14.12.02



:::: BLOCO DE NOTAS ::::

Todo sábado, um passeio rápido pela liga




Gasol lidera o Memphis e Ming encanta a China



O FATOR HUBIE - Há duas semanas, Hubie Brown interrompeu uma trajetória de sucesso como comentarista de televisão para retomar sua vitoriosa carreira de treinador. O problema é que a reestréia foi justamente no Memphis Grizzlies, que carregava o fardo de ter perdido os oito primeiros jogos. Até vencer o primeiro, Brown perdeu mais cinco enquanto ajeitava a equipe. Mas agora, passados os percalços, parece ter acertado a mão. Escorado na liderança de Pau Gasol (melhor calouro do ano passado) e no talento de Drew Gooden (melhor deste ano, até agora), o time embalou numa série de quatro vitórias seguidas. Phoenix, Miami, Denver e Houston ficaram para trás. Hoje é dia de enfrentar os Mavericks em Dallas. Ou seja: vencer, só por milagre. Mas ninguém se importa. A recuperação já encheu a torcida de orgulho e mostrou que o investimento no técnico valeu a pena.

::::::::

VIA SATÉLITE - A China já respira basquete. Com o pivô Yao Ming evoluindo a cada dia, seus conterrâneos estão acordando cada vez mais cedo no outro lado do planeta. Bom para a TV local, que acumula índices históricos de audiência com transmissões dos jogos do Houston Rockets. Para se ter uma idéia, um embate entre duas equipes de ponta geralmente atrai pouco mais de um milhão de espectadores nos Estados Unidos. Nas manhãs chinesas, entretanto, mais de cinco milhões de pessoas grudam na TV para ver Ming ao vivo. À noite, as reprises geram números ainda mais impressionantes: a média supera os 11 milhões. O presidente da NBA, David Stern, pode descansar aliviado: está conquistado o mercado asiático.

::::::::

CRISE AMARELA - O clima não anda nada agradável no tricampeão Los Angeles Lakers. Como se não bastasse a campanha irreconhecível (9 vitórias e 14 derrotas), o elenco está em pé de guerra. Tudo por causa da língua afiada de Shaquille O'Neal. A cada fracasso, o pivô bonachão abre o verbo contra os companheiros. No início da semana, o time perdeu para o fraco Golden State Warriors e Shaq evitou os jornalistas: "Não falem comigo. Falem com esses caras que não estão fazendo nada." Como paciência tem limite, os coadjuvantes se cansaram de ouvir calados e partiram para o contra-ataque. "Não é certo dizer que não estamos cumprindo nossa parte", rebateu o veterano armador reserva Brian Shaw. "Quano o time vence e O'Neal ergue seu troféu de MVP, tudo está ótimo. Mas quando a equipe perde, perdemos todo juntos." Se ainda pensa em levar seus garotos ao tetra, o técnico Phil Jackson vai ter de caprichar ainda mais em suas famosas sessões de meditação.

::::::::

SUBINDO - As nuvens negras que rondam a Califórnia passam longe do Colorado. Alheios a qualquer espécie de crise, os dirigentes do Phoenix Suns riem à toa. As vitórias fora de casa contra Boston Celtics e Philadelphia 76ers deram ânimo extra para a equipe treinada por Frank Johnson. Até agora, funciona perfeitamente a química entre Stephon Marbury, Anfernee Hardaway e Shawn Marion. Mas a cereja do bolo tem sido o calouro Amare Stoudemire, que joga como gente grande. Nas últimas dez partidas, ele mantém um double-double de média, com 13,8 pontos e 10,5 rebotes.

::::::::

DESCENDO - A derrota para o Phoenix foi a quarta seguida do Philadelphia, que até então vinha numa seqüência de oito vitórias. Ao contrário de Shaquille O'Neal, que joga a culpa nos colegas, Allen Iverson assumiu a responsabilidade. "Represento 99% do problema", disse à agência de notícias Associated Press. "Sou o líder da equipe e estou destoando. Acho que não merecia nem receber meu salário." Às vezes, a humildade vem de onde menos se espera.

Nenhum comentário: