11.11.03
entrevista: pj brown
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))) “Estou impressionado com
os jogadores latinos da NBA”
Em New Jersey, Miami e Charlotte, PJ Brown era apenas um ala razoável. Nunca passou disso. A falta de confiança e o jeito desengonçado no garrafão faziam dele um atleta apagado. Em 2002, quando os Hornets se mudaram para New Orleans, Brown aproveitou para dar uma guinada em sua carreira. Passou a ser visto como uma peça-chave na equipe e os frutos logo chegaram. Nesta pré-temporada, com passe livre, foi disputado por várias equipes, mas optou por renovar o contrato. Decisão certa. O time vai bem e o ala idem, com médias que beiram um double-double (10.7 pontos e 9.8 rebotes). Casado com uma ex-jogadora de basquete e pai de quatro filhos, ele conversou com o escritório da NBA para a América Latina e falou sobre a força do Los Angeles Lakers, as mudanças no Miami Heat e, claro, as pretensões do New Orleans na liga. Com a palavra, Collier Brown Jr. Ou, simplesmente, PJ.
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As férias terminaram, a temporada começou. Como foi seu verão?
Foi muito bom, infelizmente passou muito rápido. Estive na Disney World com minha família e fiz uma viajem muito especial com Dee, minha esposa, para celebrar nosso aniversario de casamento. Mas já estamos de volta na temporada e agora o importante é jogar bem.
O que achou do time nestes primeiros jogos?
A equipe tem ido muito bem, sólida e consistente. Tivemos um bom período de treinamento e, na pré-temporada, atingimos um nível mais interessante. Este começo tem sido bom, vamos ver o que acontecerá no resto do ano.
Quais são os maiores rivais dos Hornets nesta temporada?
O Los Angeles Lakers é a melhor equipe armada até o momento. Não há como negar que eles ficam muito fortes com as chegadas de Karl Malone e Gary Payton. O San Antonio tem um título para defender e, discretamente, fez um bom trabalho nos bastidores. Gosto do Phoenix, e o Dallas também está pronto para brigar. No Leste, o Philadelphia é sempre perigoso com o pequeno Allen Iverson, e também admiro o New Jersey.
Antes de chegar a New Orleans, você jogou por algum tempo em Miami. O que achou da renúncia inesperada de Pat Riley como técnico do Heat?
Foi um grande impacto para mim, não posso negar. Mas acho que ele voltará algum dia e, se deus quiser, será logo. Fiquei muito surpreso, mas são decisões que devemos respeitar. Passei quatro anos em Miami e tenho boas lembranças desse tempo. Sentiremos muita falta de Pat como técnico e como pessoa.
E seu ex-companheiro Alonzo Mourning, agora em New Jersey?
É algo estranho e diferente ver Zo vestindo um uniforme que não seja o do Miami. Mas acabou sendo algo positivo para ele. Fico feliz por ele, o New Jersey certamente vai melhorar, tornando-se uma equipe difícil de ser batida.
Como você avalia a globalização da NBA?
A cada dia, a liga descobre mais jogadores estrangeiros. Há muito talento fora dos Estados Unidos, e isso melhora o nosso nível. Este fenômeno começou com aquele Dream Team que ganhou os Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992. A seleção teve um grande êxito na quadras da Espanha, e isso foi ótimo comercialmente para a liga. O grupo foi um grande exemplo para todos os atletas estrangeiros que pensavam em chegar à NBA.
O New Orleans é uma das poucas equipes sem estrangeiros, com exceção do canadense Jamaal Magloire. Você acha que seria interessante contratar reforços internacionais?
Isso pode acontecer a qualquer momento. Os caçadores de talentos estão com os olhos cada vez mais abertos, não apenas para os jogadores americanos e canadenses, mas também para europeus e latinos. Não se pode descartar que isso aconteça com os Hornets.
Qual é sua impressão sobre o grupo de atletas latinos que participam na NBA?
Simplesmente são jogadores muito bons. Manu Ginobili, por exemplo, foi parte fundamental no título dos Spurs. Eduardo Najera é um grande defensor, tem me feito passar por momentos difíceis em várias partidas. Estou muito impressionado com os latinos. Se montássemos uma equipe só com eles, teríamos um time quase imbatível.
Se tivesse a oportunidade de escolher um deles, qual seria o nome ideal para o New Orleans?
Qualquer um seria um grande reforço: Nenê, Manu, Najera. Claro que não devemos esquecer os europeus, que também formam um grupo interessante. Estão lá Tony Parker, Peja Stojakovic e Dirk Nowitzki. São muitos nomes para escolher.
Você teve a oportunidade de assistir ao torneio Pré Olímpico de Porto Rico. O que achou?
Foi interessante. Gostei muito dos Estados Unido. Vi o time sólido, com muita química. Jogaram em equipe, não se via egoísmo. Acho que eles vão dar o que falar em Atenas.
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foto . nbae
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