28.12.03
fim de ano, fim da picada
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))) Artest voltou a aprontar e
Carlisle quer vê-lo pelas costas
Fim de ano é sempre aquela coisa: esperanças renovadas, mensagens de paz, bandeiras brancas por todo lado, confraternização geral. Nesse clima, o Rebote pede licença para uma breve pausa, afinal ninguém é de ferro. Após o descanso na virada do ano, o site volta ao ar no dia 4 de janeiro. Até lá, fica aberta a caixa de comentários para quem quiser manter o papo atualizado neste período.
A ironia da ocasião é o tema que puxa a crônica de despedida de 2003: nos próximos parágrafos, não haverá paz. Vamos falar de brigas, provocações, desentendimentos, agressões.
Pois foi assim que Ron Artest, Rick Carlisle e o Indiana Pacers resolveram encarar o réveillon.
Vocês certamente lembram que a turma de Indianápolis começou o campeonato com uma campanha arrebatadora de 14 vitórias e duas derrotas. Tudo corria às mil maravilhas, em grande parte devido à fase cordeirinho de Artest, sem faltas técnicas, reclamações e ataques de pelanca.
O problema foi quando o time começou a perder.
Nos últimos 15 compromissos, foram oito fracassos. No mais recente, em casa, contra o New Jersey Nets, a bomba explodiu. Foi pelos ares o bom comportamento do bad-boy oficial da equipe. Ruiu a relação amistosa do técnico com os jogadores. Roupa suja lavada em público, crise deflagrada nas barbas do ano novo.
Tudo começou na noite de sábado, antes da partida contra os Nets. Era um canto isolado do vestiário no Conseco Fielhouse, e o rap corria solto no último volume. Assim Ron Artest se concentrava, alheio ao que acontecia em sua volta.
Bola quicando, o ala parecia desinteressado. Marcado ou não, recebia passes e interrompia a rotação ofensiva para chutar de três. Fez isso três vezes. Errou todas. E irritou o treinador.
Fugir do esquema desenhado na prancheta é pecado mortal em times armados por Rick Carlisle. Abre-se aqui uma discussão polêmica: vale mais a tática do estrategista ou o improviso do atleta? Até que ponto vai a liberdade do craque para escapar do que foi combinado?
Carlisle não admite tal “insubordinação”. Se está na prancheta, deve ser executado. À exceção dos contra-ataques, tudo tem de ser feito conforme indicam as setas. No Detroit Pistons, fraquíssimo ofensivamente, dava certo. No Indiana Pacers, com várias opções de finalização, vai dar problemas.
Aliás, já deu.
“Só errei três arremessos, ora. Não há nada de errado comigo”, justificou Artest. “Ninguém pode ser perfeito o tempo todo, não vejo mal nenhum nisso.”
Pois o técnico viu. Levou a discussão para o intervalo e, após o bate-boca, deixou o atleta no banco durante todo o segundo tempo, alegando que ele não está disposto a se sacrificar pelo conjunto: “Tem gente aqui que não entende as coisas. A alma do time é mais importante que o objetivo de cada um.”
Carlisle voltou para o terceiro período tão transtornado que perdeu a cabeça e foi expulso ao reclamar de uma falta em Jermaine O’Neal.
O resto do elenco prefere não alimentar a fogueira, mas há quem discorde da ditadura da prancheta. “Respeitamos o técnico, mas conhecemos nossas habilidades”, insinuou o reserva Al Harrington. “Sabemos que é possível criar boas jogadas sem ter de seguir uma cartilha em todos os ataques.”
A discussão vai dar pano para manga. Por ora, o que se percebe é um princípio de crise. As vísceras estão expostas. Se não quiser repetir a derrocada do campeonato passado (quando despencou pela tabela na reta final), convém ao Indiana contornar os conflitos internos. Afinal, é isso, só isso, que impede o time de brigar pelo título da conferência.
E, cá entre nós, bem que podiam escolher outro período do ano para brigar, não?
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Já sabemos que 2004 vai trazer mais basquete para o Brasil. Que traga também mais saúde, paz e felicidade.
A todos, um Feliz Ano Novo.
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foto . nbae
27.12.03
. bloco de notas
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todo sábado, um passeio rápido pela liga
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))) Carmelo: basquete de adulto
g r a n d e s
Quando o sujeito começa a passar dos 30 pontos com freqüência, não interessa em que time joga: ele é bom. A desculpa de ser a única lança ofensiva do elenco não cola. Há certos cabeças-de-bagre que não conseguem fazer 30 pontos mesmo se receberem todas as bolas da partida. Por isso é impossível não ser otimista com LeBron James e Carmelo Anthony. O primeiro fez estragos consideráveis nas últimas semanas, mas o segundo não fica atrás. Na noite pós-natalina de sexta-feira, Carmelo teve o presente que pediu ao Papai Noel: a melhor atuação de sua carreira, com 37 pontos e uma vitória sobre o Houston Rockets, que na véspera havia massacrado ninguém menos que o Los Angeles Lakers. E olha que o Denver Nuggets chegou a estar perdendo por 16. Está aí um menino que vai longe.
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i m b a t í v e i s ?
Por falar em ir longe, o que dizer do San Antonio Spurs? Doze vitórias seguidas, incluindo a de ontem, contra o Orlando Magic. O MVP Tim Duncan saiu de quadra com 27 pontos, 16 rebotes e cinco tocos. Monstro. O segredo dos atuais campeões continua sendo a defesa. Nos últimos seis minutos da partida, o Orlando só conseguiu fazer uma cesta. “Jogamos muito bem. Estamos exatamente no estágio onde queríamos estar agora”, celebrou Duncan.
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b a b e l
Por falar nos Spurs, todos sabem que Bruce Bowen é uma peça importante no esquema defensivo de Gregg Popovich. Mas todos sabem, também, que ele sempre foi uma farsa no ataque. Se, por acaso, o técnico resolver barrá-lo, teremos um fenômeno curioso, uma espécie de resumo da ópera da globalização na NBA: um time titular totalmente internacional: Tony Parker (França), Manu Ginobili (Argentina), Hedo Turkoglu (Turquia), Tim Duncan (Ilhas Virgens) e Rasho Nesterovic (Eslovênia). Sem um americanozinho sequer. Que tal?
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f a r i n h a
Pacers e Nets se enfrentam logo mais, em jogo que ilustra bem a desordem da conferência Leste. O líder Indiana tem 21 vitórias e nove derrotas, enquanto o New Jersey, segundo colocado, passa longe com 15 triunfos e 13 fracassos. Ou seja, abaixo do primeiro lugar, é tudo farinha do mesmo saco. À exceção da turma comandada por Rick Carlisle, o Leste se embola até a oitava posição com times que mantêm relação semelhante entre vitórias e derrotas. Nivelar por baixo é isso aí.
((((( z o n a ))))) ((((( m o r t a )))))
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* Vem aí uma fortíssima temporada de rumores sobre trocas envolvendo Rasheed Wallace. Janeiro e fevereiro são os dois meses que a direção do Portland tem para negociar o atleta. Se julho chegar, o bad-boy vai embora em troca de nada, com passe livre.
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* Ontem, em Cleveland, o armador Jamal Carwford só saiu de quadra nos intervalos e nos pedidos de tempo. Jogou os 48 minutos, marcou 30 pontos e limitou LeBron James a 18. O Chicago venceu por 87-80.
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* O Boston Celtics colhe frutos. Foi de Ricky Davis, com 2.8 segundos no cronômetro, o arremesso que selou a vitória de 104-102 sobre o Phoenix Suns.
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* Se o campeonato terminasse hoje, o Minnesota começaria o playoff enfrentando o Denver, com mando de quadra. Será que, finalmente, passaria da primeira rodada?
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:) APLAUSOS para Terry Porter, que faz milagre como técnico do Milwaukee Bucks. Com um elenco cheio de caras novas, um armador calouro e sem um pivô de verdade, ele consegue ser o quinto melhor do Leste.
:( VAIAS para o Portland Trail Blazers, único time que ainda não venceu fora de casa. Quem sabe amanhã, contra o Cleveland?
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foto . nbae
26.12.03
afinal, por onde anda harold miner?
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))) Ascensão e queda de um falso Michael Jordan
Há coisas que só o Natal é capaz de proporcionar. Por exemplo, uma missão inglória no infindável baú de informações da internet, em busca de dados capazes de lançar uma luz sobre os confins da carreira de um fracassado.
Foi Suzuki quem pediu na caixa de comentários. E o Rebote, tal qual o Bom Velhinho, desenterrou este presente dedicado especificamente a um leitor, cruzando distâncias virtuais que fazem a Lapônia parecer um endereço ali na esquina.
Pois Suzuki, meu caro, seja lá você quem for,
a crônica de hoje é sua.
Para início de conversa, saiba que Harold Miner vive uma rotina tranqüila, com uma conta bancária razoável, fruto não apenas do dinheiro que guardou enquanto estava na NBA, mas também de alguns negócios bem-sucedidos na região metropolitana de Las Vegas. É lá, na cidade dos cassinos, que mora nosso herói esquecido.
Herói, sim, porque sustentar o peso do apelido “Baby Jordan” é coisa para quem tem superpoderes. Foi ele que protagonizou um dos maiores casos de expectativa frustrada na história da liga. A chegada de LeBron James levou seu nome timidamente de volta ao noticiário. Não tem jeito. Daqui em diante, qualquer atleta comparado a Michael será ameaçado com a possibilidade de se tornar um Harold Miner.
Selecionado pelo Miami Heat na 12ª posição do draft de 1992, Miner era careca e vestia a camisa 23 (mais tarde trocada para 32, e depois para 4). Mais baixo que o original, virou uma espécie de Jordan em miniatura, fama reforçada pelo contrato assinado com a Nike e pelos títulos nos campeonatos de enterrada em 1993 e 1995. Ficou nisso. O sucesso na NBA nunca se concretizou.
A gritante habilidade técnica seduziu a multinacional fabricante de tênis, que redigiu um contrato no melhor estilo “venda sua alma ao diabo”. Com os olhos brilhando em cifras, Miner nem enxergou a cláusula nefasta: a que impedia sua transferência para qualquer outro time fora da NBA.
Na temporada 1994-1995, o mundo começou a cair. O Miami Heat, que àquela altura era uma equipe competitiva, selecionou o calouro Khalid Reeves (que depois se tornaria outro fiasco) e contratou os veteranos Kevin Gamble e Billy Owens. Na época, comentava-se que Pat Riley queria se cercar de talento por não confiar no “Baby Jordan”.
Por conta disso, Miner foi parar no Cleveland Cavaliers, e afundou no esquema extremamente defensivo de Mike Fratello. A média de pontos caiu para 3.2, selando o fim de uma carreira promissora.
Sem espaço na NBA, o garoto começou a receber propostas de clubes europeus, mas a Nike não abriu mão do contrato. Sem ter onde jogar, aposentou-se precocemente, aos 25 anos.
O sumiço de Miner criou uma série de boatos sobre seu paradeiro. Muitos garantem que ele chegou a morar na rua, viciado em crack. A informação mais segura, no entanto, dá conta de que as mágoas com o basquete foram amenizadas com o relativo sucesso das empreitadas comerciais em Las Vegas.
Sabe-se lá se a Nike ainda lhe dá algum dinheiro, ou pelo menos um par de tênis por mês para garantir a pelada do fim de semana.
