamaal Tinsley, Ron Mercer e Erick Strickland. Contando o triunfo que fez desmoronar o sonho do Dallas, já são 12 vitórias e apenas duas derrotas.
Louros para Isiah Thomas, que segue lutando por uma vaga na elite dos técnicos americanos. Gênio dentro da quadra, comandou os bad boys do Detroit Pistons nos anos 80. Fora dela, ainda busca reconhecimento. Pelo visto, pode conseguir ainda este ano.
28.11.02
UM RECORDE QUE NINGUÉM QUER
Harvey e Satterfield: apenas três pontos
no primeiro período contra o San Antonio
Na terça-feira, o Denver Nuggets recebeu o forte San Antonio Spurs e conseguiu um feito importante: venceu sua terceira partida consecutiva. No dia seguinte, os times se reencontraram para um tira-teima, desta vez no Texas. Então, mais que um feito, o Denver fez história. Mas não como gostaria.
A equipe anotou apenas três pontos no quarto inicial, contra 21 dos Spurs, que venceram o jogo por 99-68. Nunca houve atuação tão pífia em um primeiro período.
O armador Kenny Satterfield abriu o placar para os Nuggets, mas tudo o que os visitantes conseguiram além disso foi um mísero pontinho de Donnell Harvey. Começaram o segundo quarto com números de timinho: oito bolas desperdiçadas, um arremesso certo e 15 fora do alvo. Ou seja, a parada já estava decidida a favor do San Antonio. No decorrer da partida, o drama só se agravou. Para completar a noite infeliz, o ala Juwan Howard, líder do grupo, deixou a quadra zerado.
Apesar do lamentável episódio, é evidente a evolução do Denver nas últimas semanas. Muito disso se deve ao próprio Howard, que começou a temporada contundido e aos poucos volta à velha forma. O mais curioso é que o brasileiro Nenê Hilario vinha se apresentando bem nas derrotas e caiu de rendimento justamente nas recentes vitórias, marcando menos pontos e apanhando poucos rebotes. Quem sabe ele reencontra o caminho até janeiro, quando a ESPN promete transmitir jogos dos Nuggets para o Brasil.
ORDEM NA CASA, URGENTE
Jordan está disposto a jogar por mais tempo
Aos 39 anos, Michael Jordan percebeu que não pode deixar seus garotos sozinhos. A estratégia de botar a rapaziada para suar enquanto poupa sua musculatura no banco de reservas mostrou-se um fracasso. O melhor jogador de todos os tempos, humildemente, vem passando boa parte dos jogos fora da quadra. A intenção era se poupar para os playoffs, mas a julgar pela campanha do Washington Wizards neste início de temporada, a próxima fase parece um sonho improvável. Com seis vitórias e oito derrotas, o time é o décimo colocado na conferência Leste.
Diante deste quadro dramático, Jordan resolveu entrar em cena.
Integrar o time titular ainda não está nos planos do jogador, mas esta semana ele veio a público e declarou que está disposto a participar mais das partidas. "Sinto-me muito bem fisicamente", disse ele a agência de notícias Associated Press. "Se os meninos não começarem logo a mostrar suas qualidades, vocês devem me ver em quadra com mais freqüência".
Beirando as quatro décadas de vida, não se pode esperar que Jordan assuma o papel de salvador da pátria, como fazia nos áureos tempos de Chicago Bulls. Mas sua disposição é um bom sinal para os Wizards, que ainda penam para fazer funcionar a química entre os talentosos Jerry Stackhouse, Larry Hughes e Kwame Brown.
A equipe vem numa série de quatro derrotas consecutivas, sendo a penúltima delas para o Memphis Grizzlies, que não havia vencido uma vez sequer. No jogo seguinte, em casa contra o Indiana Pacers, Jordan foi o cestinha com 28 pontos. O retorno de Reggie Miller, no entanto, foi o suficiente para garantir o triunfo dos visitantes.
De qualquer forma, já fica clara uma postura diferente que, com um pouco de sorte, pode ser o empurrão que faltava ao Washington para engrenar no campeonato.
26.11.02
OS TIRAS NA COLA DO CRAQUE
Iverson se diz ameaçado pela polícia
Philadelphia está em festa. Afinal, Allen Iverson começou a temporada endiabrado, e o reconhecimento veio rápido. Ontem, ele foi eleito o melhor jogador da semana na conferência Leste. Nas últimas quatro partidas, sua média de pontos beirou os 35. Performance de MVP. Tudo leva a crer que o período é de felicidade absoluta. Puro engano. Nem mesmo a permanência nos 76ers até o fim do campeonato é certa. E desta vez o técnico e xerife Larry Brown não tem nada a ver com a história.
A encrenca de Iverson, para variar, é com a polícia.
Nos últimos dias, o jogador resolveu soltar o verbo para a imprensa local e se disse ameaçado. "Quero ficar na cidade, mas tenho medo", revelou ao jornal Daily News. "Se um tira sem caráter me quiser morto, posso aparecer morto qualquer dia desses". As ameaças estariam relacionadas à mais recente prisão do atleta. Em julho, ele foi acusado de expulsar a mulher de casa e, mais tarde, invadir um apartamento à procura dela.
O fato não chegou a espantar ninguém, já que Iverson é velho freguês de delegacias. O problema é a suposta perseguição dos policiais, mesmo depois de o caso ter sido arquivado. Enquanto alguns integrantes da corporação são investigados internamente, o craque não tem muito o que fazer. Segue jogando o fino no território onde se sente mais seguro: a quadra de basquete.
25.11.02
BENDITA RETRANCA
Nash é uma peça fundamental no esquema de Harris
Que o Dallas Mavericks tem um ataque de fazer inveja a qualquer time da NBA, todo mundo já sabe. Mas o poder de fogo de Dirk Nowitzki, Michael Finley e Steve Nash não é o único fator responsável pelo início devastador nesta temporada. Por trás das 13 vitórias da equipe (a única invicta na liga) está um homem que não toca na bola, mas faz milagres rabiscando uma prancheta. Del Harris, assistente do técnico Don Nelson, pensa o tempo todo em (acreditem!) defesa.
Quem acompanha o basquete americano deve se lembrar de Harris à beira da quadra, comandando um confuso Los Angeles Lakers, já com Kobe Bryant e Shaquille O'Neal, mas ainda sem títulos. Diante dos fracassos, o treinador ficou marcado na Califórnia. Hoje, é louvado pela imprensa do Texas por traçar a eficiente estratégia defensiva dos Mavericks. O segredo? Pasmem mais uma vez: marcação por zona.
Para quem reclama que o resto do mundo não acompanha os Estados Unidos por, entre outras coisas, resistir à adoção do combate individual, a lógica foi subvertida. No ano passado, a NBA liberou o sistema de zona, mas ninguém ousou implantá-lo definitivamente. Até que Harris assumiu a prancheta do Dallas. O time passou a deixar de lado o homem-a-homem e os resultados foram impressionantes.
A média de pontos concedidos ao adversário caiu de 97,2 em 2001-2002 para 89,1. O mesmo aconteceu com o índice de acerto de arremessos dos rivais (45,7% para 40,7%). As roubadas de bola aumentaram de 6,9 para 8,9 por jogo, e a média de tocos subiu de 4,8 para 5,1. A numeralha deságua na brilhante campanha invicta. Ano passado, cinco dos 13 primeiros jogos terminaram em derrota.
Nowitzki, Finley, Nash & cia. têm esta semana dois desafios indigestos, na estrada, contra Pistons e Pacers. Passando por eles, vão depender de uma simples vitória em casa contra o fraco Chicago Bulls para bater o recorde de melhor começo de temporada na história da NBA. Feito que colocaria o nome de Del Harris, fracassado em Los Angeles, na história do basquete.
21.11.02
CÃO FEROZ NO GARRAFÃO
Wallace bloqueia o astro Kevin Garnett
Dez tocos em um jogo. Foi com essa marca impressionante que Ben Wallace deixou a quadra ontem à noite após a vitória do Detroit Pistons (86-79) sobre o Miami Heat. O ala anotou ainda 12 pontos e 19 rebotes, o que configura um triple-double, mas isso virou uma questão menor diante da incrível dezena de bloqueios. É provável que, a partir de agora, os adversários pensem duas vezes antes de correr em direção à cesta. A prudência manda priorizar os arremessos de fora.
Para se ter uma idéia, a média do líder em tocos na liga, Theo Ratliff, não passa de quatro por partida. Wallace também está entre os melhores na estatística, mas sua performance de ontem foi absolutamente assustadora. Triple-doubles geralmente se baseiam em pontos, rebotes e assistências. Mas o passe não é o forte do ala dos Pistons. O negócio dele é proteger o garrafão, seja recuperando arremessos perdidos ou expulsando intrusos abusados.
É este ímpeto ofensivo que mantém o Detroit nas primeiras colocações do Leste, com nove vitórias e três derrotas. Raramente os rivais marcam mais de 80 pontos. Talvez por medo da fera que toma conta da casa.
20.11.02
O DOCE LAR DOS HORNETS
Até agora, tudo é festa em N. Orleans
Dizem que o basquete nunca chegou a incendiar Charlotte. Enquanto os Hornets estavam por lá, não parecia ser grande vantagem jogar na cidade, diante de um público que raramente se animava. Com a mudança da equipe para New Orleans, os jogadores finalmente começaram a se sentir em casa. E estão retribuindo à altura. Neste início de campeonato, o novo ginásio ainda não viu uma derrota sequer do time comandado por Baron Davis, Jamal Mashburn e David Wesley.
Tudo bem que na pré-temporada os Hornets abriram o novo lar com três derrotas. Serviu como treino. Desde que a briga passou a ser para valer, já são sete vitórias acumuladas. Algumas eletrizantes, como a de ontem, frente ao Philadelphia 76ers. A equipe perdia por um ponto e Mashburn errou um arremesso nos segundos finais. Seria o fim da invencibilidade se Wesley não tivesse se enfiado no meio dos grandalhões para apanhar o rebote e fazer a cesta decisiva, fazendo explodir a festa de uma torcida que já está ficando mal acostumada.
