7.3.03



RETORNO PROVIDENCIAL




Acreditem ou não, o Phoenix Suns conta com
Penny Hardaway para chegar à próxima fase




Criar jogadas de efeito, atrair comparações com Michael Jordan e levar um time à final da NBA jogando ao lado de Shaquille O’Neal. Engana-se quem pensa que tudo isso é privilégio exclusivo de Kobe Bryant. Há oito anos, esse papel cabia a um menino chamado Anfernee Hardaway, que na quadra atendia pela alcunha de Penny. Em 1995, ele disputava sua segunda temporada na NBA. Apontado como futuro astro do basquete, desbancou o próprio Jordan nos playoffs, ajudando Shaq a carregar o Orlando Magic rumo à série decisiva contra o Houston Rockets.

Pois este mesmo Penny veste hoje o uniforme do Phoenix Suns. Aliás, não exatamente o mesmo. Aos 32 anos, o que se vê atualmente é uma pálida sombra daquele jovem promissor. Sua média de pontos despencou e ele passou a ser encarado como um atleta que some nos momentos mais importantes. Culpa das seguidas lesões? Talvez.

O fato é que, neste campeonato, a velha forma ensaiou um retorno. Os números continuavam baixos, mas o espírito de liderança reapareceu. Era o comando que faltava para orientar colegas mais novos como Shawn Marion, Stephon Marbury e o calouro Amare Stoudemire. Até o início de janeiro, tudo corria muito bem no Arizona. Os Suns mantinham a excelente marca de 22 vitórias e 14 derrotas, passeando pelas primeiras posições do Oeste.

Foi aí que, durante um treino corriqueiro, Hardaway machucou a mão direita. O que parecia ser uma contusão simples acabou virando caso de cirurgia. O armador entrou na faca e seu time entrou em crise. Desde então, foram mais 14 derrotas, acompanhadas de apenas 10 vitórias. A queda livre deixou a equipe na oitava colocação, seriamente ameaçada por quem vem subindo.

Nesse clima de naufrágio, Penny volta para tentar o resgate. A reestréia foi na quarta-feira, com a mão novinha em folha e uma vitória importante sobre o Portland Trail Blazers. Os dois meses de inatividade se refletiram na atuação: apenas dois pontos em 15 minutos. O que importa, entretanto, é saber se o jogador será capaz de retomar o ritmo a tempo de salvar o Phoenix da desclassificação.

Uma rápida espiada no calendário mostra que o tempo é curto. No domingo, as portas da America West Arena se abrem para para o fortíssimo Minnesota Timberwolves de Kevin Garnett. A pedreira continua na próxima semana: além de receber o Sacramento Kings, o time pega a estrada para enfrentar Golden State Warriors e Houston Rockets, dois aversários diretos na luta por uma vaga nos playoffs.

Se não quiser ver a próxima fase pela TV, é bom que Hardaway recupere sua forma em tempo recorde. E que bata na madeira três vezes para não se machucar de novo, claro.

(Foto - Barry Gossage/NBAE)

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