23.12.02



PAUSA PARA AS FESTAS





Como ninguém é de ferro, o site fez um breve recesso para as festas de fim de ano e descansou de 24 de dezembro a 3 de janeiro.

21.12.02



:::: BLOCO DE NOTAS ::::

Todo sábado, um passeio rápido pela liga




K. Malone enfim se vingou de Nowitzki



REVANCHE - Em dois dias consecutivos, caíram as duas últimas equipes que se mantinham invictas em seus domínios. Na quinta-feira, o Sacramento Kings perdeu em casa para o San Antonio Spurs. Ontem, foi a vez do Dallas Mavericks, que recebeu o Utah Jazz e foi derrotado, provando que a vingança é um prato que se come frio. Em 2001, o Dallas de Dirk Nowitzki e Michael Finley, ainda em fase emergente, foi a Utah e eliminou o time de Karl Malone e John Stockton no quinto e decisivo confronto da primeira rodada dos playoffs.

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ESFORÇO - Três meses após um acidente de carro que por um triz não o deixou tetraplégico, DerMarr Johson, armador do Atlanta Hawks, já fala em voltar às quadras. A recuperação vai de vento em popa, mas a séria lesão no pescoço ainda impede que os médicos batam o martelo sobre as possibilidades de retorno. No dia 21 de setembro, Johnson saía de uma noitada quando cochilou no volante e destruiu sua potente Mercedes num poste. O atleta foi arremessado para fora do veículo, que explodiu em seguida.

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FEIO - Como se não bastasse a freqüência assídua nas delegacias da cidade, os jogadores do Portland Trailblazers resolveram levar seu relacionamento com a polícia para dentro da quadra. Ontem, contra o Golden State Warriors, a pancadaria comeu solta ao fim da partida. Quando Rasheed Wallace converteu o arremesso da vitória, Bonzi Wells e Chris Mills, que disputavam um possível rebote no garrafão, começaram a trocar sopapos. Vários atletas entraram na briga e o clima ferveu. Só esfriou com intervenção policial. Chega a dar pena.

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INTRUSO - Pela primeira vez desde que se tornou o maior astro da NBA, Shaquille O'Neal pode começar um All-Star Game no banco de reservas. Culpa da febre chinesa. Yao Ming, do Houston Rockets, já ameaça assumir a vaga de pivô na seleção do Oeste. A diferença atual é pequena, com menos de 10 mil votos. Os titulares são escolhidos por internautas do mundo inteiro e os reservas são convocados pelos técnicos. Se a votação terminasse hoje, o Oeste entraria em quadra com Shaq, Tim Duncan, Kevin Garnett, Steve Francis e Kobe Bryant (o mais votado entre todos os jogadores). No Leste, estariam Ben Wallace, Tracy McGrady, Grant Hill, Vince Carter e Allen Iverson (Michael Jordan e Jason Kidd devem esquentar o banquinho). Anote aí: o jogo, imperdível, acontece no dia 9 de fevereiro, em Atlanta.

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MÃO FURADA - O lance que decidiu a partida de ontem entre Philadelphia 76ers e Los Angeles Lakers mostra bem a fase que os tricampeões atravessam. A batalha, que reeditou a final da última temporada, estava na prorrogação e o Philadelphia vencia por 105-104. Faltavam cinco segundos quando Robert Horry recebeu a bola na linha de três pontos. Com Kobe e Shaq bem marcados, ele conseguiu a proeza de encontrar Rick Fox livre, sozinho, embaixo da cesta. O passe foi perfeito, mas Fox deixou a bola escorregar de suas mãos pela linha de fundo, desperdiçando de forma incrível a chance de obter um resultado importante. Quando a bruxa está solta, não tem jeito. O ano vai terminando e os Lakers seguem com 10 vitórias e 18 derrotas.

20.12.02



RETORNO AZARADO




Bibby: mão quente e pé frio

O pé de Mike Bibby parece saudável, mas nunca esteve tão frio. O armador do Sacramento Kings fez ontem sua estréia na temporada, após um longo período no estaleiro recuperando-se de uma cirurgia no pé direito. Teve boa atuação, com 17 pontos e 4 assistências, acertando 7 de 12 arremessos. Mas deu azar. Frente ao San Antonio Spurs, o time perdeu a invencibilidade em seu ginásio, que já durava 13 jogos.

A derrota em casa certamente teve muito mais a ver com a excelente performance de Tim Duncan do que com a falta de sorte de Bibby. O pivô dos Spurs anotou 23 pontos e apanhou 14 rebotes, seguido de perto pelos 18 pontos do armador Stephen Jackson.

Os Kings também não fizeram feio. Bobby Jackson, que voltou para o banco com o retorno do titular, fez 21 pontos, sendo superado apenas pelo astro maior do elenco, Chris Webber, com 23. No fim, o San Antonio arrancou uma vitória apertada por 83-81.

O tropeço não chega a ofuscar o futuro do Sacramento. Com Bibby em forma, a equipe torna-se uma das mais eficientes da liga e assegura um lugar cativo entre os favoritos ao título. Desde que prove, enfim, sua capacidade de atravessar os playoffs sem sentir o peso dos jogos decisivos.

19.12.02



NAUFRÁGIO VOLUNTÁRIO




O Denver não quis o talento de Posey

Patinando no fundo do poço da NBA, o Denver Nuggets acaba de descobrir, pelo próprio esforço, que o poço tem porão. É lá que o time de Nenê Hilario deve repousar a partir de agora, a julgar pela incrível negociação em que se envolveu ontem com mais duas equipes da liga.

O armador James Posey, um dos raros jogadores de habilidade naquele deserto de talento, foi mandado para o Houston Rockets, que por sua vez repassou o ala Kenny Thomas ao Philadelphia 76ers. E o que o Denver ganhou em troca? Nada. Na verdade, ganhou os alas Mark Bryant e Art Long. Ou seja, nada. Reservas dos reservas no Philadelphia, os dois chegam para "reforçar" a única posição em que o time do Colorado anda bem das pernas, com Juwan Howard, Donnel Harvey e o próprio Nenê.

Completando a transação, os Nuggets terão o direito de uma escolha do 76ers e outra dos Rockets em futuros drafts. O presidente Kiki Vandeweghe se orgulha muito disso, alardeando que a decisão abre uma frente de esperança para os anos seguintes. Ora, vamos cair na real. Essas duas equipes têm ótimos elencos e provavelmente estarão nos próximos playoffs, o que lhes reserva um lugar desconfortável nas últimas posições do processo de seleção dos universitários.

Outro argumento é que a saída de Posey aliviou a folha de pagamento e abriu espaço para novas contratações. O duro é convencer a torcida de que isso realmente vai acontecer. Nenê, a esta altura, deve estar lamentando não ter sido ele o escolhido para sair.

18.12.02



NOVO ÂNIMO EM CHICAGO




Curry e Chandler: em boa companhia

Quando Michael Jordan se foi, o Chicago Bulls despencou nas tabelas e, por conseqüência, passou a freqüentar as primeiras posições da lista de escolhas do draft universitário. Na esperança de incorporar ao elenco calouros capazes de conduzir a equipe de volta aos playoffs, a diretoria fez uma besteira atrás da outra. Vieram Elton Brand, Marcus Fizer, Eddy Curry e Tyson Chandler (sendo que Brand, o único realmente bom, foi negociado com o L.A. Clippers). Além disso, nunca saíram do terreno da ficção os tais reforços de peso que preencheriam o vazio deixado por Jordan e Scottie Pippen na folha de pagamento.

Pois neste ano, justamente quando o time acertou a mão escolhendo o habilidoso armador Jay Williams, os cartolas perceberam que novatos sozinhos não fazem verão. Contrataram o veterano Donnyell Marshall, mantiveram o líder Jalen Rose, acreditaram no técnico Bill Cartwright e o resultado está aí. Acostumado com o rodapé da tábua de classificação, o Chicago largou a lanterna nas mãos do Cleveland e já enxerga a oitava posição do Leste a uma distância razoável.

Claro, é cedo para se falar em playoff, principalmente em se tratando de uma equipe com 8 vitórias e 16 derrotas. Mas que o espírito é outro, não há dúvida. Marshall era o toque de experiência que faltava. Ele e Williams dividem com Rose o peso da responsabilidade. Desde a estréia (quando derrotou os Celtics em Boston) até a partida mais recente (um novo triunfo sobre o mesmo adversário, agora em casa), fica claro que a equipe é bem diferente daquela que vinha envergonhando, nas últimas três temporadas, uma imensa torcida acostumada a comemorar títulos em série. Resta saber se haverá fôlego para continuar a escalada.

17.12.02



PAPÉIS TROCADOS




Nenê Hilario faz o que pode, mas o Denver...

Um dia após Michael Jordan sentir o gosto azedo do fracasso, Nenê Hilario saboreou uma generosa pitada de sucesso. No domingo, contra o Toronto Raptors, o maior jogador de todos os tempos marcou apenas dois pontos, registrando a performance ofensiva mais inexpressiva em seus 15 anos de basquete. Na segunda-feira, contra o Philadelphia 76ers, o pivô brasileiro fez o oposto: anotou 23, a melhor marca de sua curta carreira.

Jordan foi um entrave, mas o Washington Wizards venceu sua partida. Nenê foi um herói, mas o Denver Nuggets perdeu mais uma, a quinta seguida.

Como se não bastasse o elenco medíocre, o Denver ainda tem o azar de estar justamente no Meio Oeste, divisão mais forte da NBA. Ou seja, a tabela prevê mais confrontos com Dallas, San Antonio, Houston, Minnesota e Utah (todos estes entrariam nos playoffs se o campeonato terminasse hoje). Mesmo quando Nenê está afiado, o conjunto põe tudo a perder. Resultado: a rotina de derrotas jogou a equipe na lanterna da conferência.

O Washington, por sua vez, parece desprezar a sorte de jogar no Leste. Mesmo se mantendo na zona de classificação (8º lugar), não consegue ultrapassar Orlando e Philadelphia, que andam mal das pernas. Nas últimas dez partidas, foram seis derrotas. Se Jordan não fizer a diferença, pode acabar ao lado de Nenê, num sofá confortável, assistindo à segunda fase pela televisão.

16.12.02



ZONA PROIBIDA




Wallace defende o homem-a-homem

A cada dia que passa, mais equipes se rendem à marcação por zona. Desde o ano passado, quando o sistema foi liberado, a busca por um arranjo defensivo mais sólido virou do avesso os conceitos de muitos técnicos. Foi assim com Don Nelson no Dallas Mavericks e até com o conservador Pat Riley no Miami Heat.

