27.1.03



OUTRA VEZ NO PÁREO




Kukoc e os Bucks já pedem passagem



O fantasma de Glenn Robinson finalmente se foi. Em Milwaukee, não há mais razões para chorar a saída do ala, trocado na pré-temporada pelo irregular Toni Kukoc. No sábado, a equipe bateu o Denver Nuggets e, pela primeira vez, igualou o número de vitórias e derrotas. O equilíbrio adquirido gerou frutos imediatos, jogando os Bucks na zona de classificação para os playoffs. É duro admitir, mas Kukoc tem lá seus méritos nesta evolução.

Recuperado de uma contusão e mostrando um basquete consistente, o croata vem sendo muito elogiado pelo técnico George Karl, que vê nele a pedra fundamental na subida do time. A média de 11 pontos por jogo não é das melhores, mas os números, em geral, são bem superiores aos do ano passado, quando o atleta atuava em Atlanta.

Cestinha e líder do grupo, Ray Allen mantém a regularidade de sempre. A vontade de ajudar é tanta que ele quase deu um ataque na semana passada, na derrota em casa para os Celtics, quando foi mal aproveitado por Karl. “Aquilo me irritou. Não quero ficar no banco acumulando poeira e não gostei do que aconteceu”, protestou Allen, que passou boa parte do último período na reserva e anotou apenas 13 pontos. Na partida seguinte, contra o mesmo adversário, ele se vingou marcando 34 e dando a vitória ao Milwaukee.

O veterano Sam Cassell, que vive seu melhor momento em dez anos de carreira, também dá sua cota de sacrifício. Ofuscado por ter surgido em meio a uma geração de armadores fora-de-série como John Stockton e Gary Payton, Cassell freqüentemente é relegado a segundo plano. Pura injustiça. Trata-se de um dos mestres da posição na NBA, capaz de resolver jogos sozinho e converter facilmente os arremessos mais improváveis.

A química entre Kukoc, Allen e Cassell já seria o bastante para dar aos Bucks uma certa tranqüilidade. Mas o que leva o time a acreditar numa boa passagem aos playoffs é a ajuda extra dos coadjuvantes. Tim Thomas e Anthony Mason garantem a briga pelos rebotes no garrafão. Michael Redd é um reserva de ouro, que marca quase 15 pontos por noite. Até o mediano Kevin Ollie resolveu aprontar: tornou-se o líder da liga em precisão nos passes, com a excelente média de um erro a cada 4.43 assistências.

O desafio de hoje é em New Orleans. Nada muito assustador. Baron Davis, contundido, não joga pelos Hornets. Jamal Mashburn também é dúvida. Ainda assim, um tropeço não causará muita dor de cabeça, já que, a partir de amanhã, o Milwaukee aproveita uma rara seqüência de oito jogos em casa. Os quatro primeiros visitantes são os instáveis Sixers, Wizards, Knicks e Raptors. Impossível não ser otimista.

Nenhum comentário: