30.11.03



domingo de guerra
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))) Qual O’Neal levará a melhor?


Na virada do domingo para a segunda, a NBA verá o jogo mais importante deste primeiro mês de temporada. Sobram atrativos para o embate entre Los Angeles Lakers e Indiana Pacers, os dois melhores times do campeonato, líderes em suas respectivas conferências. Sem dúvida, o Staples Center vai ferver.

O Indiana, dono da melhor campanha (14-2), acumula oito vitórias seguidas e ainda não perdeu fora de casa. O início triunfal na estrada inclui adversários de peso do Leste, como Detroit, New Jersey, Philadelphia e New Orleans. Contra a turma do Oeste, os Pacers seguem invictos, deixando para trás Wolves, Clippers, Sonics e Nuggets.

O Los Angeles (13-3) venceu as últimas 24 partidas de temporada regular disputadas em casa. Na sexta-feira, a vítima foi o atual campeão, San Antonio Spurs, atropelado pelo triple-double de Karl Malone. A equipe da Califórnia leva vantagem no retrospecto recente de confrontos diretos (ganhou os últimos quatro).

Mais que uma batalha de alto nível, a questão que se impõe vai além dos atrativos acima. Por mais que os números sejam claros, ainda paira a dúvida: pode o Indiana fazer frente à conferência rival?

Nos últimos anos, foi gritante a diferença entre Leste e Oeste, e o abismo pareceu aumentar ainda mais após as contratações do verão americano. Medalhões como Lakers, Spurs, Kings, Wolves e Mavs se reforçaram, criando a expectativa de um campeonato partido, como se houvesse na costa do Atlântico uma espécie de Segunda Divisão.

Os Pacers, no entanto, têm jogado um basquete de gente grande. Também foi assim no início do último campeonato, mas um colapso pós-All Star Game fez cair a credibilidade do time, eliminado pelo Boston Celtics nos playoffs. Será que agora pode ser diferente?

Pode.

O grande questionamento não era a qualidade do elenco, e sim a motivação dos atletas após a controversa demissão de Isiah Thomas. Na época, o craque da casa, Jermaine O’Neal, aproveitou uma folga no Pré-Olímpico e disse cobras e lagartos para o cartola Larry Bird. Havia também um enorme receio quanto ao que se passava dentro do cérebro de Ron Artest.

Pois esses dois pontos parecem solucionados. O’Neal e Artest começaram o torneio tinindo. Se continuarem assim, é bem possível que o Indiana possa fazer frente ao Oeste numa suposta final. Ganhar o título é outra história, mas mostrar serviço é um sonho palpável.

O desafio de hoje é um senhor teste para os comandados de Rick Carlisle. Com dezembro batendo à porta, o Los Angeles não tem mais a desculpa da falta de entrosamento. Se perder, não existe “mas” ou “se”. Por isso a partida de hoje é tão importante. Os dois times jogam completos, com força máxima. A quadra vai pegar fogo, e convém não apartar a briga.

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foto . nbae

29.11.03



. bloco de notas
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todo sábado, um passeio rápido pela liga

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))) Com ou sem a torcida,
o Golden de Van Exel evolui



s o l i d ã o

Sobram poltronas vazias nas arquibancadas da Oakland Arena. A média de público do Golden State Warriors (13 mil torcedores por noite) é a pior de toda a NBA. O motivo? Ninguém sabe. Tudo bem que Gilbert Arenas e Antawn Jamison foram embora, mas Nick Van Exel, Speedy Claxton e Cliff Robinson se encaixaram no esquema correto de Eric Musselman, e a campanha com 50% de aproveitamento faz do time uma das forças intermediárias do Oeste. “Estamos jogando melhor que no ano passado”, opina o armador Jason Richardson, surpreso com o público escasso. Com três vitórias seguidas, o time recebe hoje o San Antonio Spurs, na esperança de que apareça alguém, mesmo que seja para ver Tim Duncan. De certa forma, a experiência dos novos contratados e a evolução de atletas como Erick Dampier, Mike Dunleavy e Brian Cardinal compensam as ausências de Arenas e Jamison. Resta convencer a torcida disso.

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p r a n c h e t a s

Então o Chicago Bulls dispensou Bill Cartwright para contratar Scott Skiles. Já tem gente dizendo que agora o time vai engrenar. O diretor John Paxson, que fazia bonito dentro da quadra, sabe muito bem que o problema não é o comandante, e sim os comandados. Com o atual elenco, só dá para ter esperança de dias melhores se os jovens Tyson Chandler, Eddy Curry e Jamal Crawford realmente estourarem. Até agora, nada. E, cá entre nós, se era para mudar de treinador, por que não contratar Isiah Thomas (que estava interessado no cargo!) ou Mike Fratello, que tem experiência de sobra?

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f i g u r i n o

Ontem à noite, o Orlando recebeu o Toronto e conseguiu a façanha de estender seu calvário para 15 derrotas consecutivas. Até aí, nenhuma novidade. O curioso é que, mesmo na Flórida, o Magic jogou de azul e os Raptors, de branco. A prática de inverter os uniformes tem sido cada vez mais comum na NBA. Quando a justificativa é a apresentar uma nova camisa à torcida (ou quando o jogo é transmitido pela TV em rede nacional), até dá para entender. Mas se não há nenhum motivo (como ontem, por exemplo), por que não manter o padrão? Virou bagunça? Ou será que eu é que sou puritano demais?

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s a l v a ç ã o

“As pessoas pensam que sou o salvador, mas não sou”, alerta Antonio McDyess, que deve voltar às quadras no início de dezembro. O retorno já foi adiado várias vezes, mas parece que agora é para valer. As pressões vêm de todos os lados. Enquanto espera o reforço, o New York Knicks bateu o New Orleans Hornets com direito a 13 pontos, 12 rebotes e cinco tocos de Dikembe Mutombo.


((((( z o n a ))))) ((((( m o r t a )))))

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* Defesa é isso aí: na vitória sobre o Philadelphia 76ers, o Indiana Pacers limitou Allen Iverson a 12 pontos.

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* Paul Silas está empolgado com um de seus calouros. LeBron? Nada disso. A menina dos olhos do treinador é Jason Kapono, que vai ganhando a posição de Ricky Davis.

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* Vai a gordura, vêm os músculos. Assim tem sido a rotina de Zach Randolph, treinando alucinadamente para continuar evoluindo como titular do Portland Trail Blazers.

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* Hoje, às 23h30, tem Dallas x Minnesota. Levando em conta os elencos, seria um bom jogo para ver na TV, não? Pois esqueça. Por aqui, nesse horário, a gente tem de se contentar com A Praça é Nossa, Amaury Jr, Otávio Mesquita ou, quem sabe, um filminho de terror no Supercine.

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:) APLAUSOS para o craque Karl Malone. Arrancar um triple-double aos 40 anos, jogando contra o atual campeão da liga e marcado por Tim Duncan não é tarefa para qualquer um.

:( VAIAS para o ogro Danny Fortson, do Dallas, que jogou intencionalmente no chão o calouro Zarko Cabarkapa, do Phoenix. Com o pulso quebrado, o novato vai ficar mais de dois meses afastado das quadras.

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foto . nbae

28.11.03



a lógica subvertida
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))) O Indiana de O’Neal abre caminho


Os mais desatentos podem não ter percebido, mas este início de temporada reserva uma bela surpresa para quem insiste em não acreditar que o basquete é imprevisível. Pois basta uma inocente pergunta para comprovar a tese: que time tem a melhor campanha da NBA até agora? Aliás, reformulando a questão: de que conferência é este time?

Acredite se quiser, mas o líder absoluto do campeonato, até com alguma folga, é o Indiana Pacers. Do Leste, claro.

Com 13 vitórias e duas derrotas, a equipe largou na frente e já acumula sete triunfos consecutivos. Pode até ser que não dê em nada, mas não custa nada avaliar os principais motivos deste bom começo. Vamos a eles:

1) DEFESA
Nos treinos, só se fala disso. À exaustão, o esquema defensivo é moldado a cada dia. O resultado se revela cristalino em quadra: o Indiana tem a melhor defesa do campeonato, cedendo uma média de apenas 81 pontos aos adversários.

2) JERMAINE O’NEAL
O homem está inspirado. Nunca teve médias tão boas em rebotes, tocos, roubadas e assistências. Chega ao auge justamente agora, quando todos esperavam uma queda de rendimento motivada pela saída de Isiah Thomas.

3) RON ARTEST
Está calminho, calminho. Com a cabeça no lugar, tudo fica mais fácil. Várias estatísticas evoluíram (principalmente os pontos, de 15 para 19), e até os companheiros passaram a render mais. “Quando todo o elenco perde tempo tentando controlar os nervos de um dos melhores atletas, cria-se uma distração. Agora, todos podem pensar apenas em basquete.” A análise sobre Artest é de Latrell Sprewell, pós-graduado em encrenca na NBA.

4) RICK CARLISLE
Tem responsabilidade nos três itens acima. Nos últimos dois anos, a defesa do Detroit Pistons era uma das melhores da liga. O estilo foi transferido com sucesso para Indianápolis. O trabalho incansável para motivar os jogadores também dá resultado. Conquistar a confiança de O’Neal e controlar a irritação de Artest não são tarefas para qualquer um.

Logo mais, a seqüência de vitórias estará em jogo contra o Philadelphia 76ers. No domingo, começa uma série de pedreiras na estrada: Lakers, Suns, Blazers, Sonics e Kings. Impossível passar incólume? É, parece. Mas também parecia impensável uma equipe do Leste liderando o campeonato após 15 rodadas.

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foto . nbae

27.11.03



entrevista: stephen jackson
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))) “Sei que podemos ir muito longe”


Stephen Jackson é um caso raro na NBA. Campeão pelo San Antonio Spurs e valorizado no mercado de passe livre, optou por assinar contrato com um dos piores times da liga, o Atlanta Hawks. A evolução, que já tinha começado na temporada 2002-2003, segue de vento em popa. Em seu quarto ano de NBA, Jackson registra suas maiores médias de pontos (13.6), rebotes (4.10) e assistências (2.6). Em entrevista ao escritório da NBA para a América Latina, o ala-armador de 2,03m e 99kg mostra-se conformado em apenas jogar basquete, sem pretensões de título. Garante, contudo, que os Hawks podem surpreender.

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Há poucos dias, você voltou a San Antonio. Como foi o retorno à cidade na qual você foi campeão?
Foi muito interessante. Apesar de termos perdido o jogo, tive a oportunidade de rever meus amigos e os companheiros com quem obtive o título nos Spurs. Também recebi meu anel de campeão da NBA, numa cerimônia simples, mas muito significativa.

Tem saudades de San Antonio?
Não de tudo. Sou do Texas e sempre volto para casa no verão, então não me faz tanta falta. Para mim, o importante é jogar, sem me importar com o lugar em que o tenha de fazer.

Como vão as coisas em Atlanta?
Tudo vai muito bem. Moro numa nova cidade, com novos amigos, e o mais importante é que continuo jogando basquete. É um bom lugar para viver e jogar.

Tem tido oportunidade de sair e conhecer a cidade?
Desde que cheguei, tenho estado muito ocupado jogando ou viajando. Mesmo assim, não é difícil conhecer os melhores lugares da cidade. Estou morando num hotel, onde há varias opções para sair e se distrair. Posso ir andando para o ginásio onde treinamos e jogamos.

Qual é sua meta para esta temporada?
Simplesmente melhorar e animar o máximo a minha equipe. Não gosto de traçar metas individuais, a não ser contribuir o máximo para o time. A única coisa que quero é jogar e melhorar a cada ano.

Até onde você acha que esta equipe pode chegar?
Sei que podemos ir muito longe. O importante é estarmos unidos e jogarmos juntos. Não há limites se estamos todos com o mesmo objetivo, curtindo os bons momentos, trabalhando muito todos os dias e superando todos os problemas.

No começo da carreira, você jogou na República Dominicana e na Venezuela. Como foi essa experiência?
Foi fantástico. Posso afirmar que lá vi as mulheres mais bonitas do mundo. Foi uma grande experiência. Eu era jovem, tinha 18 anos. Foi bom para amadurecer, crescer rápido, ser responsável. No fim das contas, me converti num homem com responsabilidades dentro de um país estrangeiro, sem falar nada de espanhol e cumprindo com minhas obrigações profissionais.

Já voltou a estes países?
Infelizmente não, mas é algo que quero fazer em algum dos próximos verões. São lugares maravilhosos, ideais para esquecer as preocupações, descansar e curtir muito.

O que há de melhor em viver lá?
A comida, as pessoas, o arroz amarelo, as mulheres, tudo. Foi, de verdade, uma das melhores épocas em minha vida. Algo inesquecível.

Gostaria de voltar para a América Latina para um jogo de exibição?
Claro que sim, seria fantástico! Esses jogos são muito bons para a liga e para as pessoas que acompanham a NBA no exterior. De verdade, gostaria muito de ir à América Latina para uma partida da NBA.

O que acha do momento de globalização que a liga atravessa?
Definitivamente, isso faz com que o nível seja muito melhor. Devemos trabalhar muito para competir com os talentos que vêm do exterior, e isso é muito interessante. Em todo o mundo, joga-se um ótimo basquete, e agora isso é uma realidade na NBA.

Em San Antonio, você jogou ao lado de Manu Ginobili. O que nos pode dizer sobre ele?
Ah, ele é meu amigo, uma grande pessoa, um grande jogador. Vai ser uma estrela nesta liga. Não tem medo de nada, essa é uma boa definição de seu jogo. Ainda por cima, Manu me ensinou muitas palavras em espanhol.

Ele te falou sobre a Argentina?
Sim, falava muito de seu país, da comida, das pessoas, e brincava muito sobre sua popularidade lá. Ele sempre me convida e já prometeu me levar para Argentina num verão. Espero que cumpra!

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foto . nbae

26.11.03



o regresso
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))) Silas é um dos treinadores
que enfrentam ex-time hoje



Hoje é dia de visita no Wachovia Center e na New Orleans Arena. Os anfitriões 76ers e Hornets recebem os homens que, até o ano passado, davam todas as cartas dentro e fora da quadra. Larry Brown, agora em Detroit, e Paul Silas, agora em Cleveland, retornam ao antigo lar para prestar suas contas com a torcida.

As duas situações são extremamente opostas. Brown deixou o Philadelphia porque quis, em tom de discórdia, brigado com o astro do time, Allen Iverson. Deve receber sonoras vaias logo mais e terá de cortar um dobrado para evitar que seus Pistons não sofram com a ira das arquibancadas.

Por sinal, Brown está bem de vida. Acumula dez vitórias e cinco derrotas e tem em mãos um elenco equilibrado, que deve mostrar ainda mais evolução ao longo da temporada. O calouro Darko Milicic ainda não explodiu, fruto de um trabalho cuidadoso e sem pressa do treinador. Empatado com os Hornets e atrás apenas dos Pacers, o Detroit de Brown segue confiante na divisão Central.

Os Sixers lideram o Atlântico, mas isso não significa absolutamente nada. Mesmo sendo líderes, têm mais derrotas (oito) que vitórias (sete), revelando o nível baixo da turma. Com Iverson dentro da quadra e Randy Ayers fora dela, é bem possível que o Philadelphia chegue aos playoffs, mas as pretensões não passam muito disso, a não ser que Glenn Robinson surpreenda.

Paul Silas, por sua vez, foi demitido após a boa campanha do ano passado. A ridícula decisão ficou ainda mais ridícula quando a equipe contratou o fraco Tim Floyd para assumir o comando. Com um ótimo elenco, o New Orleans mantém a boa performance. Mas poderia estar ainda melhor com o antigo técnico.

No olho da rua, Silas não perdeu a oportunidade de encarar o maior desafio de sua carreira: treinar o fenômeno colegial LeBron James. Os resultados aparecem aos poucos e a estrada é longa. Hoje, no reencontro, a derrota é quase certa.

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Está difícil sair este duelo de brasileiros, hein.

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foto . nbae

25.11.03



a traição do corpo
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))) Enfim, o atleta foi derrotado pela doença


Tocou o telefone na casa de Jason Kidd. Era noite de domingo e, no outro lado da linha, Alonzo Mourning encadeava as frases em voz baixa, nitidamente atingido pelo desânimo. O que o pivô tinha para falar ilustrava o momento mais dramático em seus 12 anos de carreira. As palavras saíam devagar, tentando convencer um interlocutor incrédulo de que a doença renal havia batido o gigante.

Aos 33 anos, a aposentadoria se impôs à força. Com as funções comprometidas, os rins gastos exigem um transplante. O sofrimento interno, contudo, não impediu que Alonzo se despedisse do basquete dando mais uma lição de ética e companheirismo: ao telefone, ele não chorava o fracasso do próprio corpo; desculpava-se, sim, por se ver forçado a abandonar o barco quatro meses após ter convencido Kidd a ficar em New Jersey, na utopia palpável de formar um elenco campeão.

Foram apenas 12 partidas defendendo o atual bicampeão do Leste. A volta da doença era um risco calculado, não chega a pegar ninguém de surpresa. Os três últimos campeonatos foram de altos e baixos, mais baixos que altos, mais ausências que presenças. E justamente agora, quando pairava a fina esperança da cura pelo esporte, o acaso do organismo prega mais uma peça. A pior delas.

No rastro de Alonzo Mourning, sai de cena um tipo de pivô escasso na NBA de hoje. Da velha escola que alia técnica e força na medida certa, sobrou apenas um arremedo de Dikembe Mutombo. Tal como ele, Patrick Ewing, David Robinson e Hakeem Olajuwon vão deixar saudades. Está definitivamente inaugurada uma era de trogloditas como Ben Wallace, que passam longe da técnica primária, mas vão garantir um lugar na história pela capacidade rara de trombar no garrafão, apanhar rebotes e distribuir tocos.

Assim é também Shaquille O’Neal, que não sabe jogar basquete, mas se destacou da plebe porque, além dos rebotes e dos tocos, soube como poucos usar os quilos generosos para enfiar a bola na cesta. Shaq não é nenhum garoto, daqui a pouco vai embora. Ficaremos, então, torcendo para que a dinastia renasça em Yao Ming, ou que pelo menos os alas disfarçados rendam frutos com Jermaine O’Neal e seus asseclas.

Voltando a Mourning, pivô clássico, é triste constatar que a semana da despedida tenha sido marcada pelo insulto cruel de Kenyon Martin e Richard Jefferson durante os exercícios físicos. Quem tem colegas de time tão debochados não precisa de adversário. Pois agora, com o leite derramado, Martin tenta se fazer de bom moço:

“No calor do momento, você diz coisas que não queria dizer. Nada vai apagar o que falei, mas já pedi desculpas.”

Nossa, que comovente.

É claro que Alonzo aceitou as desculpas. É típico dos grandes atletas, dos grandes homens. Principalmente aqueles que passam por dramas pessoais e aprendem que mágoa só serve para piorar as coisas.

Martin pode ficar tranqüilo. O sujeito lento que não conseguia completar o treino já foi embora. Na frieza dos números, não vai fazer muita falta. Na história do basquete, será uma perda irreparável.

A Mourning, sorte para enfrentar a fase adversa. Sorte para encontrar um doador. Sorte no transplante. E sorte para, quem sabe, assim como Sean Elliott, ainda voltar às quadras com um rim novinho em folha.

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Por falar em história, a nossa reserva um capítulo especial para esta noite. Se Nenê entrar em quadra para enfrentar Leandrinho, teremos o primeiro duelo de brasileiros numa partida oficial da NBA. E o melhor: ao vivo, na TV, a partir da meia-noite.

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foto . cnn/sports illustrated

24.11.03



o azarão da califórnia
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))) Richardson começou atropelando


A tábua de estatísticas registrou 36 pontos, cinco rebotes, 12 arremessos convertidos em 19 tentados, 100% de aproveitamento em oito lances-livres, quatro bolas de três certeiras em cinco chutadas, nenhum passe errado. Foi no sábado, contra o Minnesota. Mesmo antes disso, já havia sido entregue o prêmio de melhor jogador da semana na conferência Oeste, reconhecimento de um surpreendente início de temporada.

Para supresa geral, o autor das proezas em seqüência chama-se Richardson. E, o pior, sequer estamos falando do Jason, que faz suas acrobacias no Golden State Warriors.

O Richardson em questão é Quentin, do Los Angeles Clippers, que tomou as rédeas na ausência de Elton Brand e segue firme na missão de dar algum alento à equipe mais combalida da NBA nos últimos anos.

Se os números não mentem, vamos a eles. A média de pontos, que era de 9.4 no ano passado, pulou para 22 agora. Rebotes, assistências, roubadas e eficiência nos arremessos também saltaram a olhos vistos, criando um sério candidato ao título de atleta que mais evoluiu de 2002-2003 para 2003-2004.

Para se ter uma idéia do impacto de tal performance, Richardson é apenas o sétimo integrante dos Clippers a ser nomeado o melhor da semana em toda a história da franquia. Daí a esperança dos torcedores depositada cegamente no jovem armador de 23 anos. De uma hora para outra, com um verão de intervalo, ele passou a jogar como gente grande e hoje é o nono maior cestinha da liga.

O sucesso individual, no entanto, ganha sabor extra quando vem acompanhado do triunfo coletivo. Para isso, Richardson tem de devolver o Los Angeles aos trilhos. Após quatro vitórias seguidas, o time embarcou para uma viagem com três escalas (Cleveland, Indiana e Minnesota) e voltou com três derrotas. A partir de hoje, serão cinco compromissos seguidos no doce lar, com altos e baixos: Houston, New Jersey, Denver, San Antonio e, de novo, o Cleveland de LeBron James.

