16.12.02



ZONA PROIBIDA




Wallace defende o homem-a-homem

A cada dia que passa, mais equipes se rendem à marcação por zona. Desde o ano passado, quando o sistema foi liberado, a busca por um arranjo defensivo mais sólido virou do avesso os conceitos de muitos técnicos. Foi assim com Don Nelson no Dallas Mavericks e até com o conservador Pat Riley no Miami Heat.

Mas nem todos entraram na onda. No Detroit Pistons, que se orgulha de ter a melhor defesa do campeonato, impera o homem-a-homem. E não há argumentos que possam derrotar os fatos. O time está no topo da lista dos que concedem menos pontos aos adversários (média de 83.3 por jogo) e exibe no centro de seu garrafão o pivô Ben Wallace, eleito melhor jogador defensivo da última temporada. De quebra, venceu as últimas quatro partidas e já briga pela liderança do Leste.

Wallace não quer saber de novidades. "Gosto das velhas regras", disse esta semana ao jornal Detroit News. "A zona permite que os adversários façam mais arremessos, e eles vão acertar se estiverem sem marcação." O técnico Rick Carlisle concorda: "Um bom sistema individual supera qualquer outro, porque os cinco jogadores ficam em cima da bola o tempo todo. Assim somos nós."

Mais que uma questão de gosto, o assunto desperta polêmica quando se pensa no futuro da NBA. Há quem tema pela diminuição do número de pontos por jogo, já que bons arremessadores são cada vez mais raros na liga. O fato é que a mudança na regra começa a tirar os técnicos do marasmo. Alguns resistirão com sucesso, caso de Carlisle. Mas para escolher de que lado ficar, todos vão ao menos cogitar a mudança, ainda que seja dentro de uma sala fechada, onde ninguém possa vê-los rabiscando as pranchetas.

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