2.3.03
O LADO ZEN DO GIGANTE
Meditação e um trabalho físico intenso fazem
de Garnett um dos candidatos a MVP de 2003
Durante o último verão americano, os praticantes do golfe em Minneapolis sentiram falta de alguém nos campos verdes. Freqüentador assíduo dos clubes no período de férias, Kevin Garnett não quis saber da bolinha branca em julho do ano passado. Preferiu continuar com a laranja, mesmo que isso significasse mais trabalho e menos lazer. O craque do Minnesota Timberwolves, que mais uma vez amargava a eliminação na primeira rodada dos playoffs, antecipou em quase três semanas o início dos treinamentos físicos. Na época, ninguém deu muita importância ao fato. Hoje, os resultados saltam aos olhos.
Em plena forma desde a primeira partida desta temporada, Garnett nunca atuou tão bem em toda a sua vida. Com médias de 23.1 pontos e 13 rebotes por noite, ele se transformou numa máquina de fazer double-doubles. Até agora, foram 49 em 60 jogos. Os números dizem muito, mas não explicam tudo. A fama de sumir no quarto período foi superada. Agora, o ala cresce nos momentos finais e carrega o time nas costas até soar a sirene derradeira.
Aliando força e agilidade, o físico perfeito abriu caminho para a boa fase. No entanto, o verdadeiro ponto de mutação está na mente. Em busca de harmonia espiritual, Garnett foi além da musculação e passou a fazer aulas de ioga. “É impressionante como isso tem me ajudado este ano”, disse o atleta ao site da ESPN. “Seja na hora decisiva do último quarto, ou na linha de lances-livres, eu controlo minha energia e me concentro muito mais.”
A tabela de classificação não deixa dúvidas quanto à eficácia do novo método. Em fevereiro, os Wolves venceram 12 de suas 13 partidas. A seqüência histórica levou o time à quinta posição do Oeste. Uma vitória hoje, em casa, contra o New York Knicks, é o suficiente para roubar a quarta vaga do Portland Trailblazers, o que significa a guarda provisória do mando de quadra no primeiro round do mata-mata.
Para bater Kobe, T-Mac e Duncan na briga pelo troféu de MVP, Garnett ainda precisa de algo mais. Seria ótimo, por exemplo, se conseguisse mostrar que sua equipe é candidata ao título. Uma boa oportunidade para isso é a turnê de cinco partidas que começa na terça-feira. Até o dia 10, o Minnesota enfrenta, fora de casa, Sonics, Kings, Lakers, Suns e Mavericks. Depois de tanta pedreira, a volta ao lar ainda prevê encontros indigestos com Spurs, Lakers (de novo) e Blazers.
Se conseguir atravessar bem essa maratona, o grupo prova sua força e anuncia a disposição de ir mais longe nos playoffs. Com KG-zen à frente, é bom que ninguém duvide.
(Foto - David Sherman/NBAE)
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