Por sinal, dos próximos 12 jogos, 10 serão no Staples Center. Para Quentin Richardson e para os Clippers, é uma excelente oportunidade de reforçar a boa campanha e atrair mais elogios.

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foto . nbae

23.11.03



amarga estrada
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))) Os Cavs não se encontram longe de casa


LeBron James vai bem, Zydrunas Ilgauskas faz seu trabalho, a torcida comparece e o Cleveland Cavaliers consegue uma vitória aqui e outra ali. Tudo isso, no entanto, só funciona no reino mágico da Gund Arena. Fora de casa, o período de trevas se arrasta a cada noite. Ontem, em Atlanta, o time perdeu sua 29ª partida seguida na estrada.

As três dezenas devem se completar na quarta-feira, em New Orleans. Até lá, serão três dias de descanso para controlar os nervos e resolver picuinhas internas. O clima está quente e a crise já deu as caras.

Prova disso foi o áspero bate-boca entre o téncico Paul Silas e o ala reserva Ira Newble após a derrota para os Hawks. Até agora ninguém sabe qual foi o motivo da briga, mas todos se surpreenderam quando Newble saiu berrando cobras e lagartos pelos vestiários da Philips Arena. Atrás dele, Silas vinha ainda mais injuriado. Com o ânimo alterado, o treinador chegou a empurrar um repórter que tentava abordá-lo no caminho para o estacionamento.

Até o ano passado, Newble jogava justamente em Atlanta, onde mantinha médias de 7.7 pontos 3.7 rebotes. Em Cleveland, os números caíram para 1.3 e 1.6. Ontem, o ala atuou durante 11 minutos e marcou apenas dois pontos, acertando um de cinco arremessos tentados. Talvez tenha sido esta a cobrança de Silas.

Em todo cado, o episódio ilustra os efeitos da seqüência de fracassos na estrada. Agora que a poeira em torno de LeBron vai baixando, as mazelas vêm à tona. E se o treinador não consegue manter a cabeça no lugar, como vai cobrar isso dos atletas?

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foto . nbae


. bloco de notas
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todo sábado, um passeio rápido pela liga

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))) Davis não é solução para os Bulls


f u r a d a

Enfim, o Toronto Raptors venceu fora de casa. Foi no sábado, contra o New Jersey Nets. Nem assim o técnico Kevin O’Neill sossegou, e fortes negociações continuam à vista. Não se fala em outra coisa a não ser a troca de Antonio Davis por Jalen Rose. Mais seis cabeças devem entrar na barca: Donyell Marshall, Eddie Robinson, Marcus Fizer (Chicago), Jerome Williams, Morris Peterson e Lamond Murray (Toronto). Com alguma boa vontade, podemos dizer que os coadjuvantes se equivalem. Entre os protagonistas, contudo, vai uma longa distância. Se os Bulls querem se livrar de Rose, que procurem alguém melhor que Davis. Para brigar por rebotes embaixo da cesta, os futurosos Eddy Curry e Tyson Chandler são mais que o suficiente. E os pontos, quem vai marcar? Scottie Pippen? Jamal Crawford? Kirk Hinrich? Ora, faça-me o favor. Rose é disparado o melhor jogador da equipe, e o desafio em Chicago é fazê-lo render em quadra. Bill Cartwright não consegue? Rua nele. Nenhum treinador conseguiria? Então que o substituto seja alguém capaz de manter a produção em alto nível. A solução, definitivamente, não é Antonio Davis.

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d i s p o n í v e l

Outro Davis, o Ricky, é a bola da vez em Cleveland. A saída é dada como certa para breve. Está aí um atleta que se encaixaria bem em várias equipes: atlético, versátil e ofensivo. O caráter é duvidoso e este início de temporada não tem sido muito animador, mas ainda assim vale a pena. Por falar nos Cavs, na sexta-feira LeBron James esteve na nossa TV. Então, o que acharam? Adianto logo que gostei muito do que vi. Os críticos que esperam 40 pontos por noite precisam ter um pouco mais de paciência, mas o garoto realmente é bom de basquete. O que mais impressionou foi o controle de bola nas infiltrações. Mesmo com marcação cerrada em pleno ar, LeBron quase sempre consegue manter o corpo em equilíbrio para concluir a jogada. Isto me lembra alguém que se aposentou há pouco tempo.

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r e f o r ç o

E não é que Brad Miller está se saindo melhor que a encomenda? Parece que os ares do Oeste fizeram bem ao pivô do Sacramento Kings (ex-Chicago e Indiana). Na sexta-feira, ele registrou o primeiro triple-double da carreira. O arremesso de média distância tem funcionado a contento, assim como as assistências cirúrgicas. Ao lado de um Chris Webber saudável, Miller deve formar um dos garrafões mais fortes da NBA. E o time ainda pode se dar ao luxo de ter um Vlade Divac na reserva. Olho neles.

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a b o b r i n h a

Phil Jackson, sempre sereno, andou falando besteira por aí. Em entrevista concedida esta semana, antes da partida contra o New York Knicks, o técnico do Los Angeles Lakers defendeu a extinção da regra que elimina o jogador na sexta falta. A sugestão do mestre-zen é trocar a expulsão pela penalidade de um lance-livre e posse de bola para o adversário em cada infração a partir da sexta. Coincidência ou não, Shaquille O’Neal havia ficado pendurado com cinco faltas nas duas partidas anteriores. Além disso, a nova regra facilitaria a vida dos Lakers contra o famoso hack-a-Shaq (a tática para mandar O'Neal à linha de lances-livres propositalmente).



((((( z o n a ))))) ((((( m o r t a )))))

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* Nem tudo são flores em Denver. Carmelo Anthony e Andre Miller andam se estranhando em quadra. O calouro reivindica um número maior de assistências, acusando o armador de ser fominha. Enquanto isso, os Nuggets mantêm o pior aproveitamento de arremessos em toda a liga (37%).

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* Michael Olowokandi é um fracasso em Minnesota. Não consegue nem igualar a performance de Rasho Nesterovic. Tem gente comemorando a contusão que vai deixar o pivô de molho.

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* Doc Rivers (o técnico) foi limado. John Gabriel (o cartola) segue tranqüilo em seu escritório. E o Orlando Magic continua perdendo.

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* “Com Joe Johnson e Casey Jacobsen, acho que o Phoenix Suns desistiu de mim”, consola-se um triste Penny Hardaway, que, vejam só, tinha acabado de tatuar no braço uma frase sintomática (e enganadora): A tempestade acabou.

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:) APLAUSOS para a turma do Oeste, que vai levando ao extremo a superioridade em relação ao Leste. Das 14 equipes da conferência, só duas (Clippers e Warriors) têm mais derrotas que vitórias. Mesmo assim, as campanhas estão bem longe da vergonha (4-5 e 5-7, respectivamente).

:( VAIAS para Spurs e Nets, que fizeram a última final da NBA, mas ainda não engrenaram este ano. São as duas maiores decepções do campeonato.

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foto . nbae

21.11.03



desrespeito ao passado
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))) Mourning virou motivo de
deboche em New Jersey



Quando decidiu voltar às quadras após uma longa e complicada batalha contra a doença nos rins, Alonzo Mourning tinha consciência das dificuldades que enfrentaria. Matar um leão por dia tornou-se tarefa obrigatória, não apenas dentro da quadra, mas também fora dela, nos exercícios para aprimorar a forma física. O que ele não esperava, no entanto, era que a torcida contrária viesse justamente de seus companheiros de time.

Ontem, no treinamento do New Jersey Nets, o deboche dos colegas irritou o craque. E se não fosse a turma do deixa-disso, Mourning e Kenyon Martin teriam partido para as vias de fato, num embate de pesos pesados com conseqüências imprevisíveis.

O entrevero começou quando Alonzo foi o último da equipe a completar um teste de corrida e teve de ouvir as risadas dos outros jogadores. “Isso não é engraçado”, reagiu. A resposta de Richard Jefferson foi o estopim da revolta:

“Realmente, não é engraçado. É hilário!”

Foi aí que Kenyon Martin entrou na discussão e zombou das últimas atuações do pivô em quadra, dizendo que, se pegasse mais rebotes, ele não precisaria correr tanto. Furioso, Alonzo partiu para o ataque verbal: “Pelo menos eu estou na quadra, dando meu melhor, e não chorando, ‘ai, meu tornozelo’ na sala de musculação”.

O ala ameaçou um comentário irônico sobre a doença do pivô e os dois gigantes quase se pegaram. Foram contidos pelos colegas. O técnico Byron Scott viu tudo de longe e depois conversou calmamente com Martin. Deveria ter sido mais enérgico. Em todo o elenco do New Jersey (talvez à exceção de Jason Kidd), ninguém tem metade do cacife acumulado por Alonzo Mourning na NBA.

Neste caso, a falta de respeito é meio caminho andado para o fracasso.

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foto . nbae

20.11.03



só cogitando
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))) Afinal, para onde vai Kobe Bryant?


Quem domina inglês o suficiente para se aventurar pelo noticiário da NBA direto nas fontes americanas já deve saber: Marc Stein é um dos papas nesta arte. Além de construir textos agradáveis e bem cadenciados, o colunista da ESPN.com costuma aliar ousadia e cautela em doses de dar inveja aos colegas que se arriscam a escrever sobre o assunto. Em resumo, é leitura obrigatória para os felizardos que conseguem quebrar a barreira do idioma.

Na coluna Slams and Dunks (hum... é impressão minha ou temos por aqui um nome parecido?) de ontem, Stein fez aquilo que só os grandes articulistas fazem: chutou o pudor para escanteio e saiu-se com uma análise que, a princípio, parece tão improvável quanto ridícula:

Kobe Bryant pode ir para o Los Angeles Clippers.

O artigo deixa bem claro que tudo não passa de especulação pessoal. No entanto, por mais que a notícia pareça um delírio, é inevitável sentir a pulga incômoda atrás da orelha. E se acontecer mesmo?

A teoria de Stein é simples e se baseia em pontos concretos. 1) É bem possível que Kobe opte por suspender seu contrato na próxima temporada. 2) Provavelmente, os vizinhos de LA serão os únicos com folga razoável na folha salarial para fazer uma proposta tentadora. 3) Em dívida com a família por conta das acusações de estupro, o atleta não estaria disposto a sacrificá-la com uma mudança drástica de cidade. Vale lembrar que as duas outras candidatas seriam Denver (no estado onde acontece o julgamento) e San Antonio (onde Tim Duncan já é rei).

Ao migrar para o primo pobre, Bryant seria, enfim, o dono absoluto do time. E elevaria à enésima potência a rivalidade com Shaquille O’Neal, reforçada ainda pela rixa local. A parceria com uma turma que reúne Elton Brand, Corey Maggette, Andre Miller e o promissor Quentin Richardson pode ser atrativa para um campeão que luta para voltar ao topo.