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foto . umitonline
25.12.03
entrevista: pau gasol
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))) “Faltam muitos jogos para ganhar”
A estrada não tem feito muito bem ao Memphis Grizzlies. Nos últimos cinco compromissos fora de casa, foram cinco fracassos. Nos domínios da Pyramid, contudo, a seqüência atual é de seis triunfos. A boa performance numa conferência forte cria um paradoxo: mesmo com mais vitórias que derrotas, o time é o lanterna da divisão do Meio-Oeste. Ainda assim, estaria a apenas uma posição dos playoffs se a temporada regular terminasse hoje. Em grande parte, a evolução está calcada no craque da companhia, o espanhol Pau Gasol. Com mais talento ao seu redor, o ala comanda uma equipe em franca ascensão. Em entrevista ao escritório da NBA para a América Latina, Gasol fala sobre a mudança de mentalidade em Memphis e colhe os louros das vitórias, mas ainda se mostra pessimista quanto à convocação para o All-Star Game.
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Enfim, o Memphis Grizzlies passou a ser um time vencedor. Qual é o gosto de ter uma rotina de vitórias?
A dinâmica é muito boa. Sempre que ganhamos, tudo vai muito bem, todo mundo fica feliz. Estamos jogando bem e esperamos continuar com esse ritmo para chegar ao fim da temporada com chance de classificação aos playoffs.
Está confiante na classificação?
Ainda tem muita temporada até lá. Só jogamos um quarto do campeonato e ainda faltam muitas partidas. Se continuarmos neste caminho, temos grande possibilidade de chegar a esse objetivo. Mas nos faltam muitos jogos importantes, e muitos para ganhar.
O que mudou para melhor nesta temporada?
A mudança dos jogadores nos ajudou, assim como a mentalidade de todos. O técnico Hubie Brown tem feito um bom trabalho com a equipe. A dinâmica em geral mudou bastante.
O ala Bonzi Wells chegou há pouco, negociado com o Portland Trail Blazers. Como ele está se adaptando aos Grizzlies?
Acho que muito bem. Está jogando em bom nível e, pouco a pouco, vai conhecendo nossos jogadores e a parte tática.
Falta alguma coisa no elenco do Memphis hoje?
A equipe está muito bem deste jeito. Em todas as posições, temos ao menos um bom jogador. Estamos com uma equipe muito competitiva, com atletas que podem jogar por muitos minutos. Acho que não falta ninguém.
E o All-Star Game? Está confiante em ser chamado?
Vai ser muito difícil entrar. Há muitos jogadores bons que sonham estar lá, é complicado entrar nesta lista.
Você tem contato com seu amigo e conterrâneo Raul López, no Utah Jazz?
Ele está fazendo um grande papel, jogando muito bem. Desejo que continue assim, é um prazer vê-lo jogando bem, sobretudo depois da lesão.
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foto . nbae
24.12.03
um dia de fúria
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))) Sprewell (dir.) voltou ao Madison
Square Garden com a corda toda
Na primeira chance, uma contusão impediu o reencontro. Desta vez, não houve percalços. O pequeno Spike Lee se agigantou dentro de uma camisa 8 do New York Knicks e puxou os aplausos da arquibancada, que vibrou com a apresentação oficial de um jogador adversário.
Era Latrell Sprewell.
Voltando ao Madison Square Garden.
Dispensado, entre outras coisas, pelos entreveros com o presidente Scott Layden, Spree voltou à velha casa justamente na semana em que Layden foi demitido, dando lugar a Isiah Thomas. No entanto, não era nos escritórios do Madison que o ala do Minnesota estava interessado. O importante na noite de ontem era arrancar uma vitória de quem o desprezou.
O objetivo foi alcançado em grande estilo. Em todos os sentidos, a noite foi de Latrell. Foi ele que, de dentro da quadra, soltou impropérios dirigidos ao proprietário dos Knicks, James Dolan. Foi ele que gritou contra o banco do adversário e levou uma falta técnica por conta disso. Foi ele o cestinha da partida, com 31 pontos, incluindo o arremesso de três que enterrou as chances do ex-time no quarto período, ajudando a selar a vitória dos Timberwolves.
O normal em situações como esta é tirar do bolso frases feitas como “Para mim é apenas mais um jogo”, “Estou seguindo meu caminho e desejo sorte a eles”. Sprewell não é desses. Estava enfurecido, claramente disposto a dar um cala-boca na cartolagem, no técnico, nos jogadores, em qualquer infeliz que cruzasse seu caminho vestindo uma camiseta azul. A não ser Spike Lee, claro, que sabe valorizar os dotes de um marginal em quadra.
Será que estão certos os dois, Spree e Spike? Para os politicamente corretos, talvez não. Mas para quem, acima de tudo, aprecia a intensidade de um bom jogo de basquete, a constatação torna-se inegável: é disso que o povo gosta.
Pois que assim seja.
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Fúria, só na quadra. Fora dela, um
Feliz Natal a todos. Grande abraço.
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foto . nbae
21.12.03
FAMOSO QUEM? * richie frahm
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Talvez tenha alguma relação com o tempo chuvoso. Sem nada para fazer, os moleques se trancam em garagens para tocar guitarra ou em ginásios para jogar basquete. Nem sempre dá resultado. Em todo caso, é impressionante como Seattle fabrica heróis, mesmo que por uma noite.
Quando Ray Allen se machucou, os Sonics jogaram na quadra um tal de Flip Murray, que acabaria se tornando a grande sensação do primeiro mês da temporada. No sábado, em Denver, Allen continuava fora, Brent Barry e Antonio Daniels não jogaram, Rashard Lewis avisou antes da partida que não estava bem fisicamente, fruto do massacre sofrido na noite anterior, contra o San Antonio Spurs. Diante do drama, um anônimo deu as caras:
O calouro Richie Frahm.
Quem?
Frahm entrou no fim do primeiro período e recebeu uma bola, sozinho, na linha de três pontos. Com tempo de sobra para acertar a mira, errou o chute. Prefácio de mais uma noite decepcionante? Nada disso. A cota de erros acabou ali mesmo.
O novato converteu os próximos dez arremessos, incluindo meia dúzia da linha de três. Cravou também os cinco lances-livres a que teve direito. Terminou com 31 pontos, cinco rebotes e três assistências, liderando o Seattle na vitória por 115-106.
Lewis, que contribuiu com 17 pontos, agradeceu o esforço do companheiro: “Richie foi o cara esta noite. Precisávamos de uma grande ajuda e ele nos deu.”
Aos 26 anos, com um jeitão que lembra o folclórico cartola Mark Cuban, Frahm sabe que esta foi a melhor atuação de sua curta carreira. Ao fim do jogo, após longas entrevistas, confessou no vestiário: “Finalmente sinto que pertenço à NBA e ao Seattle. Agora, sei que, se eles precisarem de mim, podem contar.”
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foto . nbae
20.12.03
. bloco de notas
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todo sábado, um passeio rápido pela liga
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))) Kobe teve jornada dupla na sexta
c o r r e r i a
Foi uma sexta-feira agitada para Kobe Bryant. À tarde, o armador do Los Angeles Lakers compareceu a uma audiência na cidade de Eagle, no Colorado, fruto da acusação de estupro que enfrenta desde o verão. À noite, chegou atrasado ao Staples Center e a partida contra o Denver Nuggets já entrava no segundo período. Pois Kobe vestiu o uniforme e mandou de volta ao banco o jovem Kareem Rush. Para quem achava que a tensão prejudicaria o rendimento em quadra, a resposta veio em grande estilo: 13 pontos, cinco assistências e o arremesso certeiro que decidiu o resultado no último segundo. Craque é craque.
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a f i r m a ç ã o
Os dois primeiros meses de NBA fizeram muito bem a LeBron James. O calouro-sensação já havia mostrado visão de jogo e passes fantásticos, mas só agora consegue dar um passo à frente: traduzir as boas atuações em números. Em geral, grandes atletas precisam de grandes estatísticas. Na sexta-feira, LeBron marcou 36 pontos e comandou o Cleveland Cavaliers numa importante vitória fora de casa contra o Philadelphia. Antes disso, já havia anotado 37 contra o Boston. Se conseguir quebrar a barreira dos 30 pontos com alguma regularidade, será meio caminho andado para apressar sua entrada na elite da liga.
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s a ú d e
Alonzo Mourning está de rim novo. Correu tudo bem no transplante e o pivô segue agora para uma recuperação aparentemente tranqüila. O doador escolhido foi um membro da família, mas dezenas de pessoas se ofereceram para a cirurgia. Gigante também fora da quadra, Alonzo agradeceu e pediu que essas pessoas estendam sua generosidade para quem ainda está na fila de espera. O técnico do New Jersey Nets, Byron Scott, esteve com o jogador e acha que, no futuro próximo, ele pode considerar um retorno às quadras, a exemplo do que fez Sean Elliott em 2001.
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s a u d a d e
Por falar em doenças e contusões, adivinhem quem apareceu hoje no treinamento do Chicago Bulls? Jay Williams, que se recupera de um gravíssimo acidente de moto. Sentado numa cadeira no canto da quadra, ele sorria sozinho ao ver o time batendo bola. “Vou voltar”, prometeu o armador em sua primeira visita ao time desde que saiu do hospital, em julho. A diretoria continua esperando. Tem motivos para rescindir o contrato (dirigir motocicleta viola os regulamentos da liga), mas o atleta segue na lista de contundidos. Até porque o calouro Kirk Hinrich, esperança para a posição 1, ainda não disse a que veio.
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* Depois de um início confuso, a temporada vai voltando aos trilhos e os favoritos assumem o controle de suas divisões. É assim no Atlântico (Nets e Sixers), na Central (Pacers e Hornets), no Meio-Oeste (Spurs e Wolves) e no Pacífico (Lakers e Kings). Dos medalhões, só faltam Mavericks e Pistons.
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* Barrado por Antonio McDyess, o ala-pivô Kurt Thomas quer mudar de ares. A diretoria do New York Knicks já trabalha forte ao telefone.
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* O técnico Paul Silas desmente, mas a imprensa garante que Cleveland e Dallas estudam seriamente uma troca de Zydrunas Ilgauskas por Antawn Jamison.
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* Outras negociações em curso na central de boatos: Troy Hudson por Darius Miles; Ron Mercer por Bob Sura. Vamos aguardar.
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:) APLAUSOS para Donyell Marshall e Walter McCarty, grandalhões que beiram os 50% de aproveitamento da linha de três e, em toda a NBA, só perdem para Aaron McKie neste quesito.
:( VAIAS para Eddie Griffin, finalmente dispensado pelo Houston Rockets. O ala estava suspenso desde outubro, acusado de espancar e atirar contra uma mulher. Agora terá tempo de sobra para se entender com a Justiça.
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foto . nbae
19.12.03
a volta do campeão
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))) Duncan ajuda na reação dos Spurs
Em time que está ganhando, não se mexe. E o San Antonio Spurs, não sei se vocês notaram, está ganhando. Após um início tímido e decepcionante, a equipe do Texas parece ter entrado nos trilhos. Venceu oito seguidas e saiu das colocações intermediárias para assumir uma posição mais confortável na conferência Oeste. Por essas e outras, a direção se apressou para estender o contrato do técnico Gregg Popovich.