Mas nem todos entraram na onda. No Detroit Pistons, que se orgulha de ter a melhor defesa do campeonato, impera o homem-a-homem. E não há argumentos que possam derrotar os fatos. O time está no topo da lista dos que concedem menos pontos aos adversários (média de 83.3 por jogo) e exibe no centro de seu garrafão o pivô Ben Wallace, eleito melhor jogador defensivo da última temporada. De quebra, venceu as últimas quatro partidas e já briga pela liderança do Leste.

Wallace não quer saber de novidades. "Gosto das velhas regras", disse esta semana ao jornal Detroit News. "A zona permite que os adversários façam mais arremessos, e eles vão acertar se estiverem sem marcação." O técnico Rick Carlisle concorda: "Um bom sistema individual supera qualquer outro, porque os cinco jogadores ficam em cima da bola o tempo todo. Assim somos nós."

Mais que uma questão de gosto, o assunto desperta polêmica quando se pensa no futuro da NBA. Há quem tema pela diminuição do número de pontos por jogo, já que bons arremessadores são cada vez mais raros na liga. O fato é que a mudança na regra começa a tirar os técnicos do marasmo. Alguns resistirão com sucesso, caso de Carlisle. Mas para escolher de que lado ficar, todos vão ao menos cogitar a mudança, ainda que seja dentro de uma sala fechada, onde ninguém possa vê-los rabiscando as pranchetas.

15.12.02



UMA NOITE, MIL POSSIBILIDADES




O draft e sua festa de gala: porta de entrada da NBA



O jovem LeBron James criou, como há muito tempo não se via, um clima de enorme expectativa para próximo draft da NBA, em maio de 2003 (rolando a página até a crônica de quinta-feira, você encontra mais informações sobre o rapaz, apontado como o próximo fenômeno do basquete). A seleção anual de universitários e estrangeiros, feita em apenas uma noite, é sempre um balaio de surpresas. Dirigentes rezam para que seus calouros vinguem. Nem sempre acontece. É comum favoritos se revelarem farsas e azarões conquistarem a liga. Neste domingo, o REBOTE pede a sua licença para fazer uma breve viagem, com escalas nos melhores momentos da história dos drafts. Divirta-se.





=== Tudo começou em 1957. O primeiro jogador escolhido em um draft foi Rod Hundley, que saiu da universidade de West Virginia para jogar na NBA pelo Cincinnati Royals. Seu estilo inventivo chamava a atenção da torcida, que lotava os ginásios só para ver os malabarismos. Devido a problemas no joelho e à implicância de treinadores burocratas, Hundley jogou por apenas cinco anos.

=== O Portland Trailblazers lamenta até hoje a maior mancada de todos os drafts. Em 1984, o Houston Rockets abriu os trabalhos selecionando Hakeem Olajuwon. Os Blazers, então, optaram pelo fraco e inexpressivo Sam Bowie, que mais tarde cairia no esquecimento. Em seguida, foi a vez do Chicago Bulls, que ficou à vontade para escolher Michael Jordan.

=== Em 1972, os 11 primeiros times ignoraram Julius Erving. O Milwaukee Bucks, dono da 12ª escolha, agradeceu. "Dr. J" tornou-se um dos maiores jogadores da história.

=== De certa forma, o Boston Celtics deve seus últimos títulos a um golpe de sorte no draft de 1978. A equipe era a sexta na ordem de seleção. Blazers, Kings, Pacers, Knicks e Warriors comeram mosca e Larry Bird passou a vestir a famosa camisa verde.

=== Na década de 80, a sorte abençoou o Utah Jazz em dois anos consecutivos. Em 1984, com a 16ª escolha, o time pegou John Stockton. No ano seguinte, com a 13ª, selecionou Karl Malone.

=== Em 1992, ninguém acreditou em Latrell Sprewell. O Golden State Warriors, 24º da lista, aproveitou e incluiu o craque bad boy em suas fileiras.

=== O astro Kobe Bryant poderia estar agora defendendo o Philadelphia, o Toronto ou o Cleveland. Mas em 1996, essas e outras equipes desprezaram o rapaz, que só foi chamado pelo Charlotte, 13º da lista. A direção dos Hornets foi bem na noite do draft, mas estragou tudo logo depois, negociando Kobe com o Los Angeles Lakers.

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As grandes trapalhadas da última década
Nem sempre o craque da universidade mantém o nível na NBA. Por isso os dirigentes vivem se arrependendo de suas cartadas na hora do draft. Para tirar a prova, nem precisamos ir fundo no passado. Os anos 90 viram uma série de decisões desastrosas. Aí vai o ranking:

5º LUGAR - Boston Celtics
O time foi o terceiro da lista em 1997 e pegou o armador Chauncey Billups. Ignorou Tracy McGrady, hoje considerado o melhor ala da NBA, além de Tim Thomas, Bobby Jackson e Derek Anderson.

4º LUGAR - Chicago Bulls
Em 1999, a era Jordan já havia terminado em Chicago e os dirigentes precisavam de um bom calouro para começar a reconstrução da equipe. Optaram por Elton Brand, que acabou não emplacando. Certamente teria sido melhor com Steve Francis, Baron Davis, Lamar Odom, Shawn Marion ou Andre Miller.

3º LUGAR - Golden State Warriors
No topo da lista de 1995, o Golden apostou suas fichas em Joe Smith, quando poderia ter ficado com Kevin Garnett, Michael Finley, Jerry Stackhouse, Rasheed Wallace, Antonio McDyess ou Damon Stoudamire.

