13.11.03



enquanto o titular não vem...
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))) Murray brilha no lugar de Ray Allen


Um azarão. Está aí uma coisa que o Oeste pode dispensar sem remorso. Na elite da conferência (que por sinal escorre até a quinta vaga do playoff), o volume de talento é tamanho que, em alguns casos, os elencos parecem latas de sardinha, penando para acomodar um bocado de gente boa. Pois, mesmo sem precisar, surge uma zebra teimosa na turma. É o desacreditado Seattle Supersonics, que já acumula cinco vitórias em duas semanas. A de ontem teve um sabor singular: foi triunfal o retorno de Ronald Murray a Milwaukee.

Ronald quem???

Murray, Ronald Murray. Ou apenas “Flip”, como preferem os mais íntimos. Para quem não o conhece, vale lembrar que este rapaz de 24 anos, 1m93 e 86kg foi incluído, apenas para fazer número, na transação que fez Ray Allen e Gary Payton trocarem de uniforme na temporada passada. Em vez de fazer número, ele preferiu produzir números.

Em cada uma das seis primeiras partidas, Murray marcou pelo menos 20 pontos. Nunca menos que isso. É ele o encarregado de substituir justamente o lesionado Allen, craque do time. Enquanto o medalhão não volta, repousa nas costas do garoto a pesada missão de manter o nível. Por incrível que pareça, o nível está mantido.

A média de pontos, que era de 1.9 em 2002-2003, saltou agora para mais de 23 (superior à de Allen no ano passado). Em rebotes, assistências, tocos e aproveitamento de arremessos, as estatísticas do aprendiz também superam as do craque.

Ontem, contra seu ex-time, Murray anotou duas dezenas de pontos e ajudou o companheiro Rashard Lewis a assegurar a vitória. Na terça-feira, em Minnesota, marcou a cesta decisiva, um tiro certeiro no último segundo para selar um resultado importantíssimo.

É claro que a imprensa dos Estados Unidos, sempre ávida por um oba-oba, já solta no ar paralelos com Gary Payton, Joe Dumars e Vinnie Johnson, criando frases de efeito como “a evolução mais notável da década” ou “a maior surpresa da história de Seattle”. Tudo isso carrega um nível de absurdo de devaneio, só concebível na mente megalomaníaca dos americanos. O técnico dos Sonics, Nate McMillan, prefere não ir tão longe e restringe suas comparações a Sam Cassell.

De todo modo, neste caso os exageros servem para credenciar o indivíduo. Vale prestar atenção nele.

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Randy McMillan, irmão de Nate, treinou Murray em 2002 na Universidade de Raleigh, na Carolina do Norte. Foi ele quem deu o bendito palpite para o Seattle pedir, assim como quem não quer nada, a inclusão do atleta na troca com os Bucks.

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Enfim, Leandrinho estreou: cinco minutos, quatro pontos, um rebote e dois de três arremessos convertidos na derrota do Phoenix para o Atlanta. Na aparição relâmpago, não fez feio. Penny Hardaway, por exemplo, jogou 18 minutos e saiu zerado.

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foto . nbae

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