Não é só do treinador, claro, o mérito da reação. Mas sua atuação tem sido fundamental. O elenco vai elaborando seus contornos, acomodando as peças de um quebra-cabeça espalhado no verão americano. Muita gente entrou, muita gente saiu, Popovich herdou a missão de entrosar esta turma. Conseguiu, após dois meses de luta.
Com o compromisso prorrogado até 2008, o técnico fica mais tranqüilo para trabalhar em quadra. Os resultados são nítidos, principalmente na defesa. O San Antonio é o time que cede menos pontos (85.3) em toda a liga e o que mais reduz o aproveitamento de arremessos do adversário (39%).
Muita gente reclama que os jogos têm sido feios, com placar baixo. Em parte, é verdade. Mas arrumar as peças novas no esquema defensivo era primordial para um grupo que almeja defender o título. A sintonia no ataque e a pontaria na linha de lances-livres ainda precisam de cuidado. Espera-se que a melhora venha com o tempo.
Individualmente, Tim Duncan continua sendo Tim Duncan. Foi monstruoso na vitória mais recente, sobre o Toronto Raptors. Manu Ginobili assumiu a responsabilidade entre os titulares e o vaga-lume Tony Parker tem mantido uma certa regularidade, o que é fundamental para o sucesso nos playoffs. Mais experiente, o armador não pode amarelar como fez em diversas ocasiões na última temporada. Quando os ventos sopram a favor, até o limitado Rasho Nesterovic mostra alguma evolução.
As próximas partidas indicam um caminho razoavelmente fácil para ampliar o recorde de vitórias seguidas. Hoje e amanhã, serão dois compromissos fora de casa, contra Sonics e Blazers. A partir de terça-feira, começa uma série de quatro jogos em San Antonio, diante de Clippers, Magic, Bucks e Sixers. A seqüência põe no caminho dos Spurs duas forças menores (Nuggets e Wizards), e só no dia 9 de janeiro vem uma parada indigesta: Hornets em New Orleans.
Haja o que houver neste percurso, os campeões já mostraram que estão dispostos a repetir a conquistam, ou pelo menos complicar a vida da máquina de Los Angeles.
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foto . nbae
18.12.03
entrevista: nenê
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))) Seria ótimo jogar no Brasil com o Denver
Aos 21 anos, Maybyner Rodney Hilario é um novo atleta. Até o nome mudou. Mais experiente, mais maduro e mais forte, Nenê assumiu seu papel no time titular do Denver Nuggets e vai conquistando, aos poucos, seu espaço na maior liga de basquete do mundo. Ex-jogador de futebol, fã de feijoada e baterista nas horas vagas, o ala-pivô acumula as boas médias de 12.1 pontos, 7.7 rebotes e 55% de aproveitamento nos arremessos. Na sexta-feira, o compromisso é de assustar: em Los Angeles, contra os Lakers de Shaquille O’Neal. Em entrevista ao escritório da NBA para a América Latina, ele fala sobre os rumos do Denver nesta temporada, a ansiedade pelo confronto com Leandrinho e a responsabilidade de defender o Brasil em competições internacionais.
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Como se sente agora, em sua segunda temporada jogando pelo Denver Nuggets?
Muito bem. Estou feliz, e a equipe caminha bem. Ultimamente, temos perdido alguns jogos, mas acho que estamos fazendo um grande trabalho.
O time sonha com os playoffs?
Claro! Sei que nos últimos dias temos passado momentos difíceis, principalmente fora de casa, mas a classificação é a nossa meta. Não vamos parar de trabalhar até cumprir esse objetivo.
Você espera participar novamente do jogo entre novatos e jogadores de segundo ano, no fim de semana do All- Star Game?
Sim, espero que sim. Estou trabalhando para isso, mas é claro que a convocação depende também do rendimento da minha equipe. Por isso, temos de continuar ganhando para chegar longe. Não sou um jogador individualista, penso no bom desempenho dos meus companheiros e, se tudo corre bem com o time, isso é o mais importante.
O que significa para você defender a camisa do Brasil em competições internacionais?
Por pertencer à NBA, tenho mais compromissos. São muitas partidas durante o ano, mas espero jogar com a seleção quando precisarem de mim. Sempre será uma honra jogar pelo Brasil.
Até agora você não conseguiu enfrentar o Leandrinho. Na última oportunidade, estava contundido. O que você espera deste confronto, marcado para 13 de janeiro de 2004?
Sei que jogaremos em janeiro contra os Suns e aí nos encontraremos. Eu espero cada partida com muita ansiedade, mas obviamente esta contra Leandrinho será especial, por ser o primeiro duelo de brasileiros na NBA.
Vocês têm contato? Costumam se falar?
Claro que sim. Ele sempre me conta o que está acontecendo. Pergunta algumas coisas que não sabe sobre a liga. Como tenho um ano a mais de experiência, dou conselhos sempre que posso.
O que acha do rendimento de outros atletas latinos na NBA?
Gosto de fazer parte deste movimento de novos jogadores latinos que representam seus países na liga. É interessante como as equipes estão prestando mais atenção nestes atletas. Temos a responsabilidade de abrir mais portas.
Como é jogar ao lado de Carmelo Anthony?
Ele é um grande jogador. É uma estrela, ajuda muito e também é uma grande pessoa. Está há pouco tempo na equipe, mas nós gostamos muito dele e o tratamos muito bem.
A liga planeja promover partidas no Brasil no ano que vem. O que acha dessa possibilidade?
Seria ótimo jogar no Brasil com o Denver. Já estive com Manu Ginobili e Leandrinho no Latinos Unidos Tour, visitamos cidades no Brasil e na Argentina. A verdade é que curtimos muito esta viagem. No Brasil, muita gente gosta de NBA. Levar algo da liga para lá seria muito estimulante.
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foto . nbae
17.12.03
o reencontro
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))) Antoine Walker volta a Boston logo hoje
Hoje não é dia de TV. Mas devia ser. Às 23h, o Dallas Mavericks, líder da divisão do Meio Oeste, visita o Boston Celtics, vice-líder do Atlântico. O que isso significa? Muita coisa. A começar pelo reencontro de um ídolo escorraçado com seu ex-time.
Desde que foi embrulhado para presente e enviado para Dallas, Antoine Walker tem falado poucas e boas sobre o cartola Danny Ainge, a quem andou chamando de “cobra”. Hoje, tem a oportunidade de mostrar, na quadra, que o Boston fez besteira.
Walker tenta despistar e garante que não vai fazer da partida de logo mais um libelo individual contra aqueles que o dispensaram. “Nosso time tem talento demais para eu tentar me isolar e marcar 40 pontos. Não é nosso estilo, assim não vamos vencer. Não vou colocar pressão nas minhas costas, só quero sair de lá com uma vitória”, explicou.
Estranho será ver Walker de um lado e Paul Pierce do outro. A dupla de All-Stars, espinha dorsal dos Celtics nas últimas temporadas, se encontra pela primeira vez em quadra em lados opostos. É claro que Pierce vai tentar mostrar o máximo de serviço. Ele, sim, pode buscar desesperadamente os 40 pontos.
A não ser que o panorama mude com a chegada de Ricky Davis. Está aí o outro atrativo da noite. Vindo do Cleveland com Chris Mihm e Michael Stewart, trocado por Kedrick Brown, Eric Williams e Tony Battie, o polêmico ala-armador faz sua estréia hoje. Tudo indica que vai desafogar o ímpeto ofensivo de Pierce (que já era grande com Walker, imaginem sozinho).
Parece claro que o Boston levou vantagem nesta negociação. Perdeu Battie, mas ganhou Mihm e Stewart, que podem quebrar um galho como reservas de Raef LaFrentz, Vin Baker ou Walter McCarty. Baker tem chegado perto de seu velho basquete; LaFrentz a gente já conhece. Brown e Williams podem fazer falta, mas um pontuador de alto nível como Davis compensa qualquer perda.
Todos estes elementos estarão em jogo mais tarde. Acompanharemos. Pela internet, claro.
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Fantástica a ponte aérea de Penny Hardaway para Shawn Marion, que encerrou a prorrogação do jogo de ontem entre Phoenix e Seattle. Na reposição de bola no meio da quadra, o veterano conseguiu achar o companheiro para uma enterrada num passe cirúrgico. Quem ficou acordado até as 4h teve uma bela recompensa.
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foto . nbae
15.12.03
bendito joelho em movimento
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))) McDyess (D) ajudará Allan Houston
Não sei se alguém aí já percebeu, mas Antonio McDyess está voltando. Devagar, claro, mas está. Para ele, o fim de semana foi de redenção. Após operar o joelho e mergulhar num longo inverno de gelo, massagens e fisioterapia, o ala acaba de obter seus dois primeiros triunfos com a camisa 34 do New York Knicks.
Para deixar o sabor mais apimentado, o reencontro com a vitória veio justamente contra o Denver Nuggets, time que o trocou na noite do draft por Nenê e Marcus Camby. Como titular, McDyess marcou 15 pontos e só ficou atrás de Keith Van Horn entre os pontuadores do New York.
No domingo, foram 12 pontos e 11 rebotes num apertado 89-87 sobre o Washington Wizards. A regularidade individual que começa a dar as caras é um dos principais fatores da boa performance coletiva em quadra.
Knicks ganhando duas seguidas? Bom sinal.
Se estiver realmente saudável, McDyess só precisa recuperar a forma e o ritmo de jogo. Quando isso acontecer, os torcedores terão uma bela recompensa. Era tudo o que o craque Allan Houston queria: um parceiro para dividir a responsabilidade. Não podemos colocar o apático Van Horn nesta roubada, claro. Então, que o NY seja Houston, McDyess e mais três.
Sinceramente, ainda ponho fé na recuperação completa do ala de 29 anos, a ponto de repetir as médias de 2001 (21 pontos e 12 rebotes). Que o joelho continue funcionando. Só assim a equipe nova-iorquina pode abandonar o papel de figuração e voltar à briga nos playoffs.
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foto . nbae
14.12.03
licença para remar contra
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))) Nenê ainda não merece o All-Star
Segue acirrada a disputa por uma vaga no All-Star Game. Os votos se acumulam e todo mundo quer ver seu ídolo em Los Angeles quando fevereiro chegar. Além da aceitação dentro dos Estados Unidos, os estrangeiros contam com torcidas fiéis nos países de origem. Às vezes dá certo, às vezes não.
Listado na cédula virtual entre os 12 candidatos a pivô da conferência Oeste, nosso bravo Nenê, ex-Hilário, tem arrastado um bocado de brasileiros na campanha (ainda que informal) para angariar votos. Aqui mesmo, nas caixas de comentários, muita gente vem batendo nessa tecla, em busca de novos eleitores.
Se é para fazer número, tudo bem.
Mas não contem comigo.
Sei que nadar contra a correnteza não é o comportamento mais adequado para alguém que se expõe diariamente à opinião alheia. Ainda assim, me sinto na obrigação de dizer com todas as letras que não vou votar em Nenê. Aliás, não vou votar em ninguém, mas se fosse, não seria em Nenê. Antes do apedrejamento, leiam ao menos os motivos que me levam a tal abstinência antipatriótica.
São apenas dois:
1) As chances de Nenê faturar a votação e ser titular no Oeste são as mesmas de Earl Boykins ganhar uma bola ao alto contra Shawn Bradley. Para se ter uma noção do quadro, a primeira parcial aponta cinco jogadores, e o brasileiro sequer aparece entre eles. Os líderes até agora são Shaquille O’Neal (534 mil votos), Yao Ming (414 mil), Vlade Divac (62 mil), Brad Miller (51 mil) e Rasho Nesterovic (37 mil). Como vocês sabem, pivô é que nem mãe: só tem um. Por maior que seja nossa campanha, é impossível superar Shaq e Yao. Impossível e absolutamente injusto, diga-se de passagem.
2) Vamos supor que, num rasgo ufanista, o Brasil esqueça o futebol por um instante e se dedique a votar compulsivamente em Nenê. Com 170 milhões de eleitores, ele consegue atingir o primeiro lugar. E daí? Ficaríamos todos satisfeitos com uma vitória na base do esforço verde-amarelo? Eu não, cara-pálida. De forma alguma eu gostaria de ver nosso jogador em situação idêntica à de Yao Ming, que superou Shaq ano passado graças aos votos chineses e foi criticado sem piedade (inclusive aqui, por mim e pelos comentaristas de plantão). Ganhar no grito significa virar motivo de chacota no mundo inteiro. Felizmente, aqui não é a China e não há risco de isso acontecer.
E nem adianta rezar para Nenê ser chamado pelo técnico do Oeste para compor o banco. Sei que ele joga nas posições de pivô e ala, mas a conferência já tem Shaq, Yao, Miller, Duncan, Garnett, Nowitzki, Webber, Malone, Gasol e Stoudemire, só para citar os bem cotados. Tem lugar para o brasileiro aí? Nem com a ajuda de todos os santos.
Aqui do meu canto, prefiro torcer por uma evolução gradual e equilibrada. No jogo transmitido outro dia na televisão, deu para ver que Nenê tem potencial. Um dia, quem sabe, ele pode entrar na disputa com os medalhões, sem arroubos nacionalistas. Aí sim o voto será útil, pertinente e justo. Nesse caso, podem contar comigo.
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Aproveitando a crônica recente sobre Vince Carter, fiz duas seleções com o que há de melhor, na minha opinião, em termos de arte e estética. Se fosse para escolher dois times num jogo que dê gosto de assistir, seriam estas as minhas escalações, respeitando a cédula oficial:
No Oeste, Yao Ming, Kevin Garnett, Carmelo Anthony, Jason Richardson e Kobe Bryant.
No Leste, Theo Ratliff, Shareef Abdur-Rahim, Vince Carter, LeBron James e Jason Kidd.
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foto . nbae
13.12.03
. bloco de notas
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todo sábado, um passeio rápido pela liga
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))) Rasheed jogou meio mundo no ventilador
b o c a – m a l d i t a
Com os Blazers se afundando na tabela e ainda chorando a saída de Bonzi Wells, o marginal-mor da NBA resolveu abrir a boca. Em entrevista explosiva ao jornal Oregonian, Rasheed Wallace atirou para todos os lados e feriu um bocado de gente, desde os garotos do basquete colegial até o presidente da NBA, David Stern. Em meio a vários palavrões reproduzidos sem cortes, o atleta disse não dar a mínima para o que pensam dele. Denunciou esquema de exploração de jovens talentos, acusou a liga de racismo e não teve medo de jogar no ventilador um bocado de xingamentos graves. Para quem lê inglês, o texto é imperdível, com redação brilhante do repórter Geoffrey Arnold.
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r e a ç ã o
Para se ter uma idéia do estrago, David Stern se apressou em soltar a seguinte nota oficial: “Cheias de ódio, as declarações do Sr. Wallace foram ignorantes e ofensivas a todos os jogadores da NBA. Eu me recuso a alimentar seu senso de destruição ao discutir com ele publicamente. Como não houve direcionamento específico a nenhuma pessoa, a não ser a mim, acho que o melhor a fazer é deixar que a direção do Portland Trail Blazers, seus atletas e torcedores decidam que atitude tomar.”
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i l u m i n a d o
A esticada no trabalho só me permitiu assistir à metade final do quarto período de Lakers x Mavs. Foi o bastante para perceber que Antoine Walker não é nem sombra daquele jogador apático do Boston Celtics. Mais magro, mais ágil, mais agressivo, tomou de Steve Nash o direito de armar as jogadas nos momentos decisivos da partida. E fez bonito. Segurou a reação do adversário e ajudou quebrar uma escrita histórica: 13 anos sem bater os Lakers em Los Angeles. Que venha o próximo tabu.
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b i c h o – p a p ã o
Por outro lado, deu para ver também que o Los Angeles mete medo em qualquer adversário. Prova disso é que, nos últimos minutos, o Dallas vencia por 15 pontos e, ainda assim, apelava para a patética estratégia do hack-a-Shaq, fazendo faltas intencionais e mandando O’Neal para a linha de lances-livres. Geralmente, o autor dessa tática duvidosa é quem está perdendo. Mesmo ganhando bem, os Mavs pareciam se borrar de medo e tentavam a todo custo evitar uma reação ao apagar das luzes.
((((( z o n a ))))) ((((( m o r t a )))))
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* Karl Malone garante que está se divertindo muito na Califórnia e anuncia que deseja jogar mais um ano defendendo a franquia dourada.
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* No começo de janeiro, Chris Webber volta às quadras. Com isso, o Sacramento Kings volta a ser um dos favoritos ao título.
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* Obrigado a entrar na faca, Scottie Pippen, grande reforço do Chicago Bulls para a temporada, vem cogitando a aposentadoria. Que fase, hein.
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* Contra os 76ers, Darko Milicic teve um minuto para mostrar serviço. Levou um toco e errou uma enterrada. Acreditem, Larry Brown está perdendo a paciência.
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:) APLAUSOS para as noites de Hardwood Classics, quando as equipes vestem uniformes antigos para reverenciar o passado. Ver o Atlanta Hawks de verde-limão foi muito bacana.
:( VAIAS para o Minnesota Timberwolves, que tem a velocidade como trunfo e ainda assim resolveu ressuscitar o pivô Oliver Miller, de 143kg. Vai entender essa gente...
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foto . cnn/sports illustrated
12.12.03
é disso que o povo gosta
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))) Carter ainda faz alegria do público
A primeira parcial de votos para o All-Star Game evidencia uma obviedade: no fim das contas, o público adora um basquete bem jogado. A eficiência dos pivôs brucutus funciona amplamente na quadra, mas não tem o mesmo efeito nas arquibancadas. Há alguns anos a força física ganha espaço na NBA, e ainda assim a platéia se mantém fiel à estética.
Por isso o acrobático Vince Carter acumula quase 700 mil votos em apenas um mês.
Mesmo jogando na conferência Leste, o ala-armador do Toronto Raptors é o líder absoluto da disputa, com 100 mil votos de diferença para os demais concorrentes.
Compreensível. Desde Michael Jordan, Carter é, disparado, a melhor encarnação da arte no basquete. Mais que Kobe Bryant, mais que Tracy McGrady, mais que LeBron James, mais que qualquer um. É o atleta capaz de protagonizar os mais belos lances de toda a NBA; sócio de carteirinha do top-10 de jogadas da semana. Movimenta-se no ar como só Jordan fazia.
Em tempos de força física elevada à máxima potência, os amantes do bom basquete precisam de um refúgio. E sabem onde encontrar.
Eficiência já é outro papo. Aí sim, podem discutir se Carter vale alguma coisa. Nesta temporada, até está provando que vale. Comanda o renovado elenco do Toronto Raptors e não tem passado vexame (inclusive venceu as últimas cinco partidas). Quando começou a carreira, parecia um jogador completo. As contusões atrapalharam o caminho e só agora as coisas voltam ao rumo normal.
Em todo caso, não quero falar de eficiência, pontos, rebotes, passes, liderança. Falo aqui sobre plástica, o domínio do corpo a serviço da arte. Não vejo ninguém na NBA, hoje ou nos últimos anos, que supere Vince Carter nesse plano.
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Antes que alguém fale alguma coisa, eu mesmo lembro que o segundo colocado na votação é justamente Ben Wallace, expressão máxima da era dos brucutus. Explica-se. Na cédula do Leste, Jermaine O’Neal está listado como ala. Ou seja, Wallace é um único pivô que presta. Todo mundo é praticamente obrigado a votar nele. É natural que dispare na corrida eleitoral.
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foto . nbae
11.12.03
FAMOSO QUEM? * reggie evans
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Em toda a história do Seattle Supersonics, apenas um calouro não-draftado conseguiu ser titular numa noite de abertura da temporada. Foi Reggie Evans, que vestiu a camisa 34 no dia 30 de outubro de 2002, na estréia contra o Phoenix Suns. Jogou seis minutos e saiu de quadra com uma assistência e zerado todos os outros fundamentos. Bateu dois lances-livres e errou ambos. Mas era titular, e seu nome está nos registros da partida até hoje.
Não é nada, não é nada...
... não é nada mesmo.
Naquele campeonato, Evans seria titular em outras 59 ocasiões. Ao apagar das luzes, os números haviam melhorado um pouco: 3.2 pontos e 6.6 rebotes. Os momenos luminosos do calouro vieram em dezembro (17 rebotes em Cleveland), abril (13 pontos em Dallas) e junho (quatro assistências em Milwaukee).
Não gostou? Pois saiba que as estatísticas atuais são um pouco piores. Aos 23 anos, este americano de Pensacola (Flórida) mantém 2.8 pontos e 5.9 rebotes por noite. Participou de 18 jogos nesta temporada, mas só foi titular em um. Perdeu a vaga para o amigo Vladimir Radmanovic e esteve muito abaixo da crítica nas últimas partidas.
Com 2.03m e 111kg, Evans já pode, ao menos, viver de passado. Fez bonito quando defendia a Universidade de Iowa. Ficou dois anos por lá e foi o maior reboteiro da NCAA em 2001. Apesar disso, passou em branco no draft da NBA, sua primeira grande decepção. “Esperava ser escolhido por algum time, fiquei um pouco desapontado”, confessou à imprensa na época.
Em 57 escolhas, ninguém deu bola para ele. Coube aos Sonics, portanto, a tarefa de fazer o menino feliz: em 30 de setembro de 2002, os dias de passe livre deram lugar a um belo contrato assinado.
O atleta caiu nas graças do técnico Nate McMillan, que o considerava o maior talento do time embaixo da cesta. Cá entre nós, em Seattle isso não chega a ser grande vantagem. A medida exata do prestígio se revelou na chegada de Ray Allen, trocado com o Milwaukee por Gary Payton. Imediatamente, Evans cedeu a camisa 34 ao astro e adotou a 30.
Conformado na condição de coadjuvante, ele vai tocando sua vidinha mais-ou-menos e aparece bem de vez em quando. Hoje, por exemplo, é o sétimo da NBA em rebotes ofensivos por 48 minutos.
Uau. Que interessante.
Em todo caso, se você não conhecia o cidadão Reginald Jamaal Evans, agora conhece. Guarde bem este nome. Você pode nunca mais ouvir falar dele.
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Sem dia fixo, a seção Famoso Quem? deve dar as caras por aqui semanalmente, sempre jogando alguma luz sobre carreiras obscuras. Pode ser gente que não aparece por falta de oportunidade (caso de Evans) ou gente que não aparece por falta de talento mesmo. Aguardem os próximos capítulos.
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foto . nbae
10.12.03
o conforto do lar
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))) Malone não perde em LA
Não era o Utah Jazz, mas estavam em quadra Karl Malone, Bryon Russell, Howard Eisley e Shandon Anderson. A turma que já passou por Salt Lake City vestia ontem uniformes diferentes no Staples Center. De um lado, o Los Angeles Lakers. Do outro, o New York Knicks. Adivinha o que deu?
No plano individual, Eisley e Anderson levaram vantagem (cada um marcou 26 pontos). Malone e Russell estiveram mais discretos, mas foi o bastante para garantir mais uma vitória do Dream Team de amarelo.
A saber, esta é a décima vitória seguida dos Lakers no campeonato. E a 27ª consecutiva em casa. É ou não é o suficiente para carimbar o apelido de Dream Team? Mesmo que não seja, a impressionante seqüência de triunfos em seus domínios desperta a curiosidade dos fãs: será possível bater o recorde do Chicago Bulls, que ganhou 44 sem interrupção em casa entre 1995 e 1996?
Só para lembrar, o técnico na ocasião era o mesmo Phil Jackson que agora comanda Malone, Payton, Kobe e Shaq. Em todo caso, 17 partidas ainda separam o Los Angeles do feito histórico. A próxima escala é na sexta-feira, contra o Dallas Mavericks. Depois disso, vem uma série de jogos fáceis ou razoáveis: Nuggets, Suns, Rockets, Celtics, Hawks, Cavs, Nuggets de novo, Clippers, Suns de novo e Sonics.
Só então chega a primeira pedreira, no dia 30 de janeiro. Se seus atletas estiverem suadáveis, o Minnesota Timberwolves será o primeiro grande desafio. Em 26 de fevereiro, é a vez de receber os Kings, que costumam dar trabalho.
Caso sobreviva aos próximos 17 compromissos no Staples Center, o Los Angeles vai tentar bater o recorde de 45 vitórias contra o... Orlando Magic. Alguém duvida?
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foto . nbae
9.12.03
o dia do alívio
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))) O Magic de Gooden (E) venceu. E agora?
Ainda no primeiro quarto, a vantagem do adversário era de 22 pontos. É ou não é uma bela largada para um time que perdeu as últimas 19 partidas? Àquela altura, nem o mais otimista torcedor da Flórida ensaiaria uma bravata que negasse o fracasso moldado em duas dezenas redondas.
Era o Orlando Magic, claro, e por incrível que pareça começava justamente ali a história do segundo (e sofrido) triunfo de T-Mac & Cia. O período inicial terminou com assustadores 41-23 para o Phoenix Suns de Leandrinho, que, diga-se de passagem, terminaria zerado após míseros três minutos de atuação.
Mas não é de Leandrinho que estamos falando aqui, e sim de Drew Gooden (21 pontos), Juwan Howard (19), Gordan Giricek (outros 19) e Tracy McGrady (16 e 11 rebotes). O quarteto foi fundamental para fazer 26-18 no segundo quarto, 32-21 no terceiro, 24-18 no último, 105-98 no total.
O mais triste, no entanto, é constatar que uma virada homérica dessas soa como mero acidente de percurso. Por mais que a reação tenha sido emocionante, ninguém aposta numa seqüência de bons resultados daqui para a frente.
O pessimismo insiste em contaminar a torcida, mesmo sabendo que a lista dos próximos adversários inclui quatro equipes que andam mal das pernas: Washington, New Jersey, Atlanta e Chicago. Alguém arrisca prever quatro vitórias? A conferir.
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foto . nbae
8.12.03
entrevista: daniel santiago
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))) “Ford está no mesmo
nível de LeBron e Carmelo”
Aos 27 anos, o portorriquenho Daniel Santiago enfrenta novos ares em sua terceira temporada. Após dois anos penando em Phoenix, mudou-se para Milwaukee. Penando também, claro. O jeitão desengonçado o deixará, provavelmente, para sempre no baixo escalão da liga. As médias de pontos (5.4) e rebotes (3.1) estão longe da qualidade ideal, mas seguem crescendo sem pressa. A entrevista ao escritório da NBA para a América Latina veio bem a calhar. O papo serve como piloto para a seção FAMOSO QUEM?, que estréia no Rebote dentro de alguns dias. Uma vez por semana, vamos apresentar breves perfis de atletas que se enquadram no rótulo de Zé Ninguém. São indivíduos anônimos, que atuam como peso morto em seus times, mas nem por isso merecem trevas eternas. Aqui, cabeça-de-bagre também tem espaço. E, bem ou mal, Daniel Santiago passa raspando nessa categoria. Com a palavra, o camisa 15 dos Bucks.
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Como vão as coisas em Milwaukee?
Estou gostando muito. É uma cidade grande em extensão mas pequena em população. As pessoas são muito simpáticas e faz muito frio, mas estou muito confortável lá com minha esposa. Temos um apartamento que fica muito perto do local de treinamento, é um bom lugar para viver e jogar basquete.
Como se sente na equipe?
Muito bem. É uma grande equipe, tem muito talento, os jogadores são simpáticos e há um bom ambiente de trabalho. A administração é muito profissional e sentimos o respaldo da equipe em todo o que fazemos.
Que diferenças há entre jogar em Milwaukee e Phoenix?
Agora tenho mais experiência e confiança em mim. Faltava isso em Phoenix, aconteceram muitas coisas novas quando estava lá. Foi também meu primeiro ano como profissional na NBA, não sabia muitas coisas do jogo, tinha acabado de chegar da Europa.
Quem é seu melhor amigo no Milwaukee Bucks?
Eu me entendo muito bem com Michael Redd, nós dois somos cristãos. Falamos muito de Deus e da vida cristã, mas em geral tenho uma relação muito boa com todos. Não temos muito tempo de vida social porque estamos sempre treinando, viajando e jogando. Sobra pouco tempo livre.
Como tem sido jogar ao lado de um veterano como Tony Kukoc?
É um jogador especial, está sempre de bom humor. Como ele é europeu e eu joguei na Itália, nos falamos muito sobre o basquete europeu. Somos muito parecidos no jogo e temos algumas coisas em comum. Kukoc é uma grande pessoa, tem influência positiva dentro e fora da quadra.
E o calouro T.J. Ford?
Também é um grande homem. Tem uma mentalidade vencedora, é muito rápido com as mãos e com a mente. É um dos jogadores mais rápidos com quem já joguei. Está crescendo pouco a pouco e espero que possa triunfar logo. Ford tem grande futuro e está no mesmo nível de LeBron James e Carmelo Anthony.
Como foi sua experiência no Pré-olímpico em Porto Rico?
Foi uma grande oportunidade para o basquete de Porto Rico, mostramos que podemos representar nosso país internacionalmente. Agora todos sabem que temos jogadores com potencial para a NBA, como Larry Ayuso e Rick Apodaca.
A seleção vai lutar por uma medalha em Atenas?
Acho que podemos fazer algum estrago nas Olimpíadas. Vamos causar surpresas na Grécia.
Agora que os rivais te conhecem por conta das atuações nos EUA, é mais fácil ou mais difícil defender a seleção de Porto Rico?
Posso fazer muito pela seleção, assim como o Carlos Arroyo, que está jogando bem apesar da lesão. Muitas coisas podem acontecer nesse torneio e o mais importante é confiar no próprio talento. Somos uma equipe jovem e temos a oportunidade de continuar abrindo as portas para outros atletas.
Como tem visto o rendimento de Carlos Arroyo?
Ele está muito bem na liga. Tem mais confiança agora e está jogando numa equipe que já teve John Stockton. Carlos tem a missão de jogar justamente nessa posição, isso não é nada fácil. Não se pode substituir alguém como Stockton, mas Carlos está fazendo um grande trabalho com o Jazz.
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foto . deportespr.com
7.12.03
a agulha no palheiro
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))) De que valem os 43 pontos de Shareef?
No sábado, contra o Cleveland Cavaliers, Shareef Abdur-Rahim marcou 43 pontos. Todos os seus colegas de Atlanta Hawks, juntos, somaram 42. Resultado, mais uma derrota. Aos 27 anos, em sua oitava temporada na NBA, o jogador deve olhar para trás e se perguntar: será que estou no lugar errado?
Sim, está.
Ao lembrar que o nome Shareef significa nobre e Abdur-Rahim representa o servo do mais misericordioso, não seria exagero invocar a misericórdia dos deuses do basquete para salvar a nobreza que ainda resta a esse pobre atleta.
Primeiro, foram cinco anos de talento espremido num uniforme do Vancouver Grizzlies. Em Atlanta, o calvário já entra no terceiro campeonato. Tirando uma ou outra alegria esparsa, a rotina é de derrotas, derrotas e mais derrotas.
Se estivesse em outra vizinhança, Abdur-Rahim poderia até beliscar a elite da liga. Certamente não atingiria o mesmo patamar de um Kobe Bryant ou um Tracy McGrady, mas seu nome cheio de significados poéticos apareceria muito mais no noticiário. Chafurdando com os Hawks, o atleta perde até a oportunidade de chamar a atenção de outra franquia.
A saber, Shareef é o quarto colocado no ranking de eficiência da NBA, atrás apenas de Kevin Garnett, Tim Duncan e Brad Miller. Mantém médias de 21 pontos e 10 rebotes por noite. Entretanto, mesmo quando consegue atuações memoráveis, como a de ontem, é difícil tirar o time da lama.
Esperto, Glenn Robinson já conseguiu escapar e voltou a atuar numa boa equipe. Resta saber até quando Abdur-Rahim vai ficar escondido atrás da bela camisa vermelha do Atlanta, carregando na testa o carimbo do fracasso.
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foto . nbae
6.12.03
. bloco de notas
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todo sábado, um passeio rápido pela liga
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))) Sim, minha gente, foi ele mesmo
m a l a b a r i s t a
A Pesquisa Rebote da semana, sobre o jogador que foi integrante dos Harlem Globetrotters, teve um índice de acesso bem acima da média, com quase 100 participações. E a pegadinha funcionou a contento. Com 42% dos votos, o abusado Earl Boykins liderou a votação, seguido de longe pelo acrobático Jason Richardson (19%). A resposta certa, no entanto, é a que aponta para Devean George (16%), o único titular do Los Angeles Lakers que não vai entrar para o Hall da Fama. Foi numa série de três partidas, em 1999, contra um combinado All-Star de universitários, quando o ala ainda jogava na terceira divisão da NCAA. Convidado por um amigo e sabendo que olheiros estariam no ginásio, George topou a parada e vestiu a camisa do time mais divertido da história.
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f r u t o s
A estratégia deu certo e George foi draftado logo depois. Na época, ninguém acreditava que um atleta da terceirona universitária pudesse pular para a NBA, principalmente para o Los Angeles Lakers, que estava bem servido na posição com Glen Rice, Rick Fox e Kobe Bryant. “Quando eu contava, as pessoas achavam que era uma piada”, lembra. No fim das contas, tudo deu certo. Mas não exatamente por causa dos olheiros. O técnico dos All-Stars enfrentados por George era Jim Cleamons, que virou assistente técnico de Phil Jackson um mês antes do draft.
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p i a d a
Após se livrar de Jalen Rose, o Chicago tem um grande projeto em mente: repatriar o armador Rick Brunson. Incrível. Para quem não sabe, Brunson já mostrou aos Bulls toda a sua incompetência na temporada passada. Este ano, pelo Toronto Raptors, atuou três vezes (com média de três minutos por noite), foi jogado na lista de contundidos e sequer aparece no registro oficial do elenco. De quebra, ficou conhecido como puxa-saco do técnico Kevin O’Neill e conquistou a antipatia dos colegas. É isso que o Chicago quer?
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a p a g ã o
Pane em Boston. Mesmo jogando em casa e vencendo por 29 pontos no intervalo, os Celtics deixaram o Phoenix virar o placar. Foi a maior reação na história dos Suns, mesmo sem Amare Stoudemire, que saiu contundido. Vestindo o novo uniforme laranja, Stephon Marbury comandou o show, com 34 pontos, sete assistências e seis rebotes. E olha que o técnico Frank Johnson está com o cargo ameaçado. O pivô Vin Baker saiu de quadra com vergonha e dizendo que nunca havia sido derrotado desta forma. De fato, é para sentir vergonha mesmo.
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* Com 12 pontos e seis assistências (incluindo dois passes para pontes aéreas), Bonzi Wells estreou e o Memphis Grizzlies venceu a quarta seguida, desta vez contra o Washington Wizards.
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* Wesley Person, por sua vez, marcou todos os seus oito pontos no quarto período e o Portland Trail Blazers bateu o New York Knicks.
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* É incansável a briga de Erick Dampier e Kevin Garnett para ver quem é o maior reboteiro da temporada. Os dois vivem revezando a liderança.
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* Eis que Tim Duncan marcou 47 pontos na noite de ontem. Contra quem? Contra o Orlando, ora. Mas, cá entre nós, a vitória dos Spurs não foi nada fácil.
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:) APLAUSOS para o Denver Nuggets, que lidera a divisão do Meio-Oeste (13 vitórias e 6 derrotas). Com licença, mas preciso repetir isso em caixa alta: O DENVER NUGGETS LIDERA O MEIO-OESTE, aquela divisão que tem Dallas, San Antonio, Minnesota, Houston...
:( VAIAS para o temperamental Karl Malone, que ganhou aplausos na semana passada, mas fez besteira. Acaba de ser suspenso por dar uma cotovelada em Steve Nash. Por conta disso, não jogará amanhã contra seu velho Utah Jazz.
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foto . nbae
5.12.03
tchau, bandido
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))) Enfim, Bonzi arrumou suas malas
Foguetório em Portland. Pois não é que os Blazers enfim conseguiram se livrar de Bonzi Wells? E olha que o preço não foi dos mais baratos. O veterano Wesley Person não é a melhor das compensações, mas a troca, claro, envolve muito mais que habilidade com a bola laranja. Trata-se do esforço para transformar em franquia de basquete um local que hoje mais se parece com uma prisão de segurança máxima.
O problema é que Wells sai, mas pelo menos meia dúzia de outros marginais continuam sob o bigode do técnico Maurice Cheeks. Limpar a ficha corrida do elenco vai levar tempo. Diante do esforço empenhado em meses para empurrar apenas um atleta, podemos ter idéia da dificuldade que a diretoria vai ter para se livrar do resto. Vale lembrar que o melhor jogador do time este ano, Zach Randolph, acaba de ser preso por dirigir sob efeito de maconha.
A primeira declaração sobre Person saiu da boca do gerente John Nash e revelou-se sintomática: “Ele tem uma reputação como cidadão de sólido caráter”, elogiou o cartola, feliz da vida por incluir em suas fileiras um sujeito casado há 10 anos e com aquela cara de bonzinho. O problema é que a fama de gatilho infalível foi pro espaço nesta temporada. Da linha de três, ele já tentou 43 vezes, e converteu apenas 11. Para quem sempre esteve entre os líderes da liga no quesito, o aproveitamento de 25% chega a ser ridículo.
Na outra ponta da negociação, o Memphis comemora. E com razão. O maldito Bonzi chega ao Tennessee como um marginal fora d’água. É o único mal-encarado num time pacífico. Sob o comando do escolado Hubie Brown, será forçado a se enquadrar. Não terá as regalias de Portland, onde arrumar encrenca é quase uma norma da casa.
Se der certo a missão de acalmar o rapaz, os Grizzlies terão um ótimo reforço. Ao lado de Pau Gasol e Mike Miller, Wells pode ser a fagulha que faltava para a evolução de uma equipe que já registra seu melhor começo de campeonato na história, graças a vitórias convincentes fora de casa.
O ex-Lakers Jerry West, que vinha fazendo um punhado de besteiras na presidência do Memphis, parece que começa a acertar a mão. Essa turma vai dar trabalho.
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foto . nbae
3.12.03
orgulho nacional
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))) Quem se habilita a parar Nenê?
A partida que a TV nos ofereceu na noite de terça trouxe a reboque uma série de conclusões. Deu para ver o Denver Nuggets é um time muito superior ao Cleveland Cavaliers; que Carmelo Anthony e LeBron James são ótimos (ontem, o primeiro melhor que o segundo); que Ricky Davis não pode ser reserva num time daqueles; que Chris Andersen ainda pode dar o que falar; que Carlos Boozer é um ala-de-força em ascensão; que Earl Boykins, com aquela pinta de anão, é um dos sujeitos mais abusados da NBA.
Deu para ver tudo isso, mas prefiro me concentrar no ponto que mais nos diz respeito: acima de tudo, deu para ver que Nenê é um novo jogador, muito superior àquele que estreou na liga ano passado.
Para a nossa sorte, foi justamente ontem, quando a TV nos deixou ver, que ele teve sua melhor atuação na temporada. Foram 21 pontos, 13 rebotes, duas roubadas, oito de 15 arremessos convertidos e dois itens sintomáticos: 40 minutos em quadra (mais que qualquer outro na partida) e apenas duas faltas, sendo que a segunda só veio na fase final da partida.
Está aí o novo Nenê, sem o sobrenome Hilário e cheio de disposição. Enquanto todo mundo fica de olho em Leandrinho e Alex, esperando pelos novos brasileiros que aportam em terras americanas, nosso “veterano” faz bonito em seu segundo campeonato.
O que me impressionou não foi apenas a tábua de estatísticas. O Nenê de hoje é um atleta muito melhor fisicamente, com mais mobilidade, correndo a quadra toda, acertando seus arremessos, cavando faltas (e não fazendo), enterrando bolas, dominando o garrafão e, muitas vezes, ditando o ritmo do Denver.
O reserva Francisco Elson não é bobo, mas não resta a menor dúvida: Nenê é titular absoluto deste time, e pode fazer uma boa dobradinha com Marcus Camby se o pivô estiver saudável (ontem não estava).
Além disso, cá entre nós, começo a desconfiar que este começo animador do Denver não é apenas fogo de palha.
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Corria a metade do primeiro período quando LeBron James ensaiou uma infiltração e deu um passe sem olhar para Michael Stewart, que, sozinho, errou a enterrada. É este o retrato de um excelente passador à procura de alguém que possa transformar seus passes em assistências.
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foto . cnn/sports illustrated
2.12.03
entrevista: baron davis
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))) “Não me preocupa mudar de conferência”
Na manhã de ontem, Baron Davis foi eleito pela NBA o jogador do mês na conferência Leste. Entrando no que parece ser o auge de sua carreira, o armador do New Orleans Hornets é o terceiro melhor da liga em pontos (24.3) e assistências (8.2), além de ser o segundo maior ladrão de bolas da liga. Para comemorar o prêmio, a tabela reserva aos Hornets dois jogos seguidos contra o lanterna da liga (hoje em Orlando, amanhã em New Orleans). A entrevista ao escritório da NBA para a América Latina reserva pontos relevantes, como a mudança iminente para o Oeste e a troca de Paul Silas por Tim Floyd.
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Você começou esta temporada mostrando alto nível de talento. Já tem gente dizendo que seu basquete tem sido de MVP. O que você fez durante o verão?
Foi uma combinação de varias coisas. Trabalhei muito a minha parte física, e mentalmente estou me preparando para cada partida como se fosse a última. A concentração em cada jogo é muito importante. Sei que tenho grande responsabilidade e quero mostrar a mim mesmo que posso melhor a cada dia.
O New Orleans sofreu algumas mudanças para este campeonato, e a principal delas foi as entrada do técnico Tim Floyd no lugar de Paul Silas. O que achou desta troca?
Temos uma boa equipe. Adquirimos alguns jogadores experientes, como Darrell Armstrong. Acho que o novo corpo técnico se adaptou bem e os atletas estão respondendo a essa adaptação.
Apesar do bom trabalho, os Hornets perderam para equipes que, no papel, estão alguns degraus abaixo. Esse tipo de derrota prejudica muito a campanha?
Sim, prejudica. Temos de nos concentrar e não podemos deixar escapar essas vitórias. No fim da temporada, são elas que nos dão a margem necessária para, por exemplo, obter a vantagem de jogar em casa nos playoffs. Contra rivais de alto nível temos jogado bem, mas precisamos aprender a ter essa mesma motivação contra as equipes que estão abaixo de nós.
Na temporada 2004-2005, o New Orleans será transferido para a forte conferência Oeste. Como você vê essa mudança?
No fim das contas, vai ser bom. O Oeste tem equipes de alto nível e vamos enfrentá-las mais vezes durante o campeonato. Essa responsabilidade vai exigir que os atletas estejam mais concentrados e joguem sempre em seu melhor nível. Não me preocupa mudar de conferência.
O próximo All-Star Game será em Los Angeles, cidade onde você nasceu. Uma possível convocação terá um sabor especial para você?
Muito especial, mas ainda vai ser difícil conseguir 50 ingressos para minha família e meus amigos (risos). Se tiver a sorte de viver essa experiência, vou curtir muito e não esquecerei jamais. De todo modo, para chegar lá tenho que continuar jogando bem e, o mais importante, meu time precisa continuar ganhando.
Durante o último verão, você teve a oportunidade de visitar México, Panamá e República Dominicana, numa turnê organizada pela NBA. Como foi essa experiência?
Foi uma viagem espetacular. Gostaria de ter ficado mais tempo em cada país, mas tenho lindas lembranças da turnê. As pessoas foram geniais e nos receberam com muito afeto.
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Só para lembrar, hoje à noite tem Carmelo x LeBron na TV. Absolutamente imperdível.
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foto . nbae
1.12.03
foi-se novembro...
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))) É difícil parar os Lakers de Payton
Com seis partidas programadas para esta noite, começa o segundo mês da temporada regular. Em novembro, muita água passou por baixo da ponte. Foram pouco mais de 30 dias regidos pela mais aboluta irregularidade. À exceção de Pacers/Lakers numa ponta e Magic na outra, todos os times tiveram altos e baixos. A tradicional leva de contusões tirou muita gente de combate, mas em geral os substitutos deram conta do recado (vide os casos de Ray Allen, Elton Brand, Jamal Mashburn e Chris Webber).
Ainda é cedo para prognósticos? Sim, muito cedo. Mas não custa nada distribuir troféus precoces para o que houve de mais marcante neste primeiro mês.
E o prêmio vai para...
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MELHOR TIME * Los Angeles Lakers
A menção honrosa fica com o Indiana Pacers, mas é impossível não ser otimista com a máquina da Califórnia. Mesmo com ausências esporádicas de Kobe Bryant e Shaquille O’Neal, os Lakers lideram o Oeste com certa folga e, até agora, só o Sacramento oferece perigo. Gary Payton e Karl Malone só precisaram de alguns dias para provar que chegaram dispostos a brigar pelo título. Se o entrosamento seguir evoluindo, vai ser difícil segurar essa gente.
