16.1.04



nets em novo endereço
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))) Nem Kidd garante ginásio lotado


Nos últimos 11 jogos, foram 10 vitórias. Nos últimos dois anos, foram dois títulos do Leste. O retrospecto, a curto ou médio prazo, é digno de orgulho. Não adianta nada. Por mais que o New Jersey Nets se esforce em quadra, a Continental Airlines Arena sempre reserva sua tradicional parcela de poltronas vazias. Ginásio lotado? Difícil, hein.

Por essas e outras, a venda da franquia deve ser anunciada nos próximos dias.

O precinho camarada atinge vultuosos US$ 300 milhões, que cairão direto no bolso dos atuais proprietários, Lewis Katz e Ray Chambers. Representado pelo empresário Bruce Ratner, o grupo comprador é do Brooklyn (NY) e inclui até o rapper Jay-Z, que em novembro fez um megashow no Madison Square Garden, com direito a tumulto e pancadaria no templo dos Knicks.

Se o martelo for batido, começam imediatamente as obras para a construção de um novo complexo esportivo, com capacidade para 19 mil torcedores (bem distante dos 9 mil que andam freqüentando a Continental). O prédio ficaria pronto em 2006, justamente quando termina o vínculo da equipe com a cidade de New Jersey.

Até hoje, a parceria rendeu muita dor de cabeça. A arena atual, construída num lugar isolado de East Rutherford, dificulta o acesso dos torcedores. O prejuízo se arrasta a cada ano, sempre girando em dezenas de milhares de dólares. O jeito foi buscar o lucro do outro lado da ponte, em terreno nova-iorquino.

Com a troca de endereço, o discurso muda da água para o vinho. Mesmo antes da canetada, a chegada dos Nets já vem sendo encarada pelas autoridades do Brooklyn como a grande chance de revitalizar a área. Um ginásio luxuoso seria o ponto de mutação para o bairro, marcado pela decadência nas últimas cinco décadas, desde que o lendário time de beisebol Brooklyn Dodgers foi vendido para Los Angeles. Coincidentemente, seguiu-se um período de trevas: fábricas fecharam as portas, o desemprego se espalhou, as ruas viraram terra de ninguém.

Hoje, a situação não é tão dramática. Grandes empresas migraram de Manhattan, restaurantes finos se instalaram e o comércio se reergueu. Falta a cereja do bolo. Um segundo time de basquete em Nova York, reforçando a rivalidade com os Knicks, pode elevar a paixão do torcedor a níveis nunca antes vistos.

O local do novo ginásio já está escolhido. O maquinário das obras aguarda apenas a oficialização do contrato. Para comerciantes e pequenos empresários da área, será uma bênção. Para a NBA, será mais uma bela jogada de marketing. No fim das contas, todo mundo sai ganhando.

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foto . nbae

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