4.2.03



O GRANDE DUELO: SEGUNDO ATO




O Dallas de Van Exel recebe hoje seu
maior oponente, o Sacramento Kings




Quando Shaq e Kobe saem da pauta, não se fala em outra coisa na NBA: quem é melhor, Dallas ou Sacramento? Qual dos dois é mais letal no ataque? De quem é a defesa mais segura? Quem tem o banco mais consistente? A fogueira aguarda mais lenha hoje à noite, quando as equipes se enfrentam pela segunda vez na temporada.

O primeiro encontro, em janeiro, foi um trailer estrelado por um só ator. Jogando em casa, os Kings liquidaram a fatura no quarto inicial, abrindo 13 pontos. No restante do tempo, foi só manter o ritmo até chegar aos impressionantes 123-94. A diferença é que, naquela ocasião, com o tornozelo ainda saudável, Chris Webber esteve presente e anotou 29 pontos. Subtraindo esse montante do placar final (numa suposição um tanto grosseira, claro), teríamos rigorosamente um empate.

Logo mais, tudo vai ser diferente. Contundido, o ala verá a festa do banco, em trajes de passeio. Sua ausência torna-se o grande trunfo do adversário, que, aliás, estará diante de sua torcida. Todo mundo sabe que os Mavericks seriam imbatíveis se tivessem mais qualidade no garrafão. Dirk Nowitzki, o único grandalhão habilidoso do elenco, é habilidoso até demais, e por isso acaba se afastando da cesta. Resultado: contra times fortes, a munição ofensiva obrigatoriamente se espalha pela quadra, e a defesa, muitas vezes, vai para o espaço.

O armador reserva Nick Van Exel resumiu, esta semana, o problema crônico do Dallas, se oferecendo em sacrifício pelo bem de seus companheiros: “Se eu fosse dirigente e encontrasse um jogador alto que pudesse nos ajudar a chegar ao topo, me trocaria sem pestanejar.” Descontado o exagero e o bom humor da frase, o baixinho veterano não deixa de ter uma boa dose de razão.

Enquanto a diretoria não segue o insólito conselho de Van Exel, resta ao time se aproveitar do desfalque alheio. Hoje, com Hedo Turkoglu no lugar de Webber, Nowitzki ficará bem mais à vontade para tentar as infiltrações enquanto Michael Finley e Steve Nash estiverem cuidando dos tiros de média e longa distâncias.

É uma chance de ouro para os rapazes do Texas provarem seu valor. Afinal, mesmo folgados na liderança do Oeste, eles sempre se tornam alvo de desconfiança em qualquer previsão para os playoffs. Aos Kings, que perderam cinco das últimas seis partidas (incluindo vexames em Atlanta e Toronto), resta rezar por uma noite inspirada de Peja Stojakovic e Mike Bibby. Façam suas apostas.

(Foto - D. Clarke Evans/NBAE)

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