23.1.03
A TRAVESSIA DO ATLÂNTICO
Samake e Oyedeji são expoentes da nova
geração de africanos no basquete da NBA
A invasão dos iugoslavos na NBA é tão feroz que Vlade Divac já pensa em jogar para o alto sua aposentadoria pela seleção, de olho nas Olimpíadas de 2004. O pivô do Sacramento Kings tem nove compatriotas na liga, incluindo seu companheiro de time Peja Stojakovic e os promissores Pedrag Drobnjak, Vladimir Radmanovic, Marko Jaric e Zeljko Rebraca. Países como Canadá, Espanha, Alemanha e China também se orgulham de seus representantes.
À margem da galeria de astros internacionais, existe um grupo discreto, que ainda engatinha, mas agradece a oportunidade de aprender mais um pouco a cada noite. Sem pressa, a África segue firme na missão de conquistar seu espaço no basquete americano.
É impossível falar do continente negro sem louvar craques como Hakeem Olajuwon (da Nigéria) e Dikembe Mutombo (do Congo, ex-Zaire). Mesmo que a análise recaia sobre as estrelas emergentes, lá está Michael Olowokandi, nigeriano criado na Inglaterra. Abaixo de todos eles, há uma nova geração de africanos trilhando um caminho cheio de pedras. São garotos conscientes de que não chegarão longe, mas obstinados em limpar o terreno para os próximos que cruzarem o oceano.
Pouca gente sabe, mas a NBA abriga outro atleta da Nigéria, além de dois do Senegal, um de Camarões e um da República de Mali. Nem todos vieram direto da África para a liga americana, mas a simples presença da turma já é o bastante para celebrarmos a globalização do esporte.
Destes cinco atletas (todos pivôs), o que teve maior exposição até agora foi Soumalia Samake, de Mali, que jogou em New Jersey no ano passado e vinha dando expediente como reserva de Shaquille O’Neal. Pena que sua média de pontos tenha ficado em 1.4, o que lhe rendeu recentemente a dispensa do Los Angeles Lakers.
O mais bem sucedido é o senegalês Mamadou N’diaye, há três anos no Toronto Raptors. Jogando 17 minutos e marcando 5.5 pontos por jogo, ele faz o que pode para ajudar a combalida equipe treinada por Lenny Wilkens. Seu conterrâneo DeSagana Diop, mais azarado ainda, atua pelo lanterna Cleveland Cavaliers e não chega a anotar 2 pontos por noite. Sofrem da mesma carência ofensiva o nigeriano Olumide Oyedeji (transferido este ano de Seattle para Orlando) e o camaronês Ruben Boumtje-Boumtje, calouro no Portland Traiblazers.
A performance, no entanto, é o que menos importa. Mesmo sem fazer bonito, os novos africanos acumulam experiência e mantêm vivo o nome do continente em quadras americanas. Parecem ter aprendido bem a lição de Olajuwon e Mutombo.
(Fotos - NBA.com)
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