Devaneio? Fantasia? Falta de assunto? Ok, o arquivo de temas de Marc Stein pode ter estado em baixa esta semana (assim como, cá entre nós, está o meu hoje), mas não custa nada pensar um pouco sobre a hipótese. Se vingar, será uma das negociações mais comentadas da história do basquete.

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foto . nbae

19.11.03



entrevista: ricky davis
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))) “Estamos lutando por um lugar no playoff”


Quem não se lembra de Ricky Davis? É aquele sujeito que ficou famoso na temporada passada por conta de uma história de mesquinharia explícita: precisando de apenas um rebote para completar um triple-double, ele tentou arremessar a bola contra a própria cesta. O truque patético acabou não dando certo e a única coisa que restou foi a desmoralização na imprensa. Para alguém que leva o egoísmo a este nível, deve ser difícil conviver diariamente com um calouro endeusado por meio mundo. Pois Davis se diz feliz da vida com o fenômeno LeBron James. Em entrevista ao escritório da NBA para a América Latina, o polêmico ala-armador discorre sobre este e outros assuntos.

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Nos últimos anos, os Cavaliers não eram populares nem em Cleveland. Com a entrada de LeBron James, o interesse se multiplicou nos Estados Unidos e no mundo todo. Como vocês estão vivendo esta nova situação?
A verdade é que tudo ficou muito diferente. No ano passado, éramos a pior equipe da liga. Este ano, com a chegada de LeBron, tudo mudou. O desafio representado por esta nova popularidade é enorme, porque temos de estar preparados para jogar o máximo a cada minuto e lutar até o fim de cada jogo.

As pessoas não param de falar sobre o talento e o potencial de LeBron. Para jogadores como você e Darius Miles, que são atléticos e correm a quadra toda, deve ser um prazer jogar com alguém que chama tanta atenção do adversário.
Sim, a habilidade e o talento que ele tem vai nos ajudar bastante. Jogar com alguém que tem tamanha visão de jogo nos cria mais oportunidades. No meu caso, me beneficia tremendamente porque gosto de sair rápido, aproveito quando a defesa rival ainda não está armada.

Como é LeBron no tempo livre, no avião ou no ônibus, a caminho do treino?
Ele é um grande garoto, e é apenas mais um na equipe. Conversamos e fazemos brincadeiras, nos damos muito bem. Como todo calouro, ele junta bolas no treinamento, faz todo tipo de coisa.

Hoje os Cavs pensam na classificação para o mata-mata?
Certamente, estamos lutando por um lugar no playoff. Na temporada passada, perdemos muitos jogos, mas fomos melhorando a cada mês. Agora, com os novos jogadores e o novo técnico (Paul Silas), temos de lutar para estar na segunda fase.

O que mudou com a chegada de Paul Silas?
Ele é um fenômeno. Sabe muito bem o que faz. Eu já o havia tido como técnico quando estive em Charlotte, e acho que ele sabe lidar muito bem com todos problemas.

A que você atribui o sucesso dos jogadores estrangeiros na NBA?
Os atletas internacionais têm fundamentos muito bem trabalhados. Fora dos Estados Unidos, eles se dedicam muito aos fundamentos básicos, isso é muito importante. Hoje temos jogadores altos que correm pela quadra com desenvoltura.

A NBA pretende promover mais partidas na América Latina. Você gostaria de conhecer outros países e participar de um desses jogos?
Sim, eu adoraria. Gostaria muito de poder viajar com minha equipe e conviver um pouco com os latino-americanos.

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foto . nbae

18.11.03



o terremoto que se aproxima
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))) A alegria dos Hornets tem dias contados


Enfim, a NBA tornou oficial o que todo mundo já sabia: a partir da temporada 2004-2005, o campeonato será fatiado em seis divisões. As conferências Leste e Oeste continuam lá, mas agora cada uma terá três subgrupos. Nessa história, teve gente que seu bem e gente que se deu mal. Antes da análise, porém, vamos à notícia. A divisão ficou assim:

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ATLÂNTICO
Boston, New Jersey, New York, Philadelphia, Toronto

CENTRAL
Chicago, Cleveland, Detroit, Indiana, Milwaukee

SUDESTE
Atlanta, Charlotte, Miami, Orlando, Washington

PACÍFICO
Golden State, Clippers, Lakers, Phoenix, Sacramento

SUDOESTE
Dallas, Houston, Memphis, New Orleans, San Antonio

NOROESTE
Denver, Minnesota, Portland, Seattle, Utah

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Uma avaliação superficial das mudanças já basta para identificar, de imediato, vencedores e perdedores. Vamos a eles:


QUEM GANHA

1) Minnesota Timberwolves. Há vários anos, a equipe pena para passar da primeira fase dos playoffs. Nesta temporada, o calvário tende a continuar, já que o top-4 do Oeste (Spurs, Lakers, Mavs e Kings) deve garantir o mando de quadra na primeira rodada. Em 2004-2005, tudo fica mais fácil. Conconrrendo m Blazers, Sonics, Jazz e Nuggets, é bem provável que Kevin Garnett e seus companheiros faturem o título do Noroeste, o que, por si só, já garante pelo menos a terceira vaga da conferência no mata-mata. De quebra, os Wolves ainda se livram do tormento de enfrentar Dallas e San Antonio quatro vezes.

2) Denver Nuggets. Para quem tem um elenco em formação, nada melhor que escapar da divisão onde Mavs e Spurs tendem a reinar. Reduz-se o número de confrontos diretos com esses adversários, e o caminho fica menos tortuoso.

3) Charlotte Bobcats. Entra na divisão mais fraca da liga. Heat, Magic, Wizards e Hawks são os adversários que qualquer estreante deseja. E vale lembrar que quem vencer o Sudeste garante ao menos a terceira posição da conferência.


QUEM PERDE

1) New Orleans Hornets. De longe, é o grande derrotado nesta história. Ao mudar do Leste para o Oeste, a equipe de Jamal Mashburn e Baron Davis abandona uma posição de favoritismo para se tornar um time mediano, que vai brigar para conseguir a classificação aos playoffs. E, o pior, ainda caiu na divisão de Mavs e Spurs. Tragédia total.

2) A Justiça. A mudança torna ainda mais cretina uma resolução que jé era ridícula: a ordenação das primeiras vagas do playoff de acordo com os campeões de cada divisão, sem levar em conta o ranking geral das campanhas. Sendo assim, é bem provável que tenhamos um punhado de aberrações na tabela. É bem possível que os vencedores do Sudeste e do Noroeste, por exemplo, tenham campanhas bem piores que os segundos colocados em outras divisões.

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17.11.03



novato em formação
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))) Bosh superou Yao ontem


Faltavam sete segundos para o fim da partida e o Toronto Raptors perdia por 83-30 para o Houston Rockets. Desenhava-se ali a primeira derrota do time canadense em casa. Um calouro teimoso, no entanto, tinha idéia diferente. Foi justamente Chris Bosh, com 2.08m, que recebeu a bola na linha de três. Em apenas nove atuações como profissional, ele nunca havia tentado um chute dali.

Pois tentou ontem. E mandou o jogo para a prorrogação.

Na verdade, foram dois períodos extras, e Bosh ainda marcou mais dez pontos, fechando a noite com 25 e garantindo a difícil vitória que manteve a invencibilidade dos Raptors em seus domínios. No Air Canada Center, a equipe já ganhou cinco vezes, mas o dever de casa exemplar tem sido prejudicado pelos vexames na estrada.

O calouro preferiu não fazer do arremesso certeiro um motivo de festa: “Foi muito simples. Eles fizeram a marcação dupla em Vince Carter e eu fui para trás da linha de três. Senti confiança para chutar e não hesitei.”

Por decisão do técnico Kevin O’Neill, Bosh segue no banco de reservas. Na sexta-feira, começou jogando em Sacramento e se saiu muito mal. “Pensando no crescimento a longo prazo, não acho que ser titular é o melhor para ele agora”, justificou o treinador antes da partida contra o Houston.

Se a boa atuação do novato vai mudar o pensamento de O’Neill, só vamos saber na quarta-feira, quando o Toronto recebe o Philadelphia 76ers. Mas o projeto cauteloso faz bastante sentido. De fato, talvez seja melhor poupar o garoto da exposição, como Larry Brown vem fazendo (em nível bem mais intenso) com Darko Milicic em Detroit. A ansiedade dos americanos por um fenômeno adolescente está canalizada em LeBron James. Com Darko e Bosh, vale a pena ter paciência para formar atletas de bom nível sem colocar o carro na frente dos bois.

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16.11.03



pílulas de genialidade
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))) Miller lembrou ontem que ainda está vivo


Entre os inúmeros fenômenos que subvertem a lógica do esporte, um dos mais curiosos é a armadilha da longevidade para os atletas de elite. A idade acumulada soa como a pior das ameaças para quem foge da aposentadoria como o diabo foge da cruz. Por isso, muitos jogadores arrastam suas carreiras além da conta, principalmente os que guardam na biografia momentos de glória. Mesmo velhos, sonham repetir performances do passado.

Vira e mexe, conseguem.

As fileiras do basquete abrigam uma série de “ex-craques em atividade”; gente que não conserva nem metade do rendimento apresentado nos bons tempos. A lista é farta e inclui nomes de peso como Dikembe Mutombo, Alonzo Mourning e Scottie Pippen. Com o peso dos aniversários nas costas, essa turma se contenta com papéis secundários e fica ali, recarregando as pilhas, para mostrar serviço esporadicamente.

Um desses lampejos estava escondido entre os dez jogos da rodada de sábado. Era uma visita rotineira do Indiana Pacers ao New York Knicks. Deveria ser apenas mais um duelo entre um time que vai bem e outro que vai mal.

No entanto, paira no ar uma certa química que causa reações imprevisíveis quando Reggie Miller e o Madison Square Garden cruzam seus caminhos. Ontem, foi assim.

O mais idoso dos quatro Millers em atividade na NBA teve outra noite memorável no ginásio que lhe serve como segunda casa. Marcou 31 pontos. Ora, só 31? Diante dos 51 recentes de T-Mac, pode parecer pouco, mas Reggie não fazia 30 numa noite há quase dois anos. Mesmo em fim de carreira, ele provou que o talento continua ali guardado para casos de emergência.

Cinco rebotes e três assistências completaram as estatísticas de um dos maiores gatilhos da liga, que ontem converteu seis bolas de três em sete tentativas. Ainda no primeiro período, a síndrome do Madison já se anunciava. Miller parecia mais entusiasmado que o normal: ao acertar um tiro da zona morta, gritou e virou-se para trás, comemorando com os colegas do banco.

O que se seguiu foi a tradicional clínica de arremessos. Com a frieza dos velhos tempos, o Indiana emperrou uma reação do New York, que chegou a fazer 24 pontos seguidos. Na hora da verdade, com o show do veterano garantido, foi a vez do garoto Jermaine O’Neal, que teve uma péssima noite, mas decidiu a parada com a cesta final.