Para dar prosseguimento à série em novembro, basta passar por New York, na sexta-feira, e Atlanta, na próxima quarta. No começo do mês que vem, os visitantes serão Toronto, Houston e Los Angeles Cilppers. Pensando bem, nada muito difícil. Em seguida, vem uma turnê de sete jogos na estrada, contra times da conferência Oeste. Na volta para casa, um dia depois do Natal, quem sabe ainda invicta, a arena de New Orleans recebe o Dallas Mavericks, com todos os indícios de um embate grandioso.
19.11.02
ENFIM, UMA SELEÇÃO DE VERDADE
McGrady é nome certo nas Olimpíadas
Argentinos e iugoslavos, guardem a euforia na gaveta. Ao que tudo indica, a elite da NBA estará em Atenas para disputar as Olimpíadas de 2004. O fiasco no Mundial deste ano ligou o sinal de alerta e mostrou que os americanos já não podem apenas brincar de basquete em competições internacionais como faziam antigamente. A resposta veio ontem, em conjunto: Jason Kidd, Tim Duncan, Tracy McGrady e Ray Allen confirmaram que estão dispostos a reforçar a seleção. Kobe Bryant ainda não bateu o martelo publicamente, mas se mostrou animado em entrevistas recentes.
Com seus principais atletas em quadra, os Estados Unidos praticamente garantem a medalha de ouro. O astro mais aguardado, no entanto, parece cada vez mais distante. Shaquille O'Neal já disse que só joga sob o comando de seu técnico no Los Angeles Lakers, Phil Jackson. Mas o favorito para treinar a equipe é Larry Brown, do Philadelphia 76ers, nomeado mês passado para o Hall da Fama.
"Brown será o técnico? Estarei com uma dor no joelho em 2004", disse Shaq, o rei da ironia, à agência de notícias Associated Press. "Se Phil não for o treinador, não vou jogar com essa dor. Mas Brown é um grande sujeito, já fez muito pelo esporte e eu lhe desejo sucesso".
Para a tristeza do pivô, o próprio Jackson parece conformado em não ir à Grécia. "Fui perguntado se aceitaria o cargo e disse que sim. Mas não ficarei desapontado", declarou.
18.11.02
GIGANTE ACORDANDO
Ming colhe frutos após começo difícil
A tal paciência chinesa já estava se esgotando no outro lado do mundo. Depois de um começo decepcionante, Yao Ming parece disposto a engrenar. O pivô que deixou a China para tentar a sorte na NBA apanhou nos primeiros jogos, mas suas últimas atuações foram o bastante para despertar o orgulho vermelho em seu país e encher de esperança o torcedor do Houston Rockets. Ming era a peça que faltava na engrenagem comandada pelo craque Steve Francis, que vive o auge de sua carreira.
Francis vem jogando quase no mesmo nível de grandes astros da liga como Allen Iverson, Tracy McGrady e Kobe Bryant. Amadurecido em sua quarta temporada, atingiu a média de quase 30 pontos e oito rebotes por partida. Conta com a ajuda do também armador Cuttino Mobley, do pivô Kelvin Cato e da dupla de alas Kenny Thomas e Eddy Griffin, que barrou os badalados Glenn Rice e Maurice Taylor. Por causa dessa turma, o Houston já é o quinto melhor do Oeste, deixando para trás medalhões como San Antonio Spurs, Portland Trailblazers e Los Angeles Lakers.
Se Ming realmente pegar o ritmo, podem escrever, teremos um time enjoado nos playoffs. No último jogo, contra os Lakers, o pivô marcou 20 pontos e não errou um arremesso sequer dos nove que tentou. Para quem já saiu de quadra zerado duas vezes este ano, a evolução é notável. Com um bilhão de compatriotas torcendo à distância, o gigante mostra que só está começando.
17.11.02
O PEQUENO QUE INCOMODA
Richardson se destaca no Golden State
Não se fazem mais sacos de pancada como antigamente. O Golden State Warriors, tradicional café-com-leite da NBA, continua lá no pé da tabela, mas resolveu aprontar algumas neste início de temporada. Vem fazendo graça desde a estréia, quando derrotou o San Antonio Spurs de Tim Duncan.
A última vítima foi o afamado Orlando Magic, que no sábado levou uma enfiada histórica, 135-92. Parece ilusão de ótica, mas o amigo pode fazer o cálculo: foram 43 pontos de diferença. Não houve espaço para Tracy McGrady e Grant Hill. O astro da noite foi o desconhecido Troy Murphy, que marcou 24 pontos e pegou 12 rebotes.
Na partida anterior, sexta-feira, o Golden assustou os Lakers em Los Angeles. A vitória do time de Kobe Bryant só veio na prorrogação. Sacramento Kings, Dallas Mavericks e New Orleans Hornets também penaram para derrotar um time que até ano passado era sinônimo de fracasso.