REVELAÇÃO (TIME) * Denver Nuggets
Dez vitórias, seis derrotas. Precisa dizer mais? A campanha ridícula da temporada passada já caiu no esquecimento. Ao menos por enquanto, tem sido recompensado o esforço da diretoria, que contratou boas peças para posições carentes.
DECEPÇÃO (TIME) * Orlando Magic
O que Juwan Howard deve estar pensando? Saiu do pior time de 2003 para se unir a um grupo acostumado com os playoffs. Pois lá está o Orlando na lanterna isolada, com apenas uma vitória, carregando nas costas a vergonha de ter perdido quinze jogos seguidos.
MELHOR ATLETA * Kevin Garnett (Wolves)
Apesar de agora ter com quem dividir as tarefas, o ala do Minnesota consegue a façanha de superar a performance arrasadora do ano passado. As médias de 23.2 pontos e 14.1 rebotes são as melhores da carreira. Garnett cresce a cada dia e continua sendo o jogador mais versátil da NBA. Menções honrosas para Allen Iverson (28.4 ppg, 6.5 ass) e Baron Davis (24.3 ppg, 8.2 ass).
REVELAÇÃO (ATLETA) * Zach Randolph (Blazers)
Na última temporada, o ala “gordinho” do Portland anotava 8.4 pontos e 4.5 rebotes a cada noite. Neste primeiro mês, os números subiram para 20.7 e 11.2. Em toda a liga, é o terceiro colocado naquele complicado ranking de eficiência (só perde para Garnett e Duncan).
DECEPÇÃO (ATLETA) * Danny Fortson (Mavs)
Chegou a Dallas com status de titular, não jogou nada e ainda agrediu um adversário, tirando-o de circulação por dois meses. Lamentável. Menção honrosa para Michael Olowokandi.
MELHOR CALOURO * LeBron James (Cavs)
Carmelo que me desculpe, mas o menino-prodígio do Cleveland tem provado que o oba-oba não foi em vão. Além do espírito de liderança e da visão de jogo, as médias falam sozinhas: 17.5 pontos, sete rebotes e 6.4 assistências por noite. São números de gente grande. E sempre vale lembrar que os colegas de time vivem jogando fora passes cirúrgicos que contariam como assistências se a cestas fossem convertidas.
REVELAÇÃO (CALOURO) * Udonis Haslem (Heat)
O rapaz sequer passou pelo draft, chegou desacreditado e já lidera os novatos em rebotes, com 7.8 por jogo. A média de pontos está em 8.4, uma contribuição que ninguém esperava.
DECEPÇÃO (CALOURO) * Darko Milicic
Veio da Europa cheio de pompa e, até agora, viu apenas 17 minutos de ação (somando suas sete partidas). Neste tempo, não marcou nenhum ponto e pegou apenas três rebotes. O técnico Larry Brown prefere poupá-lo enquanto o condiconamento físico não atinge 100%. Mesmo assim, é um papelão.
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Acaba de entrar no ar o site NBA-br, editado por Rodrigo de Paula (o Rod, que tem feito comentários por aqui ultimamente). Com atualizações segundas e quintas, é mais um bom espaço de discussão sobre NBA.
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foto . nbae
30.11.03
domingo de guerra
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))) Qual O’Neal levará a melhor?
Na virada do domingo para a segunda, a NBA verá o jogo mais importante deste primeiro mês de temporada. Sobram atrativos para o embate entre Los Angeles Lakers e Indiana Pacers, os dois melhores times do campeonato, líderes em suas respectivas conferências. Sem dúvida, o Staples Center vai ferver.
O Indiana, dono da melhor campanha (14-2), acumula oito vitórias seguidas e ainda não perdeu fora de casa. O início triunfal na estrada inclui adversários de peso do Leste, como Detroit, New Jersey, Philadelphia e New Orleans. Contra a turma do Oeste, os Pacers seguem invictos, deixando para trás Wolves, Clippers, Sonics e Nuggets.
O Los Angeles (13-3) venceu as últimas 24 partidas de temporada regular disputadas em casa. Na sexta-feira, a vítima foi o atual campeão, San Antonio Spurs, atropelado pelo triple-double de Karl Malone. A equipe da Califórnia leva vantagem no retrospecto recente de confrontos diretos (ganhou os últimos quatro).
Mais que uma batalha de alto nível, a questão que se impõe vai além dos atrativos acima. Por mais que os números sejam claros, ainda paira a dúvida: pode o Indiana fazer frente à conferência rival?
Nos últimos anos, foi gritante a diferença entre Leste e Oeste, e o abismo pareceu aumentar ainda mais após as contratações do verão americano. Medalhões como Lakers, Spurs, Kings, Wolves e Mavs se reforçaram, criando a expectativa de um campeonato partido, como se houvesse na costa do Atlântico uma espécie de Segunda Divisão.
Os Pacers, no entanto, têm jogado um basquete de gente grande. Também foi assim no início do último campeonato, mas um colapso pós-All Star Game fez cair a credibilidade do time, eliminado pelo Boston Celtics nos playoffs. Será que agora pode ser diferente?
Pode.
O grande questionamento não era a qualidade do elenco, e sim a motivação dos atletas após a controversa demissão de Isiah Thomas. Na época, o craque da casa, Jermaine O’Neal, aproveitou uma folga no Pré-Olímpico e disse cobras e lagartos para o cartola Larry Bird. Havia também um enorme receio quanto ao que se passava dentro do cérebro de Ron Artest.
Pois esses dois pontos parecem solucionados. O’Neal e Artest começaram o torneio tinindo. Se continuarem assim, é bem possível que o Indiana possa fazer frente ao Oeste numa suposta final. Ganhar o título é outra história, mas mostrar serviço é um sonho palpável.
O desafio de hoje é um senhor teste para os comandados de Rick Carlisle. Com dezembro batendo à porta, o Los Angeles não tem mais a desculpa da falta de entrosamento. Se perder, não existe “mas” ou “se”. Por isso a partida de hoje é tão importante. Os dois times jogam completos, com força máxima. A quadra vai pegar fogo, e convém não apartar a briga.
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foto . nbae
29.11.03
. bloco de notas
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todo sábado, um passeio rápido pela liga
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))) Com ou sem a torcida,
o Golden de Van Exel evolui
s o l i d ã o
Sobram poltronas vazias nas arquibancadas da Oakland Arena. A média de público do Golden State Warriors (13 mil torcedores por noite) é a pior de toda a NBA. O motivo? Ninguém sabe. Tudo bem que Gilbert Arenas e Antawn Jamison foram embora, mas Nick Van Exel, Speedy Claxton e Cliff Robinson se encaixaram no esquema correto de Eric Musselman, e a campanha com 50% de aproveitamento faz do time uma das forças intermediárias do Oeste. “Estamos jogando melhor que no ano passado”, opina o armador Jason Richardson, surpreso com o público escasso. Com três vitórias seguidas, o time recebe hoje o San Antonio Spurs, na esperança de que apareça alguém, mesmo que seja para ver Tim Duncan. De certa forma, a experiência dos novos contratados e a evolução de atletas como Erick Dampier, Mike Dunleavy e Brian Cardinal compensam as ausências de Arenas e Jamison. Resta convencer a torcida disso.
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p r a n c h e t a s
Então o Chicago Bulls dispensou Bill Cartwright para contratar Scott Skiles. Já tem gente dizendo que agora o time vai engrenar. O diretor John Paxson, que fazia bonito dentro da quadra, sabe muito bem que o problema não é o comandante, e sim os comandados. Com o atual elenco, só dá para ter esperança de dias melhores se os jovens Tyson Chandler, Eddy Curry e Jamal Crawford realmente estourarem. Até agora, nada. E, cá entre nós, se era para mudar de treinador, por que não contratar Isiah Thomas (que estava interessado no cargo!) ou Mike Fratello, que tem experiência de sobra?
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f i g u r i n o
Ontem à noite, o Orlando recebeu o Toronto e conseguiu a façanha de estender seu calvário para 15 derrotas consecutivas. Até aí, nenhuma novidade. O curioso é que, mesmo na Flórida, o Magic jogou de azul e os Raptors, de branco. A prática de inverter os uniformes tem sido cada vez mais comum na NBA. Quando a justificativa é a apresentar uma nova camisa à torcida (ou quando o jogo é transmitido pela TV em rede nacional), até dá para entender. Mas se não há nenhum motivo (como ontem, por exemplo), por que não manter o padrão? Virou bagunça? Ou será que eu é que sou puritano demais?
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s a l v a ç ã o
“As pessoas pensam que sou o salvador, mas não sou”, alerta Antonio McDyess, que deve voltar às quadras no início de dezembro. O retorno já foi adiado várias vezes, mas parece que agora é para valer. As pressões vêm de todos os lados. Enquanto espera o reforço, o New York Knicks bateu o New Orleans Hornets com direito a 13 pontos, 12 rebotes e cinco tocos de Dikembe Mutombo.
((((( z o n a ))))) ((((( m o r t a )))))
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* Defesa é isso aí: na vitória sobre o Philadelphia 76ers, o Indiana Pacers limitou Allen Iverson a 12 pontos.
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* Paul Silas está empolgado com um de seus calouros. LeBron? Nada disso. A menina dos olhos do treinador é Jason Kapono, que vai ganhando a posição de Ricky Davis.
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* Vai a gordura, vêm os músculos. Assim tem sido a rotina de Zach Randolph, treinando alucinadamente para continuar evoluindo como titular do Portland Trail Blazers.
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* Hoje, às 23h30, tem Dallas x Minnesota. Levando em conta os elencos, seria um bom jogo para ver na TV, não? Pois esqueça. Por aqui, nesse horário, a gente tem de se contentar com A Praça é Nossa, Amaury Jr, Otávio Mesquita ou, quem sabe, um filminho de terror no Supercine.
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:) APLAUSOS para o craque Karl Malone. Arrancar um triple-double aos 40 anos, jogando contra o atual campeão da liga e marcado por Tim Duncan não é tarefa para qualquer um.
:( VAIAS para o ogro Danny Fortson, do Dallas, que jogou intencionalmente no chão o calouro Zarko Cabarkapa, do Phoenix. Com o pulso quebrado, o novato vai ficar mais de dois meses afastado das quadras.
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foto . nbae
28.11.03
a lógica subvertida
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))) O Indiana de O’Neal abre caminho
Os mais desatentos podem não ter percebido, mas este início de temporada reserva uma bela surpresa para quem insiste em não acreditar que o basquete é imprevisível. Pois basta uma inocente pergunta para comprovar a tese: que time tem a melhor campanha da NBA até agora? Aliás, reformulando a questão: de que conferência é este time?
Acredite se quiser, mas o líder absoluto do campeonato, até com alguma folga, é o Indiana Pacers. Do Leste, claro.
Com 13 vitórias e duas derrotas, a equipe largou na frente e já acumula sete triunfos consecutivos. Pode até ser que não dê em nada, mas não custa nada avaliar os principais motivos deste bom começo. Vamos a eles:
1) DEFESA
Nos treinos, só se fala disso. À exaustão, o esquema defensivo é moldado a cada dia. O resultado se revela cristalino em quadra: o Indiana tem a melhor defesa do campeonato, cedendo uma média de apenas 81 pontos aos adversários.
2) JERMAINE O’NEAL
O homem está inspirado. Nunca teve médias tão boas em rebotes, tocos, roubadas e assistências. Chega ao auge justamente agora, quando todos esperavam uma queda de rendimento motivada pela saída de Isiah Thomas.
