20.3.03



POR UM LUGAR AO SOL




Em Detroit, Billups finalmente
se tornou um grande armador




Na NBA, a elite da posição 1 pertence a um clube fechado. Circula por ali gente como Jason Kidd, Gary Payton, John Stockton, Steve Nash, Stephon Marbury, Steve Francis e Mike Bibby. A cada ano que passa, novos candidatos tentam se juntar ao grupo. Um Baron Davis aqui, um Andre Miller ali, um Tony Parker acolá. Não é fácil conseguir a vaga. Mas tem sempre alguém tentando.

O insistente da vez chama-se Chauncey Billups.

Após seis anos de luta e passagens por seis cidades diferentes, só agora ele tomou coragem para bater na porta. Por enquanto, ninguém abriu, claro. Mas o barulho já começa a incomodar. O armador parece ter encontrado o caminho certo envergando a camisa 1 do Detroit Pistons. Com impressionante eficiência, vem distribuindo o jogo e partindo para o ataque num time que só pensa em defesa.

Corta para 1997, noite do draft.

Com a terceira escolha na mão, o Boston Celtics pescou Billups e deixou passar, entre outros, Tracy McGrady, Bobby Jackson, Tim Thomas e Derek Anderson. O primeiro erro, óbvio, foi a falta de visão. Mas isso acontece nas melhores famílias. A próxima falha foi não ter tido um pingo de paciência com o calouro, mandando-o embora no ano seguinte (culpa do então treinador Rick Pitino).

Começou ali a peregrinação de Billups por Toronto, Denver, Minnesota e Orlando. Durante mais de meia década, ele não conseguiu engrenar em nenhuma dessas praças. O calvário terminou quando o Detroit, desesperado por alguém que organizasse a casa, resolveu apostar no escuro. Deu certo para ambas as partes.

Hoje, os Pistons lideram o Leste e seu armador principal está no auge da carreira. Para a equipe, foi a peça que faltava na engrenagem bem azeitada por Rick Carlisle. Para o atleta, foi o estímulo necessário na subida de produção. “Eu sabia que ele era bom, mas vi que é ainda melhor do que eu pensava”, elogia o técnico.

Com a armação entregue a Billups e ao cestinha Rip Hamilton, Ben Wallace fica mais à vontade para brigar por seus rebotes. E assim vão eles, rumo a um playoff que promete ferver.

Logo mais, o time enfrenta uma verdadeira prova de fogo. Os portões do Palace de Auburn Hills se abrem para o invocado Philadelphia 76ers, concorrente direto na disputa pelo topo da conferência. Para o teimoso Billups, pode ser mais um discreto passo em direção ao clube onde os colegas Kidd, Payton e Stockton já descansam tranqüilos.

(Foto - Layne Murdoch/NBAE)

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