13.2.03
CINCO OU SETE?
Em LA, Phil e Kobe não sabem se comemoram
ou lamentam a mudança para o playoff 2003
O presidente da NBA, David Stern, anunciou esta semana um pacote de mudanças na liga. Os tópicos são os mais variados. Vão de idade mínima para seleção de etrangeiros no draft até redução parcial do período de treinamento para veteranos na pré-temporada. No fim das contas, tudo isso ficou em segundo plano, diante da alteração mais significativa: a partir deste ano, a primeira rodada dos playoffs passa a ser disputada em melhor de sete partidas, e não de cinco, como era até o campeonato passado.
A decisão foi boa ou ruim? Não importa. A pergunta que se impõe sobre o assunto não é esta. Portanto, tratemos de reformulá-la: a decisão favorece ou prejudica o Los Angeles Lakers? Está aí o ponto chave da discussão.
Se for mantida a evolução natural das coisas, a equipe comandada por Phil Jackson chega à segunda fase na oitava ou na sétima vaga do Oeste, o que lhe renderia, de saída, um embate com o primeiro ou com o segundo da conferência. Ou seja: salvo algum acidente de percurso (o que é absolutamente possível e até provável), os Lakers devem enfrentar Dallas ou Sacramento.
Partindo deste princípio, o que seria mais indicado para a turma que veste amarelo? Melhor de cinco ou melhor de sete? Bons argumentos não faltam. Aí vão dois para cada lado.
POR QUE O NOVO FORMATO É RUIM PARA OS LAKERS?
1) Além de Shaquille O’Neal, que não é nenhum garoto, o elenco de apoio tem idade avançada. Para buscar o tetra, é preciso suar a camisa desde já. Uma batalha longa no início do playoff seria mais desgastante, e o cansaço pode pesar.
2) Dificilmente o Los Angeles perderia as duas primeiras partidas na casa do adversário. Vencendo uma delas, o mando de quadra se inverte e o formato mais curto permite fechar a série nos jogos 3 e 4, na Califórnia.
POR QUE O NOVO FORMATO É BOM PARA OS LAKERS?
1) O time deste ano está mais sujeito a tropeços, como uma derrota em casa, por exemplo. Na série mais curta, um erro desse tipo pode ser fatal. Na mais longa, aumentam as chances de recuperação.
2) No playoff, muda o conceito de “melhor time”. Não basta ter um bom elenco. Experiência é fundamental e a camisa pesa. Por conta disso, o Los Angeles pode chegar à próxima fase com status de favorito. E, teoricamente, os favoritos têm mais chances em séries maiores.
Pesando as idéias na balança, é difícil dizer quem se deu bem. Só há duas certezas nessa história. Primeiro: mudar as regras no decorrer da competição é, no mínimo, lamentável. Segundo: com cinco ou sete jogos, podem acreditar, Mavs e Kings estão igualmente preocupados a esta altura do campeonato.
(Foto – Andrew D. Bernstein/NBAE)
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