Murphy é um dos maiores responsáveis pela mudança do quadro. Sempre contribuindo ofensivamente, o ala forma uma boa dupla com o astro da equipe, Antawn Jamison. Jason Richardson, em seu segundo ano na liga, evoluiu a olhos vistos e vem fazendo a diferença. De quebra, joga um basquete vistoso que encanta a torcida. Completam o plantel os competentes Erick Dampier e Gilbert Arenas.
Os Warriors ainda estão longe da pretensão de chegar aos playoffs, mas já se mostraram dispostos a incomodar muita gente e roubar dos medalhões vitórias preciosas que podem custar caro mais tarde.
16.11.02
:::: BLOCO DE NOTAS ::::
Todo sábado, um passeio rápido pela liga
Hardaway e Marbury comandam o Phoenix
OLHO NELES - Como quem não quer nada, o Phoenix Suns venceu suas últimas quatro partidas e começou a escalar a tabela do campeonato. Já é o terceiro melhor na forte conferência Oeste. Para chegar lá, passou por cima de bons times como Portland Trailblazers e Atlanta Hawks. As derrotas foram compreensíveis, para Seattle, Dallas e Detroit. Méritos para o trio Stephon Marbury, Penny Hardaway e Shawn Marion, além do excelente calouro Amare Stoudamire, o mais jovem atleta da história do clube, que vem surpreendendo em seu primeiro ano.
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SPREE DESCARTADO - Menos de uma semana após o anúncio de uma possível troca entre Latrell Sprewell e Jalen Rose, o homem forte do basquete de Chicago botou água no chope: Jerry Krause não está disposto a abrir as portas de seu time para o encrenqueiro ala do New York Knicks, que voltou de contusão esta semana. Apesar da desconfiança quanto ao futuro de Rose na equipe, o dirigente acha que Spree só traria problemas para os Bulls. Segundo uma fonte do jornal Chicago Sun-Times, Krause está negociando a saída de dois outros jogadores: Marcus Fizer, relegado a segundo reserva após a entrada do calouro Lonny Baxter, e Jamal Crawford, que esquenta o banco enquanto o novato Jay Williams enche os olhos da torcida.
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FIASCO SEM SHAQ - Haja budismo para manter o temperamento zen do técnico Phil Jackson. Sem Shaquille O'Neal, o Los Angeles Lakers consiste na ilha Kobe Bryant cercada de cabeças-de-bagre por todos os lados. Resultado: atuações dignas de time pequeno. Até agora, foram três vitórias e seis derrotas, quadro impensável para o atual tricampeão. O último triunfo, que interrompeu uma série de quatro fracassos, foi em casa, contra o Golden State, na prorrogação. Só isso já dá uma idéia do drama. Shaq deve voltar na próxima sexta-feira, quando a equipe recebe o Chicago Bulls, ex-time de Jackson. O técnico espera que o pivô faça a diferença e lhe ajude a manter sua calma inabalável.
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NENE NA TELA - A filial brasileira da ESPN Internacional promete brigar com a matriz americana para incluir partidas do Denver Nuggets na grade de programação. O pedido já foi feito, resta aguardar a resposta. Com Nene Hilario jogando bem (ainda que num time péssimo), cresce por aqui a vontade de ver uma partida inteira do Denver, e não apenas lances isolados em um ou outro telejornal.
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COINCIDÊNCIA - Foi só a imprensa americana anunciar a possibilidade (ainda remota) de Tim Duncan se transferir para New Jersey no próximo ano, e o ala titular dos Nets, Kenyon Martin, quebrou o nariz no jogo contra o Miami Heat. Com Duncan na equipe, Martin ficaria relegado à condição de reserva de luxo e jogaria pouco tempo. Quadro frustrante para um jogador que tem evoluído a cada temporada.
15.11.02
TORRE EM NOVA PAISAGEM
Tim Duncan pode turbinar o N. Jersey
Jason Kidd e Dikembe Mutombo fazem do New Jersey Nets um time de respeito. Os coadjuvantes Kerry Kittles, Richard Jefferson e Kenyon Martin reforçam a confiança da equipe para conquistar novamente o título da conferência Leste. Não satisfeita com isso, a diretoria pensa grande e já articula, para a próxima temporada, uma contratação daquelas que fazem o chão tremer.
Tim Duncan, o melhor ala-de-força da liga, pode estar a caminho.
Quem levantou a possibilidade foi o jornal New York Post, na edição de quinta-feira. O próprio Duncan, hoje no San Antonio Spurs, reconheceu que adoraria dividir a liderança dos Nets com Kidd. "Se realmente houver a chance de jogar com ele, será uma ótima oportunidade", disse o ala, que ganha passe livre ao fim deste campeonato.
Duncan sabe que seu parceiro David Robinson vai se aposentar, fato que tornaria quase impossível o objetivo de ganhar mais um título. Ao lado de Kidd, ele comandaria uma equipe realmente capaz de ameaçar a dinastia do Los Angeles Lakers.
