26.1.03
QUEIMA TOTAL DE ESTOQUE
Para não perder o costume, Sprewell
figura na lista de negociáveis da NBA
Vinte e cinco dias cravados. É o que resta no calendário até a data-limite para trocas na NBA. Enquanto alguns dirigentes correm contra o tempo a fim de reforçar seus times, outros movem montanhas para se livrar certos jogadores. A prateleira da liquidação está cheia, e vale a pena consultá-la. Tem gente de qualidade sendo oferecida na base do desespero.
Entre os produtos que enfeitam o balcão, o mais chamativo é Latrell Sprewell. Não vai aí nenhuma novidade, há séculos se comenta que ele está deixando Nova York. Até hoje, tudo ficou no terreno das conversas amigáveis entre a cartolagem. Se dependesse da vontade dos Knicks, o ala já estaria bem longe. Mas quem quer Spree? Com fama de encrenqueiro, salário anual de US$ 12.4 milhões e alguns anos ainda restando no contrato, ele se especializou na arte de espantar compradores.
Há outro bad-boy de talento, com salário idêntico ao de Latrell, dando sopa por aí. Damon Stoudamire precisa sair de Portland. Para o bem dele e do próprio time, que não o suporta mais. Gostar de confusão, aliás, é pré-requisito para se tornar um Trailblazer. Rasheed Wallace, como bom líder, sempre dá o exemplo: pegou na semana passada um gancho de sete jogos por ameaçar um árbitro na saída do ginásio.
O Chicago Bulls também tem sua oferta imperdível. Jamal Crawford, coitado, só falta pendurar no pescoço uma plaquinha de “Vende-se”. Papo antigo. Mas a imprensa garante que de agora não passa. Em breve, o calouro Jay Williams terá um novo reserva. A louvável intenção é trazer alguém mais experiente para ensinar os truques da NBA ao garoto, que segue desmentindo boatos sobre sua possível saída da cidade.
O veterano Tyrone Hill vem sendo anunciado de forma insistente pelo Cleveland. Está aí uma boa pedida para quem enxerga os playoffs no horizonte e quer reforçar a ala, mesmo que seja para o banco. Especula-se ainda que Darius Miles e Ricky Davis dificilmente continuarão vestindo o mesmo uniforme. Quem sai? Davis é um dos poucos que se salvam nos Cavs, mas negociar Miles seria admitir o fracasso da troca envolvendo Andre Miller e o Los Angeles Clippers.
Hill não é o único velhinho disponível. A diretoria do Philadelphia 76ers não poupa esforços para se desfazer de Derrick Coleman, que não correspondeu às expectativas do técnico Larry Brown. O mesmo vale para Kenny Anderson em Seattle. O reserva de Gary Payton está descontente e pode dar lugar a um armador iniciante.
Em Miami, a movimentação é mais complexa. A tática do técnico-presidente Pat Riley é soltar no mercado Eddie Jones (para o Chicago?) ou Brian Grant (para o Dallas?) e pegar um atleta que esteja no último ano de seu contrato. Ao fim da temporada, com folga na folha de pagamento, seria mais fácil fazer uma oferta de peso por Jason Kidd ou Tim Duncan, que terão passe livre. Que tal?
Aos dirigentes mais desesperados, resta dar plantão ao lado do telefone e esperar o que o futuro próximo lhes reserva. Até 20 de fevereiro, todo dia é dia de feira.
(Foto – Nathaniel S. Butler/NBAE)
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