2º LUGAR - Los Angeles Clippers
Com a primeira escolha de 1998, o time selecionou o razoável Michael Olowokandi. Deixou passar uma turma que incluía Vince Carter, Dirk Nowitzki, Paul Pierce, Mike Bibby e Jason Williams.

1º LUGAR - Toronto Raptors
O Troféu Didi Mocó de trapalhão-mor vai para o Toronto de 1996. Segundo da lista, pegou o pivô Marcus Camby, que não chega a ser de todo ruim. O problema é que, entre as outras opções, estavam Kobe Bryant, Ray Allen, Stephon Marbury, Steve Nash, Antoine Walker, Shareef Abdur-Rahim e Jermaine O'Neal. Vai escolher mal assim lá no Canadá!

14.12.02



:::: BLOCO DE NOTAS ::::

Todo sábado, um passeio rápido pela liga




Gasol lidera o Memphis e Ming encanta a China



O FATOR HUBIE - Há duas semanas, Hubie Brown interrompeu uma trajetória de sucesso como comentarista de televisão para retomar sua vitoriosa carreira de treinador. O problema é que a reestréia foi justamente no Memphis Grizzlies, que carregava o fardo de ter perdido os oito primeiros jogos. Até vencer o primeiro, Brown perdeu mais cinco enquanto ajeitava a equipe. Mas agora, passados os percalços, parece ter acertado a mão. Escorado na liderança de Pau Gasol (melhor calouro do ano passado) e no talento de Drew Gooden (melhor deste ano, até agora), o time embalou numa série de quatro vitórias seguidas. Phoenix, Miami, Denver e Houston ficaram para trás. Hoje é dia de enfrentar os Mavericks em Dallas. Ou seja: vencer, só por milagre. Mas ninguém se importa. A recuperação já encheu a torcida de orgulho e mostrou que o investimento no técnico valeu a pena.

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VIA SATÉLITE - A China já respira basquete. Com o pivô Yao Ming evoluindo a cada dia, seus conterrâneos estão acordando cada vez mais cedo no outro lado do planeta. Bom para a TV local, que acumula índices históricos de audiência com transmissões dos jogos do Houston Rockets. Para se ter uma idéia, um embate entre duas equipes de ponta geralmente atrai pouco mais de um milhão de espectadores nos Estados Unidos. Nas manhãs chinesas, entretanto, mais de cinco milhões de pessoas grudam na TV para ver Ming ao vivo. À noite, as reprises geram números ainda mais impressionantes: a média supera os 11 milhões. O presidente da NBA, David Stern, pode descansar aliviado: está conquistado o mercado asiático.

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CRISE AMARELA - O clima não anda nada agradável no tricampeão Los Angeles Lakers. Como se não bastasse a campanha irreconhecível (9 vitórias e 14 derrotas), o elenco está em pé de guerra. Tudo por causa da língua afiada de Shaquille O'Neal. A cada fracasso, o pivô bonachão abre o verbo contra os companheiros. No início da semana, o time perdeu para o fraco Golden State Warriors e Shaq evitou os jornalistas: "Não falem comigo. Falem com esses caras que não estão fazendo nada." Como paciência tem limite, os coadjuvantes se cansaram de ouvir calados e partiram para o contra-ataque. "Não é certo dizer que não estamos cumprindo nossa parte", rebateu o veterano armador reserva Brian Shaw. "Quano o time vence e O'Neal ergue seu troféu de MVP, tudo está ótimo. Mas quando a equipe perde, perdemos todo juntos." Se ainda pensa em levar seus garotos ao tetra, o técnico Phil Jackson vai ter de caprichar ainda mais em suas famosas sessões de meditação.

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SUBINDO - As nuvens negras que rondam a Califórnia passam longe do Colorado. Alheios a qualquer espécie de crise, os dirigentes do Phoenix Suns riem à toa. As vitórias fora de casa contra Boston Celtics e Philadelphia 76ers deram ânimo extra para a equipe treinada por Frank Johnson. Até agora, funciona perfeitamente a química entre Stephon Marbury, Anfernee Hardaway e Shawn Marion. Mas a cereja do bolo tem sido o calouro Amare Stoudemire, que joga como gente grande. Nas últimas dez partidas, ele mantém um double-double de média, com 13,8 pontos e 10,5 rebotes.

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DESCENDO - A derrota para o Phoenix foi a quarta seguida do Philadelphia, que até então vinha numa seqüência de oito vitórias. Ao contrário de Shaquille O'Neal, que joga a culpa nos colegas, Allen Iverson assumiu a responsabilidade. "Represento 99% do problema", disse à agência de notícias Associated Press. "Sou o líder da equipe e estou destoando. Acho que não merecia nem receber meu salário." Às vezes, a humildade vem de onde menos se espera.

13.12.02



A ESTRÉIA QUE SE APROXIMA




Odom não vê a hora de jogar

A contratação de Andre Miller na pré-temporada deu ao torcedor do Los Angeles Clippers uma dose generosa de otimismo. Com Elton Brand, Michael Olowokandi e Corey Maggette, o habilidoso armador formaria uma cozinha de respeito para servir o craque Lamar Odom. Ninguém contava, no entanto, que o melhor jogador da equipe estaria até agora na enfermaria. O resultado é uma campanha decepcionante, com nove vitórias e 13 derrotas.

