30.1.03



PEIXES NOVOS FORA D’ÁGUA




O argentino Ginobili é um dos novatos
que ainda não deslancharam na NBA




Os votos que fizeram de Yao Ming o pivô número 1 do Oeste no All-Star Game saíram da Ásia, mas acabaram respingando na América do Sul. Com o gigante chinês escalado para o evento principal (previsto para 9 de fevereiro), abriu-se espaço na seleção dos calouros, que se apresenta um dia antes. Dois sortudos lucraram com isso: o brasileiro Nenê Hilario, que pulou para o time titular, e o argentino Emanuel Ginobili, convocado ontem como peça de reposição. Nenê certamente merece o presente que lhe caiu no colo. Nosso hermano, nem tanto.

Ginobili é um dos poucos novatos que ainda estão devendo na NBA. Selecionado pelo San Antonio Spurs no draft de 1999, o armador passou os últimos anos na Itália e só agora se juntou aos americanos. Foi ofuscado por uma boa safra, penou com as contusões e hoje amarga a reserva de Stephen Jackson. A boa performance no último Mundial de Basquete (quando liderou a forte equipe argentina) encheu de esperança a torcida no Texas. Mas a temporada já está chegando à metade e, apesar das freqüentes e oportunas roubadas de bola, as médias de pontos (5.1) e assistências (1.4) ainda não decolaram.

Situação ainda mais dramática é a de Mike Dunleavy Jr, terceira escolha no draft deste ano. O Golden State Warriors depositava nele boa parte de seu futuro, mas só recebeu em troca fartas doses de decepção. Mesmo com números piores que os de Ginobili, o ala se mantinha como favorito para ocupar a vaga de Ming no All-Star. Não deu. Vai ver o jogo pela TV.

Mais desiludido que o Golden, só mesmo o Los Angeles Clippers, que tinha duas escolhas entre as 12 primeiras e deu azar em ambas. Os grandalhões Chris Wilcox (8ª) e Melvin Ely (12ª), juntos, não somam sequer cinco pontos e três rebotes por partida.

Ao contrário do que se pensa, os grandes também pecam. Com o campeonato em andamento, o Dallas Mavericks foi buscar na Europa o francês Atoine Rigaudeau, que até ontem acumulava o impressionante total de dois pontos em quatro partidas.

Por outro lado, times como Denver, Milwaukee, Cleveland, Chicago e Miami deram sorte com a garotada. Na segunda rodada da seleção universitária, pescaram, respectivamente, Vincent Yarbrough (33ª escolha), Dan Gadzuric (34ª), Carlos Boozer (35ª), Lonny Baxter (44ª) e Rasual Butler (53ª). O festival de incoerências prova que o draft, muitas vezes, não passa de loteria.

(Foto – Brian Bahr/NBAE)

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