Para a torcida nova-iorquinha, deve ter sido inevitável recordar lances históricos que Reggie protagonizou naquele templo. Foi ali que ele conseguiu um dos feitos mais extraordinários da história do basquete, convertendo oito pontos em nove segundos e virando o placar para 107-105 numa partida de playoff, em 1995. Lembro que fiquei estarrecido ao ver o episódio, ao vivo, pela TV.

Um ano antes, ele havia marcado 25 pontos no quarto período de um jogo 5 da Final do Leste. Em 1998, também nos playoffs, foram 38 pontos, incluindo um belo disparo de três para forçar a prorrogação.

Reviver esses momentos faz a atuação de ontem parecer algo menor. Mas era o velho Reggie Miller que estava lá. Assim como o velho Mutombo também estava, e converteu um tapinha na reta final que daria a vitória aos Knicks se não fosse a resposta imediata de O’Neal. O velho Alonzo, o velho Pippen, o velho Divac e outras criaturas de idade avançada vão continuar aí por algum tempo.

Agora, o craque (alguém arrisca dizer ex-craque?) dos Pacers vai descansar um pouco. Quem sabe, até o fim da carreira, ainda há tempo para mais uma exibição de gala.

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foto . nbae

15.11.03



. bloco de notas
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todo sábado, um passeio rápido pela liga

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))) Será que valeu a pena investir em
Spree e outros talentos dos Wolves?



d e c e p ç ã o

Já se foram duas semanas e a dezena de jogos está dividida igualmente entre vitórias e derrotas. É cedo para análises mais profundas, mas a performance do Minnesota Timberwolves em quadra ainda não compensou o suor dos engravatados no verão americano. A campanha irregular, ilustrada pelo 5-5 na tábua de classificação, fez o proprietário do time, Glen Taylor, jogar na cara dos atletas todo o investimento da pré-temporada. “Sei que eles tiveram a desculpa das contusões, mas perdemos algumas partidas que deveríamos ter vencido. Agora precisamos reagir e vencer nas situações em que não somos favoritos”, atacou o cartola, de certa forma questionando a validade das contratações de Latrell Sprewell, Sam Cassell e, principalmente, Michael Olowokandi. E olha que isso foi antes da derrota de sexta-feira, em casa, para o Utah Jazz. O fato é que os astros ainda não encontraram a química. Quando isso acontecer, tudo voltará aos trilhos. Paciência, Taylor, paciência.

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a v e s s o

Com sete vitórias e duas derrotas, o Los Angeles Lakers lidera a conferência Oeste, que ainda não encontrou seu ritmo no campeonato. Se o mata-mata começasse hoje, Clippers, Nuggets e Jazz estariam classificados. Spurs, Kings, Wolves e Suns veriam tudo pela TV. Após duas semanas de jogos, ainda dá para usar a desculpa da falta de entrosamento. Quando dezembro chegar, entretanto, a coisa passa a ser para valer. Quem não engrenar corre o risco de ficar comendo poeira.

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s a í d a ?

Por falar em Lakers, o jornal Los Angeles Times informa que, aconteça o que acontecer, Kobe Bryant vai optar pela suspensão do contrato ao fim da temporada. Entre os motivos, está o quebra-pau constante com Shaquille O'Neal. A reportagem, por sinal, dá o serviço completo e já revela um forte candidato a incluir o craque em suas fileiras: o campeão San Antonio Spurs.

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c l o n e

Com lesão grave e três cirurgias, um ala do Orlando Magic só deve voltar às quadras no ano que vem. Grant Hill? Nada disso. O enfermo da vez é Pat Garrity, cujo joelho direito vai entrar na faca nesta semana. A notícia chega num momento especialmente preocupante, quando nem 51 pontos de Tracy McGrady são o bastante para bater um time inexperiente como o Denver Nuggets. Na lanterna da tabela, a equipe já acumula oito derrotas em nove partidas, e os próximos quatro compromissos são na estrada. “Alguém vai pagar o pato. Se continuarmos perdendo, serei eu”, disse o técnico-adivinhão Doc Rivers.


((((( z o n a ))))) ((((( m o r t a )))))

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* Mesmo em meio a toda esta confusão de resultados, o Oeste mantém a supremacia da NBA a passos largos. Em toda a conferência, o Phoenix Suns é o único time com mais derrotas que vitórias. O único! Em compensação, no Leste, só cinco ganharam mais do que perderam.

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* “As pessoas gritam como se eles fossem surdos. Eles não são surdos, apenas falam outra língua.” De Tom Gugliotta, sobre o modo como os outros veteranos do Phoenix Suns vêm berrando com Leandrinho e com o sérvio Zarko Cabarkapa.

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* A página NBA.com Brasil começou como um arremedo de informações desencontradas e mal traduzidas, mas já começa a se organizar e merece nossa atenção. Destaque para uma longa entrevista com Alex e para os textos de Fábio Malavazzi e Juarez Araújo.

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* Por falar em sites, eu muito me engano ou o do Nenê era www.nene31.com? Pois o endereço agora abriga um curso de inglês intensivo on line, desenvolvido pelo próprio jogador com a ajuda de professores. A carta de apresentação do Nenê’s Quick Start English termina com a frase “Junte-se a mim e torne-se um superstar em inglês.” Experiência própria é isso aí.

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:) APLAUSOS para Erick Dampier, pivô do Golden State Warriors. Como quem não quer nada, ele já é o maior reboteiro deste início de campeonato (média de 14.6), superando medalhões como Ben Wallace e Shaquille O’Neal.

:( VAIAS para o Washington Wizards, que até vinha bem, mas perdeu três seguidas esta semana, para Cavs, Sixers e Heat. Voltou ao normal.

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foto . nbae

14.11.03



all-star game, lado b
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))) O que Dampier e Curry têm em comum?


Abriram-se ontem os formulários de votação para o All-Star Game 2004. Estão lá no site oficial, inclusive com versão em português. Exatos 103 dias nos separam da festa, marcada para 15 de fevereiro, em Los Angeles. A não ser para quem quiser fazer campanha individual em favorecimento de um ou outro atleta, ainda é muito cedo para qualquer prognóstico sobre as seleções das conferências.

No entanto, para não perder a oportunidade, o Rebote aproveita o episódio para sugerir uma eleição particular: a dos jogadores que mais estão surpreendendo neste início de temporada. De costa a costa nos Estados Unidos, sobram nomes pra lá de interessantes. Deixemos os medalhões para daqui a três meses. Abaixo segue o escrete das revelações. Entre parênteses, a evolução das médias do último campeonato para o atual.


))) OESTE

C – Erick Dampier (8.2/11.8 pt, 6.6/14.5 reb)
PF – Zach Randolph (8.4/20 pt, 4.5/11 reb)
SF – Rashard Lewis (18/28 pt, 45%/53% FG)
SG – Quentin Richardson (9.4/18 pt, 0.5/2 roub)
PG – Ronald Murray (1.9/24.6 pt, 0.3/5.2 reb)


))) LESTE

C – Eddy Curry (10.5/13 pt, 4.4/6 reb)
PF – Carlos Boozer (10/15 pt, 7.5/9.7 reb)
SF – Vince Carter (20/26 pt, 34%/47% 3pt)
SG – Michael Redd (15.1/22.3 pt, 43%/56% 3pt)
PG – Baron Davis (17.1/25.6 pt, 6.4/8.1 ass)


Fui obrigado a improvisar em algumas posições e ainda assim muita gente boa ficou de fora. Mas está aí um grupo que deve chamar atenção. Até o All-Star Game, quem sabe, alguns deles conseguem um lugar na lista de convocados.

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Ainda sobre jogadores em evolução, dois dados bastante curiosos:

Nas oito primeiras partidas do Utah Jazz no campeonato, Andrei Kirilenko já bateu 36 lances-livres. Acertou todos.

Também em oito jogos, Aaron McKie tentou 15 chutes de três. Converteu 12.


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fotos . nbae

13.11.03



enquanto o titular não vem...
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))) Murray brilha no lugar de Ray Allen


Um azarão. Está aí uma coisa que o Oeste pode dispensar sem remorso. Na elite da conferência (que por sinal escorre até a quinta vaga do playoff), o volume de talento é tamanho que, em alguns casos, os elencos parecem latas de sardinha, penando para acomodar um bocado de gente boa. Pois, mesmo sem precisar, surge uma zebra teimosa na turma. É o desacreditado Seattle Supersonics, que já acumula cinco vitórias em duas semanas. A de ontem teve um sabor singular: foi triunfal o retorno de Ronald Murray a Milwaukee.

Ronald quem???

Murray, Ronald Murray. Ou apenas “Flip”, como preferem os mais íntimos. Para quem não o conhece, vale lembrar que este rapaz de 24 anos, 1m93 e 86kg foi incluído, apenas para fazer número, na transação que fez Ray Allen e Gary Payton trocarem de uniforme na temporada passada. Em vez de fazer número, ele preferiu produzir números.

Em cada uma das seis primeiras partidas, Murray marcou pelo menos 20 pontos. Nunca menos que isso. É ele o encarregado de substituir justamente o lesionado Allen, craque do time. Enquanto o medalhão não volta, repousa nas costas do garoto a pesada missão de manter o nível. Por incrível que pareça, o nível está mantido.

A média de pontos, que era de 1.9 em 2002-2003, saltou agora para mais de 23 (superior à de Allen no ano passado). Em rebotes, assistências, tocos e aproveitamento de arremessos, as estatísticas do aprendiz também superam as do craque.

Ontem, contra seu ex-time, Murray anotou duas dezenas de pontos e ajudou o companheiro Rashard Lewis a assegurar a vitória. Na terça-feira, em Minnesota, marcou a cesta decisiva, um tiro certeiro no último segundo para selar um resultado importantíssimo.

É claro que a imprensa dos Estados Unidos, sempre ávida por um oba-oba, já solta no ar paralelos com Gary Payton, Joe Dumars e Vinnie Johnson, criando frases de efeito como “a evolução mais notável da década” ou “a maior surpresa da história de Seattle”. Tudo isso carrega um nível de absurdo de devaneio, só concebível na mente megalomaníaca dos americanos. O técnico dos Sonics, Nate McMillan, prefere não ir tão longe e restringe suas comparações a Sam Cassell.

De todo modo, neste caso os exageros servem para credenciar o indivíduo. Vale prestar atenção nele.

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Randy McMillan, irmão de Nate, treinou Murray em 2002 na Universidade de Raleigh, na Carolina do Norte. Foi ele quem deu o bendito palpite para o Seattle pedir, assim como quem não quer nada, a inclusão do atleta na troca com os Bucks.