Mas a torcida não precisa se desesperar. O ponto da virada está próximo.

Esta semana, Odom desfilou em quadra um repertório de enterradas, bandejas, arremessos e investidas agressivas no garrafão. Por enquanto, tudo isso só é visto nos treinos. A disposição invejável contrasta com a paciência excessiva da comissão técnica, que se cerca de cautela para evitar o risco de ver seu craque no estaleiro novamente.

A previsão do retorno é para o dia 28 de dezembro, contra o Golden State Warriors. Até lá, Maggette deve estar curado de sua contusão e Michael Olowokandi, que acaba de voltar à ativa, provavelmente estará de volta ao ritmo normal. Caberá a Odom, portanto, a tarefa de fazer a diferença. E disso ele já mostrou ser capaz.

12.12.02



GÊNIO EM FASE EMBRIONÁRIA




LeBron James: certeza de
um futuro brilhante na NBA


Até 1997, quando Tim Duncan deixou a universidade de Wake Forest e ingressou no San Antonio Spurs, o direito à primeira escolha no draft da NBA era quase a certeza de incluir um craque no elenco. Vinha sendo assim nos anos anteriores, com Allen Iverson, Glenn Robinson, Chris Webber, Shaquille O'Neal e por aí vai. A coisa começou a desandar justamente naquele ano, criando uma seqüência decepcionante: Michael Olowokandi (1998), Elton Brand (1999), Kenyon Martin (2000), Kwame Brown (2001) e Yao Ming (2002). São todos, pelo menos por enquanto, "apenas" bons jogadores.

Em 2003, a história vai mudar. Está saindo do forno um novo fenômeno. Anote num papel o nome de LeBron James. E guarde até maio do ano que vem.

Aos 17 anos, ainda no segundo grau e defendendo o colégio St. Vincent/St. Mary, James já conhece seu destino. Será o primeiro escolhido no próximo draft. Não há nada que possa mudar isso. Até aí tudo bem, Yao Ming também despertou previsão semelhante. A novidade é que, faltando cinco meses para a escolha, a imprensa americana não só caiu de quatro pelo garoto como foi praticamente unânime ao lançá-lo como um futuro astro da liga. E as comparações não estão no nível de um Paul Pierce ou de um Ray Allen. Nada de segundo escalão. Fala-se em Kobe Bryant, Tracy McGrady e Michael Jordan.

Dizem que James é melhor que os três juntos (quando tinham 17 anos, claro). A idolatria é quase inacreditável. Os ingressos para as partidas de sua equipe evaporam rapidamente das bilheterias. A mãe do jogador já está conversando com vários empresários. Nike e Adidas já se estapeiam pelo direito de vestir o moleque. E a seleção americana cogita incluí-lo na delegação que vai disputar as Olimpíadas de Atenas em 2004. Deu para sentir o drama?

Para reforçar o mito, ele ainda veste a camisa número 23. Se até nos Estados Unidos os espectadores estão sofrendo com a falta de jogos de James na programação das redes de TV, resta a nós, brasileiros, esperar. E torcer para que tudo isso não seja apenas exagero de americano.

11.12.02



EMPATE NA PENÚLTIMA VALSA




Jordan e Pippen finalmente duelaram

Ao fim da temporada 1997-1998, Michael Jordan e Scottie Pippen comemoraram o último dos seis títulos que conquistaram juntos pelo Chicago Bulls. Depois daquele campeonato, a dupla se separou e muita água passou embaixo da ponte. Jordan se aposentou, voltou à ativa e hoje enverga a camisa 23 do Washington Wizards. Pippen passou rapidamente pelo Houston Rockets e agora defende o Portland Trailblazers.

Os craques tiveram de esperar quatro anos para dividir novamente a mesma quadra de basquete. Já com o peso da idade nas costas, enfrentaram-se pela primeira vez nesta terça-feira. O aguardado confronto terminou num providencial empate técnico, como se o passado de glórias proibisse o triunfo de um sobre o outro.

O Portland venceu a partida, mas quem se importa? No duelo individual, Jordan e Pippen jogaram igualmente bem e terminaram com idênticos 14 pontos. O próximo encontro está marcado para 25 de março. Depois disso, os times só se enfrentarão outra vez este ano se chegarem à final (o que exige um duplo milagre). Como Jordan não voltará na próxima temporada, a dupla deve mesmo dançar a última valsa daqui a três meses. Pena que a partida não possa terminar empatada.

10.12.02



FESTA PARA POUCOS




Davis, Mason e a arquibancada vazia

Em Cleveland, ninguém mais acredita em basquete. O time da casa está sempre afogado em intermináveis seqüências de derrotas. Não há craques para motivar um público cansado de pagar ingresso e não ter motivos para aplaudir. Nesta quinta-feira, os gatos pingados que foram ao ginásio puderam contar aos que ficaram em casa uma notícia boa e uma ruim. A boa é que a equipe marcou inacreditáveis 133 pontos contra o Milwaukee Bucks. A ruim é que, ainda assim, perdeu o jogo.

Com o surreal placar de 140-133, os Cavaliers sofreram sua décima-nona derrota na temporada. Vitórias, até agora, foram apenas três. Mas quem esteve ontem na Gund Arena saiu de lá com mais satisfação do que tristeza. É claro que a derrota não permitiu uma noite de felicidade completa. Mas o show de pontos justificou cada dólar empenhado.

