20.1.03



UM DÉCIMO DE POLÊMICA




Reggie Miller abraça Jermaine O’Neal,
autor da cesta da discórdia no sábado




Quando a bola saiu das mãos de Jermaine O’Neal, restava menos de um segundo para o fim do jogo entre Indiana Pacers e Detroit Pistons. Pelo menos era isso que o relógio marcava. Na prática, entretanto, faltavam longos 17 minutos. Foi esse o tempo que o trio de arbitragem gastou analisando o replay do lance antes de confirmar a validade da cesta. Com os dois pontos creditados, o Indiana venceu o duelo entre os melhores times da divisão Central. Quem perdeu, na verdade, foi a própria NBA.

O episódio serviu como prova de fogo para a nova resolução da liga, que liberou o uso do replay nos instantes finais das partidas (assim como já acontecia no hockey e no futebol americano). A experiência de sábado não poderia ser mais desastrada. O’Neal não sabia se comemorava ou não com a torcida. Reggie Miller se ajoelhou em frente ao aparelho de TV que exibia o lance na beira da quadra. Diante da indecisão dos juízes, o armador se levantou e começou a se aquecer para uma possível prorrogação.

O mais grave é que a regra prevê um limite de apenas dois minutos para a arbitragem tomar sua decisão. Mas Joe DeRosa, Jess Kersey e Courtney Kirkland não chegavam a um consenso de jeito nenhum. Quando o Indiana pôs a bola em jogo, faltavam 24.1 segundos. O Detroit reclamou que o arremesso teria saído antes da sirene final, mas depois de zerado o shot clock. Ou seja, uma delicada diferença de um décimo.

Por mais difícil que seja o veredicto, é inconcebível que os juízes retardem o destino de um jogo por 17 minutos (tempo de sobra, inclusive, para se disputar um período extra). O vice-presidente da NBA, Stu Jackson, não gostou do que viu e prometeu uma advertência ao trio. Tudo deve terminar com um bom papo. Por enquanto, está descartado qualquer tipo de punição aos homens de cinza. Em todo caso, convém a eles treinar o olho para futuros embates com monitores de TV.

(Foto - Ron Hoskins/NBAE)

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