Por enquanto, tudo está no delicado terreno das especulações. O próprio ala sabe que a transferência exigiria negociações complexas, envolvendo outros jogadores. "As pessoas ainda vão falar muito disso, não tem jeito", admite. Mas não custa sonhar. Se por um lado a troca jogaria os Spurs no limbo, por outro devolveria à NBA o bom e velho sentido de competição, ausente desde que Kobe Bryant começou a se entender com Shaquille O'Neal.
13.11.02
COMENDO PELAS BEIRADAS
Artest tem sido crucial para os Pacers
Antes do início da temporada, ninguém dava nada pelo pobre Indiana Pacers. Quando o assunto era a disputa no Leste, só se falava em New Jersey, Detroit, Orlando, Washington, Atlanta...
Pois mesmo sem a ajuda de Reggie Miller, contundido, os rapazes de Indianapolis vêm botando todos os concorrentes no bolso. Já ocupam o topo da conferência, com seis vitórias e apenas uma derrota.
E pensar que o combustível para esta improvável arrancada viria de dois jogadores que, até pouco tempo, sofriam com a lanterna da NBA. Boa parte do sucesso dos Pacers se deve às boas atuações de Ron Artest e Brad Miller, adquiridos ano passado na negociação que mandou Jalen Rose para o Chicago Bulls. Enquanto Reggie não volta, são eles que comandam a equipe, com a valorosa ajuda do pivô Jermaine O'Neal.
A subida de produção também pode ser creditada à surpreendente melhora dos armadores Jamal Tinsley e Erick Strickland, que começaram jogando abaixo da crítica mas, de uma hora para a outra, passaram a comer a bola.
E assim vai o Indiana, aproveitando que a tabela lhe reservou adversários medianos neste início de campeonato e fazendo o dever de casa enquanto aguarda o retorno de sua estrela maior. Na próxima semana, chegam as primeiras pedreiras. Minnesota, Orlando, Detroit e Dallas estarão pelo caminho. São boas oportunidades para conferir se a largada promissora pode render frutos mais adiante.
12.11.02
DE MALAS PRONTAS?
Sprewell e Jay Williams: juntos em breve?
Os resultados ainda não são de gente grande, mas ninguém contesta a evolução do Chicago Bulls em relação à equipe que vinha patinando na lama nos últimos anos. No fim de semana, contra o temido New Jersey Nets, o calouro Jay Williams se recusou a baixar a cabeça para o all-star Jason Kidd: fez um triple-double e levou o time a uma vitória maiúscula. Foi a terceira neste início de campeonato. Para reforçar o otimismo da torcida, tudo indica que a cereja do bolo ainda está por vir.
Integrantes da diretoria garantiram à imprensa local que o ala do New York Knicks Latrell Sprewell está a um passo de vestir a camisa dos Bulls.
Sem jogar desde a pré-temporada, quando quebrou a mão numa briga durante um passeio de iate, Spree deve estar pronto para entrar em quadra na próxima semana. Mas dificilmente voltará a Nova York. A troca envolveria o ala-armador Jalen Rose, de quem a comissão técnica do Chicago esperava contribuição maior.
Rose até vem jogando bem e marcando pontos. Mas o tão falado espírito de liderança, perseguido desde a saída de Michael Jordan, parece estar mais presente no garoto Williams.
O calouro, excelente nas assistências, formaria uma dupla respeitável com Sprewell, que leva nítida vantagem sobre Rose em quesitos como habilidade, agressividade e poder de decisão.
O problema é controlar os nervos do bad-boy. Antes de criar problemas com os Knicks, ele já havia tentado estrangular o técnico P.J. Carlesimo quando jogava no Golden State Warriors. Bill Cartwright, que treina os Bulls, já deve ter ligado o alerta.
9.11.02
O TRISTE REFLEXO DO TEMPO
Bryant deixou claro que a idade já maltrata Jordan
O último quarto já entrava em sua metade final quando Rick Fox recebeu uma bola entre a linha dos três pontos e a cabeça do garrafão.
Para quem não conhece, Fox é um dos coadjuvantes de Shaquille O'Neal e Kobe Bryant no Los Angeles Lakers. Experiente, bom arremessador, sofre, no entanto, com a falta de mobilidade. É lento, pesado, pouco ágil.
Pois foi ele quem recebeu aquela bola, num momento crucial do jogo de sexta-feira, em Washington, quando os Lakers armavam uma reação espetacular para cima dos Wizards. Na frente dele, braços abertos, Michael Jordan aguardava.
Fox não se intimidou. Em vez de procurar um companheiro em melhor posição, encarou a marcação e partiu em direção à cesta. Lento, sem ginga, como sempre. Ainda assim, Jordan parecia grudado no chão e não teve fôlego para acompanhá-lo. Dois pontos fundamentais. E ridiculamente fáceis.
O que deveria ser apenas mais um lance da partida na verdade foi um doloroso recado dos novos tempos para o melhor jogador da história. A facilidade encontrada por Fox permite se ter uma idéia de quão injusto foi o embate entre Jordan e Bryant.
O mestre à beira da aposentadoria e seu mais provável sucessor duelaram na maior parte do jogo. Quase sempre, o jovem craque de Los Angeles levou vantagem, deixando claro que a explosão física, mais do que nunca, dá as cartas na NBA. A diferença só não foi mais gritante porque Jordan ainda guarda no bolso um potinho com a fórmula da genialidade (que Bryant ainda está desenvolvendo).
Nos anos que não voltam mais, foram inúmeras as ocasiões em que o Chicago Bulls precisou de seu camisa 23 para a jogada decisiva. Marcado por dois ou três adversários, ele raramente decepcionava. Na sexta-feira, teve duas oportunidades (em lances livres, portanto sem marcação) para garantir a vitória do Washington. Falhou. Permitiu que, a partir de um lance que começou com Bryant, os Lakers virassem o jogo a dois segundos do fim.
E quem poderia imaginar que, faltando dois míseros segundos, com Jordan em quadra, a bola não iria para ele? Pois não foi. Jerry Stackhouse, cestinha da noite, corrigiu tudo e ganhou o jogo numa enterrada que teve como trilha sonora a campainha anunciando o cronômetro zerado.
Washington 100 x 99 Los Angeles. Se dependesse de Jordan, infelizmente, o resultado seria outro. A sobrevida de sua carreira, até o fim desta temporada, ainda vai nos brindar com lances geniais, podem apostar. Mas estejam certos também de que a relutância em se aposentar está trazendo à tona uma certeza cruel.
Michael Jordan é humano. E envelhece.
:::: BLOCO DE NOTAS ::::
Todo sábado, um passeio rápido pela liga
Nene começou bem, mas seu time...
LUGAR ERRADO - Fica a impressão de que o brasileiro Nene Hilario caiu no time errado. O sofrível Denver Nuggets ainda não tem Marcus Camby, contundido, mas mesmo com ele está condenado a penar nas últimas colocações. O pior é que o técnico Jeff Bzdelik, talvez para poupar seu calouro mais valioso, deixa Nene na reserva a maior parte do tempo. Quando entra, o brasileiro corresponde. Mostra boa presença no garrafão, marca pontos, pega rebotes. Tudo para, no fim, sair de quadra derrotado. Se estivesse no New York Knicks (time que o escolheu no draft), com Latrell Sprewell e Allan Houston, talvez a sorte fosse diferente.
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QUANTA DIFERENÇA - O Houston Rockets recebe o Golden State Warriors hoje à noite reverenciando o passado. No intervalo, homenagem para Hakeem Olajuwon: sua camisa 34 será aposentada no teto do ginásio. O pivô, que deu dois títulos ao time, jogou a última temporada em Toronto e decidiu encerrar este ano uma carreira repleta de vitórias. Em quadra, o garrafão do Houston estará entregue ao chinês Yao Ming, que começou o campeonato bem abaixo da expectativa. Em quatro partidas, terminou duas sem marcar um pontinho sequer. Uma vergonha para quem chegou anunciado como gigante salvador.
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BRUXA SOLTA - Neste equilibrado começo de temporada, poucos times foram poupados da maldição das contusões. Para se ter noção do drama, basta dar uma olhada na lista dos que ainda nem estrearam: Shaquille O'Neal (Lakers), Mike Bibby (Kings), Latrell Sprewell (Knicks), Reggie Miller (Pacers), Lamar Odom (Clippers), Marcus Camby (Nuggets). Sem contar os que começaram o ano envolvidos com lesões (Allen Iverson, Andre Miller e Elton Brand), os que foram para o estaleiro após os primeiros jogos (Vince Carter e Raef LaFrentz) e os que estão vetados para a temporada inteira (Antonio McDyess e Alonzo Mourning).
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TIME NOVO - Restaram apenas dois candidatos na briga pela concessão da equipe que vai levar o basquete de volta à cidade de Charlotte, em 2004. Bob Sturges, sócio minoritário do Miami Heat, decidiu tirar o time de campo e facilitou as coisas para o grupo comandado por Larry Bird, que lidera a corrida. O favorito Bird concorre com Robert Johnson, fundador da Black Entertainment Television. Até o ano passado, Charlotte abrigava os Hornets, que se mudaram para New Orleans.
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E$TÍMULO - Com dinheiro no bolso, fica mais fácil. O ala-armador Ron Artest, que começou no Chicago Bulls e foi trocado com o Indiana Pacers, sempre foi um jogador mediano. No meio da semana, a diretoria do Indiana prorrogou seu contrato e se dispôs a pagar US$ 42 milhões em seis anos. O reflexo foi imediato. Na sexta-feira, jogando em casa, Artest teve uma das melhores atuações de sua carreira, comandando a equipe com 27 pontos na vitória contra o New York Knicks.
7.11.02
O ÚLTIMO INVICTO
Nowitzki lidera o melhor elenco da liga
Na duas primeiras semanas da temporada, quase nada foi comentado sobre o Dallas Mavericks. O noticiário voltou os olhos para outros assuntos: o chinês Yao Ming, o entrosamento do New Jersey, a ausência de Shaquille O'Neal, Michael Jordan na reserva, Glenn Robinson no Atlanta. Enfim, falou-se de muita coisa enquanto o Dallas corria por fora. Hoje, é o único time invicto na liga.
É bem verdade que os quatro primeiros adversários (Memphis, Phoenix, Golden State e Toronto) não chegam a assustar. Mas é evidente que os Mavericks atingiram um nível impressionante de competência, apresentando (talvez ao lado do Sacramento Kings) o basquete mais bem jogado da NBA.
Dirk Nowitzki, Michael Finley e Steve Nash garantem talento de sobra na linha de frente, respaldados por um excelente conjunto que inclui nomes como Shawn Bradley, Raef LaFrentz, Tariq Abdul-Wahad, Walt Williams, Eduardo Najera, Adrian Griffin, Avery Johnson e Nick Van Exel. É certamente o melhor elenco em atividade. Resta converter essa qualidade em força na hora de encarar os playoffs.
5.11.02
QUESTÃO DE TEMPO
Giricek é um dos garotos do Memphis
Se há um time que pode encher a boca para pronunciar a palavra "futuro", é o Memphis Grizzlies.
É arriscado bancar tal afirmação a respeito de uma equipe que, até agora, perdeu os uatro jogos que disputou. Mas basta dar uma olhada mais de perto para perceber que, mantendo a base, dias melhores virão. E não devem tardar. As partidas contra Dallas e San Antonio (esta última perdida numa prorrogação emocionante) serviram para deixar os torcedores otimistas.
Para começo de conversa, o Memphis é o único time que tem dois calouros de alto nível. Drew Gooden vem sendo considerado por muitos o melhor novato deste início de temporada. Mantendo a média de 14 pontos e cinco rebotes por jogo, o armador tem dado uma ajuda considerável à equipe. O iugoslavo Gordan Giricek, por sua vez, estreou marcando 29 pontos, caiu um pouco de produção, mas continua sendo perigoso.
Aos dois garotos somam-se o espanhol Pau Gasol (melhor calouro do ano passado) e os habilidosos Jason Williams e Michael Dickerson. Shane Battier e Lorenzen Wright garantem uma boa briga no garrafão, e Wesley Person (único velhinho do elenco) dá o toque indispensável de experiência.
É claro que, inflado de adolescentes, os Grizzlies vão custar para chegar longe. E, se pensarmos bem, veremos que as quatro derrotas foram para medalhões da liga (Dallas, Detroit, Sacramento e San Antonio). Os próximos dois confrontos são fora de casa contra Portland e (de novo) Sacramento. Com uma tabela injusta dessas pela frente, realmente, não há quem resista. Melhor dar tempo ao tempo.
A REPRISE DE UM FILME FAMOSO
Mais versátil, Bryant vem atropelando os oponentes
São os próprios adversários que estão dizendo: a versão 2002-2003 de Kobe Bryant está assustadoramente mais perigosa.
O falastrão Ruben Patterson, do Portland Trailblazers, deu a si próprio, no ano passado, o apelido "Kobe-stopper", por ter conseguido parar o armador do Los Angeles Lakers em alguns confrontos. No último domingo, Patterson saiu de quadra impressionado. Sem Shaquille O'Neal ao seu lado, Bryant comandou um time repleto de desfalques e emplacou um folgado triple-double com 33 pontos, 14 rebotes e 12 assistências. "Ele acertou arremessos incríveis em cima de mim", reconheceu o jogador do Portland.
Além do espírito de liderança cada vez mais marcante, Kobe vem ampliando seu leque de jogadas. As infiltrações a qualquer custo rumo à cesta não são mais seu único trunfo. Tiros certeiros de média e longa distância, passes cirúrgicos e contribuições fundamentais na defesa têm se tornado cada vez mais freqüentes. Foi mais ou menos assim que Michael Jordan deixou de ser apenas um atleta espetacular para se tornar um gênio. E olha que o craque do Lakers, com três títulos na bolsa, tem apenas 23 anos.
Para começar o ano com o pé direito, ele já foi eleito o melhor jogador da primeira semana da temporada. Fica a torcida para que continue subindo os degraus. A NBA agradece.
:::: BLOCO DE NOTAS ::::
Todo sábado, um passeio rápido pela liga
O ala Karl Malone pode trocar de uniforme
CASA NOVA PARA MALONE - Depois de tornar públicos seus pensamentos sobre a aposentadoria no ano que vem, Karl Malone parece estar mudando de idéia. De leve, como quem não quer nada, o ala deu a entender que está disposto a jogar mais uma temporada. Mas não pelo Utah Jazz. Malone estaria encantado com a possibilidade de se transferir para os Hornets, que agora jogam em New Orleans. Além de representar um retorno às origens (para a cidade que um dia abrigou o Jazz), a mudança pode dar ao jogador a chance real de ganhar o tão sonhado título que ele persegue em vão há quase 20 anos.