No lado do Cleveland, o ala Ricky Davis marcou 45, recorde em sua carreira. Zydrunas Ilgauskas e o calouro Smush Parker anotaram 20 cada. O também novato Carlos Boozer adicionou 14 e ainda pegou 13 rebotes.

No Milwaukee, o veterano Sam Cassel registrou seu primeiro triple-double em 13 anos de NBA, com 39 pontos, 10 rebotes e 10 assistências. O reserva Michael Redd contribuiu com 35 pontos, enquanto o astro Ray Allen terminou com 28.

Pena que, nas arquibancadas, pouca gente viu essa festa.

9.12.02



A FARRA DOS JACKSONS




Webber recebeu ajuda extra contra os Spurs

Folgado na liderança da divisão do Pacífico, o Sacramento Kings não se abala por nada. Nem pela contusão de um de seus principais jogadores. O armador Mike Bibby ainda nem estreou nesta temporada, mas os torcedores nem chegam a sentir sua ausência. A solução definitiva parece ter sido encontrada no jogo de domingo, quando a equipe derrotou os Spurs em San Antonio: na falta de um Bibby, servem dois Jacksons.

O primeiro deles já vem mostrando talento há muito tempo. O garçom Bobby Jackson assumiu a condição de titular e não deixou a bola cair. Segue servindo Chris Webber, Peja Stojakovic e Vlade Divac com a mesma qualidade. No jogo de ontem, além das assistências, ele marcou 18 pontos.

Mas a principal contribuição veio do colega homônimo, Jim Jackson, que anotou 23 pontos, acertando 10 de 14 arremessos tentados. Contratado na semana passada, o armador veterano, que já passou por nove times da NBA, provou que o investimento valeu a pena.

Webber e Dough Christie completaram a festa dos Jacksons e deram ao Sacramento a uma importante vitória, a sexta consecutiva da equipe. O calendário não prevê moleza: vêm aí Houston, Utah, New Orleans e Phoenix. Mas até lá, com um pouco de sorte, até Mike Bibby já voltou.

8.12.02



ENFIM, JEITO DE CAMPEÃO




Bryant e Horry: noite histórica em LA

Foi uma daquelas noites que entram automaticamente para a galeria dos melhores momentos da história da NBA. Na madrugada de sexta para sábado, quando começou o último quarto em Los Angeles, o Dallas Mavericks liderava com folgados 27 pontos de vantagem. Era o desenho nítido de mais um fracasso dos Lakers. Foi aí que, pela primeira vez nesta temporada, os rapazes de amarelo lembraram que têm uma dinastia a defender.

Nos últimos 12 minutos, o que se viu foi um massacre.

Kobe Bryant, que até ali acumulava míseros seis pontos, resolveu ativar sua porção gênio. Marcou mais 21, sendo que o par derradeiro selou a virada heróica a oito segundos do fim. Shaquille O'Neal colaborou com 26, além de 11 rebotes. Resultado: o placar do quarto período ficou em incríveis 44-15 (no total, 105-103). Atordoado com o atropelamento, o Dallas voltou para casa sem saber de onde vai tirar forças para retomar o caminho das vitórias.

Já o Los Angeles parece ter conseguido o tão esperado impulso para sair das últimas posições e se lançar na caçada ao quarto título consecutivo. Kobe e Shaq ainda imploram por mais ajuda do elenco. Mas não há nada que não possa ser consertado na cozinha de Phil Jackson. E se a locomotiva engrenar, vai ser difícil encontrar alguém que a segure.

7.12.02



:::: BLOCO DE NOTAS ::::

Todo sábado, um passeio rápido pela liga




Pierce e J. Williams: fenômenos de venda



COM QUE ROUPA? - A NBA divulgou esta semana a lista dos uniformes mais vendidos em suas lojas oficiais. Os resultados são surpreendentes. Para começar, a camisa mais procurada desde o início da temporada é a 34 do Boston Celtics, do ala Paul Pierce, batendo os medalhões Allen Iverson, Kobe Bryant e Michael Jordan. Em quinto lugar, outra surpresa: a 22 de Jay Williams, calouro do Chicago Bulls. Em má fase, Shaquille O'Neal só aparece na nona colocação, atrás ainda de Tracy McGrady, Jalen Rose e Reggie Miller. No ranking das equipes, o Los Angeles Lakers lidera as vendas, seguido pelo New York Knicks, que atualmente briga para escapar da lanterna do Leste. O Boston vem em terceiro, provando que a cidade realmente respira (e consome) basquete.

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FORA DA LEI - No centro da cidade de Portland, um sujeito de braços cruzados e cara de poucos amigos exibe uma enorme faixa com os dizeres: "Boicote os Blazers". O protesto reflete a insatisfação da torcida com os jogadores, que não cansam de aprontar fora das quadras. "Queremos um time que possa bater os Lakers, e não bater em mulheres", justifica o torcedor. As mais variadas ocorrências policiais entraram na rotina da equipe. Ruben Patterson é acusado de espancar a esposa. Rasheed Wallace e Damon Stoudamire foram denunciados por porte de maconha. Outro dia, Bonzi Wells deu uma cusparada em Danny Ferry, do San Antonio Spurs. Assim vai o Portland, com oito vitórias, nove derrotas e um elenco que, apesar dos astros, hoje estaria fora dos playoffs.

