14.10.03



um adeus discreto
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))) Brandon cuidará do joelho



No espaço da quadra onde Sam Cassell e Troy Hudson hoje disputam espaço, o Minnesota Timberwolves tinha há pouco tempo um senhor armador, provavelmente melhor que estes dois citados. Mas aqui não cabe uma comparação técnica e sim a constatação do ponto final de um drama. Após dois anos de um embate ingrato contra o próprio joelho, Terrell Brandon se aposentou. Quase em silêncio.

Sem nenhum alarde, o ex-jogador dos Wolves, atualmente ocupando espaço na folha de pagamento do Atlanta Hawks, se submeteu a uma nova cirurgia na semana passada. O resultado médico foi fantástico, com uma ressalva: é bem possível que Brandon fique livre das dores para o resto da vida, desde que não pise mais numa quadra de basquete.

Quando incluiu o jogador em suas fileiras (numa troca que envolveu quatro times e, entre outras coisas, mandou Latrell Sprewell para Minneapolis), o Atlanta já sabia que o lucro da transação não viria em cestas ou assistências, e sim em dólares. Com o anúncio oficial da aposentadoria, o time vai aliviar a planilha salarial em US$ 11 milhões, o que pode pesar muito numa negociação futura.

Foi com os Wolves que Brandon se revelou um grande armador. O estilo de jogo suave, sem exageros, chegava a irritar alguns torcedores, mas os números não precisavam de chancela da arquibancada. A média de 6.1 assistências por partida dizia mais que a de 13.8 pontos. A visão de jogo sempre fez dele uma promessa de craque, nunca cumprida por conta do joelho rebelde.

A implicância da torcida, na verdade, tinha nome e sobrenome: Stephon Marbury. Quando chegou para ocupar a vaga dele, Brandon não conseguiu manter o mesmo nível de explosão na tabelinha com Kevin Garnett. Os fãs não perdoaram.

“Não sou Steph”, explica. “Não sou um cara verbalmente agressivo em quadra. Sempre quis ajudar Garnett. Sempre quis fazer de Wally Szczerbiak um All-Star.”

O próprio Brandon esteve por duas vezes no jogo das estrelas e não tem do que se envergonhar. Muito ao contrário. Faz muito bem em cuidar da saúde e tocar os negócios no sossego de sua casa em Portland. No fim das contas, só quem perde é a NBA.

“Se eu não estivesse contundido, sei que ainda seria um dos melhores jogadores da liga.”

E seria mesmo.

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foto . nbae

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