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HORA DA FAXINA - Vem aí uma reforma estrutural profunda na NBA, com data certa para acontecer. O presidente da liga, David Stern, admitiu que um vendaval deve passar pelo sistema de divisões e conferências na temporada 2004-2005. O motivo é a inclusão de mais um time, na cidade de Charlotte, atualmente órfã dos Hornets. "Já que é para acrescentar o 30º time no campeonato, é melhor virar tudo de cabeça para baixo", explicou Stern, que propõe uma nova estrutura com seis divisões (atualmente são quatro). Além disso, alguns times podem trocar de conferência. Minnesota e Memphis, por exemplo, há muito querem ir para o Leste, alegando razões geográficas e buscando confrontos mais fáceis.
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SOLITÁRIOS - Três armadores estão tendo trabalho dobrado neste começo de campeonato. Sem poder contar com a ajuda de seus pivôs, Allen Iverson, Kobe Bryant e Steve Francis vêm dando nó em pingo d'água para arrancar vitórias. No Philadelphia 76ers, Iverson perdeu o companheiro Dikeme Mutombo, trocado com o New Jersey Nets. Nos três primeiros jogos, o craque bad-boy marcou 18, 28 e 35 pontos. Com Shaquille O'Neal machucado, Kobe Bryant também colocou o piano nas costas: na primeira vitória do Los Angeles Lakers, fez um triple-double, com 33 pontos, 15 rebotes e 12 assistências. No Houston Rockets, o calouro chinês Yao Ming está jogando, mas até agora, em duas partidas, marcou apenas dois pontos. Sobra para Francis, que anotou 39 na estréia e 21 ontem, contra o Denver Nuggets do brasileiro Nenê.
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SURPRESA ESTRANGEIRA - A aposentadoria de Patrick Ewing abriu espaço no time titular do Orlando Magic para o irlandês Pat Burke, que jogou por quatro anos na Grécia e virou atração na primeira semana da temporada. Grandalhão, bom de defesa e capaz de acertar arremessos de longe, Burke aproveitou a contusão de Horace Grant para se firmar como referência do time dentro do garrafão. As boas atuações deixaram mais tranqüila a dupla Tracy McGrady e Grant Hill, que tem decidido os jogos.
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DE OLHO NO ARGENTINO - Os dirigentes do San Antonio Spurs estão absolutamente satisfeitos com o argentino Emanuel Ginobili. Substituindo o contundido Steve Smith no time titular, Manu (como é chamado pelos americanos) marca poucos pontos, mas se destaca, entre outros fundamentos, pelas roubadas de bola. As primeiras impressões da diretoria, publicadas esta semana pela imprensa local, foram ótimas. Os cartolas acreditam que, em pouco tempo, Ginobili pode se tornar um dos jogadores mais versáteis da liga.
2.11.02
RINGUE ARMADO PARA NETS E PACERS
O jogo de ontem virou guerra
A rodada de sexta-feira parece ter marcado definitivamente o nascimento de mais um clássico da NBA, um daqueles confrontos em que os ânimos se afloram e tudo pode acontecer, tipo Bulls vs Knicks ou Lakers vs Celtics.
New Jersey Nets e Indiana Pacers quase resvalaram para o vale-tudo, num confronto que acabou com baixas em ambos os lados.
Os times já tinham se engalfinhado nos playoffs do ano passado, numa série que só foi decidida (a favor dos Nets) na prorrogação do quinto e decisivo jogo. Ontem, eles jogaram no limite entre a raça e a violência. Entre mortos e feridos, eis o saldo: 59 faltas cometidas, sendo 12 técnicas e quatro flagrantes, além de três jogadores expulsos (Jason Kidd, Anthony Johnson e Erick Strickland). Tudo isso num cenário de provocações, xingamentos, empurrões e cotoveladas.
Ah, o New Jersey venceu a partida, 102-91.
1.11.02
JORDAN EM FORMA, AZAR DO BOSTON
O craque foi decisivo ontem
Quando Michael Jordan joga como Michael Jordan, o buraco é mais embaixo. E o Boston Celtics descobriu isso da pior maneira possível. Na noite de ontem, o gênio da bola laranja teve uma atuação bem mais convincente que a da estréia, levando o Washington Wizards a um triunfo histórico, por 114-69. Se o amigo não é bom de conta, aí vai uma ajuda: foram simplesmente 45 pontos de diferença. A pior derrota do Boston em todos os tempos.
Mesmo começando a partida no banco, Jordan terminou com 21 pontos (um a menos que o cestinha Jerry Stackhouse), 5 assistências, duas roubadas e um toco. Kwame Brown completou a química perfeita com 20 pontos.
A vitória mostrou que, com todas as peças funcionando, o Washington pode ir longe este ano. O Boston, que cometeu o absurdo de trocar Kenny Anderson pelo inoperante Vin Baker, está pagando caro. Sentindo falta de um armador experiente, o time já passou vergonha nos dois primeiros jogos (antes do massacre de ontem, já havia sido derrotado em casa pelo fraco Chicago Bulls).