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NÃO PRECISAVA TANTO - As fracas atuações de Dikembe Mutombo pelo New Jersey Nets foram tema do Bloco de Notas no último sábado. A intenção não era secar o pivô, mas na terça-feira ele fez uma cirurgia no pulso e vai ficar quatro meses de molho. Os reservas Jason Collins e Aaron Williams vão se revezar para substituí-lo. Pensando bem, era melhor ficar com o original. Kenyon Martin, ala-de-força titular, vai ter trabalho dobrado na briga pelos rebotes.

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RETORNO AGUARDADO - Por falar em contusões, dentro de duas semanas Mike Bibby deve finalmente estrear nesta temporada. O armador do Sacramento Kings quebrou o pé há dois meses. O substituto, Bobby Jackson, não vem fazendo feio, mas a torcida não vê a hora de contar com Bibby novamente. Sem ele, o time lidera a divisão do Pacífico com 17 vitórias e cinco derrotas. Imagine quando o garoto voltar. Enquanto isso não acontece, a diretoria tratou de reforçar a armação, contratando o veterano Jim Jackson, de 32 anos.

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GATILHO PROVIDENCIAL - No Utah Jazz de Karl Malone e John Stockton, um coadjuvante de mira impecável está roubando a cena. Matt Harpring vem convertendo metade de seus arremessos de quadra e 44% das tentativas de três pontos. Nos lances livres, a média de acerto supera os 80%. Em todos esses fundamentos, está entre os melhores da liga. A mão calibrada do ala é um dos fatores da subida da equipe, que já ocupa a terceira posição no Oeste, com 12 vitórias e 8 derrotas.

6.12.02



CADA UM NA SUA




Rip e Stack se encontraram esta semana

Quando Jerry Stackhouse e Richard Hamilton trocaram de uniforme na pré-temporada, muito se especulou sobre quem lucraria mais com a negociação. Hoje, quase 20 jogos depois, a disputa está rigorosamente empatada. Stack deu novo gás ao Washington Wizards e Rip fez o mesmo com o Detroit Pistons. Mas por motivos absolutamente opostos.

Os Wizards estavam mesmo precisando de mais um astro para dividir os refletores com Michael Jordan. Stackhouse em quadra significa preocupação dobrada na defesa adversária. É mais um para receber a bola decisiva do jogo.

Com os Pistons, a história é outra. A grande virtude de Hamilton é trabalhar em silêncio. Discreto, ele raramente é a primeira opção ofensiva da equipe. Não quer ser o rei da quadra. Vive passando a coroa, seja para os grandalhões Ben Wallace e Cliff Robinson ou para os baixinhos Chauncey Billups e Chucky Atkins. Pouco visado pelos marcadores, consegue espaço para manter uma média superior a 20 pontos por partida.

Esta semana, os dois times se encontraram em Detroit. Deu Stackhouse. Na vitória por 88-83, ele marcou 21 pontos e Hamilton terminou com apenas 16. Mas não importa. Cada um a seu jeito, ambos já deixaram suas equipes felizes com a troca.

5.12.02



NOVIDADE NA PRANCHETA




Caron Butler: um dos garotos de Riley

Os últimos anos fizeram de Pat Riley um técnico cansado. Acostumado a atravessar playoffs colecionando vitórias, ele parece ter aprendido a conviver com o fracasso à frente do limitado Miami Heat. Nesta temporada, sem Alonzo Mourning, o quadro tinha tudo para piorar. Foi justamente aí que o velho estrategista decidiu aposentar a preguiça.

Talvez por capricho da numerologia, o Miami selecionou no draft dois jogadores de sobrenome Butler: Caron e Rasual. O primeiro já é apontado como um dos melhores calouros do ano e o segundo tornou-se uma excelente opção no banco de reservas. Em seu segundo ano de NBA, a dupla Malik Allen e Mike James também mostra serviço.

A qualidade dessa garotada ainda não é suficiente para devolver ao técnico a alegria dos bons tempos. Mas vem servindo ao menos para tirá-lo da inércia. Disposto a reduzir a média de pontos cedidos ao adversário, Riley fez o impensável: alterou seu sagrado esquema defensivo, mantido intacto há duas décadas. Na segunda-feira, contra o Phoenix Suns, ele se rendeu à marcação por zona.

Deu certo. O efeito ficou claro na vitória por 100-90. Stephon Marbury, que havia marcado 43 pontos contra o San Antonio Spurs, não encontrou espaço no garrafão do Heat. Riley ficou satisfeito com a nova estratégia. "Ainda acredito que é possível ganhar jogos com marcação individual, mas precisamos ter algo para surpreender", disse à imprensa atônita.

O espanto se justifica. Surpeendente mesmo é a nova linha transgressora de um dos técnicos mais rígidos e conservadores da liga.

4.12.02



REVOLUÇÃO CHINESA




Yao Ming jogou o fino ontem

Ainda não foi desta vez que os brasileiros puderam conferir Nenê Hilario em ação. Ontem à noite, o pivô marcou 11 pontos e foi eliminado com seis faltas na derrota do Denver Nuggets para o Golden State Warriors. Hilario na telinha, entretanto, só em janeiro (isso se a ESPN cumprir suas promessas). Ainda assim, o jogo da TV não decepcionou ninguém nesta terça-feira.

Quem encarou a jornada até 2h da manhã saboreou uma oportunidade de ouro para ver o chinês Yao Ming colocando no bolso, de uma só vez, os grandalhões Tim Duncan, David Robinson e Kevin Willis. O gigante do Houston Rockets foi decisivo na vitória sobre o San Antonio Spurs, com 27 pontos e 18 rebotes.

