13.3.03



O LADO BOM DO COLAPSO




Com os Pacers em crise, O’Neal pode
procurar novos ares em San Antonio




Ao que parece, alguma maldição se apodera dos sortudos que atingem o topo da conferência Leste. Em 2002, o Milwaukee Bucks penou para chegar às primeiras posições e, em pouco mais de um mês, despencou para fora dos playoffs. Este ano, o Indiana Pacers começa a dar sinais de que pode conseguir proeza semelhante. Há algumas semanas, a equipe treinada por Isiah Thomas brigava pela liderança com New Jersey Nets e Detroit Pistons. De uma hora para outra, desandou a perder. Foram 12 fracassos nas últimas 13 rodadas, resultando numa queda vertiginosa. Do jeito que a coisa vai, garantir a quarta vaga pode ser um lucro e tanto.

É claro que, seguindo a maldição, Nets e Pistons também entraram em crise. Mas o Indiana cruzou todos os limites do azar (e da incompetência), criando sérios riscos de deixar escorrer pelos dedos o mando de quadra no primeiro round da próxima fase. A ameaça maior, no entanto, está guardada para o ano que vem. Um colapso nesta temporada deve espantar o melhor jogador do elenco para outra vizinhança.

Jermaine O’Neal ganha passe livre ao fim do campeonato. A intenção de ajudar os jovens Pacers cairá por terra se o ala-pivô perceber que seu futuro pode ser mais glorioso longe dali. Reggie Miller, o velhinho da turma, vai se aposentar em breve. Ron Artest está se saindo um encrenqueiro de marca maior. Jamaal Tinsley, que ainda não passou de uma promessa, seria um ótimo reserva para Gary Payton. Mas o Seattle preferiu negociar o All-Star com os Bucks.

Diante desse quadro sombrio, O’Neal vai adorar dividir o garrafão com Tim Duncan. Basta que alguém em San Antonio estale os dedos e ele vai correndo.

Com a aposentadoria de David Robinson, a folha de pagamento dos Spurs será uma das mais folgadas da NBA. As belas atuações de Tony Parker e Manu Ginobili podem fazer a cartolagem do Texas desistir de Jason Kidd. No auge da carreira, O’Neal é um perfeito plano B. Seria a chance de reeditar as torres gêmeas e, quem sabe, construir uma dinastia.

Se o Indiana realmente afundar, vai ter gente rindo do naufrágio.

(Foto - Gary Dineen/NBAE)

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