7.11.03
as armas do cão de guarda
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))) Cercado por Artest, qualquer um parece anão
A torcida do Chicago Bulls certamente ainda recorda o início da carreira de Ron Artest. Aquele sujeito feio, desengonçado, lento e fora de forma parecia ser apenas mais uma aposta equivocada da diretoria no draft universitário. A cartolagem gastou dois anos para perceber que o atleta não era útil e despachou o coitado para Indianápolis. Passaram-se mais dois anos, e hoje os Pacers se orgulham de ter no elenco um dos maiores talentos defensivos da NBA.
Artest é o típico cão de guarda: protege o que é seu com unhas e dentes; às vezes cria problemas para o próprio dono; e quase sempre precisa de uma focinheira para não fazer bobagem.
Na nova era que se inicia, com Larry Bird no escritório e Rick Carlisle no lugar de Isiah Thomas, o ala promete se afastar das confusões e brilhar apenas por seu basquete. Por enquanto, tinindo no preparo físico, ele vem cumprindo à risca as duas partes.
Em cinco partidas, foram quatro vitórias e uma derrota, incluindo um resultado expressivo ontem à noite em New Jersey. À exceção do aproveitamento de arremessos, todas as estatísticas de Artest já evoluíram em relação ao ano passado. Destaque para pontos (de 15.5 em 02-03 para 19 hoje), tocos (0.7 para 1.2), assistências (2.9 para 3.8), roubadas (2.2 para 2.9) e até as faltas, que sempre giraram em torno de três ou quatro por noite e agora baixaram para 2.4.
A característica mais espantosa, entretanto, reluta em invocar para si os holofotes. O exímio trabalho de defesa nunca é ilustrado à altura na frieza dos números (a não ser nos números do adversário). Bom exemplo disso foi o jogo de terça-feira, contra o Denver Nuggets. Marcado por Artest, o calouro Carmelo Anthony teve sua primeira grande decepção na NBA. Registrou apenas dois pontos, acertando apenas um de 13 arremessos. E por que isso aconteceu? Culpa dos braços longos e velozes do defensor, que dificultam a vida de qualquer ser humano disposto a mandar uma bola para a cesta.
Com a ajuda preciosa de Jermaine O’Neal, Ron Artest tem mantido o Indiana no topo da conferência Leste, pelo menos neste frágil início de campeonato. Se mantiver a cabeça no lugar, o bad boy pode cavar seu terreno na elite da liga. Aos torcedores de Chicago, restará chorar de saudade.
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foto . cnn/sports illustrated
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