3) RON ARTEST
Está calminho, calminho. Com a cabeça no lugar, tudo fica mais fácil. Várias estatísticas evoluíram (principalmente os pontos, de 15 para 19), e até os companheiros passaram a render mais. “Quando todo o elenco perde tempo tentando controlar os nervos de um dos melhores atletas, cria-se uma distração. Agora, todos podem pensar apenas em basquete.” A análise sobre Artest é de Latrell Sprewell, pós-graduado em encrenca na NBA.
4) RICK CARLISLE
Tem responsabilidade nos três itens acima. Nos últimos dois anos, a defesa do Detroit Pistons era uma das melhores da liga. O estilo foi transferido com sucesso para Indianápolis. O trabalho incansável para motivar os jogadores também dá resultado. Conquistar a confiança de O’Neal e controlar a irritação de Artest não são tarefas para qualquer um.
Logo mais, a seqüência de vitórias estará em jogo contra o Philadelphia 76ers. No domingo, começa uma série de pedreiras na estrada: Lakers, Suns, Blazers, Sonics e Kings. Impossível passar incólume? É, parece. Mas também parecia impensável uma equipe do Leste liderando o campeonato após 15 rodadas.
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foto . nbae
27.11.03
entrevista: stephen jackson
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))) “Sei que podemos ir muito longe”
Stephen Jackson é um caso raro na NBA. Campeão pelo San Antonio Spurs e valorizado no mercado de passe livre, optou por assinar contrato com um dos piores times da liga, o Atlanta Hawks. A evolução, que já tinha começado na temporada 2002-2003, segue de vento em popa. Em seu quarto ano de NBA, Jackson registra suas maiores médias de pontos (13.6), rebotes (4.10) e assistências (2.6). Em entrevista ao escritório da NBA para a América Latina, o ala-armador de 2,03m e 99kg mostra-se conformado em apenas jogar basquete, sem pretensões de título. Garante, contudo, que os Hawks podem surpreender.
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Há poucos dias, você voltou a San Antonio. Como foi o retorno à cidade na qual você foi campeão?
Foi muito interessante. Apesar de termos perdido o jogo, tive a oportunidade de rever meus amigos e os companheiros com quem obtive o título nos Spurs. Também recebi meu anel de campeão da NBA, numa cerimônia simples, mas muito significativa.
Tem saudades de San Antonio?
Não de tudo. Sou do Texas e sempre volto para casa no verão, então não me faz tanta falta. Para mim, o importante é jogar, sem me importar com o lugar em que o tenha de fazer.
Como vão as coisas em Atlanta?
Tudo vai muito bem. Moro numa nova cidade, com novos amigos, e o mais importante é que continuo jogando basquete. É um bom lugar para viver e jogar.
Tem tido oportunidade de sair e conhecer a cidade?
Desde que cheguei, tenho estado muito ocupado jogando ou viajando. Mesmo assim, não é difícil conhecer os melhores lugares da cidade. Estou morando num hotel, onde há varias opções para sair e se distrair. Posso ir andando para o ginásio onde treinamos e jogamos.
Qual é sua meta para esta temporada?
Simplesmente melhorar e animar o máximo a minha equipe. Não gosto de traçar metas individuais, a não ser contribuir o máximo para o time. A única coisa que quero é jogar e melhorar a cada ano.
Até onde você acha que esta equipe pode chegar?
Sei que podemos ir muito longe. O importante é estarmos unidos e jogarmos juntos. Não há limites se estamos todos com o mesmo objetivo, curtindo os bons momentos, trabalhando muito todos os dias e superando todos os problemas.
No começo da carreira, você jogou na República Dominicana e na Venezuela. Como foi essa experiência?
Foi fantástico. Posso afirmar que lá vi as mulheres mais bonitas do mundo. Foi uma grande experiência. Eu era jovem, tinha 18 anos. Foi bom para amadurecer, crescer rápido, ser responsável. No fim das contas, me converti num homem com responsabilidades dentro de um país estrangeiro, sem falar nada de espanhol e cumprindo com minhas obrigações profissionais.
Já voltou a estes países?
Infelizmente não, mas é algo que quero fazer em algum dos próximos verões. São lugares maravilhosos, ideais para esquecer as preocupações, descansar e curtir muito.
O que há de melhor em viver lá?
A comida, as pessoas, o arroz amarelo, as mulheres, tudo. Foi, de verdade, uma das melhores épocas em minha vida. Algo inesquecível.
Gostaria de voltar para a América Latina para um jogo de exibição?
Claro que sim, seria fantástico! Esses jogos são muito bons para a liga e para as pessoas que acompanham a NBA no exterior. De verdade, gostaria muito de ir à América Latina para uma partida da NBA.
O que acha do momento de globalização que a liga atravessa?
Definitivamente, isso faz com que o nível seja muito melhor. Devemos trabalhar muito para competir com os talentos que vêm do exterior, e isso é muito interessante. Em todo o mundo, joga-se um ótimo basquete, e agora isso é uma realidade na NBA.
Em San Antonio, você jogou ao lado de Manu Ginobili. O que nos pode dizer sobre ele?
Ah, ele é meu amigo, uma grande pessoa, um grande jogador. Vai ser uma estrela nesta liga. Não tem medo de nada, essa é uma boa definição de seu jogo. Ainda por cima, Manu me ensinou muitas palavras em espanhol.
Ele te falou sobre a Argentina?
Sim, falava muito de seu país, da comida, das pessoas, e brincava muito sobre sua popularidade lá. Ele sempre me convida e já prometeu me levar para Argentina num verão. Espero que cumpra!
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foto . nbae
26.11.03
o regresso
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))) Silas é um dos treinadores
que enfrentam ex-time hoje
Hoje é dia de visita no Wachovia Center e na New Orleans Arena. Os anfitriões 76ers e Hornets recebem os homens que, até o ano passado, davam todas as cartas dentro e fora da quadra. Larry Brown, agora em Detroit, e Paul Silas, agora em Cleveland, retornam ao antigo lar para prestar suas contas com a torcida.
As duas situações são extremamente opostas. Brown deixou o Philadelphia porque quis, em tom de discórdia, brigado com o astro do time, Allen Iverson. Deve receber sonoras vaias logo mais e terá de cortar um dobrado para evitar que seus Pistons não sofram com a ira das arquibancadas.
Por sinal, Brown está bem de vida. Acumula dez vitórias e cinco derrotas e tem em mãos um elenco equilibrado, que deve mostrar ainda mais evolução ao longo da temporada. O calouro Darko Milicic ainda não explodiu, fruto de um trabalho cuidadoso e sem pressa do treinador. Empatado com os Hornets e atrás apenas dos Pacers, o Detroit de Brown segue confiante na divisão Central.
Os Sixers lideram o Atlântico, mas isso não significa absolutamente nada. Mesmo sendo líderes, têm mais derrotas (oito) que vitórias (sete), revelando o nível baixo da turma. Com Iverson dentro da quadra e Randy Ayers fora dela, é bem possível que o Philadelphia chegue aos playoffs, mas as pretensões não passam muito disso, a não ser que Glenn Robinson surpreenda.
Paul Silas, por sua vez, foi demitido após a boa campanha do ano passado. A ridícula decisão ficou ainda mais ridícula quando a equipe contratou o fraco Tim Floyd para assumir o comando. Com um ótimo elenco, o New Orleans mantém a boa performance. Mas poderia estar ainda melhor com o antigo técnico.
No olho da rua, Silas não perdeu a oportunidade de encarar o maior desafio de sua carreira: treinar o fenômeno colegial LeBron James. Os resultados aparecem aos poucos e a estrada é longa. Hoje, no reencontro, a derrota é quase certa.
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Está difícil sair este duelo de brasileiros, hein.
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foto . nbae
25.11.03
a traição do corpo
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))) Enfim, o atleta foi derrotado pela doença
Tocou o telefone na casa de Jason Kidd. Era noite de domingo e, no outro lado da linha, Alonzo Mourning encadeava as frases em voz baixa, nitidamente atingido pelo desânimo. O que o pivô tinha para falar ilustrava o momento mais dramático em seus 12 anos de carreira. As palavras saíam devagar, tentando convencer um interlocutor incrédulo de que a doença renal havia batido o gigante.
Aos 33 anos, a aposentadoria se impôs à força. Com as funções comprometidas, os rins gastos exigem um transplante. O sofrimento interno, contudo, não impediu que Alonzo se despedisse do basquete dando mais uma lição de ética e companheirismo: ao telefone, ele não chorava o fracasso do próprio corpo; desculpava-se, sim, por se ver forçado a abandonar o barco quatro meses após ter convencido Kidd a ficar em New Jersey, na utopia palpável de formar um elenco campeão.
Foram apenas 12 partidas defendendo o atual bicampeão do Leste. A volta da doença era um risco calculado, não chega a pegar ninguém de surpresa. Os três últimos campeonatos foram de altos e baixos, mais baixos que altos, mais ausências que presenças. E justamente agora, quando pairava a fina esperança da cura pelo esporte, o acaso do organismo prega mais uma peça. A pior delas.
No rastro de Alonzo Mourning, sai de cena um tipo de pivô escasso na NBA de hoje. Da velha escola que alia técnica e força na medida certa, sobrou apenas um arremedo de Dikembe Mutombo. Tal como ele, Patrick Ewing, David Robinson e Hakeem Olajuwon vão deixar saudades. Está definitivamente inaugurada uma era de trogloditas como Ben Wallace, que passam longe da técnica primária, mas vão garantir um lugar na história pela capacidade rara de trombar no garrafão, apanhar rebotes e distribuir tocos.
Assim é também Shaquille O’Neal, que não sabe jogar basquete, mas se destacou da plebe porque, além dos rebotes e dos tocos, soube como poucos usar os quilos generosos para enfiar a bola na cesta. Shaq não é nenhum garoto, daqui a pouco vai embora. Ficaremos, então, torcendo para que a dinastia renasça em Yao Ming, ou que pelo menos os alas disfarçados rendam frutos com Jermaine O’Neal e seus asseclas.
Voltando a Mourning, pivô clássico, é triste constatar que a semana da despedida tenha sido marcada pelo insulto cruel de Kenyon Martin e Richard Jefferson durante os exercícios físicos. Quem tem colegas de time tão debochados não precisa de adversário. Pois agora, com o leite derramado, Martin tenta se fazer de bom moço:
“No calor do momento, você diz coisas que não queria dizer. Nada vai apagar o que falei, mas já pedi desculpas.”
Nossa, que comovente.
É claro que Alonzo aceitou as desculpas. É típico dos grandes atletas, dos grandes homens. Principalmente aqueles que passam por dramas pessoais e aprendem que mágoa só serve para piorar as coisas.
Martin pode ficar tranqüilo. O sujeito lento que não conseguia completar o treino já foi embora. Na frieza dos números, não vai fazer muita falta. Na história do basquete, será uma perda irreparável.
A Mourning, sorte para enfrentar a fase adversa. Sorte para encontrar um doador. Sorte no transplante. E sorte para, quem sabe, assim como Sean Elliott, ainda voltar às quadras com um rim novinho em folha.
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Por falar em história, a nossa reserva um capítulo especial para esta noite. Se Nenê entrar em quadra para enfrentar Leandrinho, teremos o primeiro duelo de brasileiros numa partida oficial da NBA. E o melhor: ao vivo, na TV, a partir da meia-noite.
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foto . cnn/sports illustrated