17.2.03



O PRAZER DE VIAJAR




Após oito vítórias na estrada, Duncan
colhe frutos de uma turnê memorável




Grant Hill vai ter de esperar. Na crônica de ontem, prometi que discutiria hoje o drama vivido pelo jogador do Orlando Magic, mas um assunto urgente me obriga a empurrá-lo para a terça-feira. Culpa de Tim Duncan. Nesta semana que começa, não há como fugir do San Antonio Spurs. O time acaba de voltar para casa após uma viagem de 21 dias. Superado o impacto negativo da primeira escala (com derrota para os Timberwolves), veio um feito sem precedentes. Desde 29 de janeiro, foram oito jogos seguidos. E, pasmem, oito vitórias em terreno adversário.

O próprio site da NBA hesitou antes de confirmar a informação, mas trata-se da turnê mais bem sucedida de toda a história. Nunca houve uma seqüência tão avassaladora de uma equipe na estrada. É hora, portanto, de colher os frutos. Hoje é dia reencontrar a família, desfazer as malas, levar os filhos ao cinema, jantar com a esposa e dormir cedo. Amanhã, os jogadores pisam novamente o assoalho lustroso do SBC Center, para enfrentar o Denver Nuggets. É como se o oponente tivesse sido escolhido a dedo. Será uma espécie de “entrega das faixas”.

Com a vitória de ontem, em Sacramento, o San Antonio ultrapassou os Kings e atingiu a segunda posição do Oeste, atrás apenas dos Mavericks. Aliás, o compromisso seguinte à partida contra o brasileiro Nenê Hilario é justamente em Dallas, na quinta-feira. Levando na bagagem um retrospecto de fazer inveja a qualquer mortal, não será nenhum sacrifício tomar um avião para visitar os vizinhos no Texas.

Durante a bendita viagem, Duncan esteve sublime. Especialmente na segunda metade, quando manteve a média de 28.3 pontos e 15.3 rebotes. E não pensem que houve moleza. Longe do lar, os Spurs enfrentaram, entre outros, Pacers, Magic, Blazers, Lakers e Kings. Todos foram devidamente atropelados.

Mesmo com David Robinson na enfermaria (é uma pena vê-lo massacrado pelas lesões em sua última temporada), não faltou ajuda a Duncan. Tony Parker teve ótimas atuações, assim como Stephen Jackson, Malik Rose e o argentino Emanuel Ginobili. Está aí a conferência Oeste oferecendo ao público mais um fortíssimo candidato ao título de 2003.

(Foto – Fernando Medina/NBAE)

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