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Enfim, Leandrinho estreou: cinco minutos, quatro pontos, um rebote e dois de três arremessos convertidos na derrota do Phoenix para o Atlanta. Na aparição relâmpago, não fez feio. Penny Hardaway, por exemplo, jogou 18 minutos e saiu zerado.

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foto . nbae

12.11.03



o renascimento
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))) Vin Baker está de volta


Diante de sua torcida e animado pela sólida campanha neste início de campeonato, o Indiana Pacers nadava em confiança antes da partida de ontem, contra o Boston Celtics. A casa caiu quando faltavam 20 segundos para a sirene final. Sem medo de contrariar as arquibancadas, um sujeito abusado jogou o corpo para trás acertou o arremesso que selaria a vitória dos visitantes.

Era Vin Baker.

O mesmo que, poucos meses atrás, se esforçava para driblar as garrafas e se livrar dos problemas com álcool.

Até agora, são apenas sete partidas. Mas os americanos já anunciam em voz alta o que chamam de “comeback season”. Trocando em miúdos na língua de Pasquale, é a famosa “volta por cima”. Neste caso, o exagero é mais do que louvável.

O que vemos aqui não é apenas uma vitória do basquete, e sim a prova de que a vida real também promove finais felizes. Lá estou eu sacramentando que esse já é o fim da história, mas não custa nada ser otimista.

Vin Baker não é um qualquer. Para começar, acumula quatro aparições no All-Star Game e estampa no peito uma medalha olímpica, conquistada na Austrália. A partir de 1999, os anos de ouro em Milwaukee deram lugar à decadência. Sabe-se lá se foi nesse período que a bebida entrou em cena.

O fato é que o chute decisivo contra o Indiana não é ponto isolado nas duas primeiras semanas de temporada. O ala mantém médias pra lá de respeitáveis, com 15.7 pontos e sete rebotes por noite, coisa que não se via há um bocado de tempo. Tem sido justamente ele a peça ofensiva que supre a saída de Antoine Walker e alivia a ingrata missão de Paul Pierce.

No campeonato passado, aqui mesmo, no Rebote, uma crônica sob o título “Triste fim” decretou prematuramente o canto do cisne de Vin Baker. Foi um erro, reparado agora, à distância, com um pedido de desculpas a tiracolo.

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foto . nbae

11.11.03



entrevista: pj brown
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))) “Estou impressionado com
os jogadores latinos da NBA”



Em New Jersey, Miami e Charlotte, PJ Brown era apenas um ala razoável. Nunca passou disso. A falta de confiança e o jeito desengonçado no garrafão faziam dele um atleta apagado. Em 2002, quando os Hornets se mudaram para New Orleans, Brown aproveitou para dar uma guinada em sua carreira. Passou a ser visto como uma peça-chave na equipe e os frutos logo chegaram. Nesta pré-temporada, com passe livre, foi disputado por várias equipes, mas optou por renovar o contrato. Decisão certa. O time vai bem e o ala idem, com médias que beiram um double-double (10.7 pontos e 9.8 rebotes). Casado com uma ex-jogadora de basquete e pai de quatro filhos, ele conversou com o escritório da NBA para a América Latina e falou sobre a força do Los Angeles Lakers, as mudanças no Miami Heat e, claro, as pretensões do New Orleans na liga. Com a palavra, Collier Brown Jr. Ou, simplesmente, PJ.

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As férias terminaram, a temporada começou. Como foi seu verão?
Foi muito bom, infelizmente passou muito rápido. Estive na Disney World com minha família e fiz uma viajem muito especial com Dee, minha esposa, para celebrar nosso aniversario de casamento. Mas já estamos de volta na temporada e agora o importante é jogar bem.

O que achou do time nestes primeiros jogos?
A equipe tem ido muito bem, sólida e consistente. Tivemos um bom período de treinamento e, na pré-temporada, atingimos um nível mais interessante. Este começo tem sido bom, vamos ver o que acontecerá no resto do ano.

Quais são os maiores rivais dos Hornets nesta temporada?
O Los Angeles Lakers é a melhor equipe armada até o momento. Não há como negar que eles ficam muito fortes com as chegadas de Karl Malone e Gary Payton. O San Antonio tem um título para defender e, discretamente, fez um bom trabalho nos bastidores. Gosto do Phoenix, e o Dallas também está pronto para brigar. No Leste, o Philadelphia é sempre perigoso com o pequeno Allen Iverson, e também admiro o New Jersey.

Antes de chegar a New Orleans, você jogou por algum tempo em Miami. O que achou da renúncia inesperada de Pat Riley como técnico do Heat?
Foi um grande impacto para mim, não posso negar. Mas acho que ele voltará algum dia e, se deus quiser, será logo. Fiquei muito surpreso, mas são decisões que devemos respeitar. Passei quatro anos em Miami e tenho boas lembranças desse tempo. Sentiremos muita falta de Pat como técnico e como pessoa.

E seu ex-companheiro Alonzo Mourning, agora em New Jersey?
É algo estranho e diferente ver Zo vestindo um uniforme que não seja o do Miami. Mas acabou sendo algo positivo para ele. Fico feliz por ele, o New Jersey certamente vai melhorar, tornando-se uma equipe difícil de ser batida.

Como você avalia a globalização da NBA?
A cada dia, a liga descobre mais jogadores estrangeiros. Há muito talento fora dos Estados Unidos, e isso melhora o nosso nível. Este fenômeno começou com aquele Dream Team que ganhou os Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992. A seleção teve um grande êxito na quadras da Espanha, e isso foi ótimo comercialmente para a liga. O grupo foi um grande exemplo para todos os atletas estrangeiros que pensavam em chegar à NBA.

O New Orleans é uma das poucas equipes sem estrangeiros, com exceção do canadense Jamaal Magloire. Você acha que seria interessante contratar reforços internacionais?
Isso pode acontecer a qualquer momento. Os caçadores de talentos estão com os olhos cada vez mais abertos, não apenas para os jogadores americanos e canadenses, mas também para europeus e latinos. Não se pode descartar que isso aconteça com os Hornets.

Qual é sua impressão sobre o grupo de atletas latinos que participam na NBA?
Simplesmente são jogadores muito bons. Manu Ginobili, por exemplo, foi parte fundamental no título dos Spurs. Eduardo Najera é um grande defensor, tem me feito passar por momentos difíceis em várias partidas. Estou muito impressionado com os latinos. Se montássemos uma equipe só com eles, teríamos um time quase imbatível.

Se tivesse a oportunidade de escolher um deles, qual seria o nome ideal para o New Orleans?
Qualquer um seria um grande reforço: Nenê, Manu, Najera. Claro que não devemos esquecer os europeus, que também formam um grupo interessante. Estão lá Tony Parker, Peja Stojakovic e Dirk Nowitzki. São muitos nomes para escolher.

Você teve a oportunidade de assistir ao torneio Pré Olímpico de Porto Rico. O que achou?
Foi interessante. Gostei muito dos Estados Unido. Vi o time sólido, com muita química. Jogaram em equipe, não se via egoísmo. Acho que eles vão dar o que falar em Atenas.

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foto . nbae

10.11.03



até logo, doce lar
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))) Bosh e Arroyo: em casa, Raptors e Jazz
vão bem. Na estrada, a história é diferente



Descrédito antes da temporada; elencos irregulares; poucos reforços. Campanha perfeita fora de casa e desastrosa na estrada, criando, na média, um início bastante animador. O diagnóstico se encaixa perfeitamente em duas equipes da NBA, uma em cada conferência: Utah Jazz e Toronto Raptors têm transformado a energia que vem das arquibandas num cala-boca para os críticos, mas ainda precisam aprender a se comportar longe do doce lar.

Sob a bênção de Jerry Sloan, as fileiras desfiguradas de Salt Lake City foram à luta seis vezes neste começo de campeonato. No conforto do Delta Center, quatro triunfos (Blazers, Wolves, Suns e Grizzlies). Longe do ginásio local, dois fracassos expressivos (Mavs e Warriors).

Seguindo os rabiscos recentes da prancheta de Kevin O’Neill, os canadenses venceram nas quatro vezes em que tinham mando de quadra (Nets, Wizards, Mavs e Nuggets). Fora de casa, duas derrotas feias (Wolves e Wizards).

Até aí, tudo bem. O problema é que, a partir de amanhã, os dois times embarcam em viagens complicadas. Passam a semana longe da família e só voltam no próximo domingo. Pela frente, um desafio pra lá de razoável. O Toronto pega Blazers, Lakers e Kings. O Utah, por sua vez, enfrenta Spurs, Hornets, Wolves e Bucks.

O risco é cristalino: em apenas uma semana, o conto-de-fadas pode evaporar. Em compensação, uma turnê de sucesso daria o impulso necessário para garantir de vez a confiança na prata-da-casa. Vale ficar de olho.

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Faltavam menos de três segundos para o fim do jogo e o San Antonio Spurs, diante de sua torcida, perdia por 81-78 para o Dallas Mavericks. Foi aí que Hedo Turkoglu achou Robert Horry sozinho na linha de três. O arremesso saiu e a bola sequer tocou no aro. Dizem que o veterano havia machucado a mão no lance anterior. Será?

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fotos . nbae

9.11.03



banco mordido
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))) Rose ficou furioso com a reserva


Com quatro derrotas e apenas duas vitórias no currículo, o Chicago Bulls entrou em quadra ontem disposto a mudar o rumo deste início desanimador. Para a difícil partida em New Orleans, o técnico Bill Cartwright foi radical: mandou Jalen Rose e Jamal Crawford para o banco, efetivando Kendal Gill e o calouro Kirk Hinrich.

Deu resultado. Mas não exatamente do modo que o treinador esperava.

Os novos titulares tiveram atuações discretas, mas os novos reservas entraram mordidos e arrancaram uma vitória inesperada sobre os Hornets, que perderam em casa pela primeira vez nesta temporada.

Rose marcou 34 pontos e soltou o verbo após o jogo: “Fiquei chocado. Acho que merecia algo melhor. Não é meu primeiro ou segundo ano na liga, eu não precisava ter passado por isso. É fácil encontrar um bode expiatório para as derrotas.”

Crawford contribuiu com 15 pontos e deu um toco decisivo em Baron Davis nos momentos finais. “Estou feliz pela vitória, mas acho que foi um desrespeito o que fizeram comigo”, reclamou.

De fato, a turma ressentida tem uma boa dose de razão. Não tem cabimento tirar Rose para colocar Gill, ou tirar Crawford para efetivar um calouro que ainda não mostrou serviço. Principalmente quando Scottie Pippen e Tyson Chandler estão contundidos.

Não é de hoje que Cartwright arruma encrenca com seus jogadores. Se não aprender a lidar com os egos do elenco, pode comprometer uma carreira promissora à beira da quadra e acabar marcado como o adversário de ontem, Tim Floyd.