O clássico do Texas mostrou que, se tudo der certo, Ming tem futuro garantido na América. Apesar da altura fora do comum, ele se move com desenvoltura no garrafão, contribui ofensivamente e, claro, apanha rebotes com a facilidade de uma girafa colhendo frutos na árvore.

Toda essa eficiência vale em dobro se notarmos que Duncan não jogou mal. O ala dos Spurs marcou 25 pontos e ainda contou com a valiosa ajuda de Robinson e Willis. O esforço do trio não foi capaz de frear a disposição do chinês. Depois de um pífio começo de temporada (quando saiu de quadra zerado em três ocasiões), Ming já caiu nas graças do público e da crítica. A NBA, com o olho gordo no mercado oriental, agradece aliviada.

3.12.02



GATO POR LEBRE




Darius Miles se afunda em Cleveland

Los Angeles Clippers e Cleveland Cavaliers protagonizaram uma das trocas mais comentadas da pré-temporada: Andre Miller e Darius Miles mudaram de uniforme sob grande expectativa. Desde então, comenta-se bastante sobre os benefícios da ida de Miller para L.A., Mas pouco se fala da catástrofe detonada na outra ponta da negociação. Com Miles e tudo, os Cavs não vencem há 15 partidas. Empunham, envergonhados, a lanterna da NBA.

Até agora, foram apenas duas vitórias. Uma, sobre o atual campeão, o Los Angeles Lakers. A outra, fina ironia, justamente contra os Clippers. O par de triunfos, entretanto, não esconde as mazelas de um time medíocre. Festejado por parte da imprensa, Darius Miles não passa de um bom jogador. Está a léguas de Andre Miller, este sim promessa de grande craque. Ao seu lado, gente como Jumaine Jones, Dajuan Wagner e Milt Palacio, como era de se esperar, não vem ajudando muito.

Mas há um fio de luz nos meio das trevas de Cleveland. Os próximos dois jogos da equipe são contra o Chicago Bulls, segundo pior time de toda a liga. Será uma chance em casa (quarta-feira) e outra fora (sábado). Se a rapaziada não der fim à seqüência de derrotas, o melhor a fazer é pedir o chapéu e partir para as peladas de rua.

2.12.02



BATALHA ENTRE AMIGOS




Allen e Robinson se reencontram na quinta


Uma trombada com Shaquille O'Neal, há uma semana, mandou Ray Allen para a enfermaria do Milwaukee Bucks. Sem ele, a equipe conseguiu um triunfo maiúsculo sobre o Detroit Pistons, igualando em 8 o número de vitórias e derrotas.

Se tudo der certo, Allen retorna ao trabalho nesta quinta-feira prometendo impulsionar ainda mais um time que já ensaia a subida na conferência Leste. O jogo da volta, no entanto, não deve ser nada fácil. Do outro lado da quadra, estará o amigo Glenn Robinson, que agora defende o Atlanta Hawks. A imprensa americana bem que tentou, mas o ala dos Bucks não parece disposto a entrar no clima de provocação. "Não vão conseguir nada de mim. Vou deixar a situação tomar seu rumo naturalmente", despistou, em entrevista ao jornal Milwaukee Sentinel.

Ray Allen não é de procurar holofotes. Fica na dele, sereno, e joga um basquete de altíssimo nível. É um dos atletas mais versáteis da liga, mas precisa de um companheiro para ajudá-lo a carregar a equipe. Um companheiro como Glenn Robinson. Juntos, os dois levaram o Milwaukee à final do Leste em 2001. Há dois meses, o parceiro se foi e para o seu lugar veio o croata Toni Kukoc. O jogo de quinta-feira pode mostrar a Allen o quanto injusta foi essa troca.

1.12.02



LÁ VEM O PHILADELPHIA...




Eric Snow e Todd MacCulloch anulam Brendan
Haywood no jogo contra o Washington Wizards



Na semana em que Larry Brown foi anunciado como o técnico da seleção americana para as Olimpíadas de Atenas, o Philadelphia 76ers parece empenhado em deixá-lo ainda mais feliz. A equipe arrancou ontem, em Washington, sua sétima vitória consecutiva, segurando firme a liderança da divisão do Atlântico e a segunda posição da conferência Leste, atrás apenas do Indiana Pacers.

Obviamente, o grande responsável por tudo isso é Allen Iverson, que, na média, vem beliscando os 30 pontos por jogo. Ontem, foram 35. Mas o sucesso do craque se escora numa legião de coadjuvantes. Eric Snow, velho companheiro na armação, segue contribuindo com pontos e assistências. Foi o segundo cestinha da vitória sobre os Wizards, com 16 pontos. Em seguida, com 13, veio o pivô Todd MacCulloch, que chegou desacreditado, após a troca com Dikembe Mutombo, mas aos poucos ganha a confiança da torcida.

O ala Keith Van Horn, principal reforço para este campeonato, tem correspondido plenamente, aumentando o poder ofensivo do time. O mesmo vale para Aaron McKie, armador veterano que prima pela regularidade.

A fase é boa, claro, mas os próximos desafios são indigestos. Vêm por aí Boston, San Antonio, Houston, Seattle, Phoenix e Indiana. Para encarar essa seqüência, haja Larry Brown, haja coadjuvantes e, principalmente, haja Iverson.