15.12.02
UMA NOITE, MIL POSSIBILIDADES
O draft e sua festa de gala: porta de entrada da NBA
O jovem LeBron James criou, como há muito tempo não se via, um clima de enorme expectativa para próximo draft da NBA, em maio de 2003 (rolando a página até a crônica de quinta-feira, você encontra mais informações sobre o rapaz, apontado como o próximo fenômeno do basquete). A seleção anual de universitários e estrangeiros, feita em apenas uma noite, é sempre um balaio de surpresas. Dirigentes rezam para que seus calouros vinguem. Nem sempre acontece. É comum favoritos se revelarem farsas e azarões conquistarem a liga. Neste domingo, o REBOTE pede a sua licença para fazer uma breve viagem, com escalas nos melhores momentos da história dos drafts. Divirta-se.
=== Tudo começou em 1957. O primeiro jogador escolhido em um draft foi Rod Hundley, que saiu da universidade de West Virginia para jogar na NBA pelo Cincinnati Royals. Seu estilo inventivo chamava a atenção da torcida, que lotava os ginásios só para ver os malabarismos. Devido a problemas no joelho e à implicância de treinadores burocratas, Hundley jogou por apenas cinco anos.
=== O Portland Trailblazers lamenta até hoje a maior mancada de todos os drafts. Em 1984, o Houston Rockets abriu os trabalhos selecionando Hakeem Olajuwon. Os Blazers, então, optaram pelo fraco e inexpressivo Sam Bowie, que mais tarde cairia no esquecimento. Em seguida, foi a vez do Chicago Bulls, que ficou à vontade para escolher Michael Jordan.
=== Em 1972, os 11 primeiros times ignoraram Julius Erving. O Milwaukee Bucks, dono da 12ª escolha, agradeceu. "Dr. J" tornou-se um dos maiores jogadores da história.
=== De certa forma, o Boston Celtics deve seus últimos títulos a um golpe de sorte no draft de 1978. A equipe era a sexta na ordem de seleção. Blazers, Kings, Pacers, Knicks e Warriors comeram mosca e Larry Bird passou a vestir a famosa camisa verde.
=== Na década de 80, a sorte abençoou o Utah Jazz em dois anos consecutivos. Em 1984, com a 16ª escolha, o time pegou John Stockton. No ano seguinte, com a 13ª, selecionou Karl Malone.
=== Em 1992, ninguém acreditou em Latrell Sprewell. O Golden State Warriors, 24º da lista, aproveitou e incluiu o craque bad boy em suas fileiras.
=== O astro Kobe Bryant poderia estar agora defendendo o Philadelphia, o Toronto ou o Cleveland. Mas em 1996, essas e outras equipes desprezaram o rapaz, que só foi chamado pelo Charlotte, 13º da lista. A direção dos Hornets foi bem na noite do draft, mas estragou tudo logo depois, negociando Kobe com o Los Angeles Lakers.
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As grandes trapalhadas da última década
Nem sempre o craque da universidade mantém o nível na NBA. Por isso os dirigentes vivem se arrependendo de suas cartadas na hora do draft. Para tirar a prova, nem precisamos ir fundo no passado. Os anos 90 viram uma série de decisões desastrosas. Aí vai o ranking:
5º LUGAR - Boston Celtics
O time foi o terceiro da lista em 1997 e pegou o armador Chauncey Billups. Ignorou Tracy McGrady, hoje considerado o melhor ala da NBA, além de Tim Thomas, Bobby Jackson e Derek Anderson.
4º LUGAR - Chicago Bulls
Em 1999, a era Jordan já havia terminado em Chicago e os dirigentes precisavam de um bom calouro para começar a reconstrução da equipe. Optaram por Elton Brand, que acabou não emplacando. Certamente teria sido melhor com Steve Francis, Baron Davis, Lamar Odom, Shawn Marion ou Andre Miller.
3º LUGAR - Golden State Warriors
No topo da lista de 1995, o Golden apostou suas fichas em Joe Smith, quando poderia ter ficado com Kevin Garnett, Michael Finley, Jerry Stackhouse, Rasheed Wallace, Antonio McDyess ou Damon Stoudamire.
2º LUGAR - Los Angeles Clippers
Com a primeira escolha de 1998, o time selecionou o razoável Michael Olowokandi. Deixou passar uma turma que incluía Vince Carter, Dirk Nowitzki, Paul Pierce, Mike Bibby e Jason Williams.
1º LUGAR - Toronto Raptors
O Troféu Didi Mocó de trapalhão-mor vai para o Toronto de 1996. Segundo da lista, pegou o pivô Marcus Camby, que não chega a ser de todo ruim. O problema é que, entre as outras opções, estavam Kobe Bryant, Ray Allen, Stephon Marbury, Steve Nash, Antoine Walker, Shareef Abdur-Rahim e Jermaine O'Neal. Vai escolher mal assim lá no Canadá!
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