Com três vitórias e quatro derrotas na campanha, o Chicago tem uma boa chance de atingir os 50% de aproveitamento amanhã, quando enfrenta o Denver Nuggets no United Center. Depois disso, pega Boston, Minnesota e Seattle, antes de embarcar numa turnê assustadora pela costa Oeste: Suns, Lakers, Kings, Mavs e Spurs em seqüência. É ou não é uma pedreira?

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Na ponta de cima da tabela, o Seattle é o único invicto do campeonato, com três vitórias. Hoje à noite, recebe o fraco Atlanta Hawks. Depois disso, embarca numa viagem para enfrentar Minnesota, Milwaukee, Indiana e Chicago. É bem possível que a invencibilidade caia já na primeira escala.

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foto . layne murdoch/nbae

8.11.03



bloco de notas
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Excepcionalmente, o Rebote não publica
a coluna de sábado nesta semana.

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7.11.03



as armas do cão de guarda
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))) Cercado por Artest, qualquer um parece anão


A torcida do Chicago Bulls certamente ainda recorda o início da carreira de Ron Artest. Aquele sujeito feio, desengonçado, lento e fora de forma parecia ser apenas mais uma aposta equivocada da diretoria no draft universitário. A cartolagem gastou dois anos para perceber que o atleta não era útil e despachou o coitado para Indianápolis. Passaram-se mais dois anos, e hoje os Pacers se orgulham de ter no elenco um dos maiores talentos defensivos da NBA.

Artest é o típico cão de guarda: protege o que é seu com unhas e dentes; às vezes cria problemas para o próprio dono; e quase sempre precisa de uma focinheira para não fazer bobagem.

Na nova era que se inicia, com Larry Bird no escritório e Rick Carlisle no lugar de Isiah Thomas, o ala promete se afastar das confusões e brilhar apenas por seu basquete. Por enquanto, tinindo no preparo físico, ele vem cumprindo à risca as duas partes.

Em cinco partidas, foram quatro vitórias e uma derrota, incluindo um resultado expressivo ontem à noite em New Jersey. À exceção do aproveitamento de arremessos, todas as estatísticas de Artest já evoluíram em relação ao ano passado. Destaque para pontos (de 15.5 em 02-03 para 19 hoje), tocos (0.7 para 1.2), assistências (2.9 para 3.8), roubadas (2.2 para 2.9) e até as faltas, que sempre giraram em torno de três ou quatro por noite e agora baixaram para 2.4.

A característica mais espantosa, entretanto, reluta em invocar para si os holofotes. O exímio trabalho de defesa nunca é ilustrado à altura na frieza dos números (a não ser nos números do adversário). Bom exemplo disso foi o jogo de terça-feira, contra o Denver Nuggets. Marcado por Artest, o calouro Carmelo Anthony teve sua primeira grande decepção na NBA. Registrou apenas dois pontos, acertando apenas um de 13 arremessos. E por que isso aconteceu? Culpa dos braços longos e velozes do defensor, que dificultam a vida de qualquer ser humano disposto a mandar uma bola para a cesta.

Com a ajuda preciosa de Jermaine O’Neal, Ron Artest tem mantido o Indiana no topo da conferência Leste, pelo menos neste frágil início de campeonato. Se mantiver a cabeça no lugar, o bad boy pode cavar seu terreno na elite da liga. Aos torcedores de Chicago, restará chorar de saudade.

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foto . cnn/sports illustrated

6.11.03



alívio ofensivo
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))) Bibby tenta parar Cassell


No deserto de pontos em que se transformou este início de temporada, Kings e Wolves se esbaldaram ontem numa espécie de oásis do esportivo. Fizeram um baita jogo, com um ímpeto ofensivo só comparável à farra de Clippers e Sonics no Japão e a um passeio recente dos Mavs em Utah. É claro que o amigo deve estar se perguntando como é possível saber se realmente foi um jogão, já que as ações correram ao largo da TV brasileira.

De fato, ver, eu não vi.

Mas precisa?

Em ocasiões como esta, os números podem valer mais do que mil imagens. Diante de performances que mal cabem na tábua de estatísticas, é fácil concluir que a torcida de Minneapolis testemunhou um belo espetáculo. Pois vamos aos dados.

Após uma prorrogação, o Sacramento bateu os donos da casa por 125-121. Ao todo, foram dez atletas pontuando em dígitos duplos, oito deles com ao menos 17 pontos. Com elencos enxutos (cada equipe usou apenas quatro reservas), os técnicos souberam distribuir as tarefas e extraíram qualidade de seus craques até a última gota. Para ilustrar o que escrevo, não me custa revelar os destaques individuais:

Peja Stojakovic: 34pts, seis rebotes.
Mike Bibby: 22pts, quatro assistências.
Brad Miller: 17 pontos, oito rebotes, cinco roubadas.
Vlade Divac: 19pts, dez assistências.
Bobby Jackson: 19pts, seis rebotes.

Cansado? Calma, que ainda falta o outro lado:

Kevin Garnett: 28pts, 11 rebotes, quatro tocos.
Sam Cassell: 26pts, 14 assistências.
Latrell Sprewell: 23pts, oito assistências.

Em noite que teve até Mark Madsen como ponto alto (12 pontos, oito rebotes, duas roubadas), os deuses do basquete certamente estavam rondando o ginásio. A sólida performance do trio de ferro do Minnesota valoriza ainda mais a vitória dos Kings, que arrancaram um resultado valioso fora de casa. E sem Chris Webber, claro.

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O placar alto de ontem é uma rara exceção num terreno que atualmente está mais para o 71-60 protagonizado por Pacers e Nuggets na terça-feira. No entanto, não há motivo para pânico. Tudo isso ainda é reflexo das mudanças drásticas da pré-temporada. Há alguns anos não tínhamos um verão americano tão movimentado em termos de negociações. Os elencos estão virados do avesso, e os técnicos vão precisar de algum tempo para calibrar os sistemas ofensivos. As defesas estão sofríveis, mas a falta de entrosamento dos ataques ainda não permite que os números atinjam somas estelares. Daqui a pouco, a qualidade vai aparecer. David Stern pode ficar tranqüilo.

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LeBron e Carmelo se cruzaram. Em casa pela primeira vez no campeonato, o Cleveland continuou fazendo o que mais sabe: perder. No pega individual, Anthony teve ligeira vantagem. Além de vencer a partida, marcou 13 pontos, contra sete do rival. O fenômeno colegial, entretanto, pegou 11 rebotes e deu sete assistências. Só faltou a vitória. Bobeou, e lá estão os Cavs na lanterna isolada.

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foto . cbs/sportsline

5.11.03



entrevista: mehmet okur
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))) “Eu estou preparado para jogar
nas duas extremidades da quadra”



Louvado seja o braço da NBA dedicado à América Latina. A partir de agora, o escritório americano passa a enviar, toda semana, entrevistas feitas exclusivamente para a imprensa brasileira e latino-americana. Ao que tudo indica, o trabalho será quase em vão, já que nossos jornais não costumam abrir muito espaço para este assunto. Uma pena, mas é compreensível. Em todo caso, sempre que houver um bate-papo interessante, publicarei o texto aqui.

Abrindo os trabalhos, segue abaixo uma conversa com o turco Mehmet Okur, do Detroit Pistons. Com médias de 6.9 pontos e 4.7 rebotes no ano passado, ele se tornou uma boa opção no banco de resrvas para o técnico Rick Carlisle. Para esta temporada, muita coisa mudou. Carlisle deu lugar a Larry Brown e o jovem ala deve ganhar mais minutos em quadra. Em três jogos, a nova fase já se insinua sutilmente. O tempo de jogo aumentou, assim como os pontos, os rebotes e os tocos. Há quem aposte em Okur como favorito para embolsar o prêmio que verifica a maior evolução de 2003 para 2004. Isso só a performance em quadra dirá. Para quem passou cinco anos batendo bola nas quadras da Turquia antes de ingressar no conto de fadas da NBA, esperar não é problema. Sem pressa, ele segue engrossando as fileiras internacionais da maior liga de basquete do mundo.

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Apesar do título da divisão Central, o Detroit fez várias mudanças durante a pré-temporada. Foram embora jogadores como Cliff Robinson, Pepe Sanchez e Michael Curry. Em contrapartida, Larry Brown é o novo técnico. Como vocês se adaptaram a todas estas trocas?
Chegaram vários jogadores com muito talento, e temos um treinador com muita história na NBA. Nós continuamos em foco com a nossa meta, que é ganhar o campeonato. Larry é um grande técnico, uma grande pessoa e um bom motivador. Eu já aprendi muito com ele e acho que vamos continuar aprendendo sempre.

No ano passado, você mostrou que tem bastante talento. Nesta temporada, muita gente acha que você terá um dos maiores progressos da liga. O que pensa disso? Há muita pressão?
Não tenho problemas com isso. Penso que todos em minha equipe têm plena confiança no que podem render. Aqui, todos ajudam, e isso é bom para mim.

Você acha que sua atuação este ano será mais ofensiva? Vale lembrar que o time se caracteriza por ser muito sólido defensivamente.
Pode ser, não sei. Os atletas que chegaram são versáteis e podem ser fundamentais tanto na defesa como no ataque. Acho que vai depender do rival que enfrentarmos, e de como estarão meus companheiros. Estou preparado para jogar nas duas extremidades da quadra.

Um de seus colegas é o novato Darko Milicic, segundo escolhido no último draft. Como tem sido a adaptação dele à nova vida, dentro e fora da quadra? No ano passado, você passou por experiência semelhantes. Que conselhos deu a Milicic?
A adaptação não será fácil. Ele tem apenas 18 anos, e veio jogar na melhor liga do mundo. Aqui temos um estilo de vida diferente, mas Darko tem muito talento e pode jogar perto ou longe do aro. Acho que eu e ele vamos formar uma boa dubla para o futuro do Detroit Pistons.

Você acha que o New Jersey continuará sendo a equipe vencedora do Leste? Ou outras podem brigar pela coroa?
Primeiro, nos preocupamos com o nosso time. Temos realizado boas temporadas, mas nossa meta continua sendo ganhar a divisão, a conferência Leste e as finais da NBA.

O campeonato atual começa com 73 estrangeiros. Qual é o segredo para que atletas nascidos fora dos Estados Unidos façam tanto sucesso na NBA?
A base é fundamental. Existem muitos jogadores de diferentes países que controlam muito bem a bola. Em geral, somos versáteis. Isso se aprende desde pequeno. Ademais, quando os atletas voltam aos seus países para jogar na seleção ou para dar clínicas, eles ajudam os jovens a melhorar e a jogar com o estilo que se usa na NBA.

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Só para lembrar: hoje à noite, LeBron James estréia em casa; com três derrotas nas costas e justamente contra o Denver Carmelo Anthony.

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foto . nbae

4.11.03



meninos em ação
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))) Haslem é uma das boas surpresas


O site NBA.com liberou ontem o primeiro ranking de calouros da temporada. Ainda não há nenhuma performance brilhante, mas, timidamente, os novatos vão mostrando serviço. LeBron James e Carmelo Anthony lideram a lista, o que não configura nenhuma surpresa. Curioso é o que começa a aparecer depois deles.

A medalha de bronze fica com o pequeno TJ Ford, do Milwaukee Bucks, que esbanjou versatilidade em duas partidas, cravando médias de 7.5 pontos, 7.5 rebotes e 7.0 assistências.

O quarto posto é de Jarvis Hayes, que aproveitou a contusão de Jerry Stackhouse e fez bonito em três jogos como titular do Washington Wizards. Até agora, são 13 pontos por noite, 4.3 rebotes e um punhado de roubadas providenciais. Bom sinal para uma equipe que precisa desesperadamente de qualquer ajuda.

As duas posições seguintes no ranking contemplam os calouros do Miami Heat: Dwyane Wade e Udonis Haslem. O primeiro tem sido péssimo nos arremessos, convertendo apenas 28% das bolas tentadas, mas vem contribuindo bastante em quadra. O segundo substitui o lesionado (e limitado) Samaki Walker e já registra médias de 9.1 pontos e 8.7 rebotes.

Vale lembrar que a lista não registra a ótima atuação de ontem à noite, na derrota para o Dallas, quando Haslem marcou 20 pontos e pegou 12 rebotes. Wade não jogou.

Este bom começo dos garotos repete a performance do Miami no último draft, quando os dois Butler (Caron e Rasual) revelaram-se peças úteis para o elenco. Cada um em seu nível, claro, mas ambos com utilidade. O problema, até agora, é a ausência de Lamar Odom e do próprio Caron.

Sem eles, a turma de Stan Van Gundy tem pela frente compromissos indigestos contra San Antonio, Minnesota e Houston. Depois vem um leve refresco (Cleveland e Washinton em casa), seguido de nova pedreira na estrada: Lakers, Sonics, Blazers, Warriors e Suns.

Ainda na lista, ganharam destaque Luke Ridnour, Alekandar Pavlovic, Chris Bosh e Zarko Cabarkapa.

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Um minuto. É o tempo acumulado das atuações de Darko Milicic no Detroit Pistons.

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Nenhum minuto. A média vale para os brasileiros Alex e Leandrinho. Calma com eles, melhor deixar as lesões evaporarem. Sem pressa, a hora vai chegar.

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foto . jesse garrabrant/nbae

3.11.03



raros invictos
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))) Os Hornets de Davis ainda não perderam


Vocês provavelmente se lembram que, na última temporada, o Dallas começou sua campanha com 14 vitórias consecutivas. Até a semana passada, todos se perguntavam quem poderia repetir esta façanha no campeonato que se inicia. Bastaram alguns dias para vários concorrentes tombarem pelo caminho.

Mavs, Spurs, Kings, Wolves, Blazers, Suns, Rockets, Nets, Pistons, Sixers, Pacers, Magic, Celtics.

Todos já perderam.

São os destroços do furacão que varreu os escritórios da NBA nas férias, deixando um rastro de negociações bombásticas em praticamente todos os times com alguma pretensão de título. Nesta fase inicial, os elencos ainda estão bagunçados, criando uma loteria imprevisível.

Quem sobrou? No Leste, o único invicto é o New Orleans Hornets, que bateu Orlando (fora), Atlanta e Boston (em casa). Hoje à noite, ainda sem Jamal Mashburn, a equipe faz a revanche com os Hawks, e pode ampliar a seqüência para quatro vitórias. No Oeste, Lakers e Sonics começaram vencendo duas, sendo que o Seattle fez jogos de ida e volta com os Clippers. E no Japão. Ou seja, não conta.

A esta altura, vale mais a pena fazer previsões na outra extremidade da tabela. É mais fácil avaliar os candidatos a cumprir campanha inversa à do Dallas no ano passado, com derrotas em série.

Heat, Hawks e Cavs já foram batidos três vezes, enquanto Knicks e Clippers acumulam um par de derrotas cada. Aí temos duas situações diferentes. Atlanta, New York e Los Angeles são times que perderam bastante qualidade nas férias. Um começo nefasto é mais do que previsível. Miami e Cleveland melhoraram, mas talvez não o suficiente para sair do buraco. Só o tempo vai dizer. Vale lembrar que a turma da Flórida tem jogado sem Lamar Odom, Caron Butler e Dwyane Wade. Os californianos, por sua vez, perderam Elton Brand.

Com ou sem contusões, todos eles são bons postulantes a um lugar respeitável no próximo draft. Façam suas apostas.

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foto . nbae

2.11.03



pelas beiradas
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))) Miller é um dos motivos
do sucesso inicial em Denver



Invicto em casa, com dois medalhões na conta de adversários batidos, um armador recuperando o gosto de jogar e um calouro tinindo. Que tal o retrospecto inicial do Denver Nuggets?

Agora sim, o técnico Jeff Bzdelik tem motivos para sorrir. Seu time começou a temporada provando que não quer nem pensar em repetir a campanha vergonhosa do ano passado. A diretoria fez sua parte fora das quadras. E os atletas estão fazendo a sua dentro dela.

A derrota para os Rockets, em Houston, é absolutamente natural. Excepcionais são as vitórias sobre Spurs e Kings, principalmente esta última, com demonstrações explícitas de habilidade e contra-ataques fulminantes. Contra o Sacramento, Carmelo Anthony foi o cestinha com 23 pontos, acertando nove de seus 14 arremessos. A boa performance foi ainda mais valorizada pela marcação dedicada de Peja Stojakovic.

Na partida de estréia, a equipe já havia despachado os atuais campeões, com excelente atuação do armador Andre Miller, que parece ter encontrado uma motivação nunca vista em Los Angeles (aqui não estamos falando de Lakers, e sim do primo pobre).

Nenê e Marcus Camby vêm dando conta do recado no garrafão, enquanto Voshon Lenard cumpre a promessa de não deixar Carmelo sozinho na artilharia. Ainda é cedo, mas já dá para começar a sonhar com uma vaguinha no mata-mata.

A campanha tem tudo para melhorar ainda mais nas próximas rodadas. Na terça-feira, o Denver vai a Indianápolis para enfrentar os Pacers. Jogo duro. Em seguida, no entanto, vem uma seqüência razoavelmente tranqüila: Cavaliers, Clippers, Raptors e Bulls.

É uma oportunidade de ouro para largar bem e garantir a serenidade necessária para o andamento do campeonato.

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foto . garrett elwood/nbae

1.11.03



. bloco de notas
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todo sábado, um passeio rápido pela liga

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))) Ford tenta sua bandeja: o calouro
do Milwaukee iniciou bem a carreira



l a r g a d a

Foi uma estréia pra lá de animadora. O pequeno calouro T.J. Ford brilhou na vitória do Milwaukee Bucks sobre o Indiana Pacers, com 11 pontos, 11 rebotes e sete assistências. Por pouco, o garoto não se igualou ao lendário Oscar Robertson, único jogador da NBA a conseguir um triple-double em sua estréia profissional. Pode até ser apenas sorte de principiante, mas além da numeralha respeitável, vale destacar os dribles de entortar coluna e as inúmeras vezes em que Ford cruzou o garrafão adversário feito uma flecha. Continuo sem entender por que Heat, Clippers e Bulls o deixaram passar no último draft. Os três precisam (e muito) reforçar a armação. Perderam uma grande chance.

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e s p e r a n ç a s

Entre os jovens que prometem estourar este ano, Rashard Lewis saiu na frente. Tudo bem que o jogo era no Japão e parecia um amistoso, mas anotar 50 pontos em uma só noite não deixa de ser um bom indício. Para se ter uma idéia, na temporada passada essa marca só foi atingida sete vezes. Com um tipo físico que facilita sua vida no perímetro e embaixo da cesta, Lewis tem tudo para provar que o Seattle Sonics não errou ao insistir nele desde o draft de 1998. Outra grata surpresa foi o armador Ronald Murray, que substitui o contundido Ray Allen. Sua média de pontos, que era de 1.9 em 2002-2003, subiu para 23 nos dois primeiros compromissos deste ano. Se Lewis, Murray e outros jovens engrenarem, não será tão difícil embolsar a oitava vaga do Oeste nos playoffs. Ou até a sétima, quem sabe.

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p a z

Tal qual um representante da ONU, Brian Shaw é o principal responsável pela trégua na guerra entre Shaquille O’Neal e Kobe Bryant. Foi ele o promotor de um decisivo encontro na semana passada, no qual os dois astros conversaram longamente, apararam as arestas e perceberam que o clima de intriga só prejudicaria o Los Angeles Lakers. Liberado para voltar às quadras, Kobe deve começar em ritmo lento, mas já pode assumir o comando de um time que é dele (e não de Shaq, como o pivô andou dizendo por aí).

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f u r a d a

Preterido pelo técnico Kevin O’Neill, Morris Peterson está insatisfeito em Toronto. Por isso, a diretoria estuda uma troca com o New York Knicks. Comenta-se que Mo-Pete e Michael Bradley iriam para Nova York, enquanto Othella Harrington tomaria o caminho inverso. Cá entre nós, não é uma troca muito justa para o lado canadense. O ideal seria aproveitar para pescar um armador decente (quem sabe Charlie Ward, Howard Eisley ou Shandon Anderson), compensando uma carência crônica da equipe. Para a posição de Harrington, os Raptors já têm Chris Bosh, Antonio Davis, Jerome Moiso, Lamond Murray e Jerome Williams. É mais que suficiente.



((((( z o n a ))))) ((((( m o r t a )))))

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* A turma que protege os garrafões parece enfurecida neste início de temporada. Antes de quebrar o pé, Elton Brand distribuiu oito tocos contra o Seattle. Tim Duncan tem média de sete por partida, enquanto Theo Ratliff e Ben Wallace ficam ali pelos cinco.

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* Pela primeira vez com o elenco completo, o Chicago Bulls bateu o Atlanta Hawks na sexta-feira, com 13 pontos e 22 rebotes de Tyson Chandler. Eddy Curry marcou 22 pontos e a experiência de Scottie Pippen foi fundamental nos momentos decisivos.

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* Alex se machucou na hora errada. Se não estivesse no estaleiro, seria o interino da posição 1 no San Antonio Spurs.

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* Alguém que viu na TV, por favor me responda: onde foram parar os músculos de Alonzo Mourning? Ou foi só impressão minha?

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:) APLAUSOS para Vin Baker, que parece realmente disposto a recuperar sua melhor forma. Mesmo que não atue mais como nos velhos tempos de Milwaukee, já valem os parabéns pelo esforço.

:( VAIAS para Larry Brown, que revelou toda a sua educação ao falar sobre os motivos de sua saída do Philadelphia 76ers: “Não consigo mais treinar idiotas.” Na verdade, “idiotas” é uma tradução suave para assholes, a palavra que o técnico de fato usou. O recado, claro, é para o desafeto Allen Iverson.

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foto . cbs/sportsline